- A posição é muito mais importante
- A equidade de fold pré-flop e em flops com draws é consideravelmente menor
- Ir all-in pré-flop é menos importante e pode ser perigoso, então é ok adotar um estilo semi-loose passivo pré-flop.
- Em flops com muitos draws é difícil e perigoso ir all-in com pouca equidade, mesmo com o nuts.
- A jogada “teoricamente correta” em PLO depende muito mais do tamanho dos stacks.
- Em média, uma mão de PLO tem muito mais decisões “close” do que uma mão de NLH.
- A variância é muito maior.
- PLO heads-up com deep stacks é o jogo mais “louco” do mundo.
1. A posição é muito mais importante
Antes de mais nada, PLO é um jogo com limite de pote, e nesses jogos a posição é mais importante do que em jogos sem limite. Por exemplo, em Pot-Limit Hold’em a posição é mais importante que em No-Limit Hold’em: é mais fácil pagar uma 3bet do tamanho do pote nos blinds ao invés de uma reraise overbet; os blinds não podem fazer checkraise com bons draws ou overbet com nuts “slowplayados”, se o agressor pré-flop der check behind no flop ou turn é impossível para quem está fora de posição colocar mais dinheiro do que quatro vezes o pote pré-flop.
Mas a posição em PLO é ainda mais importante do que em PLH; as forças dos ranges pré-flop são mais próximas em PLO, então até mesmo 3bet com um range forte não vai gerar muita equidade de fold quando fizer a c-bet no flop fora de posição (em geral ser o agressor é menos importante em PLO). Além disso, em flops com dra2ws muitas cartas no turn mudam bastante a situação, e um jogador em posição vai jogar muito melhor tais cartas já que ele verá com o jogador fora de posição reage à mudança.
2. A equidade de fold pré-flop e em flops com draws é consideravelmente menor
Isso é algo óbvio, mas é importante lembrar-se disso quando pensar sobre dar 3bet fora dos blinds ou c-bet em flops com muitos draws.
3. Ir all-in pré-flop é menos importante e pode ser perigoso, então é ok adotar um estilo semi-loose passivo pré-flop.
Ases não são muito favoritos contra um range decente, então sua jogabilidade é muito ruim, especialmente se estiver se o jogador fora de posição “te colocar em ases”. Além disso, já que PLO é “um jogo mais de pós-flop”, você verá jogadores muito bons jogando com estatísticas como 40/20 ou até mais alto e vencendo nos jogos difíceis 6-max. Isso seria claramente impossível em hold’em, onde vencer mesas decentes de NL 2/4 6-max com um VPIP maior que 40% é extremamente difícil.
4. Em flops com muitos draws é difícil e perigoso ir all-in com pouca equidade, mesmo com o nuts.
Há muitos boards onde até mesmo o nuts no flop pode ser derrotado por metade das cartas possíveis no turn (exemplo Q J 3, Q J 8). Se há dinheiro para trás pode ser lucrativo controlar o pote com o nuts puro em uma situação dessas, enquanto se é agressivo com o nuts+redraw ou combo draws (esse é um conceito muito difícil de aplicar nas mesas). A razão para isso é que jogar muito agressivamente vai selecionar para o violão um range que é mais ou menos flip com o nuts puro, mas o vilão será capaz de jogar streets futuras melhor que você. Conceitos similares podem se aplicar a algumas situações com muitos draws no turn. Também, quando estiver multiway e enfrentando muita ação, pode ser correto foldar o nut straight sem redraws no flop, temendo um freeroll.
5. A jogada “teoricamente correta” em PLO depende muito mais do tamanho dos stacks.
Digamos que em hold’em você está no BB com AJ e enfrenta um steal do button. Você provavelmente estará feliz em fazer um 3-bet/call pré-flop se os tamanhos dos stacks forem entre 25 e 40bb, mas não com stacks de 70bb ou mais. Isso acontece o tempo todo em PLO, e é muito importante. Por exemplo, no pré-flop ficaremos felizes em dar 3bet em ases ruins com stacks de 30bb, mas não com 60bb. Com 2 pares no flop J63r ou um flush J-high no flop Q54 de copas, ficaremos felizes em apostar stacks com SPR =3, mas será difícil jogar com SPR = 6.
6. Em média, uma mão de PLO tem muito mais decisões “close” do que uma mão de NLH.
Em PLO você verá mais flops e turns do que em hold’em, ou seja, terá que tomar mais decisões no pós-flop. Além disso, a jogada pré-flop é menos “automática”, já que quando você decidir por um 3bet/call, por exemplo, precisará estar sempre atento ao tamanho dos stacks envolvidos. Normalmente, em hold’em também há a “maneira teoricamente correta” de jogar uma mão, muitas vezes sua mão se encaixa em uma de três categorias (blefe, mão forte, draw), e em PLO não podemos simplesmente colocar sua mão em uma categoria, temos uma mão combo, trazendo muitas situações “mais únicas”. Como consequência, deve ficar claro que jogar múltiplas mesas em PLO é muito mais difícil, e muitos grinders de 6-max normalmente jogam apenas 4 mesas.
7. A variância é muito maior.
Tendo dito que ninguém folda para 3bet em PLO, deve estar claro que haverá muitos potes com 3bet, onde as pessoas perderão stacks muito rápido com 2 pares, par+gutter, overpair+algo, levando a uma alta variância. Além disso, em flops com muitos draws em que houve um raise é bem provável que alguém tenha uma mão forte e que outro tenha um draw forte, levando a muitos coinflips.
8. PLO heads-up com deep stacks é o jogo mais “louco” do mundo.
Experimente e você vai concordar =)