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Tópico: Incêndio de grandes proporções destrói o Museu Nacional.

  1. #11
    World Class Avatar de brunoarbo
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    Citação Postado originalmente por sopro Ver Post


    "A imagem que representa a situação do pesquisador no Brasil."
    "Essa é a cena literal do que fazem os cientistas/pesquisadores no Brasil.. Se agarram "a ciência" e tentam salvá-la com as próprias mãos, mesmo com o Brasil pegando fogo"

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    Isso aqui é muito tenso. Minha sala na universidade fica do lado do setor ocupado pelo pessoal da zoologia, pessoal tá muito puto.
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  2. #12
    World Class Avatar de Picinin
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    Vamos lá:

    1. "colocam um teto orçamentário com redução para educação..."

    Falso, o teto é de gastos totais e tem um objetivo muito claro de reduzir o déficit fiscal - ou em bom português, fazer o governo parar de gastar mais do que arrecada. E educação e saúde têm pisos constitucionais, ou seja, uma porcentagem mínima do orçamento deve ser gasta OBRIGATORIAMENTE com essas rubricas. Em suma, só vai haver redução - em valores absolutos, porque em relativos não pode haver em razão do piso - se o PIB cair. Como não tá caindo, não tem redução de verbas para educação, então você está partindo de um pressuposto falso.

    2. "falta dinheiro pra educação, a do superior é repartida em N bolos (pesquisa, docentes, patrimônio e etc)"

    Outra informação no mínimo questionável. Em porcentagem do PIB, gastamos mais que a média da OCDE:

    Brasil gasta 6% do PIB em educação, mas desempenho escolar é ruim | Agência Brasil

    Mas gastamos mal, e, principalmente, gastamos demais na educação superior e de menos na educação de base:

    https://www.bbc.com/portuguese/brasil-41236052

    E sequer se cogita financiar universidades públicas por meio de cobrança de mensalidade de quem pode pagar,a esquerda grita, o STF grita...

    Em suma, nossa universidade gasta muito e produz pouco. E, quando se fala em tirar dinheiro da educação superior pra colocar na educação de base, a "intelectualidade" chia - afinal, quem vai sustentá-los?

    3. "então o lance das prioridades são num modo geral, só o salário anual de 1 juiz do stf seria suficiente pra cobrir o orçamento anual de patrimônio do museu nacional"

    Com certeza, e vou além. Não precisa ser ministro do STF, o Brasil gasta praticamente 50k por mês EM MÉDIA com um juiz, mesmo o teto do funcionalismo público sendo 33k. Mas aí é outro problema, que não tem muito a ver com a cultura.

    Mas, na questão cultural, o descaso com os museus é fruto, em grande parte, da mentalidade da própria academia, que replica as imbecilidades de Adorno et caterva porque não está interessada na história, mas na formação do "novo homem", em criar "cidadão conscientes",em combater hegemonia cultural. Acreditam que arte é só o que é "inovador", que "causa incômodo", porque mais importa a causa do que a história. Aí nossa política cultural tá mais focada em dar dinheiro, via renúncia fiscal, aos "artistas" que ninguém quer ver porque sua "arte" é politizada.

    E, pelo que eu vi, a UFRJ nunca teve o museu como uma de suas prioridades.

    Em suma, não me parece que o incêndio seja fruto apenas de negligência do governo X ou Y, e muito menos da falta de investimento em educação. É fruto da forma completamente equivocada, IMO, com que educação e cultura são vistas e tratadas no país, inclusive e principalmente por quem é do meio.
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  3. #13
    World Class Avatar de sopro
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    0. mas torram mais de um bi por ano com renúncia fiscal,em boa parte das vezes pra projetos culturais questionáveis.

    Falso. A verba é da educação. O dinheiro torrado nos projetos culturais questionáveis não influenciam nada na gestão do museu nacional ou de outros que estão relacionados com universidades.

    1.
    Como vc mesmo apontou, existe um teto e um % definido para as áreas. Além do PIB, vc precisa considerar inflação. R$100 hoje não faz o mesmo que 5 anos atrás e provavelmente não fará daqui 5 anos. Sem o teto poderia-se gastar acima do % mínimo pra área sem problemas. Prioridades né, se o país precisa frear os gastos, deveria-se cortar ou segurar coisas como as emendas parlamentares pros vizinhos ou esses aumentos do STF que vão ter efeito cascata, por exemplo.

