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ekalil
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Mas a situação do Temer não é tão confortável. O dinheiro pra emendas tá acabando e tem mais denúncias por vir. Além disso, a maioria dele no Congresso vem decaindo; o PSB já tá pulando fora, o apoio do PSDB é mais
frágil, e o próprio Maia já deu sinal de que pode pular fora se a situação piorar. Qualquer derrota em votação irá minar a confiança do mercado na capacidade do Temer de governar. Fora as possíveis delações novas, especialmente do Funaro.
Mas ao mesmo tempo as eleições se aproximam rapidamente né? Não vai rolar impeachment em ano de eleição imo.
A proximidade do fim do mandato favorece o Temer, e é isso que ele está tentando fazer: ganhar tempo. Mas por outro lado, o Maia já se colocou como opção para dar continuidade ao programa de reformas. Se o mercado e os próprios políticos perceberem que o Temer não tem mais força pra aprovar as reformas, e que o Maia é uma opção viável, a coisa pode mudar de figura muito rapidamente. Eu acredito, por exemplo, que PSDB e DEM podem, mudar de lado de um dia pro outro. E o baixo clero, que constitui grande parte da base do Temer, também é muito volúvel.
Outra aspecto que não vi ninguém comentar é que, aceita uma eventual segunda denúncia, o Temer é afastado por 180 dias. Mas, caso o processo não seja julgado nesse intervalo, ele retoma o cargo. Só que o julgamento de denúncia por crime comum é jurídico, no STF, e eu não sei se o STF conseguiria julgar o processo nesse prazo. Óbvio que seria péssimo pro país afastar o Temer por 6 meses para que depois ele voltasse e governasse pelo resto do mandado. Não sei como essa questão está sendo avaliada nos bastidores.
Eu acho que as coisas não irão "mudar de figura muito rapidamente". A base do Temer está muito boa, 260 deputados é uma boa margem de apoio, com isso ele pode alterar a lei que quiser (principalmente a eleitoral e tributária, que é o que o seu grupo já declarou querer mudar e que, diante da lógica apresentada, certamente o CN aprova) e alguns analistas aí, pelo que eu li, já reconhecem que, em ano eleitoral, a reforma previdenciária não será realizada - os parlamentares do centrão não irão se expor a esse risco. Como, ao que tudo indica, uma eleição indireta não ocorrerá neste ano, o Temer é a única chance que o empresariado tem de fazer as reformas impopulares que deseja.
O PSDB está se tornando irrelevante para o governo Temer, e o centrão já cobra ministérios pela lealdade demonstrada. Como o Alckmin, fiador da rebelião tucana, já afirmou que a fidelidade do partido deveria se restringir apenas às reformas econômicas apresentadas pelo Planalto, mesmo desembarcando do governo, não é exagero reconhecer que Temer ainda poderá contar com o apoio do PSDB, pelo menos nos pontos que importam. Assim, mesmo que sofra algumas rachaduras na base, na minha opinião o apoio do centrão vai assegurar as votações ordinárias que o grupo de Temer indicar. A única dificuldade real será com as reformas constitucionais, 308 votos que o presidente ainda não tem, e que será enfrentada agora com a questão previdenciária que já se aproxima.