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Tópico: [Política] - O andamento e as decisões de nossos governantes

  1. #44031
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    Só pode ser propriedade o que é escasso. Seu eu pego sua ideia vc não perde nada. As leis de direitos autorais e de patentes atrasam a inovação e o desenvolvimento tecnologico.
    "Só pode ser propriedade o que é escasso."
    Segundo quem ou o que? Qual a razão?

    "Seu eu pego sua ideia vc não perde nada."
    Se vc pega minha ideia, talvez sim, talvez não. Se vc pega sem pagar meu produto que eu investi 1kk pra produzir e vendo a unidade por 10, no mínimo tô perdendo 10, sem talvez.
    Segundo a lógica da natureza humana. Eu só tenho direito a propriedade sobre o que eu adquiri ou construi mediante meu trabalho e sobre o que existe escassez.

    Se eu idealizei a televisão, por exemplo, não faz sentido só eu ter o direito de fabricação. Eu terei uma vantagem natural mas nao posso impedir alguem de investir seu dinheiro e tb produzir aquilo. Se mais alguém produz no máximo eu só nao vou ganhar. Além de não ter lógica, essa medida é economicamente prejudicial pra produtividade e, consequentemente, pro consumidor, não preciso nem te explicar.

    Não tem como eu pegar o seu produto que vc investiu 1 kk. Só se eu roubar de voce. Eu terei que no mínimo investir o que voce investiu pra ter o mesmo produto que voce, o que geraria um benefício pro consumidor por motivos óbvios. Se todos tivessem direito de propriedade sobre suas ideias a gente estaria numa caverna a essa hora.
    Você vai precisar de um sovaco maior pra tirar justificativa pq "lógica da natureza humana" não colou, desculpa.

    O que a pirataria tem a ver com idealizar o aparelho eletrônico televisão?

    "Não tem como eu pegar o seu produto que vc investiu 1 kk. Só se eu roubar de voce. Eu terei que no mínimo investir o que voce investiu pra ter o mesmo produto que voce, o que geraria um benefício pro consumidor por motivos óbvios. Se todos tivessem direito de propriedade sobre suas ideias a gente estaria numa caverna a essa hora."

    Exato... quando vc faz o download ilegal do filme ou do game que eu investi 1kk pra ser feito e vendo o acesso por 10, vc não precisa investir 1kk pra me roubar ou ter o mesmo produto que eu, vc só precisa entrar num serviço ilegal online e fazer o download, me prejudicando inicialmente com -10 e no longo prazo com efeito manada com menos -10kk, quem sabe

    Se vc tivesse se dado ao trabalho de ler alguns posts que antecederam o seu pitaco, poupava o teu tempo e o meu

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    Pirataria jamais será imoral. Imoral é viver de dinheiro público sem produzir porra nenhuma.
    Explica aí como essas afirmações se relacionam e fazem algum sentido na tua cabeça... pq aqui no mundo real, não tem nenhum sentido.
    Btw, esqueceu ou ficou sem resposta?
    Cara isso é tão facil que da até preguiça. Não tem cono ficar sem resposta pra voce.
    Que desculpinha mais sem vergonha haha
    Pois, é tão fácil e ainda sim conseguiu ficar... já percebi que não dá pra exigir muito de vc, continua nos likes que tá mais dentro das tuas limitações.
    Querido amigo,

    Sobre pirataria não ser imoral acabei de responder. Sobre ser imoral parasitar recebendo dinheiro público, só poderei dar continuidade caso você concordo comigo que imposto é roubo por definição. Caso contrário voce não irá compreender.

    Agora preciso dormir pois daqui a pouco levanto para trabalhar por mim e pelo meu sócio majoritário que nunca apareceu e que se não receber em dia pode me dar um tiro na cabeça.

    Beijos no coração
    O que seria parasitar recebendo dinheiro público?

    Wtf, se vc acha que imposto é roubo por definição, pq vc pegar sem pagar o MEU produto, o qual investi 1kk, é moralmente aceitável?

