Violencia no Brasil

[Marcus Martins]

@RRetired vc escreve tudo q penso e não consigo transmitir.
O difícil aqui, é q vc conta o caso do porteiro e alguns dizem q é caso isolado. Quando não é.

Vou me abrir (ops!) aqui e contar o que vivi: Final dos anos 60, meu pai desempregado, mãe e cinco filhos, eu o mais velho com 8 anos. Juntou mais algumas famílias e invadiram um terreno da light na subida da favela da Vila Cruzeiro. Eram 8 barracos de madeira e mais de trinta crianças, tudo em situação precária.
Meu pai só chegava a noite bêbado (morreu de cirrose aos 45 anos) e ainda batia na gente e queria bater na nossa mãe, q enfrentava ele. Para comer o feijão com arroz nossa vó dava, o complemento costumava ser uma lata de sardinha ou de salsicha. Tinha outra famílias em piores condições. Estudava quem queria, e eu mesmo parei com 13 anos pra trabalhar. Meus irmãos

Resumindo; daquelas mais de 30 crianças na época, nenhum virou vagabundo/bandido, a maioria vive/viveu de sub empregos, alguns conseguiram estudar e melhorar de vida, outros só queriam arrumar um dinheirinho pra fumar uma erva, etc. Só que os filhos deles, alguns que ainda continuam morando lá, seis, que nós sabemos, já morreram pq viraram ladrão/traficantes. E olha que naquela época não tinha esse monte de auxílio que o governo dá, fora essas ongs q tem vários programas em comunidades.

Por favor parem de dizer que a violência vem da miséria, é mentira. Hoje o que não falta é emprego e oportunidade.

[Ace One]

@RRetired vc escreve tudo q penso e não consigo transmitir.
O difícil aqui, é q vc conta o caso do porteiro e alguns dizem q é caso isolado. Quando não é.

Vou me abrir (ops!) aqui e contar o que vivi: Final dos anos 60, meu pai desempregado, mãe e cinco filhos, eu o mais velho com 8 anos. Juntou mais algumas famílias e invadiram um terreno da light na subida da favela da Vila Cruzeiro. Eram 8 barracos de madeira e mais de trinta crianças, tudo em situação precária.
Meu pai só chegava a noite bêbado (morreu de cirrose aos 45 anos) e ainda batia na gente e queria bater na nossa mãe, q enfrentava ele. Para comer o feijão com arroz nossa vó dava, o complemento costumava ser uma lata de sardinha ou de salsicha. Tinha outra famílias em piores condições. Estudava quem queria, e eu mesmo parei com 13 anos pra trabalhar. Meus irmãos

Resumindo; daquelas mais de 30 crianças na época, nenhum virou vagabundo/bandido, a maioria vive/viveu de sub empregos, alguns conseguiram estudar e melhorar de vida, outros só queriam arrumar um dinheirinho pra fumar uma erva, etc. Só que os filhos deles, alguns que ainda continuam morando lá, seis, que nós sabemos, já morreram pq viraram ladrão/traficantes. E olha que naquela época não tinha esse monte de auxílio que o governo dá, fora essas ongs q tem vários programas em comunidades.

Por favor parem de dizer que a violência vem da miséria, é mentira. Hoje o que não falta é emprego e oportunidade.

Obrigado pelo relato Marcus Martins. Um dos motivos é que naquela época nao existiam esses "filósofos" e inversores de valores que vemos hoje, que nao sabem nem por onde a galinha mija e querem pagar de conhecedores de todas as verdade.

[RRetired]

@RRetired vc escreve tudo q penso e não consigo transmitir.
O difícil aqui, é q vc conta o caso do porteiro e alguns dizem q é caso isolado. Quando não é.

Vou me abrir (ops!) aqui e contar o que vivi: Final dos anos 60, meu pai desempregado, mãe e cinco filhos, eu o mais velho com 8 anos. Juntou mais algumas famílias e invadiram um terreno da light na subida da favela da Vila Cruzeiro. Eram 8 barracos de madeira e mais de trinta crianças, tudo em situação precária.
Meu pai só chegava a noite bêbado (morreu de cirrose aos 45 anos) e ainda batia na gente e queria bater na nossa mãe, q enfrentava ele. Para comer o feijão com arroz nossa vó dava, o complemento costumava ser uma lata de sardinha ou de salsicha. Tinha outra famílias em piores condições. Estudava quem queria, e eu mesmo parei com 13 anos pra trabalhar. Meus irmãos

Resumindo; daquelas mais de 30 crianças na época, nenhum virou vagabundo/bandido, a maioria vive/viveu de sub empregos, alguns conseguiram estudar e melhorar de vida, outros só queriam arrumar um dinheirinho pra fumar uma erva, etc. Só que os filhos deles, alguns que ainda continuam morando lá, seis, que nós sabemos, já morreram pq viraram ladrão/traficantes. E olha que naquela época não tinha esse monte de auxílio que o governo dá, fora essas ongs q tem vários programas em comunidades.

