Opiniões morais, religiosas e filosóficas vão sempre divergir, então determinar o ponto em que um embrião se torna um indivíduo com direitos é fundamental pra essa discussão sobre legalidade.
Imo se vc considera o feto como um ser humano completo, que tem direito a vida, não se pode abortar nunca.
Seria semelhante a dizer que mulheres estupradas tem direito a matar seus filhos depois do nascimento e só quem engravidou por descuido não pode.
Depois do nascimento a vida não depende da estuprada, ela pode entregar para adoção.
Então a falta de cuidado da mãe não é sinônimo de morte.
As mulheres estupradas teriam o direito de entregar seus filhos sem ficar responsável pela criança e as demais mulheres não teriam esse direito.
04-05-2017, 10:36
zombie
Isso não altera absolutamente nada o que eu disse.
Se vc considera o feto uma pessoa com direitos, então uma mulher estuprada não pode "matar" seu filho. Seria obrigatória completar a gestação, entregar ou não pra adoção é outra discussão.
É contraditório dizer que o feto é um ser humano e que a mãe pode abortar devido a sentimentos e traumas pessoais.
04-05-2017, 10:38
Tche_88
Citação:
Postado originalmente por zombie
Isso não altera absolutamente nada o que eu disse.
Se vc considera o feto uma pessoa com direitos, então uma mulher estuprada não pode "matar" seu filho. Seria obrigatória completar a gestação, entregar ou não pra adoção é outra discussão.
É contraditório dizer que o feto é um ser humano e que a mãe pode abortar devido a sentimentos e traumas pessoais.
O feto tem direitos e a mulher tem direitos. Os direitos são conflitantes, ambos são inocentes, cada um por si.
04-05-2017, 10:52
Picinin
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Postado originalmente por felipebig
Citação:
Postado originalmente por ekalil
So pra contribuir: nem sei se concordo ou não, mas outro dia uma mina pro choice me falou que na verdade a maioria dos pro Life na verdade só pro birth, no sentido de que eles não se importam realmente com a a vida da crianca. Querem só que nasça, mas daí pra frente não se preocupam mais.
A sociedade valoriza a vida de um feto na barriga da mãe e acha um absurdo um aborto. Ao mesmo tempo o valor e a condição da vida das pessoas nessa sociedade não tem nem de perto o mesmo valor. Situação de pobreza, violência, maus cuidados domésticos, assassinatos são super banais.
O valor do nascimente é absoluto, mas a sociedade não resguarda os direitos básicos dessa criança pós nascimento.
Não quero justificar uma coisa com a outra, pois defenderia o direito ao aborto na Suiça/França por exemplo. Mas acho interessante essa dicotomia. Achar um absurdo e ter uma reação emocional em relação ao aborto, mas assassinatos na periferia, crise de refugiados e guerras serem situações corriqueiras que não trazem emoção ou revolta.
Outro ponto que acho interessante a discussão é como é simples esse aborto medicinal. Você toma dois remedios em casa, "menstrua" e acabou a gravidez com baixa chance de complicação. No dia seguinte sua vida esta normal e você já vai trabalhar. Chega a ser muito próximo a uma pílula do dia seguinte. Acho que a questão da simplicidade ajuda a deixar o aborto mais banal/normal.
Just my 2 cents.
É aquela velha história de que é mais fácil amar a humanidade do que o ser humano ao seu lado. É muito mais fácil amar um conceito, uma ideia, do que uma pessoa com as suas idiossincrasias. É por isso que muita gente substitui filho por animal de estimação.
O feto é uma ideia, um ser humano idealizado. Muito mais fácil de defender do que uma pessoa real.
04-05-2017, 11:00
zehfinih
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Postado originalmente por ModdoX
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Postado originalmente por Picinin
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Postado originalmente por zehfinih
"
Citação:
Postado originalmente por Cezar Teixeira
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Postado originalmente por dankretli
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Postado originalmente por Cezar Teixeira
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Postado originalmente por zehfinih
Li uma reflexão muito legal esses dias, que as pessoas só se importam com os fetos quando é aborto provocado. Quando é natural ninguém da bola, a mãe vai fazer curetagem e ninguém considera que ela perdeu um filho, o que é ofensivo para a mãe geralmente.
Depois vou procurar melhor, acho que era no Brasil post
Claro que se importa, o problema é como evitar. E esse argumento não faz o menor sentido, se muita gente morre de morte natural não devemos nos preocupar com homicídio também? Eu nem pretendo entrar numa discussão infinita sobre aborto, mas tanto esse argumento quanto o do dankretli logo acima são fraquíssimos.
A discussão tem que ser pautada no feto. Se chegarmos a conclusão de que a vida e/ou seu direito se iniciam na concepção, esses argumentos acima não servem pra nada, pois o aborto em qualquer circunstância seria equivalente a um assassinato. Se chegarmos a conclusão de que a vida e/ou seu direito se iniciam em determinado momento da gestação, esses argumentos continuam não valendo pra nada, pois o aborto não seria um assassinato e portanto permitido em qualquer circunstância até esse momento.
Mas o único argumento que mantém que a "vida" se inicia na concepção é o religioso... No campo científico não se conseguiu identificar ainda quando começa, mas tem-se a certeza de que não é na concepção, visto não ter nenhum orgão/membro formado nesse momento, apenas uma "expectativa de vida" caso tudo corra bem...
Defender que a partir da concepção o embrião passe a ter direitos não faz o mínimo sentido...