    Boa noite e bom trabalho... espero que a tua suposta empresa consiga receber $$ daqueles que consumirem os teus produtos/serviços, se alguém furtar ou der calote, leva na boa... aparentemente isso é moralmente aceito segundo a lógica da natureza humana
    Não preciso de sovaco maior não.

    Títulos de propriedades são gerados pra evitar conflitos sobre bens escassos. Nao importa se vc investe 100kk em um filme, se ele pode ser copiado infinitamente, ele não tem escassez, logo, ele não vale nada. O valor que as pessoas dão a um filme, por exemplo, está mais relacionado aos mecanismos naturalmente criados para escapar dessa facilidade de acesso que a pirataria proporciona. As pessoas vão ao cinema assistir ao filme em uma tela grande, com uma boa qualidade, em 3d, comer pipoca, etc. Tudo isso é criado em um ambiente economicamente evolutivo. Se não fosse assim todo mundo assistiria ao filme do notebook com aquela imagem horrivel gravada do cinema. As pessoas dão mais credibilidade e tendem a preferir o iphone original ao iphone com android falso, o Mc donalds ao Méqui donalds, a banda verdadeira à banda cover.

    Por falar em cover, o Roberto Carlos aqui da minha cidade é imoral? Ele tá copiando a imagem, a voz e cantando as músicas por tudo, tá até fazendo shows por aqui e tirando os possíveis clientes pagadores de ingresso do Roberto Carlos original.

    A pirataria jamais prejudicou a indústria, pelo contrário, em nenhum momento da historia o cinema, a música e as artes em geral foram tão ricos.

    As leis de direitos autorais, apesar de serem pouco efetivas, distorcem a economia e prejudicam o desenvolvimento de todas essas industrias.

    Você pode perceber como funciona a venda dos livros de dominio publico. As editoras assumem os riscos, investem e vendem livros que podem ser facilmente baixados na internet, vc entra numa livraria e acha: quincas borba, fausto, a divina comédia, tudo em diversos tamanhos e capas. Ninguem perde a intelectualidade, a ideia e fica mais pobre.

    Parasitar recebendo dinheiro público é o que 90% dos funcionários publicos fazem. Só professor, médico, policial e mais alguns outros podem ser excluidos dessa lista, não que eu defenda o estado cuidando disso, mas se perdessem o cargo publico conseguiriam sobreviver na iniciativa privada. Quem recebe dinheiro para não produzir ou para ocupar um cargo criado exclusivamente para burocratizar, é parasita. O que um fiscal da vigilancia sanitaria produz de valioso pra sociedade? Um fiscal da receita federal? Um fiscal de transito? Um deputado?

    Imposto é roubo. Se quiser tenta refutar.

    Eu pegar o seu produto seria eu pegar o drive onde ele está instalado, isso é crime. Se o assistente da criação brigar com o diretor e espalhar o filme pela rede, ele pode até mesmo ser processado por um contrato de sigilo assinado previamente, mas quem assiste na rede não é imoral. O cara que filma no cinema pode ser processado por ter desrespeitado uma regra de um local privado onde não se pode gravar, mas quem assiste ao filme na rede não está fazendo nada imoral. Só pode ser imoral o que é violação de propriedade, e propriedade é, a priori, um título sobre um bem escasso, independente do que a lei escreve. Quem assiste a um filme ou série online não está subtraindo um bem de outra pessoa.

    Furtar não é moralmente aceito, nem dar calote. Já sonegar impostos é.
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  2. #44032
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    A questão da propriedade intelectual vai muito além de pirataria de entretenimento. Isso é o menos importante, imo. Especialmente no caso da música, que existe há milhares de anos e somente de um século pra cá e que começou a ser gravada.

    O problema é maior quando se trata de inovação e patentes. Quem vai gastar mais de dez anos e milhões de reais desenvolvendo um medicamento, ou uma determinada tecnologia, pra lançar e ser copiada em poucas semanas?
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  3. #44033
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    Citação Postado originalmente por Picinin Ver Post
    A questão da propriedade intelectual vai muito além de pirataria de entretenimento. Isso é o menos importante, imo. Especialmente no caso da música, que existe há milhares de anos e somente de um século pra cá e que começou a ser gravada.

