As chamadas
mesas girantes, protagonistas da chamada
dança das mesas, foram fenômenos aos quais alegava-se natureza
mediúnica, amplamente difundido na
Europa e nos
Estados Unidos, a partir de meados do
século XIX.
O fenômeno consistia no movimento, sem causa física aparente, de mesas e outros objetos pesados, em torno dos quais reuniam-se, nos salões, pessoas de todas as classes sociais à época.
Durante uma fase inicial, que perdurou aproximadamente até
1870, as
mesas girantes foram, por um lado, objeto de curiosidade e divertimento, em especial nos salões
nobres e
burgueses europeus. Por outro lado, a curiosidade despertada pelos fenômenos tornaram-nos objeto de observação e pesquisa, permitindo o estudo e sistematização de conhecimentos assim obtidos num corpo filosófico, o
Espiritismo, codificado pelo
pedagogo francês Rivail, sob o pseudônimo de
Allan Kardec.
Após esse período inicial, abriu-se uma fase de intensa curiosidade científica, que tinha por objeto as mesas e outras formas de manifestação tidas como espiritistas. Os físicos
William Crookes,
Oliver Lodge e
Michael Faraday, os astrônomos
Camille Flammarion e
Friedrich Zöllner, o naturalista
Alfred Russel Wallace, o criminologista
Cesare Lombroso, e Sociedades Científicas de diversos países, criadas especificamente para este fim, dedicaram-se à investigação dos fenômenos.
Apesar de alguns deles terem concluído pela explicação espiritista para os acontecimentos, as inúmeras
fraudes existentes e a turbulenta situação política enfrentada pela Europa na segunda metade do século XIX contribuíram para dissipar o interesse científico pelas mesas girantes e ocorrências similares.