[Política] - O andamento e as decisões de nossos governantes

[andredepaula]

Se o Lula for presidente de novo aí pode colocar aquele meme do "nothing to do here" e vazar daqui que o país perdeu a vergonha que já não tinha

[Mandracon]

"(...)Há anos denuncio que o Direito está cercado de predadores. Os predadores externos tradicionais são a política, a economia e a moral (esta é o mais perigoso, porque também atua como predador interno). (...)

Há uma fábula que bem mostra como se comporta parte considerável da comunidade jurídica. O cordeiro tomava água no riacho e aparece o lobo para tomar água na parte mais elevada[1]. E diz: “Cordeiro, você está sujando a minha água”. Este responde: “Isso é logicamente impossível. Estou à jusante, e você, à vazante”. Então o lobo diz: “Então foi seu pai”. E o cordeiro, triste, responde: “Sou órfão. Meu pai e minha mãe foram comidos por lobos”. “Então foi seu irmão”, diz o lobo. “Igualmente impossível”, diz o cordeiro. “Todos os meus irmãos foram devorados por uma alcateia de colegas seus.” Então o lobo diz: “Não importa nada disso. Faço raciocínios teleológicos. Primeiro, decidi que comeria você. Depois busquei um fundamento qualquer. Mesmo sem o fundamento válido, tenho o poder de decidir”. E arrematou: “Cordeirinho gostosinho: para você que não estudou Kelsen, isso se chama vontade de poder, quer dizer, devorarei você por um ato de vontade”. E, bingo, devorou-o.

Qual é a diferença do “raciocínio” do lobo com o que faz hoje a maioria das pessoas que lidam com o Direito? Comportam-se como o lobo. Respondem segundo seu apetite (ou melhor, suas opiniões morais, políticas, ideológicas), fazendo soçobrar a Constituição. Há um vaivém de opiniões. Quem apoiou o grampo em Dilma agora se queixa da prova no caso Temer. Esqueceram que “pau que bate em Chico bate em Francisco”. Pau é... Pau! Por outro lado, quem criticou os vazamentos e a intercepção ilícita da conversa Lula-Dilma agora diz que não há ilegalidade-inconstitucionalidade no flagrante preparado no caso Temer (Cesar Bitencourt demonstra, em texto na ConJur, que houve flagrante preparado); veja-se o quase silêncio acerca da flagrante ilegalidade no caso da divulgação da conversa entre Aécio e o ministro Gilmar (ou entre Aécio e seu advogado Toron); e, embora a indignação de juristas (advogados e professores) e ministros do STF (Gilmar Mendes, ã Lúcia e Celso de Mello — foram os que li; a coluna foi fechada no início da tarde desta quarta-feira, dia 24), penso que deveria ter mais gente protestando contra a vergonhosa violação do sigilo da fonte e do artigo 9º da Lei 9.296, em que foi vítima o jornalista Reinaldo Azevedo (imagine-se o tamanho do dano moral — e quem vai pagar?). E assim por diante. "

Infelizmente, o direito virou isso mesmo.

Coluna do Streck de hoje: ConJur - Estado policial: é que de há muito começou a chover na serra!

Mas o Direito sempre foi isso, a ferramenta para justificar e sustentar as estruturas de poder. Não "virou isso mesmo" agora... Só ficou mais evidente.

[Fonteles]

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"(...)Há anos denuncio que o Direito está cercado de predadores. Os predadores externos tradicionais são a política, a economia e a moral (esta é o mais perigoso, porque também atua como predador interno). (...)

Há uma fábula que bem mostra como se comporta parte considerável da comunidade jurídica. O cordeiro tomava água no riacho e aparece o lobo para tomar água na parte mais elevada[1]. E diz: “Cordeiro, você está sujando a minha água”. Este responde: “Isso é logicamente impossível. Estou à jusante, e você, à vazante”. Então o lobo diz: “Então foi seu pai”. E o cordeiro, triste, responde: “Sou órfão. Meu pai e minha mãe foram comidos por lobos”. “Então foi seu irmão”, diz o lobo. “Igualmente impossível”, diz o cordeiro. “Todos os meus irmãos foram devorados por uma alcateia de colegas seus.” Então o lobo diz: “Não importa nada disso. Faço raciocínios teleológicos. Primeiro, decidi que comeria você. Depois busquei um fundamento qualquer. Mesmo sem o fundamento válido, tenho o poder de decidir”. E arrematou: “Cordeirinho gostosinho: para você que não estudou Kelsen, isso se chama vontade de poder, quer dizer, devorarei você por um ato de vontade”. E, bingo, devorou-o.