    O problema é maior quando se trata de inovação e patentes. Quem vai gastar mais de dez anos e milhões de reais desenvolvendo um medicamento, ou uma determinada tecnologia, pra lançar e ser copiada em poucas semanas?
    Acho que já discutimos esse assunto em outro tópico, na minha concepção o próprio conceito de propriedade intelectual e patentes moldou o mercado da forma como ele funciona e nos cegou das infinitas possibilidades de modelos de formação de mercado.

    Eu não falo isso apenas pra me beneficiar de um possível fim das patentes, como o Sopro deu a entender sobre a pirataria. Eu trabalho em um mercado que faz produtos pra construção civil que também se beneficia disso e mesmo sendo prejudicado por essa mudança, eu seria favorável. É perceptível a maneira de atuação, existe um investimento alto no desenvolvimento de um produto (as vezes até maior do que algo economicamente equilibrado) justamente pela possibilidade de sentar em cima dele por 15 ou 20 anos sem se preocupar com concorrência.

    Muita gente assim como você se pergunta se o desenvolvimento não seria barrado por uma situação dessas e eu particularmente acho que é o inverso, a proteção fornece uma segurança tão grande que as empresas podem acertar uma única vez e depois não precisam se preocupar mais em inovar, já que aquele acerto no alvo garante a sobrevivência dela por mais de uma década.

    O fim das patentes, primeiramente iria forçar um uso mais equilibrado dos recursos e iria forçar as empresas a desenvolver meios de produção mais eficientes tendo em vista que qualquer empresa poderá fabricar qualquer produto. Eu não sei exatamente como o mercado se organizaria em torno de inovações na área médica que parece ser sua preocupação, mas me parece aceitável acreditar que parte do desenvolvimento poderia acontecer de maneira colaborativa entre empresas, trocando descobertas pontuais e acelerando ainda mais o seu lançamento.

    Aliás, isso é um efeito colateral que ninguém percebe, muitas empresas podem estar trabalhando em medicamentos equivalentes sendo que nenhuma delas tem o interesse de compartilhar suas descobertas já que isso permitiria que outro player saísse na frente na comercialização dos medicamentos. Imagina quantos medicamentos já não poderiam existir e não existem justamente pq a lei da propriedade intelectual força os players do mercado a manter suas descobertas sob sigilo?
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  4. #44034
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    Quem estivesse motivado a lucrar em um mar inexplorado. A bayer não ficaria esperando pela inovação da concorrencia para só depois copiar. Quem criasse a cura da aids poderia, antes de lançar, vender a fórmula pras outras gigantes farmaceuticas concorrentes e assinar um contrato de não venda por x anos, por exemplo. Tipo, eu criei, voces, que tem juntas 60% do mercado, vendem com uma vantagem enorme sobre o resto da industria. Não tem como imaginar perfeitamente, mas achar que o mercado não se adaptaria, sendo que ele se adapta ate mesmo com as grandes intervenções, é surreal.
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  5. #44035
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    Citação Postado originalmente por Cezar Teixeira Ver Post
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    A questão da propriedade intelectual vai muito além de pirataria de entretenimento. Isso é o menos importante, imo. Especialmente no caso da música, que existe há milhares de anos e somente de um século pra cá e que começou a ser gravada.

    O problema é maior quando se trata de inovação e patentes. Quem vai gastar mais de dez anos e milhões de reais desenvolvendo um medicamento, ou uma determinada tecnologia, pra lançar e ser copiada em poucas semanas?
    Acho que já discutimos esse assunto em outro tópico, na minha concepção o próprio conceito de propriedade intelectual e patentes moldou o mercado da forma como ele funciona e nos cegou das infinitas possibilidades de modelos de formação de mercado.

    Eu não falo isso apenas pra me beneficiar de um possível fim das patentes, como o Sopro deu a entender sobre a pirataria. Eu trabalho em um mercado que faz produtos pra construção civil que também se beneficia disso e mesmo sendo prejudicado por essa mudança, eu seria favorável. É perceptível a maneira de atuação, existe um investimento alto no desenvolvimento de um produto (as vezes até maior do que algo economicamente equilibrado) justamente pela possibilidade de sentar em cima dele por 15 ou 20 anos sem se preocupar com concorrência.