    2. Quanto a média do OCDE e etc é preciso destrinchar cada caso. Temos por exemplo o EUA que arrecada muito mais que o Brasil gastando só 0,6% a menos que nós - apenas em educação de base*, já que as universidades privadas são fundações, comunitárias ou empresas.

    (* assumindo que estou certo sobre a afirmação, mas é uma suposição baseado no que conheço de lá)

    A cifra sobe exatamente por causa dos bolos que eu falei. Tudo que é repassado pra universidade entra como "ensino superior".

    Tanto cortam na educação que pra respeitar o teto orçamentário e os 6% já começaram a cortar/suspender bolsas de pesquisa e repasses pra grupos/centros. O próximo passo deve ser o estrutural/patrimônio - que já não é grande coisa.

    Quanto ao pagar mensalidade ou não e etc, é outro assunto.

    3. "que replica as imbecilidades de Adorno et caterva porque não está interessada na história, mas na formação do "novo homem", em criar "cidadão conscientes",em combater hegemonia cultural."

    Falso. Tanto Adorno (Escola de Frankfurt) quanto os mais recentes acreditam na história do homem estar atrelada a sua cultura, ao seu conhecimento da identidade. Por isso que no próprio museu nacional existiam artefatos de tribos indígenas extintas e coisas da família real. O que eles combatem no sentido mais prático é a imposição cultural, aquele lance colonizador vs colonizado. Em tempos atuais seria a gente deixar de lado o que temos em troca de cultuar a identidade do EUA ou nos assumirmos como "povo europeu" porque Portugal colonizou, aí cuspir em todo o resto. A hegemonia cultural tem a ver com classes, garantir que a população mais pobre tenha sua identidade tão conservada quanto os ricos, além de coisas mais práticas como museus terem entrada franca ou social é um pouco disso, enfim, a conversa já vai pra outro tema que não é pertinente ao assunto.

    "Aí nossa política cultural tá mais focada em dar dinheiro, via renúncia fiscal, aos "artistas" que ninguém quer ver porque sua "arte" é politizada."

    Falso também. Existem editais específicos de fundo perdido, de renúncia fiscal e o sistema de fluxo contínuo com renúncia fiscal. Os específicos na imensa maioria das vezes vão beneficiar coisas relacionadas aos negros, índios e etc. Os que envolvem renúncia fiscal naturalmente dependem de empresas e a submissão vem delas, mas há um filtro na aprovação de projetos. Não é um sistema perfeito, ao contrário, mas é ele que ainda permite que o chorinho não esteja extinto, que orquestras sinfônicas não desapareçam, preservação folclórica indígena, que peças de teatro consigam ir para o interior do Brasil com preço baixo ou gratuito, oficinas de artesanato pra pessoas em venerabilidade social, apresentações musicais gratuitas de artistas que normalmente o bilhete custam 10%+ do salário mínimo e por aí vai.

    "E, pelo que eu vi, a UFRJ nunca teve o museu como uma de suas prioridades."

    Fica difícil falar de fora sobre a gestão do museu, a bomba estourou agora, poderia ter sido anos antes ou anos depois. A questão é que o repasse caiu drasticamente no novo governo, talvez com o repasse completo o museu teria tido alguma hipótese. Sem o repasse não existia o talvez, era só questão de tempo. Brincaram com a sorte e ela saiu bem cara.

    "Em suma, não me parece que o incêndio seja fruto apenas de negligência do governo X ou Y, e muito menos da falta de investimento em educação."

    Concordo que seja um problema crônico e não exclusivo, mas quem tá no poder é a única figura no momento que pode ou não fazer algo. Sobre a UFRJ:

    A situação orçamentária é considerada crítica pela direção da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Para este ano, o orçamento é 6,7% menor do que no ano passado. O reitor da UFRJ, Roberto Leher, destaca que, no ano passado, muitas contas foram pagas somente até o mês de setembro, o que deslocou para o orçamento de 2017 o pagamento das despesas não pagas.

