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Tópico: Incêndio de grandes proporções destrói o Museu Nacional.

  1. #21
    World Class Avatar de Picinin
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    @sopro

    as correções que eu fiz são factuais, e eu comprovei tudo com dados.

    Se você concorda ou não com a minha opinião, já são outros quinhentos, mas não misture questões fáticas com questões de opinião.

    Sobre os comentários.

    Quanto ao 0, esse post não tem nada a ver com a discussão posterior, lol...

    Sobre a questão do teto, você continua se confundindo e incorrendo em erros factuais.

    Todos os cálculos sobre PIB, e consequentemente, sobre o teto, tratam de valores já corrigidos, então seu ponto sobre inflação não faz sentido, e demosntra que você tá botando a culpa no teto sem sequer ter ideia de como ele funciona... E não é que "existe um teto e um % definido para as áreas" ou que "sem o teto poderia-se gastar acima do % mínimo pra área sem problemas" . Nenhuma dessas considerações faz sentido. O que existe é que agora o governo só poderá aumentar suas despesas até o limite da variação do PIB. Ou seja, se gastou 100 e o PIB cresceu 2%, no ano seguinte só vai poder gastar 102 (tudo devidamente corrigido, ldo). Mas desse 100, a União é obrigada destinar 18 pra educação. No ano seguinte, será obrigada a gastar 18,36. Mas não há absolutamente NADA que a impeça de gastar 19. Aliás, é exatamente isso que está previsto para o ano que vem:

    Orçamento de educação e saúde terá reajuste acima da inflação em 2019 | Agência Brasil

    Sobre a queda de verbas na UFRJ, alguns comentários:

    1) O pró-reitor de Planejamento e Finanças da UFRJ alega que as verbas caíram, mas essa alegação não bate com outras fontes, que afirmam que as verbas para a universidade aumentaram, mas os repasses ao museu diminuíram drasticamente:

    https://oglobo.globo.com/rio/repasse...taram-23036586

    Pelo que eu pude entender, o reitor fez uma conta malandra excluindo os custos com pessoal, que aumentaram em 500kk, pra justificar uma redução de poucos milhões em outras rubricas. Mas não tenho dados (e nem tempo pra procurá-los para afirmar isso com certeza). Mas uma coisa é certa, os repasses da UFRJ reduziram absurdamente, o que demonstra que o museu não era prioridade da reitoria (de esquerda).

    2) Houve uma queda de recursos em geral, porque houve queda de arrecadação, que é fruto da recessão pela qual o país passou. Não tem nada a ver com o teto. A própria matéria que você postou fala que a queda nos recursos vem de 2014... Mas você acha que o fato deterem cortado alguma das bolsas é culpa do teto, mesmo esses cortes tendo ocorrido dois anos antes da lei (o raciocínio já seria um non sequitur independentemente disso; o fato de haver corte de bolsas não significa que houve queda no orçamento da educação, a verba pode ter sido realocada para o FUNDEB, por exemplo)...

    3) De toda forma, a queda nos repasses ao Museu foi MUITO superior à queda no orçamento da UFRJ alegada pelo Pró-reitor de Finanças, o que demonstra que ele não era prioridade para a administração da UFRJ

    Quanto aos gastos com educação, média serve exatamente para ponderar as diferenças entre os países. Mas o fato é que gastamos uma porcentagem do PIB maior do que a média da OCDE, o que demonstra que esse argumento que o problema é a falta de verbas é muito questionável. A verdade é que gastamos MUITO dinheiro com universidades e jogamos lá alunos com deficiências cognitivas graves em razão da péssima educação básica. E essas universidades entregam MUITO pouco pelo valor investido. E não se engane, os políticos (ou você acha que o tal do Leher é o quê?) que administram nossas universidades sob o dogma da tal autonomia universitária são tão ruins, ou piores , que nossos gestores públicos. E as nossas universidades, em grande parte dos casos, são feudos de alguns professores, que manipulam o que podem para terem como professores/alunos de pós apenas aqueles alinhados politicamente com eles.

    Sobre Adorrno et caterva, seu post confirma exatamente o que eu falei (é só ver os expressões "eles combatem" "colonizador vs colonizado", "classes"). Mas realmente não tem sentido discutir essa galera com quem teve toda sua formação cultural na academia. Seria o mesmo discutir Deus com um fiel.