    Muita gente assim como você se pergunta se o desenvolvimento não seria barrado por uma situação dessas e eu particularmente acho que é o inverso, a proteção fornece uma segurança tão grande que as empresas podem acertar uma única vez e depois não precisam se preocupar mais em inovar, já que aquele acerto no alvo garante a sobrevivência dela por mais de uma década.

    O fim das patentes, primeiramente iria forçar um uso mais equilibrado dos recursos e iria forçar as empresas a desenvolver meios de produção mais eficientes tendo em vista que qualquer empresa poderá fabricar qualquer produto. Eu não sei exatamente como o mercado se organizaria em torno de inovações na área médica que parece ser sua preocupação, mas me parece aceitável acreditar que parte do desenvolvimento poderia acontecer de maneira colaborativa entre empresas, trocando descobertas pontuais e acelerando ainda mais o seu lançamento.

    Aliás, isso é um efeito colateral que ninguém percebe, muitas empresas podem estar trabalhando em medicamentos equivalentes sendo que nenhuma delas tem o interesse de compartilhar suas descobertas já que isso permitiria que outro player saísse na frente na comercialização dos medicamentos. Imagina quantos medicamentos já não poderiam existir e não existem justamente pq a lei da propriedade intelectual força os players do mercado a manter suas descobertas sob sigilo?
    Mas por que duas indústrias iriam se juntar e produzir conhecimento novo se, depois de desenvolvido um produto, outras centenas se apropriariam da descoberta? Ainda que o custo fosse distribuído entre um pool de 100 empresas, as outras 100 que só copiam teriam uma óbvia vantagem competitiva. Não acho que esse efeito colateral que você coloca (não colaboração entre players em pesquisas) interferiria em nada nesse cenário. Aliás, não acho sequer que seja assim, eu acho que a colaboraçãoem pesquisas não é tão rara quanto você tá falando.

    Eu citei o caso de medicamentos porque são necessários anos de pesquisas. Nego faz a descoberta de uma substância, aí vai começar a fazer as primeiras pesquisas sobre como produzir o medicamento a partir dela, depois tem fases pré-clinicas e clínicas, pra só então saber se o medicamento é seguro. Quem vai manter um setor desses por 10 anos se uma empresa pode ficar só esperando lançarem para em poucos meses conseguir produzir esse mesmo medicamento sem nenhum investimento?

    Eu não acho sua hipótese de que a legislação faz com que "que as empresas podem acertar uma única vez e depois não precisam se preocupar mais em inovar" se sustenta. Eu não conheço nenhum caso assim. Normalmente que investe em inovação tem setores monstruosos de desenvolvimento de novos produtos e não vão desmobilizar esses setores quando acertam. A Du Pont não sentou em cima da patente do nylon. Foi lá e fez o teflon, o kevlar e mais centenas de produtos que eu não conheço. E continua sendo top do mundo em inovação. No setor de tecnologia, sua tese me parece ainda mais inverossímil. A Apple não fez o IPhone e sentou em cima das tecnologias que ela desenvolveu. Continuou inovando pra se manter viva.

    Em suma, eu até entendo seu raciocínio, mas ele me parece descolado da realidade que eu observo.
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  6. #44036
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    Citação Postado originalmente por Cezar Teixeira Ver Post
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    A questão da propriedade intelectual vai muito além de pirataria de entretenimento. Isso é o menos importante, imo. Especialmente no caso da música, que existe há milhares de anos e somente de um século pra cá e que começou a ser gravada.

    O problema é maior quando se trata de inovação e patentes. Quem vai gastar mais de dez anos e milhões de reais desenvolvendo um medicamento, ou uma determinada tecnologia, pra lançar e ser copiada em poucas semanas?
    Acho que já discutimos esse assunto em outro tópico, na minha concepção o próprio conceito de propriedade intelectual e patentes moldou o mercado da forma como ele funciona e nos cegou das infinitas possibilidades de modelos de formação de mercado.

