Jogando Stack Sizes

Parte I – Pressão

Seguindo a sugestão de alguns usuários do MaisEV, neste artigo vou falar sobre um dos pontos mais importantes na minha opinião em se tratando de torneios que é saber jogar diferentes Stack Sizes. Porém, vou dividi-lo em partes, e esta será apenas uma introdução a um conceito simples, mas que considero importante para você saber o porquê estará utilizando diferentes estratégias de acordo com o tamanho do seu stack em determinados estágios de um torneio.

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Para aqueles que estão acostumados com retas finais de torneios, é nítida a oscilação que os stacks médios dos jogadores nesse estágio apresenta, devido a uma série de fatores. Em torneios online com boa estrutura (sem contar torneios especiais Ultra Deep Stack) frequentemente vemos os stacks médios oscilando na casa dos 30bbs (na verdade esse número é baixo mas em alguns sites as vezes é praticamente impossível um torneio regular encontrar-se com apenas 2 ou 3 mesas restantes onde a média de fichas passe dos 20bbs) quando o mesmo está reduzido à 2 ou 3 mesas. Porém, alguns fatores nesse estágio contribuem para que essa média se reduza ainda mais, tornando o jogo muito mais truncado e com pouca mobilidade. Dentre estes fatores, podemos citar rapidamente:

– Money Bubble, onde os jogadores vêem a possibilidade de recuperar o investimento do torneio;

– Pay Jumps, ou mais precisamente a diferença que se paga após cada eliminação;

– Bubble da mesa final, que é o momento pelo qual todos os jogadores esperavam. É uma ocasião não só boa financeiramente falando, mas uma conquista ao fazer parte do grupo de jogadores que conseguiu atravessar um campo de batalha composto por centenas, às vezes milhares de outros competidores.

Esses fatores, juntamente com alguns outros, criam oportunidades para que bons jogadores possam usufruir de uma das maiores condições que a atmosfera de uma reta final de um torneio proporciona que é a Pressão.

Se você que está lendo este artigo agora, pressuponho que utilizar de pressão sobre outros jogadores não é de novidade alguma. Você se utiliza dela seja jogando torneios, cash games ou sit & gos. Aposto que se eu lhe perguntar “Como você faz para pressionar um adversário no poker?” provavelmente a resposta será algo do tipo “Agredindo”. E, sem surpresa alguma, você estará plenamente correto.

Mas o grande problema que percebo inúmeras vezes, seja revendo mãos em fóruns ou até mesmo em minhas próprias mesas, é que muitos jogadores de torneios não sabem como utilizar a agressão para gerar pressão de forma adequada, e é sobre isso que vamos começar a discutir a partir de agora neste artigo.

Vou começar através de um exemplo, para tentar ilustrar como as mesmas ações que você toma, com as mesmas cartas, podem apresentar resultados bem diferentes devido ao fato de você estar aplicando a pressão sobre seu adversário em momentos e situações diferentes.

Situação 1: Você acaba de ser movido para uma nova mesa no início de um torneio, portanto você não possui leitura nenhuma sobre o seu adversário. Iniciaram o mesmo 900 competidores, reduzidos até o momento a 800 restantes, premiando 90 jogadores. Os stacks efetivos (que nada mais é do que o menor stack dos envolvidos na mão) entre você e o adversário dessa mão são 90bbs, sem “antes” ainda no torneio.

Sua situação é:

– Posição: CO

– Mão: KdQd

– Stack: 90bbs

Seu adversário:

– Posição: SB

– Mão: KcTc

– Stack : 140bbs

A mão chega em fold em você que abre raise para 3bbs, seu adversário paga. Pote de 7bbs.

Flop: 3xTx2x rainbow.

BB: Check

Você: Bet de 4bbs. Seu adversário paga. Pote de 15bbs.

Turn: Ax. Seu adverário check. Você bet de 10bbs.

