Estudo do Poker

Introdução:

Frequentemente é dito que há muitas variáveis envolvidas no jogar de uma mão para uma análise do histórico, componente por componente, ser prática. Eu concordo com isso, e concordo que até mesmo nos casos mais simples (cálculos de short-stack push/fold, por exemplo) há uma significante margem de erro no resultado final que se deve a suposições imprecisas, mas necessárias, sobre o range dos oponentes.

Home » Estudo do Poker

Então mesmo que uma mão de poker seja um gigantesco problema de matemática, completo com oponentes hipotéticos que fazem a, b, e c x%, y% e z% do tempo, ainda é um problema insolúvel. Dito isto, eu acho que muito pode ser aprendido se pensar em mãos de poker em termos de seus componentes variáveis, desde pensar sobre a estrutura daquele problema matemático gigante e como pode ser resolvido, se for solúvel. Esse artigo é minha tentativa de categorizar e analisar esses componentes. Eu chamo de estrutura para estudo de poker porque eu acho que uma boa aproximação para melhorar é usar o tempo fora das mesas focado nesses componentes variáveis, um por vez, para estar melhor preparado para pensar sobre todas as informações relevantes quando confrontar decisões na mesa.

Idéias gerais:

Há três idéias gerais que eu assumo que seja familiar a todos – os conceitos de pot equity e Expected Value (EV); o Teorema Fundamental do Poker (TFP) de Sklansky; e o que eu chamo de “cálculo de hand ranges”.

Pot equity e EV são funções de probabilidade básica e governam cada ação em um jogo de poker. Sua mão tem % de chance de vencer o pote, o pote contém alguma quantidade de dinheiro, então você tem uma parte do pote. Cada aposta que você faz é um investimento e você deve apostar quando sua expectativa de retorno da aposta é maior que o custo da aposta. O TFP formaliza como maximizar seu retorno no caso especial de informação completa. Cada vez que você faz uma aposta que maximize a expectativa versus a mão atual do seu oponente, você vence; cada vez que seu oponente falha em maximizar a expectativa dele contra a sua atual mão, você vence. Cálculo de hand ranges, que é a forma que a maioria das análises assume em fóruns, reconhece que o poker é na verdade um jogo de informação incompleta, e tenta definir as melhores ações em termos de maximizar a expectativa versus um range de possíveis mãos que seu oponente possa ter, sob a luz do range de mãos que é provável que ele pense que você tem.

Porque em cada caso, tanto você quanto seu oponente têm uma mão específica, o TFP é ainda a medida teórica final do que é uma ação lucrativa ou não lucrativa. Na prática, entretanto, nós trabalhamos com informação incompleta; sendo assim a habilidade no poker é uma combinação da capacidade de tomar as melhores decisões dentro do contexto do “cálculo de hand ranges” e a capacidade de ler os ranges de seus oponentes melhor do que eles lêem o seu.

Fatores situacionais:

Todos nós sabemos que a jogada apropriada e a leitura correta do range de um oponente depende de vários fatores situacionais. Eu acho que nós estamos acostumados a pensar sobre esses fatores no contexto de qualquer mão particular que estamos jogando ou analisando, onde muitos fatores relativamente pequenos se acumulam para uma leitura e uma decisão. A estrutura de estudo que eu sugiro nesse ensaio (e que eu mesmo estou seguindo) é separar os fatores situacionais mais importantes e analisá-los individualmente. Os fatores que eu quero falar são posição, textura do board, padrões de aposta, freqüências de aposta, tamanho do pote em relação ao tamanho dos stacks (há dois outros que não vou cobrir aqui, mas que eu quero mencionar – imagem na mesa e tamanho das apostas. Imagem na mesa porque obviamente é muito importante, e tamanho das apostas porque eu acho interessante). Todos esses fatores estão correlacionados, mas ao isolá-los eu espero obter um melhor senso do papel de cada jogada no objetivo geral que estamos todos buscando – maximizar o EV versus o range de um oponente e saber o range dele melhor que ele sabe o seu.

Posição:

O fator de situação mais conhecido, mais analisado, e mais fácil de entender é posição. Hand ranges são automaticamente maiores com melhor posição. Não somente alguém em posição tem menos pessoas para agir depois e mais informação naquela rodada em particular, eles e seus oponentes fora de posição sabem que o jogador com posição nessa rodada terá posição em futuras rodadas. Então o range de raises preflop do CO e do Button são bem mais amplos, e quem aposta em posição no postflop normalmente tem ranges maiores. Um 20/12 é 7/5 UTG (under the gun, primeiro jogador a falar) e 40/25 no button, se você der check no flop sendo o primeiro a agir em um pote three way, independente de qualquer outra informação, é mais provável que o button pague do que o cara no meio; etc. eu não acho que seja necessário falar muito mais sobre isso, já que está bem fixado em todos os pensamentos que qualquer um de nós tem sobre o jogo. Se posição fosse tudo o que eu tenho pra falar, esse artigo não seria muito útil. Vamos em frente.

