Alexandre Mantovani discorreu sobre estilo de jogo do craque e ainda analisou a técnica de outros jogadores. Confira
Já aviso que o texto é um tanto longo. Portanto, se você não quiser ler tudo pode pular uns cinco ou nove parágrafos para ir direto ao ponto.
Aproveitando os momentos de ócio que a quarentena obrigatoriamente impõe, estava navegando (alguém ainda usa esse termo?) pelos posts e stories do Instagram até que encontrei um que me chamou a atenção (rápido desabafo: um e apenas um, já que jogadores de poker e o pessoal em geral utilizam muito mal a ferramenta. Mas mais sobre isso outra hora).
“Acabei de cair do torneio de $1K e tive o fulano e o ciclano na minha esquerda. Foi bem difícil, considero o fulano um dos melhores, se não o melhor, da atualidade. Mas fiquei feliz com o meu desempenho”.
Interessante. O stories era de Alexandre Mantovani, o Cavalito, que se você não conhece…por onde você anda? De qualquer forma segue um breve resumo caso você não o conheça (e se conhece pode pular o parágrafo abaixo).
Alexandre ficou mais conhecido do público em geral ao conquistar o quarto lugar no Main Event do WCOOP em 2017, que valeu US$ 612.697, na época o terceiro maior prêmio brasuca no online (e hoje ainda no top 10). O dono da conta Cavalito ainda tem o 10º lugar no MILLIONS Online do ano passado e mesas finais dos principais torneios da internet, que somam mais de US$ 3,6 milhões em prêmios. Já no poker ao vivo, são mais de US$ 300 mil em prêmios. No Ranking Mundial Online do Pocket 5’s ele é o 52º no momento, e já chegou a ser o 40º.
Mas voltando ao stories. A discussão de melhor jogador – seja de todos os tempos ou da atualidade – é sempre relevante e é bom saber o que pensam jogadores que estão acostumados a enfrentar os grandes nomes do poker.
Conheci Mantovani numa dessas coberturas de torneios, e o jogador de sorriso fácil (jogue o nome dele no Google para perceber que ele sempre está com um sorriso tranquilo – exceto nessa foto que o flop parece tê-lo assustado) me surpreendeu com tamanha simplicidade e simpatia. Decidi perguntar a Alexandre: Por quê? Em um mercado tão fortemente concorrido, como ele se destaca?
Alexandre respondeu não só sobre o “fulano”, mas também sobre o “ciclano” referido acima, e fez uma rápida análise de um estilo de jogo muito em voga no online.
“Não tem como qualquer pessoa fazer um top 5 da atualidade sem o probirs (screen name do húngaro Andras Nemeth). E também o Michael Addamo. O probirs é um cara que é muito, mas muito agressivo. Você nunca vê ele jogando pra trás (no sentido de não exercer pressão), mas ele é muito lúcido (se referindo a uma agressividade bem calculada e não desenfreada). Parece que ele sempre sabe o spot pra fazer isso. Teve um showdown bem esquisito nessa reta, que eu não entendi nada, mas dá pra perceber que ele tá um pouco à frente (na linha de pensamento).
Já o C.Darwin2 (screen name do sueco Simon Mattsson, o outro jogador referido no stories) foi o nº 1 do mundo por algum tempo. Então ter os dois na esquerda era complicado. Tanto ele quanto a maioria dos suecos dá para dizer – e só um ou outro são diferentes – que jogam um jogo mais sólido, com uma estratégia um pouco mais tight, só que eles conseguem aproveitar vários spots e utilizar a imagem a favor deles. Por exemplo, o Greenstone (Greenstone25, conta de Johannes Korsar): qualquer pessoa vai dizer que ele é nit, mas eu já o vi blefando contra overbet no river. Então os suecos tem essa linha mais sólida de pegar spots e usar esses spots através das informações e notes que eles têm, dos estudos que fazem do field. Mas o probirs está um passo a frente há algum tempo já. Tanto que, provavelmente, foi o cara que mais fez mesas finais dessas séries. Foi segundo no Irish Open que o pabritz cravou…“
O torneio com a dura situação em questão foi o SCOOP #101 High, onde Alexandre permaneceu com os dois na canhota desde as últimas duas mesas. Eliminado na oitava posição, Cavalito embolsou US$ 8.745 e acabou com a mandinga de nunca ter feito uma mesa final na série primaveril. Já probirs foi o quinto colocado e C.Darwin2 acabou campeão. Suecos…
Alexandre também contou já ter conhecido o jogador. “Conheci o probirs no partypoker MILLIONS Bahamas, em 2018. Estava buscando ele ou o Addamo como coach”. No entanto, o coach não se concretizou com nenhum dos dois.
E como é a experiência de jogar com um jogador que “está à frente” do field?
“É um desafio, mas ao mesmo tempo muito bom ter a possibilidade de jogar com esses caras com frequência porque faz com que eu evolua mais rápido”.
Um conhecido ditado diz que “se conselho fosse bom não se dava, se vendia”. O meu é você seguir o Instagram de Alexandre e ter acesso não só a esse tipo de insight, mas também aproveitar todo o material que o jogador disponibiliza, principalmente sobre mindset (e de quebra não precisar ter que ler todo um texto como esse). E aproveitar e seguir também o Instagram do MaisEV. O pagamento pelo conselho pode ser em playmoney, mesmo.
Mas e você, concorda com a opinião do Cavalito? E além de Nemeth e Addamo, quem são os melhores na atualidade?
O húngaro Andras Nemeth, ou simplesmente probirs.
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