Eu vou parar a mão aqui e modificar algumas dessas informações e, a seguir, fazer uma pergunta e você tentará responder de acordo com a sua intuição, uma vez que você não possui leitura nenhuma sobre seu adversário, mas apenas as condições atuais do torneio.

Suponhamos que aquela mão (onde você de novo acabou de ser movido de mesa e não possui leitura nenhuma sobre seu adversário) tivesse ocorrido da seguinte forma:

– Jogadores restantes: 21 (todos já ITM)

– Stack médio do torneio: 30bbs

– Sua Posição: CO

– Mão: KdQd

– Stack: 35bbs

Seu adversário:

– Posição: SB

– Mão: KcTc

– Stack : 45bbs

A mão chega em fold em você que abre raise para 2.5bbs, seu adversário paga gerando um pote de 7bbs (já incluído os “antes”).

Flop: 3xTx2x rainbow.

BB: Check

Você: Bet de 4bbs. Seu adversário paga. Pote de 15bbs.

Turn: Ax. Seu adverário check. Você bet de 10bbs.

Em ambas as mãos, temos 2 formas de ganhá-las. Uma é acertando um improvável gutshot no river e outra, dessa vez mais provável (mais provável no sentido de que é mais certo que podemos ganhar a mão assim do que acertando a sequencia no river), através do nosso Fold Equity, que em outras palavras é a probabilidade que temos de vencer a mão apenas apostando.

Bom, mas onde pretendo chegar com tudo isso? Simples. Em ambas as mãos, nossa pretensão principal é vencê-la fazendo nosso oponente desfazer-se de uma mão melhor do que a nossa. Mas é aí pergunto: Em qual delas, você acredita ser mais provável vencermos dessa forma?

Claramente, a resposta seria a segunda mão. Mas por que a segunda mão se em ambas nosso adversário possui uma mão exatamente de mesmo valor da primeira ocasião? E a resposta é exatamente aquela que você já sabe. Pressão.

Na primeira ocasião, a pressão que o nosso adversário está sofrendo das circunstâncias atuais do torneio é mínima. Estão todos ainda bem longe do ITM, ele possui um excelente stack para trabalhar no post-flop, permitindo-lhe cometer um número de erros maiores ou ir mais para o “gamble” como estamos acostumados a dizer. Ou seja, o número de opções que ele possui é bem maior.

Já no segundo caso a situação é completamente diferente. Nela, o nosso adversário sabe que um call em nossa aposta no turn compromete uma parcela significativa do seu stack. Um erro nesse momento pode prejudicar muito sua posição em um torneio que, até este momento, já pode ter lhe consumido preciosas quatro, cinco ou até mesmo seis horas de disputa. O flop foi bom para a mão dele, mas e o turn? Teria ele ainda a melhor mão? Vale a pena aplicar o call em uma situação tão marginal, praticamente jogando no escuro e de forma tão explorável (onde um call no turn e um check no river demonstram imensos sinais de fraqueza deixando margem para ser blefado)? Vai ser fácil ele largar a mão dele no river para um pote atualmente maior que seu stack restante?

Enfim, fica claro que na segunda ocasião o número de opções do nosso adversário é muito menor. Logo, a pressão que vamos exercer sobre ele terá uma enorme diferença nos resultados das mesmas ações, com as mesmas cartas, mas em situações diferentes.

Esse exemplo tão simples pode parecer trivial e pouco construtivo para você, mas não saber se utilizar de forma adequada da pressão em estágios diferentes de um torneio é um dos grandes “leaks” que muitos jogadores possuem, mas não fazem a mínima idéia disso. E é por isso que decidi dar essa breve introdução sobre este conceito, a fim de prepará-lo melhor para a sequencia deste artigo que acredito irá acrescentar algumas armas no seu arsenal e ajudá-lo a trabalhar melhor aquelas que você já possui.

Se você tiver dúvidas sobre os termos utilizados neste artigo, veja nosso dicionário de termos de poker.

Grande abraço a todos e GL!

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