Entrevistamos a “MenininhaMah” do Poker

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Marcella Camargo conta sua trajetória no poker e sua experiência no FLOW Poker Team

Marcella

Domingo passado, Marcella “MenininhaMah” Camargo, jogadora do FLOW POKER TEAM, conquistou o terceiro lugar no $22 Mini Sunday Million do PokerStars, garantindo mais de 12 mil dólares. Há pouco mais de dez meses no time, acumula cerca de 29 mil dólares de lucro, conquistou um ROI de 45,5%, e, além do Mini Sunday Million, já fez FT de torneios como Hot $16.50, Hot $22 e cravou o Bounty Builder $22. Marcella é a única mulher entre os 39 jogadores do PRO TEAM e vem construindo uma carreira sólida e regular desde que entrou no time. Nessa entrevista, ela fala sobre o Mini Sunday Million, sobre começar a construir uma carreira no poker, os desafios e percursos para ser regular e sobre como é ser uma jogadora em um meio ocupado em grande parte por homens.

1 – O que se passava na sua cabeça durante a FT do Mini Sunday Million e no momento em que ficou em 3°?

Eu andava um pouco frustrada com meus resultados. Depois de vários domingo ruins, esse não estava muito diferente, alguns erros, algumas traves. Essa era uma das últimas telas em que registrei para tentar salvar a sessão. Estava bastante concentrada na mesa final, com confiança de que jogava o meu melhor e tinha grandes chances de vencer. Fiquei feliz pelo resultado, mesmo caindo numa mão favorita, faz parte do jogo, segue o baile. Acredito que esse terceiro lugar veio para confirmar minha evolução e mostrar que estou no caminho certo, com dedicação, estudo e persistência.

2 – O que você considera mais importante para evoluir no poker?
Estudo, paciência, foco, dedicação e saber aprender errando. À medida que vem a evolução, a dificuldade e os desafios só aumentam. Essa transição é bem animadora e desafiante. Outro fator importante é não dar muita atenção ao que não podemos mudar no jogo, focando sempre em errar o mínimo possível.

3 – Como você acha que o FLOW contribuiu para sua evolução?
O time contribui muito, tanto na parte técnica quanto mental. No FLOW, aprendi a ter mais paciência, concentração, a me dedicar mais e tentar errar o mínimo possível. A estrutura e o material oferecidos são fantásticos. Reviews, hangouts e a proximidade com outros players, tudo isso é ótimo. Além disso, namoro um jogador e instrutor que conheci no time, “VelascoNoBad”, e a troca que temos é muito bacana, discutimos mãos, estudamos, grindamos juntos, tudo isso faz com que a gente aprenda muito um com o outro.

4 – O que você mais gosta em ser profissional de poker? E quais são as dificuldades que encontra?
O que eu gosto é o fato de poder fazer o que me agrada. Além disso, o poker é algo que me desafia a ser melhor todos os dias e permite grande flexibilidade, porque dependo apenas de internet e um computador e posso escolher meu horário de trabalho e folgas. As dificuldades são conseguir estar sempre focada, me policiar para não querer ganhar todas as mãos, não deixar que coisas externas ao poker influenciem na hora do jogo e encarar o preconceito de muitos à minha volta, inclusive da família, que os impede de entender que esse é o meu trabalho, não estou brincando quando jogo. Muitos não compreendem que não vou “arrumar um trabalho”, pois já tenho um.

5 –  Como foi sua trajetória entre conhecer o poker e começar a jogar profissionalmente?
Conheci o poker na faculdade e, desde que aprendi, me apaixonei e nunca mais parei. Quando comecei a jogar online, meu pai ainda restringia o uso da internet, mandava desligar o computador à meia-noite, independente do que eu estivesse fazendo. Muitas vezes acabei tendo que abandonar torneios pela metade. Até que, uma tarde, cheguei do estágio, abri uma tela e consegui meu primeiro resultado significativo. Gastei $2,20 num torneio $1,10 +R, com field de quase 15 mil pessoas e levei 10 mil dólares pela 2° colocação. Meu pai não acreditou até ver uma parte do dinheiro na minha mão, que pude usar para ajudá-lo na época.

Percebi, naquele momento, que uma das coisas que me dava mais prazer também poderia pagar minhas contas. Mas estava em um estágio, cursava faculdade e não conseguia me dedicar ao poker como queria. Depois de formada ainda tinha o sonho de ser jogadora de poker, mas não imaginava como poderia falar para a minha família que o tão sonhado concurso que eles esperavam, seguido de estabilidade financeira, não era o que eu queria.

Consegui um emprego, mas não estava nada satisfeita. Passei por algumas outras crises, problemas gástricos e, depois de passar por 3 médicos com a mesma opinião, admiti que eu estava em depressão. Foram alguns meses dormindo de 15 a 18 horas por dia, chorando as outras e tomando remédios que me deixavam praticamente lesada. Os médicos recomendaram que eu deveria fazer o que me dava prazer para sair dessa. Resolvi, então, voltar a jogar e comecei a olhar inscrições para, quem sabe, entrar em um time e me tornar uma profissional. Desde que passei na seleção no FLOW, nunca mais vi um antidepressivo na minha frente.

 

6 – Como é sua preparação antes de começar uma sessão e sua rotina, em geral?
Acredito que cuidar do equilíbrio do corpo é muito importante para manter a cabeça funcionando no seu melhor, e vice-versa. Vou à academia pelo menos três vezes por semana, pela manhã, para alongar e aliviar o estresse, e esse treino me ajuda a ir para o grind mais focada. Além disso, mantenho um planejamento de estudos e tento folgar dois dias na semana pra me dedicar à família, amigos, lazer, casa, etc.

7 – Quais desafios você enfrenta por ser mulher em uma profissão ainda tão majoritariamente ocupada por homens?
Sinto que as barreiras são as mesmas que qualquer mulher enfrentaria em outras profissões, como jogadora de poker não é muito diferente. Já li muito desaforo nas mesas, cantadas imbecis e expressões pejorativas a meu respeito, pelo simples fato de ser mulher e estar jogando. Minha resposta a esse tipo de coisa é bloquear o chat da mesa e ignorar. Até hoje, encontrei essa represália somente nas mesas online. O preconceito existe em todo lugar e estamos aí para quebrá-los. Na minha opinião, tem que ter confiança, ir pro jogo e procurar usar o preconceito a seu favor, mostrar que a fragilidade feminina pode ser uma máscara na qual o oponente acredita e que, muitas vezes, vai colocá-lo em maus lençóis.

 

 

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