    Eu não falo isso apenas pra me beneficiar de um possível fim das patentes, como o Sopro deu a entender sobre a pirataria. Eu trabalho em um mercado que faz produtos pra construção civil que também se beneficia disso e mesmo sendo prejudicado por essa mudança, eu seria favorável. É perceptível a maneira de atuação, existe um investimento alto no desenvolvimento de um produto (as vezes até maior do que algo economicamente equilibrado) justamente pela possibilidade de sentar em cima dele por 15 ou 20 anos sem se preocupar com concorrência.

    Muita gente assim como você se pergunta se o desenvolvimento não seria barrado por uma situação dessas e eu particularmente acho que é o inverso, a proteção fornece uma segurança tão grande que as empresas podem acertar uma única vez e depois não precisam se preocupar mais em inovar, já que aquele acerto no alvo garante a sobrevivência dela por mais de uma década.

    O fim das patentes, primeiramente iria forçar um uso mais equilibrado dos recursos e iria forçar as empresas a desenvolver meios de produção mais eficientes tendo em vista que qualquer empresa poderá fabricar qualquer produto. Eu não sei exatamente como o mercado se organizaria em torno de inovações na área médica que parece ser sua preocupação, mas me parece aceitável acreditar que parte do desenvolvimento poderia acontecer de maneira colaborativa entre empresas, trocando descobertas pontuais e acelerando ainda mais o seu lançamento.

    Aliás, isso é um efeito colateral que ninguém percebe, muitas empresas podem estar trabalhando em medicamentos equivalentes sendo que nenhuma delas tem o interesse de compartilhar suas descobertas já que isso permitiria que outro player saísse na frente na comercialização dos medicamentos. Imagina quantos medicamentos já não poderiam existir e não existem justamente pq a lei da propriedade intelectual força os players do mercado a manter suas descobertas sob sigilo?
    Destaquei esses pontos pq IMO não fazem muito sentido.

    O trecho dizendo que a empresa poder sentar em cima de um produto por 15-20 anos sem se preocupar com mais nada, em primeiro lugar, falando da área médica por exemplo, leva em torno de 10 anos pra uma indústria farmacêutica desenvolver um determinado medicamento, e estima-se que de cerca de 10 mil compostos testados inicialmente em estudos pré-clínicos, só 1 vai chegar até nós como um medicamento. Obviamente, um volume enorme de dinheiro é gasto em todo esse processo, e esse período da patente serve, supostamente, pra que a indústria tenha tempo de tentar recuperar o dinheiro investido ao longo desse período de desenvolvimento do medicamento. Após esse período, a patente cai e qualquer laboratório pode sintetizar esse composto como um medicamento genérico. Logo, pra que essa indústria se mantenha rentável, é crucial que ela trabalhe de forma contínua pra botar novos medicamentos no mercado, caso contrário, a indústria vai falir depois que cair a patente desse medicamento que ela "acertou". Além disso, fazendo uma analogia simples, a tua análise (levando em consideração só o medicamento que eles "acertaram") é mais ou menos aquela que se faz no poker dizendo que "Fulano tem 5kk dólares em prizes" como se isso fosse = lucro.

    Analisando de maneira bastante simples e liberal a questão de como o mercado se comportaria com uma hipotética perda das patentes, o que provavelmente aconteceria seria algo oposto ao que tu colocou: ao invés de "trocar descobertas e acelerar o desenvolvimento" de medicamentos, o que poderia ocorrer é simplesmente os acionistas das empresas procurarem outros negócios mais rentáveis e mudarem de ramo. Ganha mais e se incomoda menos.
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  7. #44037
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    Esse assunto de pirataria é muito legal de discutir. Acho bem interessante como a pirataria e as adaptações à pirataria criaram melhoras para o consumidor e as vezes mais lucrativas para empresas que tiveram conteúdos pirateadas.

    Alguns exemplos:

    A indústria da música pós Napster foi obrigada a se adaptar até chegarmos ao iTunes e posteriormente ao Spotify. Quando eu era mais novo, comprava CDs em lojas, eles custavam algo entre R$20 e R$30, em dinheiro de hoje seria uns R$60-R$90 talvez, quando surgiu o Napster e seus amigos eu NUNCA mais comprei um CD, era tudo na base da pirataria. Hoje em dia eu ainda poderia recorrer a pirataria, mas eu faço questão de pagar um Spotify premium pra ouvir música.