    Sobre as renúncias fiscais, nada do que você falou contraria o que eu disse... Mas eu confesso que achei engraçado falar que o chorinho estaria extinto. Aqui em BH ele continua firme e forte, mas nos botecos, sem receber um centavo de verba pública. Em compensação, a grana que é gasta com exposições que ninguém vê, ou com espetáculos comerciais que deveriam se sustentar com verbas próprias, não é brincadeira.
    Última edição por Picinin; 04-09-2018 às 11:31.
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  2. #22
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    @Picinin O zero tem tudo a ver com a discussão pq vc começa afirmando que o cobertor é curto questionando a destinação de verba pra produções culturais, quando na verdade a verba do museu vinha da educação.

    O lance do teto pode ter um pouco de confusão minha de entender e de me fazer entender. O lance é que se o teto em valores por exemplo for de R$100 e destinar X% pra cada área fica engessado, não aceitaria uma parte maior pra educação (ou pra outra área que vc escolha) do que o limite. Por exemplo, gastar R$120 no total, sendo esses R$20 a mais do teto na educação e sabendo que tá fora do orçamento, que seria adiado pro ano seguinte por exemplo. A inflação é generalizada, coloca ali uma correção de 5%, mas não leva em conta que insumos da área biológica por exemplo podem ter tido um aumento de 20%, que a aquisição de produtos químicos implica em 15% a mais que no ano anterior - aí como faz? Diminui a demanda geral da universidade pra conseguir sanar as áreas que os insumos tão acima da inflação ou "abandonam" as que passaram da inflação e fica do jeito que der?

    Se a educação fosse toda separadinha bonitinha, básico 1, básico 2, ensino superior, pesquisa, extensão, patrimônio e etc etc etc daria pra ter algo mais engessado pq vc consegue isolar esses problemas ou aplicar a correção da inflação corretamente - agora quando a verba bruta pra comprar giz de cera e microscópio atômico vem do mesmo lugar e é colocado no mesmo bolo fica complicado.

    1) Eu não consigo abrir a notícia aqui. Vai ficar difícil opinar sobre a gestão, se for do jeito que vc falou, é cagada do reitor e/ou da união, pq se teve um aumento de custo de pessoal e o repasse não acompanhou o aumento, ele teve que tomar decisões sobre pagar salário ou manutenção do museu. Assumindo que antes desse aumento de pessoal o orçamento da ufrj tava ajustado pra cobrir tudo, inclusive a manutenção do museu.

    2) Sim, a queda vem de 2014, mas ela vem tipo 10%, 15%, teve um ano (acho que o último da Dilma) que o repasse foi bem menor e se optou por fechar o museu durante um período pra não comprometer (não sei se foi decisão da união, da ufrj ou conjunta). A queda brusca foi agora.

    Você não tá acompanhando o lance das bolsas. É desse ano que tão suspendendo editais, não dando as bolsas pros já contemplados, chamando pessoal do exterior de volta - se vc realmente tiver interesse em aprofundar nesse ponto aqui eu vou atrás dos links.

    Sobre o corte das bolsas, outra vez é o lance ali da inflação não ser fiel a "inflação universitária". As universidades e afins estão trabalhando com o mesmo orçamento ou reduzido, mas os valores já não são os mesmos. A primeira área afetada foi a pesquisa:

    https://educacao.uol.com.br/noticias...to-de-2019.htm

    https://jornal.usp.br/atualidades/us...ao-e-pesquisa/

    2) Como eu não consegui ler a notícia, não vou questionar. Teria que ver valores absolutos e proporcionais aos outros anos, ao indicado e etc.

    --

    "A verdade é que gastamos MUITO dinheiro com universidades e jogamos lá alunos com deficiências cognitivas graves em razão da péssima educação básica."

    Concordo.

    "E essas universidades entregam MUITO pouco pelo valor investido."

    Depende da universidade e da área, na área de pesquisa o Brasil entrega mais do que investe. É o 36º em investimento e 23º em impacto e top15 em publicações respaldadas.

    "E não se engane, os políticos (ou você acha que o tal do Leher é o quê?) que administram nossas universidades sob o dogma da tal autonomia universitária são tão ruins, ou piores , que nossos gestores públicos. E as nossas universidades, em grande parte dos casos, são feudos de alguns professores, que manipulam o que podem para terem como professores/alunos de pós apenas aqueles alinhados politicamente com eles."

    Concordo.

    "Sobre Adorrno et caterva, seu post confirma exatamente o que eu falei (é só ver os expressões "eles combatem" "colonizador vs colonizado", "classes"). Mas realmente não tem sentido discutir essa galera com quem teve toda sua formação cultural na academia. Seria o mesmo discutir Deus com um fiel."