Qual é a diferença do “raciocínio” do lobo com o que faz hoje a maioria das pessoas que lidam com o Direito? Comportam-se como o lobo. Respondem segundo seu apetite (ou melhor, suas opiniões morais, políticas, ideológicas), fazendo soçobrar a Constituição. Há um vaivém de opiniões. Quem apoiou o grampo em Dilma agora se queixa da prova no caso Temer. Esqueceram que “pau que bate em Chico bate em Francisco”. Pau é... Pau! Por outro lado, quem criticou os vazamentos e a intercepção ilícita da conversa Lula-Dilma agora diz que não há ilegalidade-inconstitucionalidade no flagrante preparado no caso Temer (Cesar Bitencourt demonstra, em texto na ConJur, que houve flagrante preparado); veja-se o quase silêncio acerca da flagrante ilegalidade no caso da divulgação da conversa entre Aécio e o ministro Gilmar (ou entre Aécio e seu advogado Toron); e, embora a indignação de juristas (advogados e professores) e ministros do STF (Gilmar Mendes, ã Lúcia e Celso de Mello — foram os que li; a coluna foi fechada no início da tarde desta quarta-feira, dia 24), penso que deveria ter mais gente protestando contra a vergonhosa violação do sigilo da fonte e do artigo 9º da Lei 9.296, em que foi vítima o jornalista Reinaldo Azevedo (imagine-se o tamanho do dano moral — e quem vai pagar?). E assim por diante. "

Infelizmente, o direito virou isso mesmo.

Coluna do Streck de hoje: ConJur - Estado policial: é que de há muito começou a chover na serra!

Mas o Direito sempre foi isso, a ferramenta para justificar e sustentar as estruturas de poder. Não "virou isso mesmo" agora... Só ficou mais evidente.

"

Não é bem assim.

Desde Konrad Hesse, na década de 30 e 40, compreende-se que a Constituição é produto das forças políticas, econômicas e socias, mas também tem força normativa o suficiente para moldar a realidade de acordo com suas disposições. Naquela ocasião, ele tinha rebatido os argumentos sociologizantes de Ferdinand Lassale, praticamente idêntico ao seu. Assim, atualmente, nem mesmo os críticos do direito concordam com esse seu argumento. E se você ler a crítica do Lenio Streck você verá que ele também não concorda com essa sua opinião.

[Mandracon]

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"(...)Há anos denuncio que o Direito está cercado de predadores. Os predadores externos tradicionais são a política, a economia e a moral (esta é o mais perigoso, porque também atua como predador interno). (...)

Há uma fábula que bem mostra como se comporta parte considerável da comunidade jurídica. O cordeiro tomava água no riacho e aparece o lobo para tomar água na parte mais elevada[1]. E diz: “Cordeiro, você está sujando a minha água”. Este responde: “Isso é logicamente impossível. Estou à jusante, e você, à vazante”. Então o lobo diz: “Então foi seu pai”. E o cordeiro, triste, responde: “Sou órfão. Meu pai e minha mãe foram comidos por lobos”. “Então foi seu irmão”, diz o lobo. “Igualmente impossível”, diz o cordeiro. “Todos os meus irmãos foram devorados por uma alcateia de colegas seus.” Então o lobo diz: “Não importa nada disso. Faço raciocínios teleológicos. Primeiro, decidi que comeria você. Depois busquei um fundamento qualquer. Mesmo sem o fundamento válido, tenho o poder de decidir”. E arrematou: “Cordeirinho gostosinho: para você que não estudou Kelsen, isso se chama vontade de poder, quer dizer, devorarei você por um ato de vontade”. E, bingo, devorou-o.

Qual é a diferença do “raciocínio” do lobo com o que faz hoje a maioria das pessoas que lidam com o Direito? Comportam-se como o lobo. Respondem segundo seu apetite (ou melhor, suas opiniões morais, políticas, ideológicas), fazendo soçobrar a Constituição. Há um vaivém de opiniões. Quem apoiou o grampo em Dilma agora se queixa da prova no caso Temer. Esqueceram que “pau que bate em Chico bate em Francisco”. Pau é... Pau! Por outro lado, quem criticou os vazamentos e a intercepção ilícita da conversa Lula-Dilma agora diz que não há ilegalidade-inconstitucionalidade no flagrante preparado no caso Temer (Cesar Bitencourt demonstra, em texto na ConJur, que houve flagrante preparado); veja-se o quase silêncio acerca da flagrante ilegalidade no caso da divulgação da conversa entre Aécio e o ministro Gilmar (ou entre Aécio e seu advogado Toron); e, embora a indignação de juristas (advogados e professores) e ministros do STF (Gilmar Mendes, ã Lúcia e Celso de Mello — foram os que li; a coluna foi fechada no início da tarde desta quarta-feira, dia 24), penso que deveria ter mais gente protestando contra a vergonhosa violação do sigilo da fonte e do artigo 9º da Lei 9.296, em que foi vítima o jornalista Reinaldo Azevedo (imagine-se o tamanho do dano moral — e quem vai pagar?). E assim por diante. "

Infelizmente, o direito virou isso mesmo.

