Postado originalmente por
Airton_Neto
Postado originalmente por
ekalil
Não precisa nem voltar ao passado pra perceber isso que o Airton falou. Basta comparar países mais e menos evoluídos e notar o que acontecer em cada um.
Aliás, eu acho legal essa idéia de que viajar pelo mundo é, de certa forma, uma viagem no tempo. O Bueno quando foi pra Coréia do Norte disse que parecia que tava nos anos 60 (ou algo assim).
Eu fui pra Índia é vi algo que lembrava são Paulo dos anos 80, ônibus com gente pra fora, mta poluição visual, etc.
Alguns países da África devem estar pelo menos uns 100 anos atrasados com relação aos países mais desenvolvidos e não é a toa que vemos as maiores barbaridades acontecendo por lá.
interessante que na geografia, defende-se bastante o "lugar" ou o "território" como categoria de análise. Porque, pegando o que o ekalil falou e aprofundando, dá pra ir além de "País", porque temos diferenças abissais entre lugares dentro do mesmo país (o que é meio óbvio pra todo mundo).
Temos lugares com espacialidades e temporalidades (dentro delas temos as dimensões culturais, políticas e econômicas, a vida cotidiana, a corporeidade....) diferentes dentro de um mesmo território, país, estado, Nação etc. Ao mesmo tempo, esses lugares estão cada vez mais, graças, também, ao avanço técnico, em uma espécie de rede (não entender rede numa conotação tecnológica), porque decisões financeiras e políticas, por exemplo, lá do outro lado do mundo afetam indiretamente a vida do velhinho que mora lá na última casa da periferia de SP, embora ele nem saiba.
O mundo é uma amálgama do cacete. Os profetas apocalípticos pecam quando tentam tomar o todo pela parte, cristalizando o cotidiano, sem entender como cada lugar está relacionado a outro e carrega uma geografia e história próprias e singulares. Aí a gente fica perplexo quando, enquanto metade do mundo está em paz, a outra se mata.
Aquelas fotos de condomínios-cidades de luxo separados de favelas por muros são exemplos fortes disso.