A proximidade do fim do mandato favorece o Temer, e é isso que ele está tentando fazer: ganhar tempo. Mas por outro lado, o Maia já se colocou como opção para dar continuidade ao programa de reformas. Se o mercado e os próprios políticos perceberem que o Temer não tem mais força pra aprovar as reformas, e que o Maia é uma opção viável, a coisa pode mudar de figura muito rapidamente. Eu acredito, por exemplo, que PSDB e DEM podem, mudar de lado de um dia pro outro. E o baixo clero, que constitui grande parte da base do Temer, também é muito volúvel.
Outra aspecto que não vi ninguém comentar é que, aceita uma eventual segunda denúncia, o Temer é afastado por 180 dias. Mas, caso o processo não seja julgado nesse intervalo, ele retoma o cargo. Só que o julgamento de denúncia por crime comum é jurídico, no STF, e eu não sei se o STF conseguiria julgar o processo nesse prazo. Óbvio que seria péssimo pro país afastar o Temer por 6 meses para que depois ele voltasse e governasse pelo resto do mandado. Não sei como essa questão está sendo avaliada nos bastidores.