    Usei os termos que os caras usam pra respeitar a ideia/conceito, de forma similar quando você usa latim. Se bem que na maioria das vezes existe a mesma expressão em português e nenhuma ideia/conceito para justificar.

    Enfim, você não acha que as minorias/colonizados/classes baixas tenham direito de ter sua história, identidade e patrimônio conservados e acessíveis?

    "Sobre as renúncias fiscais, nada do que você falou contraria o que eu disse... Mas eu confesso que achei engraçado falar que o chorinho estaria extinto. Aqui em BH ele continua firme e forte, mas nos botecos, sem receber um centavo de verba pública. Em compensação, a grana que é gasta com exposições que ninguém vê, ou com espetáculos comerciais que deveriam se sustentar com verbas próprias, não é brincadeira."

    Não contraria, explica. Você postou dando a entender que a verba de bilhões era torrada com coisas questionáveis, quando na verdade esses projetos são uma minoria frente aos tantos outros que citei. Parece que você esquece que o Brasil não é só BH. Tem lugares país afora que as peças teatrais, apresentações sinfônicas, exposições não chegam sem auxílio de terceiros. Que produtora vai levar uma peça de teatro "profissional" pro interior do Pará? Que empresa vai bancar a ida de musicistas clássicos pra fazer um tour pelo interior do Tocantins e do Piauí? E se levar, cobrar uma fortuna da população local? Acesso a cultura é fundamental e deveria ter o menor abismo possível entre quem tem condições financeiras e quem não tem, quem vive em grandes centros e quem vive no agreste.

    É como o lance da eletricidade, telefonia e afins. Se deixar única e exclusivamente ao critério de uma empresa, em SP seria uma maravilha, Brasília, Campinas, Rio, BH e aí vai, agora no interior do Acre ou da Paraíba o pessoal não vai ter eletricidade e nem internet porque economicamente não compensa pra empresa gastar com infraestrutura pra oferecer o serviço. Sem contar no preço que teria dado o contexto. Acesso a cultura deve(ria) ser na mesma pegada.

    Quanto ao choro se em BH tá rolando bem, que maravilha. No resto do país tá morto ou respirando com ajuda de aparelhos. No RJ (berço) precisam de apoio do BNDES e Petrobras pra manter a Casa do Choro funcionando. Tem uma roda no rio que esses tempos foi agraciada como patrimônio cultural exatamente pra tentar garantir mecanismos pra que no futuro não seja extinta como tantas outras.
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  3. #23
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    0) Ali eu não estava discutindo orçamento e questões concretas, eu estava falando como a questão da cultura é tratada e questionando essa metodologia de leis de incentivo,mais especificamente a Lei Rouanet, que é MUITO problemática.

    1) É uma matéria d'O Globo que mostra que as verbas destinadas ao museu caíram de quase 1kk em 2013 para 98k esse ano (em valores históricos), enquanto o repasse para a Universidade subiu de 2,6 bi em 2014 para 3,1 bi em 2017. Só que esse aumento de meio bilhão foi todo repassado para despesas com pessoal (nisso, as universidades não diferem em nada do Judiciário e do Legislativo). Vou tentar colocar a imagem aqui:



    2) Eu não tô falando sobre bolsas do CAPES e de nenhuma outra verba em específico. Eu tô falando do orçamento da educação, que é distribuído em milhões de rubricas. Obviamente, algumas vão variar para maior ou menor, mas isso não tem NADA a ver com teto de gastos. Se as verbas dessas bolsas estiverem indo pra educação básica, eu vou bater é palma.

    Sobre as universidades, o que interessa, IMO, não é número de publicações (até porque esses sistema de avaliação de publicações é muito problemático), é o tanto que ela contribui pro desenvolvimento do país. E em termos de produtividade e inovação nós somos fraquíssimos.

    Sobre a Escola de Frankfurt, já deixei minha crítica. Ela não se preocupa em descrever a realidade, mas em interpretá-la de forma a atingir um objetivo, que não é o conhecimento da verdade, mas a transformação da realidade de acordo com uma ideologia. A subversão do conceito de arte existente há milênios, descartando a estética em favor da ideologia marxista, é um dos exemplos. Na verdade, TUDO que essa galera propõe está filtrado pelo antolho do marxismo. Achar que a visão da escola de Frankfurt visa apenas garantir o direito dos oprimidos de terem sua história é uma visão que eu considero inocente e bem deslocada da realidade.

