Postado originalmente por
Picinin
Sobre definir racismo, eu acho fundamental fazer uma distinção entre duas coisas bem diferentes que são tratadas como uma só.
Uma coisa é a discriminação, a segregação. Ou seja, determinada raça, etnia, religião ou whatever ter uma tratamento legal diferente, ter que ocupar espaços próprios segregados e por aí vai.
Outra coisa é o preconceito. A forma como nós pensamos é preconceituosa, porque isso é uma vantagem evolutiva óbvia. Nós agrupamos elementos diferentes em grupos em razão de características semelhantes porque isso facilita absurdamente o processamento de informação.
Quanto à segregação, o Brasil é relativamente tranquilo. Comparado ao que acontece em países árabes, na própria África ou em muitos países asiáticos, aqui é um paraíso. Mesmo comparado aos EUA, a coisa aqui é bem mais tranquila.
Quanto ao preconceito, ele é inevitável. Só tem duas opções para as pessoas deixarem de associar negro a pobreza, marginalidade, falta de instrução. Uma é ficar com essa idiotice politicamente correta em que as pessoas vão só botar um sinal invertido na frente da associação para mascarar a realidade. E a outra é mudar os fatos pára que a associação deixe de ser verdadeira.
Só que, pra que essas associações deixem de ser verdadeiras, são necessários muitos fatores. Diminuir a desigualdade de renda, de oportunidades de trabalho e estudo, mas também parar de segregar. Porque enquanto cor da pele ou o tipo de cabelo ainda for motivo para separar oficialmente os cidadãos, vai ser difícil esses mesmos cidadão pararem de enxergar a sociedade em grupos segregados.