[Política] - O andamento e as decisões de nossos governantes

[Kleber]

Eu acho complicado ter lei nesse sentido do ESP. É praticamente inexecutável, pois teria que ter alguém pra ditar oq é ser justo ou meio termo.

Mas acho que um bom professor deveria naturalmente mostrar todos os pontos de vista e o pq um critica o outro.

Na faculdade de Direito eu via muito isso. Professor de esquerda comentando como é na lei, na jurisprudência, na doutrina e depois dando a opinião dele. Não vejo qualquer problema nisso. Mas isso deve ser um direcionamento do corpo docente e da diretoria e não uma lei que cria um conceito doido de neutralidade.

[Tche_88]

É difícil acreditar que a neutralidade será administrada por um Estado que não consegue manter a laicidade estabelecida em sua própria constituição . Esse projeto não garante uma educação mais neutra, mas a torna mais cara, burocratizada e ideológica.

Além disso, será interessante ver quem serão os salvadores da nossa educação e quão imparciais serão seus julgamentos durante seus trabalhos nessa “patrulha da neutralidade”. Enfim, isso me fez lembrar da frase “who watches the watchmen?”

Vamos retirar a laicidade da lei.

Quem vigia são os pais, alunos, sociedade.

[Andre Castro]

[...]
Pelo artigo que você colocou, ele vai ter que colocar as duas da forma que ele acha justo. Preciso nem falar que isso é prato cheio pra centenas de interpretações diferentes sobre o que significa.

E concordo com você sobre os cursos de economia. Mas se for pela relevância que tem no meio acadêmico, a escola austríaca ia ter uma nota de rodapé.. Mas pelo menos o sujeito ia estudar neoricardismo, e ia sair da faculdade sabendo a transformação de Sraffa.

Caralho, eu me formei em economia e não sei nem o que é essa porra. To lembrando que uns dias atrás sai com galera que formou comigo e tá fazendo mestrado, enquanto eu to totalmente por fora. Os caras comentando quem são os economistas mais pica do Brasil que eles estudam e eu não sabia nem quem era o cara, fiquei bem triste. Foda que não é que eu já tinha ouvido falar mas nunca li, falaram uns nomes que eu sequer ouvi falar antes.

[ekalil]

[...]
Pelo artigo que você colocou, ele vai ter que colocar as duas da forma que ele acha justo. Preciso nem falar que isso é prato cheio pra centenas de interpretações diferentes sobre o que significa.

E concordo com você sobre os cursos de economia. Mas se for pela relevância que tem no meio acadêmico, a escola austríaca ia ter uma nota de rodapé.. Mas pelo menos o sujeito ia estudar neoricardismo, e ia sair da faculdade sabendo a transformação de Sraffa.

Caralho, eu me formei em economia e não sei nem o que é essa porra. To lembrando que uns dias atrás sai com galera que formou comigo e tá fazendo mestrado, enquanto eu to totalmente por fora. Os caras comentando quem são os economistas mais pica do Brasil que eles estudam e eu não sabia nem quem era o cara, fiquei bem triste. Foda que não é que eu já tinha ouvido falar mas nunca li, falaram uns nomes que eu sequer ouvi falar antes.

Relaxa. Eu me sinto assim tb.

[Kleber]

@Tche_88

Para mostrar como é inexequível a lei. Como o professor chamaria o Golpe de 64? Golpe ou revolução? Ou simplesmente: "Mudança de governo de 1964"?

[Alvinho]

É só mostrar os dois lados e deixar o aluno escolher ueh.

Golpe de 64 x Proteção contra o comunismo de 64

[PebaVermelho]

hahahaha esse post do Tche foi das coisas mais engraçadas que já li na internet. Só quotando aqui pra quem não viu:

explica aí então como, por exemplo, um professor de historia sem ideologia ou na tentativa de imparcialidade iria ensinar o que foi o nazismo ou a escravidão

Sobre a escravidão poderia passar Aristóteles, sobre o nazismo eu não lembro de nenhum autor, mas é só escolher um autor.

Coloca os dois lados e o aluno decide se o nazismo ou a escravidão são coisas boas.

[Mandracon]

hahahaha esse post do Tche foi das coisas mais engraçadas que já li na internet. Só quotando aqui pra quem não viu:

explica aí então como, por exemplo, um professor de historia sem ideologia ou na tentativa de imparcialidade iria ensinar o que foi o nazismo ou a escravidão

Sobre a escravidão poderia passar Aristóteles, sobre o nazismo eu não lembro de nenhum autor, mas é só escolher um autor.

Coloca os dois lados e o aluno decide se o nazismo ou a escravidão são coisas boas.

Kkkkk
@Tche_88, sobre o nazismo pode passar Mein Kampf.

[Call and Response]

É exatamente o que @Kleber falou. Um bom professor é aquele que apresenta as ideias sob perspectivas diferentes e, em muitas oportunidades, defende ideias contrárias às suas com o objetivo de provocar os estudantes e estimular um debate mais complexo. E para fazer isso pouco importa se é de direita ou esquerda.

Um dos professores de Sociologia da Educação na FAE-UFMG dizia que o governo não deveria investir na alfabetização de adultos porque “cavalo velho não aprende”. Entretanto, o fato de não concordar com ele não me fez bradar por uma neutralidade na sala de aula, e, na verdade, apenas me estimulou a pesquisar mais para elevar a discussão. Talvez, com uma lei como a ESP, ele nunca falaria essas coisas e todos teríamos apenas um repetidor de conteúdo.

Muito se fala que a arte deve causar estranhamento, instigar o público. De certa forma, o mesmo vale para a educação. Dessa forma, o papel do professor não é ganhar a discussão, mas garantir que ela aconteça e que sempre comece empatada. E se terminar sem vencedores, melhor ainda.

Os defensores da ESP se esquecem que ela será uma ferramenta institucionalizada pelo Estado, seja qual for a sua ideologia política. É o caminho para a norte-corealização do ensino brasileiro.

Há escolas sem papel para fazer as provas, cadeiras quebradas, vazamentos no teto, tráfico de drogas, resultados pífios por anos seguidos em avaliações nacionais... mas o importante mesmo é garantir a neutralidade do professor.

[DiegoSestito]

[...]
Pelo artigo que você colocou, ele vai ter que colocar as duas da forma que ele acha justo. Preciso nem falar que isso é prato cheio pra centenas de interpretações diferentes sobre o que significa.

E concordo com você sobre os cursos de economia. Mas se for pela relevância que tem no meio acadêmico, a escola austríaca ia ter uma nota de rodapé.. Mas pelo menos o sujeito ia estudar neoricardismo, e ia sair da faculdade sabendo a transformação de Sraffa.

Caralho, eu me formei em economia e não sei nem o que é essa porra. To lembrando que uns dias atrás sai com galera que formou comigo e tá fazendo mestrado, enquanto eu to totalmente por fora. Os caras comentando quem são os economistas mais pica do Brasil que eles estudam e eu não sabia nem quem era o cara, fiquei bem triste. Foda que não é que eu já tinha ouvido falar mas nunca li, falaram uns nomes que eu sequer ouvi falar antes.

Relaxa. Eu me sinto assim tb.

Ponto provado .

Mas na real, o que eu acho importante no curso de economia não é nem a neutralidade e a apresentação de autores importantes específicos.. É um cursinho de Epistemologia 1.0.1 mesmo, mas isso falta em praticamente todo curso.