    Será que a Microsoft teria praticamente monopolizado o mercado de Sistemas Operacionais pra computador sem a pirataria? Ou ainda, será que a própria indústria de PCs teria crescido tão rápido se o Windows não tivesse se espalhado da forma que se espalhou?

    A indústria de games também se adaptou criando jogos gratuitos com conteúdos pagos dentro do jogo. Ou invés de vender jogos, que podem ser pirateados, eles conquistam o público primeiro e depois vendem itens no próprio jogo.

    As primeiras temporadas de Game of Thrones eu assisti na base da pirataria, as 2 últimas, assinei HBO só pra assistir GOT.

    Não estou querendo justificar a pirataria, só coloquei isso pq acho interessante a discussão.
    Acho que as coisas não são tão simples assim não.
    A causa-consequência que você quis mostrar acredito eu que não é bem por aí.

    A apple foi infinitamente menos pirateada que a microsoft, isso a atrapalhou em alguma coisa?
    Ah, com certeza a coisa não é tão simples, tanto que eu coloquei como uma pergunta e não afirmação. Mas que a pirataria acelerou a disseminação do Windows, isso aconteceu de verdade.
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  8. #44038
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    Citação Postado originalmente por Cezar Teixeira Ver Post
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    A questão da propriedade intelectual vai muito além de pirataria de entretenimento. Isso é o menos importante, imo. Especialmente no caso da música, que existe há milhares de anos e somente de um século pra cá e que começou a ser gravada.

    O problema é maior quando se trata de inovação e patentes. Quem vai gastar mais de dez anos e milhões de reais desenvolvendo um medicamento, ou uma determinada tecnologia, pra lançar e ser copiada em poucas semanas?
    Acho que já discutimos esse assunto em outro tópico, na minha concepção o próprio conceito de propriedade intelectual e patentes moldou o mercado da forma como ele funciona e nos cegou das infinitas possibilidades de modelos de formação de mercado.

    Eu não falo isso apenas pra me beneficiar de um possível fim das patentes, como o Sopro deu a entender sobre a pirataria. Eu trabalho em um mercado que faz produtos pra construção civil que também se beneficia disso e mesmo sendo prejudicado por essa mudança, eu seria favorável. É perceptível a maneira de atuação, existe um investimento alto no desenvolvimento de um produto (as vezes até maior do que algo economicamente equilibrado) justamente pela possibilidade de sentar em cima dele por 15 ou 20 anos sem se preocupar com concorrência.

    Muita gente assim como você se pergunta se o desenvolvimento não seria barrado por uma situação dessas e eu particularmente acho que é o inverso, a proteção fornece uma segurança tão grande que as empresas podem acertar uma única vez e depois não precisam se preocupar mais em inovar, já que aquele acerto no alvo garante a sobrevivência dela por mais de uma década.

    O fim das patentes, primeiramente iria forçar um uso mais equilibrado dos recursos e iria forçar as empresas a desenvolver meios de produção mais eficientes tendo em vista que qualquer empresa poderá fabricar qualquer produto. Eu não sei exatamente como o mercado se organizaria em torno de inovações na área médica que parece ser sua preocupação, mas me parece aceitável acreditar que parte do desenvolvimento poderia acontecer de maneira colaborativa entre empresas, trocando descobertas pontuais e acelerando ainda mais o seu lançamento.

    Aliás, isso é um efeito colateral que ninguém percebe, muitas empresas podem estar trabalhando em medicamentos equivalentes sendo que nenhuma delas tem o interesse de compartilhar suas descobertas já que isso permitiria que outro player saísse na frente na comercialização dos medicamentos. Imagina quantos medicamentos já não poderiam existir e não existem justamente pq a lei da propriedade intelectual força os players do mercado a manter suas descobertas sob sigilo?
    Ae avisa geral que o Cezar ta virando canhoto hahaha!!!

