O Que Esperar Após a Sexta-Feira Negra

Os maiores sites de poker do mundo foram forçados a fechar suas portas para o mercado estadunidense, afetando a vida de milhões de jogadores.

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Quais serão as conseqüências deste acontecimento que provavelmente irá mudar o mundo do poker online?

A “Sexta Feira Negra para o Poker”, como tem sido chamado o dia 15 de Abril de 2011 pelos jogadores, ainda suscita muitas dúvidas e gera incertezas. Vamos esclarecer algumas delas e explicar em que isso nos influenciará (brasileiros que jogam poker online).

A “Sexta Feira Negra”

Na última quinta feira os jogadores que acessaram os sites do PokerStars, FullTilt Poker e UB foram pegos de surpresa e se depararam com uma nota das autoridades federais norte-americanas informando que os domínios foram confiscados. Onze pessoas ligadas a estes sites (incluindo seus fundadores) foram indiciadas por violação da UIGEA, fraude bancária, lavagem de dinheiro e empreendimento de jogos ilegais.

As acusações prevêem diversas penalidades: Dentre elas a prisão dos envolvidos, congelamento de 75 contas bancárias, multas e uma compensação na casa dos 3 bilhões de dólares. Obviamente os sites também foram obrigados a interromper imediatamente a atividade nos Estados Unidos.

A pergunta número um é sobre saques: O dinheiro está seguro?

A grosso modo, esta medida afeta diretamente a atividade destes sites em solo americano. Na verdade, não se pode precisar quais serão os efeitos futuros dessas acusações, mas estima-se que para jogadores que não se encontram em território americano não haverá perdas diretas. Os sites informam que os fundos estão garantidos, não havendo risco para o jogador de perder seu saldo em conta.

Os estadunidenses estão numa posição delicada, já que não há uma previsão sobre quando ou como eles devem reaver seu dinheiro.

Podemos citar como exemplo o caso do Neteller, em 2007. Todas as contas de americanos no site foram congeladas (na época, representavam 2/3 dos fundos no Neteller) para servir como prova em processo contra os donos da companhia. Os clientes só reviram este dinheiro cerca de um ano e meio depois. Neste caso as acusações eram de facilitação de jogos ilegais, pois a carteira virtual facilitava a remessa de dinheiro para sites de apostas esportivas fora dos Estados Unidos. Desde então o Neteller não aceita mais clientes norte americanos.

Embora a situação atual seja distinta do que ocorreu em 2007 em vários sentidos, a comunidade norte-americana está apreensiva em relação ao destino dos fundos. Há relatos de de que o PokerStars entrou em contato com jogadores que possuem elevadas quantias em saldo, no intuito de tranqüilizá-los e explicar que seus fundos estariam seguros, mas neste campo não há muitas confirmações.

Com a disseminação dos boatos e incertezas (e o sentimento de: “na dúvida, vou garantir o meu”), milhares de jogadores de todo o mundo solicitaram retiradas (a maioria de todos os seus fundos) ao mesmo tempo. É normal nesses casos que os sites fiquem sobrecarregados e não consigam processar todos os pagamentos em um curto tempo. Daí vem o primeiro reflexo: No presente momento, muitos saques do PokerStars, Full Tilt e UB estão atrasados. Os sites PokerStars e FullTilt Poker emitiram notas (através de pop up em seus respectivos softwares) esclarecendo aos jogadores do resto do mundo o motivo da demora, e garantindo que não há motivo para preocupação.

Já o Absolute Poker/UB.com alta dependência do mercado Norte-Americano. Somado ao fato da sala não ser mais um dos gigantes da indústria, eles já amargam um histórico de fraude. Alguns apontam o caso do Absolute Poker como o mais delicado, e especulam que os fundos nesta sala (mesmo o jogador não sendo Norte Americano) não estão seguros, pois a saúde da empresa não resistiria a mais esta bomba.

O PokerStars e FullTilt Poker restringiram o acesso dos jogadores norte-americanos. Isto significa que eles não podem mais jogar a dinheiro real. Para jogadores do restante do mundo os sites estão normais, com exceção dos domínios.

Como os domínios PokerStars.com e FullTiltPoker.com foram confiscados, os sites remanejaram suas atividades para os domínios Pokerstars.eu e FullTiltPoker.co.uk para continuarem funcionando. Caso você tenha dificuldades, baixe novamente os softwares através destes endereços.

Embora refira-se apenas ao online, a proibição também pode afetar os torneios ao vivo. Brian Balsbaugh, da Poker Royalty, empresa que agencia alguns dos maiores jogadores do mundo, imagina que o número de inscrições no WSOP sejam reduzidos de aproximadamente 8,000 jogadores para 2,500 jogadores.

Além disso, torneios como o North American Poker Tour (NAPT), realizados pelo PokerStars podem ser encerrados ou perder o patrocínio.

Para nós, os americanos irão fazer falta?

