Quando escrevi esse texto sobre o fim da minha carreira, eu não tinha planos, só sabia que jogar poker não dava mais para mim. Os motivos foram diversos, mas se eu fosse elencar o principal, esse motivo seria a saúde da minha vó. Quem me conhece sabe da relação que nós dois tivemos, e para aqueles que estão me conhecendo, basta dizer que essa foi a relação mais especial da minha vida, que norteia minhas decisões até hoje.
Passei um tempo sem saber direito o que fazer, fiz várias coisas, mas no que eu mais investi tempo foi o audiovisual Vivi a experiência de entrar num estúdio de música profissional pela primeira vez, montei um home studio, gravei um EP e um vídeo clipe, aprendi sobre colorização de vídeo, tirei mais de 15 mil fotografias. Foi um período bem intenso, como tudo que eu resolvo fazer, e precisei dar uns passos para trás para enxergar aonde essa jornada tinha me levado.
Ao final de tudo isso, tive a oportunidade de escrever um livro, “O homem sem malícia”, meu primeiro romance de uma série de três. Trilhar esse caminho como escritor está sendo bem desafiante e recompensador ao mesmo tempo.
Muita coisa mudou na minha vida desde 18/01/2013, minha vó faleceu no ano seguinte, me separei, tive um problema sério de saúde, casei de novo, me mudei para o interior de São Paulo.
Eu não enxergava a menor possibilidade de voltar a fazer dinheiro com poker. Durante esses quase oito anos, quando o financeiro apertou mesmo, eu joguei uns cash games aleatórios, com um saldo bem positivo, mas não me via voltando a ter o poker como rotina, como uma renda constante.
O que começou a mudar foi o apoio da minha família. Meu pai e minha companheira, principalmente, insistiram muito para que eu voltasse a jogar, especialmente porque eles sabiam que, além de bater o jogo, eu teria alguns desafios que a carreira de escritor não traz. Ser escritor é muito bom enquanto as páginas estão fluindo, não importa como, ninguém te cobra, não tem pressão financeira, não tem competição, o que é completamente diferente do poker.
Hoje, à meia-noite e quarenta e cinco, estou escrevendo este texto depois da minha primeira sessão. Um ferro na NL400, uma forrada na NL200 e um ITM me colocaram um lucro de R$292, nada mal para uma primeira sessão profissional desde 2013.
No próximo post, eu volto contando como foi essa primeira sessão. Por hora, deixo com vocês um react que eu fiz ao meu próprio clipe quase quatro anos depois. A banda não existe mais, mas foi uma experiência animal conhecer tanta gente talentosa.
É muito bom estar de volta ao MaisEV.
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Queria deixar um agradecimento especial pro Preacher, que viabilizou essa volta pro blog.
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