Textura do Board:

Esse é mais interessante, e deve deixar mais claro o que eu quero dizer com a idéia de “isolar fatores situacionais”. Imagine, em heads up, um raised pot com um flop dry ace-high, (maior carta é um A) A x y rainbow. Você provavelmente jogou centenas de mãos que se encaixam nessa descrição, milhares talvez. Qual o percentual das vezes que um dos dois jogadores tem um ás? Quão freqüentemente um deles pode bater AK? Quão freqüentemente alguém aposta nesse flop com menos que um ás? Se o seu raise for pago e você está em posição, qual percentual das vezes você deve esperar que um oponente honesto aposte? Quão muito mais freqüente do que honesto ele tem que ser para apostar antes que você possa explorá-lo representando o ás? Há todo um problema de teoria de jogo aqui, nesse simples board onde a única mão que as pessoas “devem” ter para continuar são Top Pair, Top Kicker – Top Pair Good Kicker (TPTK – TPGK), sets, pocket pairs e raramente, dois pares.

E que tal um flop médio two-tone (com dois naipes), o tipo com straight draws (T85 ou 974). Agora há vários draws, combo draws, sets, sempre tem sets, mas agora se você tem ação que parece ser um set, pode na verdade ser um draw. O que uma aposta significa nesse flop? Quão diferente é essa aposta para aquela no flop A-high? Com que freqüência alguém aposta nesse flop sem ter um par? Compare um raiser apostando nesse flop com o flop A-high – com que freqüência ele deve apostar, quão freqüentemente ele deve ser pago ou raised?

Raised pot novamente, agora K-high. O jogador que aumenta vai representar o K várias vezes, mas com menos freqüência do que ele teria o A no flop A-high. Quantas vezes deve um raiser honesto apostar o flop, permitindo um blefe já que isso não é feito com muita freqüência? Quão freqüente é isso?

Boards com pares como J88 ou JJ8. Agora há apenas 5 cartas que podem ter acertado esse flop, ao invés de 9. Pocket pairs são fortes, os monstros à vista. Mesmas perguntas – com que freqüência deve-se apostar nesse flop, com que mãos, quão fácil ou difícil é tirar alguém com uma mão medíocre? Etc, etc.

Quantas texturas de flop existem? Dúzias, centenas até, e todas elas se misturam, mas questões como “com que freqüência o raiser preflop aposta o ás”, e “quão rápido um JJ deve jogar em um board two-tone T85″ são coisas que são parcialmente determinadas simplesmente pelos tipos e números de mãos que podem gostar de um certo flop.

Padrões de Aposta:

Sendo o No-Limit Hold’em (NLHE) um jogo onde você pode apostar qualquer quantia a qualquer momento, pode parecer que há uma tonelada de maneiras de construir um pote. De fato, especialmente entre jogadores decentes, os mesmos padrões e apostas se repetem várias e várias vezes. Pense sobre quão frequentemente uma mão se desenvolve dessa maneira: preflop raise, call. Raiser aposta, call. Raiser check, caller aposta, raiser fold. Ou raiser em posição, chega em check até o raiser, bet/call, turn check/check OOP (Out Of Position, fora de posição) aposta, raiser folds. Ou, raiser OOP, bet/call, check/check, bet/fold. Ou bet/call, check/check, bet/call. Ou bet/raise/call, check/bet/fold. Ou, check até o raiser, raiser aposta, check-raise, raiser folds.

É mais fácil categorizar potes heads up dessa forma, mas padrões também se repetem em potes multiway. Alguns padrões são mais comuns que outros. O que eu sugiro é que pensar sobre esses padrões e a freqüência com que ocorrem é instrutivo, por duas razões. Um, os padrões que ocorrem com mais freqüência são também os padrões que combinam com as situações mais freqüentes. (mãos fracas para moderadas construindo e contestando um pote de tamanho médio-pequeno). Dois, a maior parte do lucro vem de criar potes grandes com mãos grandes, o que é mais fácil de fazer se feito discretamente. Especialmente contra bons jogadores, isso pode ser muito difícil.

Se você tiver dúvidas sobre os termos utilizados neste artigo, veja nosso dicionário de termos de poker.

Este artigo foi originalmente postado no site estadunidense Two Plus Two e traduzido e disponibilizado pelo site Teorias do Poker.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Salas de poker
Bodog
4,5 rating
Bônus de boas-vindas de até US$ 1.000
partypoker
4,8 rating
100% até $600 USD +$30 USD em ingressos!
PokerStars
4,0 rating
Bônus de boas-vindas de 100% até $600 e $30 grátis
GGPoker
4,8 rating
Bônus de boas-vindas de 100% até US$ 600
JackPoker
4,5 rating
50% de bônus de primeiro depósito entre US$ 20 e US$ 500
PokerKing
4,3 rating
Bônus de boas-vindas de 100% até US$ 2.000