    Zoeira a parte, esse cenário parece muito favorável, isso é suposição ou existe algo que já existe?
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  9. #44039
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    Citação Postado originalmente por Picinin Ver Post
    Mas por que duas indústrias iriam se juntar e produzir conhecimento novo se, depois de desenvolvido um produto, outras centenas se apropriariam da descoberta? Ainda que o custo fosse distribuído entre um pool de 100 empresas, as outras 100 que só copiam teriam uma óbvia vantagem competitiva. Não acho que esse efeito colateral que você coloca (não colaboração entre players em pesquisas) interferiria em nada nesse cenário. Aliás, não acho sequer que seja assim, eu acho que a colaboraçãoem pesquisas não é tão rara quanto você tá falando.
    Eu acho que aqui mora justamente o problema, tentar imaginar como o mercado funcionária e criar leis com base nessa imaginação. Todas essas leis foram criadas a partir de lobbies e não pudemos em nenhum momento da história testar para ver exatamente o que aconteceria. A minha sugestão foi apenas um palpite, pois entendo que as empresas que focarem em métodos de produção mais eficazes seriam privilegiadas pelas descobertas, assim como poderia ser totalmente diferente. Poderiam surgir diversos laboratórios de estudo financiados por empresas de produção (diluindo o desenvolvimento em várias empresas) sendo que as empresas de produção que financiassem poderiam receber o resultado na frente, enquanto isso o foco seria em inovação em produtividade. Como disse, o mercado iria definir e não a nossa imaginação.

    Citação Postado originalmente por Picinin Ver Post
    Eu não acho sua hipótese de que a legislação faz com que "que as empresas podem acertar uma única vez e depois não precisam se preocupar mais em inovar" se sustenta. Eu não conheço nenhum caso assim. Normalmente que investe em inovação tem setores monstruosos de desenvolvimento de novos produtos e não vão desmobilizar esses setores quando acertam. A Du Pont não sentou em cima da patente do nylon. Foi lá e fez o teflon, o kevlar e mais centenas de produtos que eu não conheço. E continua sendo top do mundo em inovação. No setor de tecnologia, sua tese me parece ainda mais inverossímil. A Apple não fez o IPhone e sentou em cima das tecnologias que ela desenvolveu. Continuou inovando pra se manter viva.

    Em suma, eu até entendo seu raciocínio, mas ele me parece descolado da realidade que eu observo.
    Você não visualiza isso no mercado justamente pq sua amostra como descrita é o topo da cadeia dessas empresas. Existe um mercado gigantesco de pequenas e médias empresas atuando dessa maneira, eu vejo isso o tempo todo. E mesmo as empresas grandes passam anos brigando na justiça gastando centenas de milhões em processos pra tentar provar que o que fizeram não foi uma cópia, ou outras empresas que copiam de pequenas empresas mesmo sabendo que serão processadas, mas sabem que aguentam o custo de um processo desses enquanto os pequenos serão engulidos no decorrer do processo. Todo esse custo, sem contar o custo estatal envolvido seria simplesmente apagado do dia para a noite.

    Novamente, eu não sei ao certo como o mercado se organizaria, mas acho péssimo que tenhamos estabelecido todas essas leis por conta de lobby sem nunca termos tentando uma alternativa mais livre.
    JoseIrineu likes this.
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  10. #44040
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    Citação Postado originalmente por brunoarbo Ver Post
    Citação Postado originalmente por Cezar Teixeira Ver Post
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    A questão da propriedade intelectual vai muito além de pirataria de entretenimento. Isso é o menos importante, imo. Especialmente no caso da música, que existe há milhares de anos e somente de um século pra cá e que começou a ser gravada.

    O problema é maior quando se trata de inovação e patentes. Quem vai gastar mais de dez anos e milhões de reais desenvolvendo um medicamento, ou uma determinada tecnologia, pra lançar e ser copiada em poucas semanas?
    Acho que já discutimos esse assunto em outro tópico, na minha concepção o próprio conceito de propriedade intelectual e patentes moldou o mercado da forma como ele funciona e nos cegou das infinitas possibilidades de modelos de formação de mercado.