    Nos últimos três anos, o quadro de pessoal terceirizado foi reduzido pela metade, e contratos com permissionários foram revisados. A universidade lançou uma campanha com a meta de reduzir em 25% as despesas com energia elétrica.

    A UFRJ diz que, desde 2014, a falta de recursos afeta gravemente o funcionamento da universidade. “Nos últimos anos, a UFRJ vem sofrendo cortes crescentes, significativos e rigorosos, em seu orçamento, os quais comprometem sua capacidade de funcionamento e suas possibilidades de oferecer o melhor acolhimento aos alunos que chegam à universidade pelas novas vagas geradas no processo de expansão e pelas cotas criadas para democratizar o acesso e a garantia das ações afirmativas”, diz a universidade, em nota.

    "É fruto da forma completamente equivocada, IMO, com que educação e cultura são vistas e tratadas no país, inclusive e principalmente por quem é do meio."

    Fala isso baseado em que(m)?
    Última edição por sopro; 03-09-2018 às 18:09.
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  4. #14
    World Class Avatar de sopro
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    Em tempo: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janei...nacional.ghtml

    Vice-diretora do Museu Nacional diz que incêndio destruiu cerca de 90% do acervo



    Segundo a vice-diretora, foram preservados:


    • meteorito Bendegó
    • parte da coleção de zoologia
    • biblioteca central do museu, outros minerais e algumas cerâmicas.
    • herbário
    • departamento de zoologia de vertebrados
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  5. #15
    Expert Avatar de Tupac
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    Se pa já tem coisa desse acervo sendo vendida a horrores no mercado negro, tava pensando aqui se muita coisa não vai "sumir" nessa brincadeira aí.. Lamentável mesmo
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  6. #16
    World Class Avatar de sopro
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    não cheguei a ver muitas opiniões no fb, mas cai nesse vídeo e achei pertinente o relato/opinião dele
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  7. #17
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  8. #18
    World Class Avatar de brunoarbo
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    Citação Postado originalmente por sopro Ver Post
    0. mas torram mais de um bi por ano com renúncia fiscal,em boa parte das vezes pra projetos culturais questionáveis.

    Falso. A verba é da educação. O dinheiro torrado nos projetos culturais questionáveis não influenciam nada na gestão do museu nacional ou de outros que estão relacionados com universidades.

    1.
    Como vc mesmo apontou, existe um teto e um % definido para as áreas. Além do PIB, vc precisa considerar inflação. R$100 hoje não faz o mesmo que 5 anos atrás e provavelmente não fará daqui 5 anos. Sem o teto poderia-se gastar acima do % mínimo pra área sem problemas. Prioridades né, se o país precisa frear os gastos, deveria-se cortar ou segurar coisas como as emendas parlamentares pros vizinhos ou esses aumentos do STF que vão ter efeito cascata, por exemplo.

    2. Quanto a média do OCDE e etc é preciso destrinchar cada caso. Temos por exemplo o EUA que arrecada muito mais que o Brasil gastando só 0,6% a menos que nós - apenas em educação de base*, já que as universidades privadas são fundações, comunitárias ou empresas.

    (* assumindo que estou certo sobre a afirmação, mas é uma suposição baseado no que conheço de lá)

    A cifra sobe exatamente por causa dos bolos que eu falei. Tudo que é repassado pra universidade entra como "ensino superior".

    Tanto cortam na educação que pra respeitar o teto orçamentário e os 6% já começaram a cortar/suspender bolsas de pesquisa e repasses pra grupos/centros. O próximo passo deve ser o estrutural/patrimônio - que já não é grande coisa.

    Quanto ao pagar mensalidade ou não e etc, é outro assunto.

    3. "que replica as imbecilidades de Adorno et caterva porque não está interessada na história, mas na formação do "novo homem", em criar "cidadão conscientes",em combater hegemonia cultural."

    Falso. Tanto Adorno (Escola de Frankfurt) quanto os mais recentes acreditam na história do homem estar atrelada a sua cultura, ao seu conhecimento da identidade. Por isso que no próprio museu nacional existiam artefatos de tribos indígenas extintas e coisas da família real. O que eles combatem no sentido mais prático é a imposição cultural, aquele lance colonizador vs colonizado. Em tempos atuais seria a gente deixar de lado o que temos em troca de cultuar a identidade do EUA ou nos assumirmos como "povo europeu" porque Portugal colonizou, aí cuspir em todo o resto. A hegemonia cultural tem a ver com classes, garantir que a população mais pobre tenha sua identidade tão conservada quanto os ricos, além de coisas mais práticas como museus terem entrada franca ou social é um pouco disso, enfim, a conversa já vai pra outro tema que não é pertinente ao assunto.

