Reportagem/ debate sobre o crack.
A Folha de SP publicou hoje, em uma de suas colunas, reportagem bastante impactante sobre a história de uma viciada em crack.
A jornalista Eliana Trindade acompanhou a usuária Magali durante vários dias.
Obviamente o relato não vale como pesquisa mas , ao menos caso apresentado, desmistifica alguns pontos, reforça outros e revela, como pano de fundo, aspectos interessantes do submundo da cracolândia.
Alguns pontos que aparecem no relato:
1- Magali era de classe média baixa, a miséria chegou através do crack e não o contrário.
2- A porta de entrada no mundo das drogas, no caso da Magali, foi a maconha.
3- Os relatos da usuária demonstram que nenhum programa governamental, inclusive o da prefeitura, esteve perto de servir como porta de saída do vício.
4- O tratamento mais próximo de sucesso que a usuária participou era conduzido por uma entidade religiosa.
5- Percebe-se, durante todo o relato que a única presença marcante no local era de instituições assistenciais religiosas, no caso de Magali, a igreja Batista. Aliás o relato deixa transparecer que os "crentes" eram membros do seleto é minúsculo grupo de seres humanos que ainda se importavam com a Magali que, na fissura da pedra, perdeu família, marido filhos e dignidade, iguais a tantas outras pessoas que seguiram neste rumo.
Não se ouve falar em tempo algum das ONGs assistencialistas e grupos de direitos humanos que normalmente só aparecem a sério na cracolândia quando encontram spot para fazer proselitismo ideológico.
Parece que no dia a dia, a Magali só podia contar mesmo era com os "coxinhas", que a amparavam sem nada pedir em troca.
Diário de uma quase sobrevivente da cracolândia: 'Perda total' - 11/03/2014 - Rede Social - Colunistas - Folha de S.Paulo
Questão para o debate:
Os aspectos, desta história, são exceções a regra?