    Quanto à Lei Rouanet, eu discordo absolutamente desse seu paralelo com eletricidade. Os artistas profissionais, que poderiam se sustentar com bilheteria, não pegam apoio pra ir pro interior do Pará. Pegam apoio pra fazer musicais (Rei Leão, Shrek) que vão rodar só grandes teatros de capitais. Quando não tão bancando bizarrices como Macaquinhos e congêneres. Eu não tô questionando que o Estado incentive a cultura, especialmente a alta cultura que normalmente não se sustenta (como museus ou música erudita). Eu questiono é esse mecanismo da Lei Rouanet, que, IMO, é MUITO ruim. É bizarro que nossos "mecenas" escolham onde botar o dinheiro público, porque renúncia fiscal é dinheiro público.

    BTW, pelos comentário dos meus amigos que moram lá, não parece proceder essa história de que o choro esteja morrendo no Rio. O fato de que determinado espaço esteja com dificuldades é algo muito circunstancial para tirar uma conclusão dessas.

    De toda forma,pra resumir meu ponto porque eu não devo ter tempo pra voltar aqui nos próximos dias, eu acho que o problema da cultura e educação no Brasil também tem muito a ver com os próprios agentes educacionais e culturais, que, via de regra, fazem um trabalho muito ruim. Infelizmente, a maioria absoluta é igual ao brasileiro médio, tá muito mais preocupado com os próprios interesses do que com a educação ou com a cultura.
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  4. #24
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    Moro no Rio e confirmo que o choro está firme e forte.
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  5. #25
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    0) Ué, quando vc dá uma informação errada vc não frisa que é FALSO e aí relativiza sobre o tema em si e não a informação. Quando eu fiz algo parecido vc frisou que era FALSO e não levou em consideração toda a questão envolvida, sendo que nos alongamos tanto partindo de um pequeno post que era essa tua falsa afirmação. Jogo que segue.

    1) Blz, então é meio o que eu tinha pensado mesmo. Falha da união e da gestão. Acho que nem tem muito o que aprofundar.

    2) Por isso que eu postei o impacto e o número de publicações. O impacto é o mais importante. Como você viu nos dados, somos o 36º em investimento na área, natural que fôssemos fraquíssimos, mas ainda sim a turma consegue se virar e entrega um resultado melhor que ser o 36º tanto no impacto quanto na difusão.

    "Ela não se preocupa em descrever a realidade, mas em interpretá-la de forma a atingir um objetivo, que não é o conhecimento da verdade, mas a transformação da realidade de acordo com uma ideologia."

    Qual realidade? A verdade em termos de sociedade não é absoluta, sempre há uma construção. A questão é ser verdadeiro. Assumir a verdade é consequentemente assumir que todo o resto é falso. Se estamos falando de algo mais concreto é fácil, mas e se for sobre a chegada dos portugueses ao Brasil, por exemplo? Dá pra cravar qual é a verdade ao longo desse fato? Ou em casos mais "simples" como no direito envolvendo um homicídio X (em que X pode ser doloso, culposo e etc), ele não pode ser entendido de N maneiras se a narrativa assim o fizer? Aonde entra Escola de Frankfurt nisso?



    "Na verdade, TUDO que essa galera propõe está filtrado pelo antolho do marxismo. Achar que a visão da escola de Frankfurt visa apenas garantir o direito dos oprimidos de terem sua história é uma visão que eu considero inocente e bem deslocada da realidade."

    Se vc acha que arte é só aquilo que é erudito, técnico e que a definição foi concebida em 1618 guaraná com rolha A.C., pode parecer deslocado da realidade mesmo. Aí vai na direção que tudo que a humanidade fez nos últimos 100~150 anos não foi arte - nada. Isso sim pra mim soa deslocado da realidade, não perceber que a sociedade está em constante mudança, que nós mudamos mais nos últimos 100 anos do que provavelmente nos últimos 500 e que isso reflete em tudo, inclusive na percepção do que é arte. Andam discutindo até conceito de vida que foi cravado há mais tempo e mais bem fundamentado, por que o conceito de arte que é muito mais palpável e recente não seria discutido?

    "Quanto à Lei Rouanet, eu discordo absolutamente desse seu paralelo com eletricidade."