    Eu não falo isso apenas pra me beneficiar de um possível fim das patentes, como o Sopro deu a entender sobre a pirataria. Eu trabalho em um mercado que faz produtos pra construção civil que também se beneficia disso e mesmo sendo prejudicado por essa mudança, eu seria favorável. É perceptível a maneira de atuação, existe um investimento alto no desenvolvimento de um produto (as vezes até maior do que algo economicamente equilibrado) justamente pela possibilidade de sentar em cima dele por 15 ou 20 anos sem se preocupar com concorrência.

    Muita gente assim como você se pergunta se o desenvolvimento não seria barrado por uma situação dessas e eu particularmente acho que é o inverso, a proteção fornece uma segurança tão grande que as empresas podem acertar uma única vez e depois não precisam se preocupar mais em inovar, já que aquele acerto no alvo garante a sobrevivência dela por mais de uma década.

    O fim das patentes, primeiramente iria forçar um uso mais equilibrado dos recursos e iria forçar as empresas a desenvolver meios de produção mais eficientes tendo em vista que qualquer empresa poderá fabricar qualquer produto. Eu não sei exatamente como o mercado se organizaria em torno de inovações na área médica que parece ser sua preocupação, mas me parece aceitável acreditar que parte do desenvolvimento poderia acontecer de maneira colaborativa entre empresas, trocando descobertas pontuais e acelerando ainda mais o seu lançamento.

    Aliás, isso é um efeito colateral que ninguém percebe, muitas empresas podem estar trabalhando em medicamentos equivalentes sendo que nenhuma delas tem o interesse de compartilhar suas descobertas já que isso permitiria que outro player saísse na frente na comercialização dos medicamentos. Imagina quantos medicamentos já não poderiam existir e não existem justamente pq a lei da propriedade intelectual força os players do mercado a manter suas descobertas sob sigilo?
    Destaquei esses pontos pq IMO não fazem muito sentido.

    O trecho dizendo que a empresa poder sentar em cima de um produto por 15-20 anos sem se preocupar com mais nada, em primeiro lugar, falando da área médica por exemplo, leva em torno de 10 anos pra uma indústria farmacêutica desenvolver um determinado medicamento, e estima-se que de cerca de 10 mil compostos testados inicialmente em estudos pré-clínicos, só 1 vai chegar até nós como um medicamento. Obviamente, um volume enorme de dinheiro é gasto em todo esse processo, e esse período da patente serve, supostamente, pra que a indústria tenha tempo de tentar recuperar o dinheiro investido ao longo desse período de desenvolvimento do medicamento. Após esse período, a patente cai e qualquer laboratório pode sintetizar esse composto como um medicamento genérico. Logo, pra que essa indústria se mantenha rentável, é crucial que ela trabalhe de forma contínua pra botar novos medicamentos no mercado, caso contrário, a indústria vai falir depois que cair a patente desse medicamento que ela "acertou". Além disso, fazendo uma analogia simples, a tua análise (levando em consideração só o medicamento que eles "acertaram") é mais ou menos aquela que se faz no poker dizendo que "Fulano tem 5kk dólares em prizes" como se isso fosse = lucro.

    Analisando de maneira bastante simples e liberal a questão de como o mercado se comportaria com uma hipotética perda das patentes, o que provavelmente aconteceria seria algo oposto ao que tu colocou: ao invés de "trocar descobertas e acelerar o desenvolvimento" de medicamentos, o que poderia ocorrer é simplesmente os acionistas das empresas procurarem outros negócios mais rentáveis e mudarem de ramo. Ganha mais e se incomoda menos.
    Não sei se não deixei claro, mas não estava falando exclusivamente da industria farmacêutica no primeiro parágrafo que você marcou, até citei meu ramo de exemplo no parágrafo anterior.

    Quanto ao seu último parágrafo o que mais me incomoda é o que já respondi para o Picinin, o Lobby foi tão forte que não nos permite nem trabalhar com essa hipótese, no fim, leis foram criadas com o objetivo de proteger essas empresas que atuam da maneira que quiserem, visto que desperdícios e ineficiência no processo podem ser compensados pela proteção estatal no momento da venda dos produtos.
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