Coluna do Streck de hoje: ConJur - Estado policial: é que de há muito começou a chover na serra!

Mas o Direito sempre foi isso, a ferramenta para justificar e sustentar as estruturas de poder. Não "virou isso mesmo" agora... Só ficou mais evidente.

"

Não é bem assim.

Desde Konrad Hesse, na década de 30 e 40, compreende-se que a Constituição é produto das forças políticas, econômicas e socias, mas também tem força normativa o suficiente para moldar a realidade de acordo com suas disposições. Naquela ocasião, ele tinha rebatido os argumentos sociologizantes de Ferdinand Lassale, praticamente idêntico ao seu. Assim, atualmente, nem mesmo os críticos do direito concordam com esse seu argumento. E se você ler a crítica do Lenio Streck você verá que ele também não concorda com essa sua opinião.

Mas é óbvio que os "cientistas" do Direito jamais assumirão isso. A missão deles é justamente manter as aparências para perpetuar o ganha-pão.

[Fonteles]

Você não tem direito a um 13º salário, a férias, a saúde pública gratuita, a educação pública gratuita, previdência pública etc? Nós temos diversos direitos fundamentais sociais que não são interessantes, em tese, para as forças econômico-financeiras que "controlam" o poder. Mesmo assim, isso acontece porque nós temos uma constituição normativa, que limita sobremaneira os poderes.

Eu poderia citar outros inúmeros exemplos de limitação ao poder. Mas, eu te entendo, assim como os da NASA, esses cientistas só querem saber de nos esconder a verdade. Temos que nos insurgir contra isso.

[Mandracon]

Você não tem direito a um 13º salário, a férias, a saúde pública gratuita, a educação pública gratuita, previdência pública etc? Nós temos diversos direitos fundamentais sociais que não são interessantes, em tese, para as forças econômico-financeiras que "controlam" o poder. Mesmo assim, isso acontece porque nós temos uma constituição normativa, que limita sobremaneira os poderes.

Eu poderia citar outros inúmeros exemplos de limitação ao poder. Mas, eu te entendo, assim como os da NASA, esses cientistas só querem saber de nos esconder a verdade. Temos que nos insurgir contra isso.

Não precisamos nos insurgir. Podemos aprender o joguinho.

[PebaVermelho]

O Brasil cresceu, em média, no governo FHC 2,32% ao ano, contra 3,43% da média mundial. Na era Lula foi 3,52% do Brasil contra 3,78% da média mundial.

Uma performance um pouco melhor, ainda abaixo da média mundial e, se colocarmos na conta a estabilidade de ambas as épocas é praticamente um empate.

Como foram Estados Unidos, México ou Canadá em comparação com a média mundial?

Média mundial não quer dizer nada, né? Até porque o grande mérito do Lula não esteve no crescimento econômico, assim como o mérito do FHC também não esteve.

[ekalil]

O Brasil cresceu, em média, no governo FHC 2,32% ao ano, contra 3,43% da média mundial. Na era Lula foi 3,52% do Brasil contra 3,78% da média mundial.

Uma performance um pouco melhor, ainda abaixo da média mundial e, se colocarmos na conta a estabilidade de ambas as épocas é praticamente um empate.

Como foram Estados Unidos, México ou Canadá em comparação com a média mundial?

Média mundial não quer dizer nada, né? Até porque o grande mérito do Lula não esteve no crescimento econômico, assim como o mérito do FHC também não esteve.

Concordo, mas usam mto isso pra comparar.

[Sam Farha - Spinoza]

Mas o Direito sempre foi isso, a ferramenta para justificar e sustentar as estruturas de poder. Não "virou isso mesmo" agora... Só ficou mais evidente.

Foucault feelings ...
Voce falou em Assembleia Constituinte?!
Cuidado!

[Fonteles]

E os paulistanos aqui do fórum não irão comentar a "política pública" ineficaz e higienista do Dória na cracolândia?