Eu não postei ali argumentos para convencer ngm, obviamente se formos especular tem mil argumentos melhores entrando no assunto de saúde pública e abortos ilegais... Mas ali foi simplesmente minha opinião e se é "fraco" ou "forte" pouco importa, é o que eu acho e assim como drogas, sabemos que ter uma lei proibindo nunca tornou a atividade menos presente no país...
Edit: Hahaha não é que o kleber pegou o proximo argumento... Mas é um fato, falar que não é negar a realidade... e como eu disse não to tentando convencer ngm, acho que a decisão não cabe ao estado e ponto... Nem cabe a ngm alem dos pais, que são os que arcarão com todos os custos e responsabilidades sobre essa vida... Vir de fora e falar que não pode abortar é muito fácil, é igual quem defende bandido... Quero ver ir lá adotar quando for abandonado...
Não, o argumento religioso não é o único. E como disse, não vou entrar nesse debate. O motivo do meu post foi pra mostrar o quanto a maioria desses argumentos não servem pra nada, como esse que o Kleber citou.
A frase é mais que verídica, a conclusão que a mulher tira é que é completamente errada.
Ela realmente não é e nunca foi mãe, os filhos dela nunca nasceram. Se estima que uns 20% das gravidezes terminam em aborto espontâneo. É possível que a mulher engravide e tenha um aborto espontâneo sem nem saber. É absurdo igualar um embrião ou um feto a uma criança.
20% das gravidezes reconhecidas, mas levando em conta os casos em que a mulher nem sabia que estava grávida, esse número pode chegar a 50%.
Se você iguala um feto a uma criança, você dá a eles os mesmos direitos. Se você considera, por exemplo, que a partir de 12 semanas de gestação o feto é um indivíduo com direitos, você deve achar razoável a ideia de investigar todos os abortos ocorridos com 12 ou mais semanas de gestação e punir criminalmente possíveis responsáveis.
Imagine uma grávida de 12 semanas dando entrada no pronto socorro e sofrendo um aborto. A partir disso entra em cena a polícia e a justiça e se descobre que o aborto ocorreu porque a gestante, mesmo sabendo dos riscos, não controlou sua diabetes. Então, ela é condenada por homicídio.
Ou então, investigar casos em que os bebês nasceram com má-formação e punir as mães responsáveis por isso.
Um juiz federal em Wisconsin, EUA, declarou inconstitucional a “Lei de Proteção à Criança em Gestação” do estado, conhecida nacionalmente como a “lei mãe cocaína”. Com a finalidade de proteger o feto, a lei, criada em 1997, rotula mulheres grávidas que usam drogas (ou já usaram drogas no passado) de “abusadoras infantis”. E prevê penas de prisão para elas, caso se recusem a viver em um centro de tratamento até o parto.
Isso não altera absolutamente nada o que eu disse.
Se vc considera o feto uma pessoa com direitos, então uma mulher estuprada não pode "matar" seu filho. Seria obrigatória completar a gestação, entregar ou não pra adoção é outra discussão.
É contraditório dizer que o feto é um ser humano e que a mãe pode abortar devido a sentimentos e traumas pessoais.
O feto tem direitos e a mulher tem direitos. Os direitos são conflitantes, ambos são inocentes, cada um por si.
Vc não está sendo coerente.
Na nossa sociedade seus sentimentos pessoais não justificam assassinato. Direito conflitante seria apenas se a gravidez oferecesse risco direto a vida da mãe.
Imo aborto é ok até o ponto em que se determine que legalmente se trata de um indivíduo humano. Nenhuma justificativa adicional é necessária.
A partir desse ponto deixa de ser justificável. Novamente isso valendo pra estupro, descuido, ou whatever.
04-05-2017, 11:10
Tche_88
Citação:
Postado originalmente por zombie
Citação:
Postado originalmente por Tche_88
Citação:
Postado originalmente por zombie
Isso não altera absolutamente nada o que eu disse.
Se vc considera o feto uma pessoa com direitos, então uma mulher estuprada não pode "matar" seu filho. Seria obrigatória completar a gestação, entregar ou não pra adoção é outra discussão.
É contraditório dizer que o feto é um ser humano e que a mãe pode abortar devido a sentimentos e traumas pessoais.
O feto tem direitos e a mulher tem direitos. Os direitos são conflitantes, ambos são inocentes, cada um por si.
Vc não está sendo coerente.
Na nossa sociedade seus sentimentos pessoais não justificam assassinato. Direito conflitante seria apenas se a gravidez oferecesse risco direto a vida da mãe.
Imo aborto é ok até o ponto em que se determine que legalmente se trata de um indivíduo humano. Nenhuma justificativa adicional é necessária.
A partir desse ponto deixa de ser justificável. Novamente isso valendo pra estupro, descuido, ou whatever.
Até onde eu sei, as pessoas tem o direito de escolher se querem ou não ter filhos e depois que tem os filhos não podem escolher matá-los.
O direito de escolher se tem ou não filhos é conflitante com o direito do feto.
04-05-2017, 11:29
zombie
Wtf...
04-05-2017, 14:37
F3RNANDO
Como não se tem um consenso de onde começa a vida , qualquer tipo de achismo em número de semanas é irresponsável .
E esse argumento de que as pessoas contra aborto não se preocupam com crianças de rua por exemplo é o mais imbecil possível, uma coisa não tem nada a ver com a outra .