Por favor parem de dizer que a violência vem da miséria, é mentira. Hoje o que não falta é emprego e oportunidade.

Sick seu relato cara, dá um peso foda pra discussão ter alguém que passou o que você relatou aqui. Cada vez que converso com gente honesta que sofre/sofreu com a pobreza, percebo que são as pessoas que mais se indignam com a criminalidade, não só por serem os mais afetados com tudo isso, mas por saberem que a grande maioria dos bandidos são pessoas que tiveram as mesmas ou até mais oportunidades e preferiram seguir o caminho errado. Pra mim é fácil falar já que nunca vivi na pobreza, mas quando um cara com a sua história diz que pensa igual a mim eu vejo que não estou viajando nas ideias!!
Parabéns ae por ter conseguido melhorar suas condições.

[PebaVermelho]

@RRetired, você poderia explicar o que tem a ver a defesa dos direitos humanos com o tratamento de criminosos como vítimas da sociedade?

Particularmente eu acho que não tem nada a ver, mas por algum motivo esses 2 temas estão sempre sendo relacionados, então acho justo explicar que eu sou a favor dos direitos humanos porém contra tratar criminosos como vítimas, só isso.

E você não tem nenhuma suspeita sobre o fato desses dois temas aparecerem sempre relacionados apesar de não terem nada a ver um com o outro?

[chumboryson]

Resumindo; daquelas mais de 30 crianças na época, nenhum virou vagabundo/bandido, a maioria vive/viveu de sub empregos, alguns conseguiram estudar e melhorar de vida, outros só queriam arrumar um dinheirinho pra fumar uma erva, etc. Só que os filhos deles, alguns que ainda continuam morando lá, seis, que nós sabemos, já morreram pq viraram ladrão/traficantes. E olha que naquela época não tinha esse monte de auxílio que o governo dá, fora essas ongs q tem vários programas em comunidades.

Por favor parem de dizer que a violência vem da miséria, é mentira. Hoje o que não falta é emprego e oportunidade.

Antigamente... hj vivemos outros dias. Eu tbm fui criado em favela, porem tive primos, amigos que foram rpa essa vida, de onde fui criado, da minha epoca soborou eu e uns 4, sendo que desses 3 dois estão presos, eramos mais de 30 tbm.

Realmente violencia pode nao vim da mizeria, porem, o pessoal que nasce na miseria ta mais alinhado a fazer merda na vida do que um que nasceu em ipanema.

Vou usar um exemplo se adaptando nos dias atuais, hj uma pessoa com a minha idade na favela, ja tem filho de 12, 14 anos, isso mesmo teve filho com 14, 15 anos, onde uma pessoa com 14 a 15 anos nos dias atuais vai ter responsabilidade pra criar filho dentro de favela? Ai o mlk vai nascer vendo isso tudo que vc falou porem bem pior, as vezes o pai ja é um bandidinho na favela os primos etc, o futuro é virar estatistica igual aos seus colegas e os meus.

[ekalil]

Eu acho que o problema dos dois lados da discussão é, pra variar, o extremismo.

Um lado põe toda a culpa em fatores externos enquanto a outra põe toda a culpa no indivíduo.

Aí ficam os "filósofos" de um lado e os "bandido bom é bandido morto do outro" estragando qualquer possibilidade de debate.

[lagostinha]

Eu acho que o problema dos dois lados da discussão é, pra variar, o extremismo.

Um lado põe toda a culpa em fatores externos enquanto a outra põe toda a culpa no indivíduo.

