

O paulista Bruno Kawauti chegou audaciosamente onde nenhum brasileiro jamais esteve. Ele foi nosso único jogador a chegar até o dia 7 do Main Event do WSOP, conquistando o melhor resultado brasileiro na história do mundial.
Ele começou o dia com 3.580.000, como um dos menores stacks, sendo o 21º entre os 27 ainda no field. Mas a situação não era tão ruim quanto parecia, e Bruno sobreviveu a várias eliminações, sempre contando com o apoio da torcida brasileira.
Logo nos minutos iniciais do dia aconteceu a primeira delas, de Benjamin Pollack, que havia começado logo abaixo de Bruno. Ele teve seu 99
destruído pelo A
4
de Maxx Coleman, que acertou um straight no river e eliminou o francês com US$285.408 pela 27ª posição.
Minutos depois foi a vez do holandês Jorn Walthaus deixar o torneio – dessa vez sem suckout. Ainda pré-flop, ele foi all-in com A9
e recebeu um reshove de Steve Gee que tinha um A
K
e achou outro K no flop. Pela 26ª posição, ele também levou US$285.408. O mesmo aconteceu com Jason Mann e Steve Gee, ambos na mesma faixa de premiação pelo 25º e 24º lugar.
A primeira dobrada do brasileiro veio logo depois. Carlos Mortensen aumentou para 250.000, Marc McLaughlin pagou no cutoff e Bruno tribetou para 750.000 no button. O francês Clement Tripodi, que estava no big blind, reaumentou para 1.425.000, e Mortensen e McLaughlin desistiram, restando Bruno na mão, que apostou suas 3.255.000 fichas restantes e recebeu o call. Ele abriu um belo A
A
e viu o A
K
de Tripodi, que ainda achou um K no river, mas que não foi suficiente para lhe dar o pote. Com isso, Bruno chegou a 7.250.000 fichas.
Clement Tripodi se envolveu em mais uma mão contra Bruno Kawauti em um AQ
contra o K
K
do brasileiro. Essa mão terminou com sua eliminação em 23º lugar, enquanto Bruno subia para 10.230.000.
Também com US$285.408 ficaram Yevgeniy “JovialGent” Timoshenko (22º), Maxx Coleman (21º), Anton Morgenstern (20º) e Jason Alexander (19º). A faixa de premiação só mudou com a eliminação do tcheco Jan Nakladal, que ganhou US$357.655 após perder um QQ
para o A
A
de Matthew Reed, ficando com a 18ª posição.
Mas o que parecia um sonho logo se tornou pesadelo. Bruno abriu com uma aposta de 500.000 com AQ
e recebeu o 3-bet all-in de David “Raptor” Benefield, que tinha 3
3
. O brasileiro pensou rapidamente e decidiu pagar. O flop logo trouxe um 3
para o americano, deixando Bruno com apenas 3.770.000 fichas, menos de 15 big blinds.
Em seguida, JC Tran mostrou o porque é um dos melhores ainda em jogo. O argentino Fabian Ortiz aumentou para 500.00 no UTG e Tran defendeu seu big blind. Flop K9
7
e Tran check/call a aposta de 500.00 de Ortiz. Os dois jogadores pediram mesa no turn 4
e no river 6
Fabian foi all-in com quase 2.8 milhões de fichas, fazendo Tran pensar durante algum tempo antes de pagar para o argentino mostrar A
Q
, tendo somente ace high. Tran mostrou o incrível 9
8
e eliminou Ortiz na 17ª posição (US$357.655), mesma premiação que ganhou Chris Lindh pelo 16º lugar ao ser eliminado por Marc McLaughlin.
Infelizmente Bruno continuava short stack e logo após o quarto break do dia, agora com 10 big blinds, ele encontrou um ótimo 1010
e foi all-in pré-flop, sendo pago por Rep Porter, que tinha 7
7
e encontrou um 7
no flop, encerrando a festa brasileira.
Mesmo assim, Bruno Kawauti tem motivos de sobra para comemorar – US$451.398 deles para ser mais exato, sua premiação pela 15ª posição, a melhor já conquistada por um jogador brasileiro na história do WSOP, razão pela qual nós damos um sonoro PARABÉNS!