    "Aí nossa política cultural tá mais focada em dar dinheiro, via renúncia fiscal, aos "artistas" que ninguém quer ver porque sua "arte" é politizada."

    Falso também. Existem editais específicos de fundo perdido, de renúncia fiscal e o sistema de fluxo contínuo com renúncia fiscal. Os específicos na imensa maioria das vezes vão beneficiar coisas relacionadas aos negros, índios e etc. Os que envolvem renúncia fiscal naturalmente dependem de empresas e a submissão vem delas, mas há um filtro na aprovação de projetos. Não é um sistema perfeito, ao contrário, mas é ele que ainda permite que o chorinho não esteja extinto, que orquestras sinfônicas não desapareçam, preservação folclórica indígena, que peças de teatro consigam ir para o interior do Brasil com preço baixo ou gratuito, oficinas de artesanato pra pessoas em venerabilidade social, apresentações musicais gratuitas de artistas que normalmente o bilhete custam 10%+ do salário mínimo e por aí vai.

    "E, pelo que eu vi, a UFRJ nunca teve o museu como uma de suas prioridades."

    Fica difícil falar de fora sobre a gestão do museu, a bomba estourou agora, poderia ter sido anos antes ou anos depois. A questão é que o repasse caiu drasticamente no novo governo, talvez com o repasse completo o museu teria tido alguma hipótese. Sem o repasse não existia o talvez, era só questão de tempo. Brincaram com a sorte e ela saiu bem cara.

    "Em suma, não me parece que o incêndio seja fruto apenas de negligência do governo X ou Y, e muito menos da falta de investimento em educação."

    Concordo que seja um problema crônico e não exclusivo, mas quem tá no poder é a única figura no momento que pode ou não fazer algo. Sobre a UFRJ:

    A situação orçamentária é considerada crítica pela direção da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Para este ano, o orçamento é 6,7% menor do que no ano passado. O reitor da UFRJ, Roberto Leher, destaca que, no ano passado, muitas contas foram pagas somente até o mês de setembro, o que deslocou para o orçamento de 2017 o pagamento das despesas não pagas.

    Nos últimos três anos, o quadro de pessoal terceirizado foi reduzido pela metade, e contratos com permissionários foram revisados. A universidade lançou uma campanha com a meta de reduzir em 25% as despesas com energia elétrica.

    A UFRJ diz que, desde 2014, a falta de recursos afeta gravemente o funcionamento da universidade. “Nos últimos anos, a UFRJ vem sofrendo cortes crescentes, significativos e rigorosos, em seu orçamento, os quais comprometem sua capacidade de funcionamento e suas possibilidades de oferecer o melhor acolhimento aos alunos que chegam à universidade pelas novas vagas geradas no processo de expansão e pelas cotas criadas para democratizar o acesso e a garantia das ações afirmativas”, diz a universidade, em nota.

    "É fruto da forma completamente equivocada, IMO, com que educação e cultura são vistas e tratadas no país, inclusive e principalmente por quem é do meio."

    Fala isso baseado em que(m)?
    A PEC dos gastos prevê correção pelos valores da inflação. A crítica é que alguns gastos muitas vezes crescem acima dos valores da inflação.
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  9. #19
    Breakeven
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    Maior tristeza isso =/
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  10. #20
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    @brunoarbo sim, minha ideia do R$100 ali em contexto de universidade mesmo, no meu caso tem material que dobrou de custo de 2 anos pra cá, mas enfim... o meu comentário inicial e o de depois foi de bate-pronto, me apeguei mais nas ideias do que nos detalhes, tanto que dava pra falar que a verba do ensino superior também vai pra projeto de extensão e mais uma infinidade de coisas que vc tá ligado, é meio frágil pensar no dinheiro do ensino superior vs o básico sem desmembrar tudo
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