Aí ficam os "filósofos" de um lado e os "bandido bom é bandido morto do outro" estragando qualquer possibilidade de debate.

eh o q to falando o tempo todo... nenhum dos casos sao extremos sempre. Existem os dois tps de bandidos, existem os dois tps de entrada pro crime, existem sempre os dois pontos em qq que seja, so que um sempre trata como se fosse todos um extremo e vice versa, sempre generalizam

[RRetired]

@RRetired, você poderia explicar o que tem a ver a defesa dos direitos humanos com o tratamento de criminosos como vítimas da sociedade?

Particularmente eu acho que não tem nada a ver, mas por algum motivo esses 2 temas estão sempre sendo relacionados, então acho justo explicar que eu sou a favor dos direitos humanos porém contra tratar criminosos como vítimas, só isso.

E você não tem nenhuma suspeita sobre o fato desses dois temas aparecerem sempre relacionados apesar de não terem nada a ver um com o outro?

A suspeita que eu tenho é que muita gente não sabe o que são direitos humanos e nem por que eles foram criados, por isso confundem com proteção a criminosos. Não sei em que momento da história e nem por que essa confusão aconteceu mas sei que o Capitão Nascimento metendo o pau nos caras dos DH no Tropa de Elite 2 ajudou a popularizar essa confusão.

[PebaVermelho]

@RRetired, você poderia explicar o que tem a ver a defesa dos direitos humanos com o tratamento de criminosos como vítimas da sociedade?

Particularmente eu acho que não tem nada a ver, mas por algum motivo esses 2 temas estão sempre sendo relacionados, então acho justo explicar que eu sou a favor dos direitos humanos porém contra tratar criminosos como vítimas, só isso.

E você não tem nenhuma suspeita sobre o fato desses dois temas aparecerem sempre relacionados apesar de não terem nada a ver um com o outro?

A suspeita que eu tenho é que muita gente não sabe o que são direitos humanos e nem por que eles foram criados, por isso confundem com proteção a criminosos. Não sei em que momento da história e nem por que essa confusão aconteceu mas sei que o Capitão Nascimento metendo o pau nos caras dos DH no Tropa de Elite 2 ajudou a popularizar essa confusão.

As entidades de defesa dos direitos humanos não defendem os criminosos, mas o respeito aos direitos humanos desses acusados e da população presidiária. Da mesma forma atua na proteção dos direitos humanos de negros, homossexuais, prostitutas, índios etc. E não só das minorias, mas é comum que essa defesa tenha ênfase em grupos minoritários pelo fato de essas populações serem alvo mais comum da violação de direitos humanos.

O chumbo deu um exemplo muito bom aí atrás de quando um ativista famoso dos direitos humanos atuou para a proteção dos direitos de bombeiros militares que foram presos.

Sobre a sua suspeita ela está correta, mas não conta toda a história. As pessoas de fato não entendem os direitos humanos, mas essa polarização que associa os direitos humanos aos bandidos é disseminada na verdade por quem não quer se ver obrigado a respeitar esses direitos. E eu não tenho dúvidas em dizer que a corporação policial é uma das organizações que mais infundem na sociedade o ódio às entidades de defesa dos direitos humanos.

Quem tem contatos da polícia no facebook deve estar cansado de ver o repúdio que existe de forma geral às entidades de defesa aos direitos humanos. Esse sentimento transborda para a sociedade.

E para finalizar eu gostaria de compartilhar esse estudo do IPEA que informa um dado alarmante: 37% dos presos provisórios do Brasil não são condenados à prisão ao final do processo. Isso significa que 90 mil homens e mulheres que estão lotando agora mesmo prisões imundas, desumanas e superlotadas não deveriam estar lá, ou porque são inocentes, ou porque seus crimes são leves a ponto de sujeitarem-se a penas alternativas.

Esse dado já dá a dimensão da importância da defesa dos direitos humanos. Difícil imaginar uma causa mais nobre.

EDIT: Faltou eu te lembrar que o Tropa de Elite 2 termina com o Capitão Nascimento se aliando ao defensor dos direitos humanos Diogo Fraga, personagem inspirado no Marcelo Freixo.

[Sam Farha - Spinoza]

Eu acho que o problema dos dois lados da discussão é, pra variar, o extremismo.

Um lado põe toda a culpa em fatores externos enquanto a outra põe toda a culpa no indivíduo.

Aí ficam os "filósofos" de um lado e os "bandido bom é bandido morto do outro" estragando qualquer possibilidade de debate.

Isso é obvio neh ekalil.
A discussao eh sobre o que pesa mais nessa balanca.