A briga entre Phil Ivey e o cassino inglês Crockfords parece coisa de novela. No último capítulo, o cassino alegou que não pagará a dívida de $12 milhões porque o jogador se aproveitou de um baralho defeituoso para ganhar a bolada.
De acordo com o cassino, a parte traseira do baralho apresentava um padrão não uniforme, o que permitiu a Ivey identificar o valor das cartas ao olhar de uma determinada maneira, e ele fez isso pedindo com que o dealer girasse as cartas em 180 graus, “para dar sorte”.
Segundo Willy Allison, especialista em segurança de cassinos, esse é uma técnica conhecida entre os maiores frequentadores de cassinos, chamada de “playing the turn”.
“Ao girar uma carta assimétrica em 180 graus é possível identificar o valor da carta antes que ela seja revelada. Você simplesmente olha as bordas na parte de trás da carta. Essencialmente, fazer isso tem o mesmo efeito que marcar as cartas e dá aos jogadores uma tremenda vantagem sobre a casa. Quem precisa de tinta invisível e óculos vermelhos quando você tem cartas marcadas pelo fabricante?”
O cassino diz ainda que Ivey retornou no dia seguinte e pediu para jogar com o mesmo baralho do dia anterior, para continuar tendo sorte – pedido que foi inocentemente atendido pelo dealer.
Por esse motivo, o Crockfords Casino decidiu reter o pagamento e brigar com todas as suas forças na justiça para manter suas 7.3 milhões de libras – disputa que Phil Ivey está disposto mais que a enfrentar.