Ainda não podemos dizer por quanto tempo os americanos ficarão impedidos de jogar. O mais provável é que tanto o PokerStars e o Full Tilt só voltem aos EUA quando finalmente o jogo online for legalizado, se isso acontecer. Tendo em vista a gravidade das acusações, também há chances de que mesmo com uma possível legalização, estes sites não consigam voltar imediatamente para o mercado norte-americano.

Como primeiro reflexo direto da proibição, podemos apontar a diminuição das premiações garantidas. O PokerStars manteve todos os seus torneios, mas diminuiu a premiação garantida e explicou isso aos seus jogadores. Como exemplo prático, o Sunday Million, que oferecia $1.5 milhões garantidos, passou a oferecer apenas $1 milhão, e isso ocorreu com vários outros torneios da grade.

A tendência é que os sites ajustem suas grades de premiações de acordo com o impacto causado pela falta dos americanos. Logo no primeiro final de semana o PokerStars teve uma queda de 20% a 30% em seu tráfego, a rede CEREUS de 35 a 40%. Já o Full Tilt Poker teve a maior queda: de 45% a 50%, demonstrando grande dependência. Entretanto, serão necessários mais dias para saber exatamente em que medida cada site depende dos EUA.

Alguns jogadores profissionais membros do MaisEV já notaram que o “field melhorou”. No PokerStars, 47% dos jogadores disseram que os jogos ficaram pouco mais fáceis, enquanto 21.5% acharam que ficou muito mais fácil, e 27% não sentiram diferença.

Já no Full Tilt, 38% dos jogadores disseram que o jogo ficou pouco mais fácil, e 23.81% disseram que ficou um pouco mais fácil.

Em contra-partida as salas não afetadas estão experimentando bons momentos: A maior ascendente em tráfego foi a Bwin/PartyPoker, que cresceu 35%. As ações da empresa também sobem no mesmo ritmo.

O PartyPoker parou de operar nos EUA em 2006, quando surgiu a UIGEA (Lei americana que proibiu o Poker Online). Alguns apontam como uma decisão estratégica, outros pela dificuldade em se transgredir a UIGEA por ser uma empresa de capital aberto (ações do PartyPoker são negociadas na bolsa de valores).

Na época em questão a sala via seu título de maior sala de poker do mundo ser tomado pelo PokerStars (que crescia assombrosamente, inclusive em solo americano). Nada restou ao PartyPoker a não ser tentar se consolidar no mercado internacional. Recentemente foi anunciada uma fusão com a gigante das apostas esportivas BWIN, e hoje o PartyPoker disputa a quarta posição em tráfego com a rede iPoker (rede do BETnGO Poker).

Há algum risco de proibição no Brasil?

É aqui que surgem as maiores conjecturas.

Embora seja óbvio que são países diferentes, com legislações diferentes, os legisladores brasileiros já se mostraram influenciados anteriormente pela UIGEA, como o senador Garibaldi Alves Filho, que em seu projeto de lei nº 255/09, sobre jogos de azar na internet, diz que se baseou explicitamente na lei anti-gambling norte-americana, como podemos ver neste excelente artigo de Gustavo Marques de Andrade.

Mas ao contrário dos Estados Unidos, essa lei ainda não foi aprovada, e segundo o site do Senado, está ainda em tramitação. Além disso, ela trata sobre jogos de azar, o que todos nós sabemos que não é o caso do poker (mas infelizmente não podemos dizer o mesmo de nossos legisladores).

Sendo assim, não há razões para acreditar que devemos temer algum tipo de proibição similar a que sofreram os jogadores estadunidenses

Então no que isso pode afetar nos jogadores brasileiros?

Estima-se que, impossibilitados de operar no mercado americano, os gigantes como PokerStars e FullTilt Poker se vejam obrigados a disputar “o resto do mundo”, acirrando ainda mais o conflito de interesses com salas como o PartyPoker, iPoker e Ongame. Sem poder operar nos EUA, é possível que o PokerStars e o Full Tilt façam cada vez mais investimentos no mercado latino americano.

Este hipotético cenário também se mostra extremamente favorável ao Brasil, que é o mais promissor mercado do mundo neste ramo.

Enquanto isso, podemos aproveitar as diversas promoções e chamarizes que os outros sites lançaram para atrair jogadores que resolveram sair dos sites afetados pela ação do governo estadunidense.

Inúmeras ofertas e promoções foram lançadas simultaneamente. A premiação dos torneios aumentou, junto com os bônus, freerolls, etc. Veja aqui as melhores promoções e ofertas do momento.

Resumindo, podemos afirmar que o que aconteceu no dia 15 teve reflexos muito positivos para nós brasileiros: Os jogos se tornaram mais fáceis e as ofertas mais fartas. Sem contar que a tendência dos gigantes após a recuperação é investir no mercado não americano, ou seja: nós.

Podemos dizer que o poker online será para sempre transformado, mas qual caminho irá tomar, ainda é muito cedo para dizer.

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