    Discorda sem ter ido atrás das informações. Os casos bizarros ganham a grande mídia por serem bizarros mesmo, ninguém fala da "normalidade". Quando teve o caso da Claudia Leitte (acho) era um edital com mais 20+ contemplados, ninguém falou dos outros porque tava tudo certo, era música instrumental, orquestra, coisa folclórica, acho que tinha até banda de baile.

    Eu disse que não acho o sistema perfeito (ao contrário!), mas é muito errado achar que Rei Leão e Latino são a grande mordida do sistema. Só no meu período de graduação eu participei direta ou indiretamente de projetos com verba pública/renúncia que foram oficinas de pintura pra pessoas idosas em vulnerabilidade social, edital para curta-metragem documentário sobre quilombos, oficinas/workshop de audiovisual pra comunidade, reforma de museu, tombamento de patrimônio de interesse cultural e mais alguns. A única coisa grande que eu vi na época (mas não participei) foi um festival de música no interiorzão do RS com bandas de rock de médio porte (a maior era Cachorro Grande) em que a entrada eram 2kg de alimento (revertido pra instituições locais) e o cachê das bandas foi pago com as leis de incentivo, o projeto todo custou/captou menos de R$10k. Vale destacar que mesmo com renúncia fiscal ainda foi difícil captar os recursos.

    "É bizarro que nossos "mecenas" escolham onde botar o dinheiro público, porque renúncia fiscal é dinheiro público."

    Sim, eu concordo plenamente. Esse sistema precisa ser readequado pra ontem.

    "BTW, pelos comentário dos meus amigos que moram lá, não parece proceder essa história de que o choro esteja morrendo no Rio. O fato de que determinado espaço esteja com dificuldades é algo muito circunstancial para tirar uma conclusão dessas."

    Extinção não é do dia pra noite, a prevenção é exatamente para prevenir né. E desculpa lá, mas se a Casa do Choro passa/passou por dificuldades e é algo muito circunstancial, o que a opinião de meia dúzia de pessoas do Rio são? No projeto da Casa de Choro eles provavelmente trazem números pra poder justificar o investimento, mas precisaria buscar. O choro hoje é menor do que era há 20 anos, do que 40, do que 60 e assim vai... em Campinas por exemplo, na minha adolescência tinham alguns barzinhos com roda de choro. Hoje em dia (pelo menos até o fim do ano passado) sobraram eventos pontuais no SESC. Não precisou nem de 10 anos entre ter a "iniciativa privada" dando espaço semanalmente/quinzenalmente por vontade própria até ao ponto em que uma cidade com mais de 1kk de hab. ter eventualmente apresentações no SESC.

    "De toda forma,pra resumir meu ponto porque eu não devo ter tempo pra voltar aqui nos próximos dias, eu acho que o problema da cultura e educação no Brasil também tem muito a ver com os próprios agentes educacionais e culturais, que, via de regra, fazem um trabalho muito ruim. Infelizmente, a maioria absoluta é igual ao brasileiro médio, tá muito mais preocupado com os próprios interesses do que com a educação ou com a cultura."

    Acho que mais do que dos agentes, do próprio sistema. Meu pai chegou a ter aula de música e filosofia na escola pública, quando chegou minha vez já não havia nada disso. Há décadas o sistema de ensino tá fracassado e se contentou em formar peão ao invés de cidadão. Os agentes são consequência. Não posso falar pelos outros e já nem trabalho com/no Brasil há anos, mas todo mundo do meu pequeno círculo de contato era pelo coletivo - mas pode ser sim que em esferas maiores ou com maior poder/$$ prevaleça o interesse próprio. Não boto minha mão no fogo.

    O X é que a tragédia do museu era anunciada, ninguém fez nada em tempo. Aí entram governos anteriores que não cobravam ou não davam a devida atenção, BNDES (ou incompetência do proponente) em não aprovar a verba pra adequação, a gestão da ufrj por não ter cuidado do patrimônio como se deveria, o governo atual por não só repetir os erros anteriores como diminuir a verba. O museu precisou fazer vaquinha pra reabrir uma sala uns tempos atrás, bizarro!

    Vão fazer palanque, agora vai aparecer dinheiro até do vizinho pra reformar o prédio vazio, quando baixar a poeira e a coisa apertar vai acontecer tudo outra vez, faltar dinheiro pra museu e patrimônio cultural. Quando o cobertor é curto, é preciso ter prioridades - no caso a prioridade parece ser quebrar o recorde de emenda parlamentar, aumentar salário do judiciário ou qualquer outra coisa não urgente que apareça, se sobrar umas moedinhas eles tentam conservar nossa história e cultura (ao menos o que sobrar dela)

    Relaxa quanto ao tempo pra responder, também devo dar uma desaparecida até o fim do mês, férias chegando!
    Última edição por sopro; 04-09-2018 às 18:36.
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  6. #26
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    Nem sei pq vocês tão discutindo o teto quando a regra de ouro vai pro espaço antes (pq o teto vai estourar com certeza).

