“Tem um fundo de verdade sim.” Carlos Mavca diz que bicheiros dificultavam o poker no Rio de Janeiro, confira

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Antigo vice-presidente da Federação de Texas Hold’em do Rio de Janeiro, Carlos Mavca falou sobre a luta pelo poker no estado

Carlos MavcaOs jogadores mais novos podem não se lembrar, mas o poker tem uma história conturbada no Rio de Janeiro. Antes da chegada da WSOP Circuit Brazil, os cidadãos cariocas estavam há dez anos sem um grande evento na cidade.

Isso porque o último evento a ser realizado no Rio foi a etapa inaugural do hoje extinto Latin American Poker Tour, do PokerStars (que acabou com a vitória de um holandês, Julien Nuijten), em 2008.

O “fim” do jogo no estado se deu com o cancelamento de uma etapa do BSOP em 2013, devido a um decisão unilateral do Hotel Royal Tulip, que sediaria o torneio mas que optou pelo cancelamento ao entender que os documentos que garantiam sua execução eram insuficientes. A Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH) chegou a recorrer judicialmente, mas o juiz de plantão Joaquim de Almeida Neto deferiu o pedido do promotor e declarou o poker um jogo de azar, o que na prática impediu a execução de grandes torneios no estado.

RELEMBRE: BSOP RJ É CANCELADO POR DESENTENDIMENTO COM HOTEL

Hoje, dez anos depois do último evento e cinco depois do tragico cancelamento do BSOP, o poker está de volta no Rio de Janeiro com uma marca de peso como a World Series of Poker e num local ainda mais grandioso e tradicional, que é o Belmond Copacabana Palace.

Para comentar esta transição do cenário carioca, conversamos com Carlos Mavca, jogador profissional e ex vice-presidente da Federação de Texas Hold’em do Rio de Janeiro.

Como foi seu envolvimento com o poker no Rio de Janeiro?

Eu comecei no poker aqui em 2006 como empresário do poker, não como jogador. Numa época em que os próprios jogadores carteavam, as mesas eram improvisadas. A gente fazia torneio em bares, aquela loucura de tudo descontrolado. O poker foi evoluindo, e ver um evento dessa magnitude aqui no Rio é um orgulho pra todo mundo que começou lá atrás.

E sua participação na Federação carioca?

Eu fazia parte da federação, organizava o principal torneio do Rio de Janeiro, o CCTH, campeonato estadual, até o começo do ano, quando deixei tudo pra ir pra Portugal.

O que você lembra do BSOP que foi cancelado em 2013?

Era o BSOP que eu ia ser anunciado como Red Pro do Full Tilt, mas o anúncio teve que ser feito depois. Mas sobre o evento, foi uma vergonha pra todo mundo, não só pro pessoal do Rio mas do Brasil inteiro.

Como era o cenário do poker no RJ na época pra que isso acontecesse?

Sempre foi um pouco obscuro em relação ao poker porque sempre teve um certo preconceito de envolvimento com outros tipos de jogos. Até hoje existe isso, o Rio ainda tem um pouco desse ranço, diferente de outros estados do Brasil em que a gente vê clubes com outdoor na frente dizendo que poker é um esporte legal. Mas aos poucos a gente tá ganhando isso e esperamos que com um evento da magnitude desse WSOP isso fique pra trás.

Existem boatos sobre a situação do poker no Rio, de que os torneios eram barrados por bicheiros. Tem alguma verdade nisso?

Tem um fundo de verdade sim. A gente tem dezenas de histórias de coisas que aconteceram fora do jogo, e ainda acontecem, se eu disser que não, é mentira. A gente ainda ouve histórias desses envolvimentos no meio do poker.

E como ficou o cenário do poker no Rio de janeiro entre o BSOP de 2013 e este WSOP Circuit hoje?

O poker era jogado em clubes, e ainda era uma coisa bem problemática. Pra você ter uma ideia, no ano passado um dos clubes da zona sul do Rio foi fechado pela polícia, alegando a ilegalidade do jogo. A gente teve que brigar na justiça contra as arbitrariedades e acabamos ganhando e o processo foi arquivado.

Está pra ser anunciado, provavelmente depois das eleições ou mais tardar no começo do ano, que o desembargador deu um aval favorável ao poker no Rio de Janeiro, então a gente imagina que assim que isso for divulgado no diário oficial, seja de fato a canetada final que faltava pro poker voltar a crescer no Rio de Janeiro.

Qual foi a participação da Federação de Texas Hold’em do Rio de Janeiro para que o poker pudesse voltar a ser praticado aqui?

A federação não agiu sozinha, foi junto com a CBTH. O presidente da Federação, Marcos Moraes e a CBTH entraram com vários processos. A gente brigou no Brasil todo, na verdade, mas no Rio ficou esse ranço pela mistura que se via do poker com os outros tipos de jogos.

E depois disso tudo, como é estar aqui jogando uma WSOP Circuit no Rio de Janeiro?

É um barato, uma emoção diferente. Tô acostumado a jogar em tudo quanto é lugar, mas nunca pude ver um torneio desse tamanho no Rio de Janeiro. Lógico que a gente teve BSOP e etc, mas foi numa outra era, o poker tava em outro momento.

Agora a gente vê o cenário grandioso que tá o poker no Brasil, o pessoal das antigas voltando a jogar neste evento. O Rio de Janeiro realmente tava precisando de um evento desses.

 

A WSOP CIRCUIT BRAZIL no Rio de Janeiro tem cobertura do MaisEV, com mãos, vídeos e entrevistas com os jogadores. Clique aqui e acompanhe conosco!

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