Postado originalmente por
FrAAnKK Jr
Postado originalmente por
JoseIrineu
premissas estapafúrdias como "sempre existiu escravidão" "os negros que vieram pra ca foram vendidos por outros negros"
Pô, Irineu, isso não é estapafúrdio. A escravidão sempre existiu mesmo entre dezenas - quiçá centena de povos. E o comércio de escravos na África já era enraizado há séculos: primeiro por ser um continente socialmente pouco estruturado e desenvolvido; segundo porque as próprias tribos tinham seus escravos de guerra e/ou prisioneiros de crimes.
Para os europeus organizarem expedições para capturar pessoas e transporta-las custava muito dinheiro na época - aliás seria financeiramente deficitário se eles já não tivessem encontrado um comércio(e cultura) de escravos na África. Óbvio que o desenvolvimento da civilização europeia proporcionou vantagens no domínio do comércio, mas só foi possível porque na própria África haviam pessoas que estavam ganhando com esse comércio também.
A parte do racismo em si (dizer que os negros eram sub-raça) na verdade foi a menor parte de todo o esquema. Uma ideologia desonesta/hipócrita/conveniente para que a sociedade baseada no cristianismo pudesse aceitar a escravidão e chancelar um comércio lucrativo para abastecer outros negócios que só se tornaram lucrativos a partir dele.
Ao meu ver, não há menor chance disso ser estapafúrdio.
Agora, o que isso gerou no Brasil, sendo específico, levanta outro problema: a marginalização socio-economica dessa população por não ter instrução e nem propriedade (como você mesmo disse). Mais uma vez o racismo (como ideologia) em si pouco influenciou nisso. E para provar esse ponto é simples: se o racismo fosse algo aceito (veja é infinitamente diferente de socialmente aceito) nunca teríamos tidos negros que estudaram ou tiveram posses. Totalmente diferente, por exemplo, do machismo em várias partes dos países Islâmicos onde as mulheres ERAM/SÃO PROIBIDAS de estudar, por exemplo.
Sei que é muito simples alguém que nunca sofreu racismo falar dessas coisas. Mas se ficarmos concentrando força nesse tipo de discussão, nunca será possível sanar a desigualdade real que existe: de que sim há uma divida histórica, mas é impossível paga-la senão for de forma EQUALIZADA (pois é impossível ser de forma igual, "tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de sua desigualdade"). Quanto mais dividido o discurso, menor é o coro ouvido.