    Ps: não faz sentido nenhum criticar o teto no curto prazo (2018,19,20), tem 150 bilhões de déficit que é "crônico"
    Última edição por tiagaosouza; 04-09-2018 às 22:18.
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  7. #27
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  8. #28
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    "Qual realidade? A verdade em termos de sociedade não é absoluta, sempre há uma construção."
    Esse é o velho relativismo da esquerda. Não é porque a verdade não é 100% objetiva que não se deva ser o mais objetivo possível. Não é porque ninguém é 100% honesto que não se deva cobrar honestidade das pessoas.

    Sobre a imagem, é evidente que a história foi escrita pelos portugueses e não pelos índios, os índios não tinham linguagem escrita.

    Anyway, você tem uma visão muito ingênua sobre a escola de Frankfurt, IMO. Muito embora não fossem nenhum tipo de Illuminatti, sua proposta era muito evidente, reinterpretar as diversas "ciências humanas" de acordo com postulados marxistas.

    "Se vc acha que arte é só aquilo que é erudito, técnico e que a definição foi concebida em 1618 guaraná com rolha A.C., pode parecer deslocado da realidade mesmo. Aí vai na direção que tudo que a humanidade fez nos últimos 100~150 anos não foi arte - nada."
    A definição de arte com base na estética não veio de 1600, tem uns 3k anos Vem, pelo menos, desde a Grécia antiga, e serviu muito bem até vir alguém querer mudar sem nenhum argumento filosófico,mas apenas com proselitismo político-ideológico.

    E de onde você tirou que não tem nada de erudito e técnico nos últimos 100~150 anos? Conhece Villa-Lobos? Já ouviu falar em Jazz? Já leu Érico Veríssimo ou outro inúmeros autores que eu poderia citar aqui? Continua existindo música, literatura, artes plásticas, etc., erudita e técnica como sempre existiu.

    Sobre a Lei Rouanet, se juntar todos esse projetos que você acompanhou, o valor da verba não deve dar metade do que um grande projeto desses capta, Fora a questão da falta de critério.

    Sobre o choro, ele é menor do que há 60 anos porque surgem novos estilos, e eles tomam espaço dos antigos. Mas o que é bom acaba retornando, como aconteceu com o choro (que já teve períodos piores) ou com o forró.

    o sistema de ensino tá uma bosta exatamente porque começaram os paulofreirismos e a ideia de que a escola tem que formar cidadãos, e não transmitir conhecimento. Além do fato de que na época do seu pai, as escolas públicas eram melhores, mas apenas 10% ou 20% da população ia à escola. Mas isso foge ao assunto.

    Sobre o cobertor curto, a prioridade parece ser peça macaquinhos, musicais, show de cantor pop, etc. Se você acha que vamos reduzir despesas com a administração pública, judiciário, e jogar tudo na cultura, eu acho que você tá bem fora da realidade.Não conheço nenhum lugar do mundo que seja assim. Mas as verbas para educação e cultura têm que ser bem administradas, e não jogadas na mão de meia dúzia de professores sectários.
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  9. #29
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    Hj eu tô começando a olhar que a ditadura na verdade foi pela defesa do estado, isto é, o Estado estava sendo atacado e precisava ser defendido...

    Civis querendo derrubar o estado pra instalar o comunismo e a Ditadura defendendo em prol da ordem.

    Nos livros no ensino médio não nos trazem esta ótica.

    A própria constituição permite pena de morte quando está em Estado de sítio.
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  10. #30
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    Citação Postado originalmente por Cleber2b Ver Post
    Hj eu tô começando a olhar que a ditadura na verdade foi pela defesa do estado, isto é, o Estado estava sendo atacado e precisava ser defendido...

    Civis querendo derrubar o estado pra instalar o comunismo e a Ditadura defendendo em prol da ordem.

    Nos livros no ensino médio não nos trazem esta ótica.

    A própria constituição permite pena de morte quando está em Estado de sítio.
    Não, pena de morte é só em caso de guerra declarada.

    O resto do post é tão equivocado quanto. Tirou essas informações de onde, do facebook?
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