Eleições 2014

**PebaVermelho** · 17-10-2014, 16:09

Postado originalmente por andremcosta

Cara, boa parte dos meus amigos vota na Dilma pela questão dos direitos civis. É uma esquerda moderada, que não vota nos nanicos de esquerda, mas que acha que o mérito do Lula dos últimos 12 anos é mais de escolhas do que conjuntural. Acho que essa galera representa tranqüilamente 20%+ do eleitorado hoje, se considerarmos os votos mínimos que o PT+nanicos tem em qualquer majoritária hoje.

Diga aos seus amigos que eles estão enganados, pois estando com a Dilma eles não estão ao lados dos direitos civis. Existem amantes dos direitos civis e do ideal duvivierista no PT, mas o fato é que A Dilma fez muito pouco nessa matéria e até mesmo o Gilmar Mendes fez mais. Foi ela, por exemplo, que inaugurou o Templo de Salomão e lá disse que "feliz é a nação cujo Deus é o Senhor". Foi no governo dela que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara foi parar nas mãos do Feliciano.

Claro que existe uma razão para estar ao lado dela, mas é apenas a decisão pragmática de manter distância do fundamentalismo pentecostal liderado pelo aiatolá Silas Malafaia, o revanchismo nazi-militarista de Bolsonaro ou black blocs misóginos como Dado Dolabella.

Portanto, em relação a direitos civis Dilma representa apenas um grande guarda-chuvas que te mantém mais longe das piores companhias, nada mais do que isso.

**Picinin** · 17-10-2014, 16:11

@DiegoSestito e @Roseraplo

acho que nós estamos falando coisas um pouco diferentes, que não são completamente antagônicas. O Peba falou em para com os concurso e enxugar os quadros por questões de política fiscal, de forma que as despesas com custeio diminuam e sobre dinheiro pra investimento na indústria e na logística.

Aí o Rosera levantou a quantidade de funcionários públicos em alguns países e o Diego criticou aqueles que falam que não pode comparar o Brasil com países desenvolvidos.

Eu só quis mostrar que esses números não podem ser avaliados dessa forma, porque muitos dos serviços públicos aqui são prestados pelo setor privado e "bancados" pelo Estado. Então, apesar de não serem funcionários públicos,eles trabalham prestando serviços públicos.

E destaquei ainda que nós gastamos uma porcentagem semelhante do PIB com o pagamento de funcionários públicos (sem incluir esses privados que prestam serviços públicos).

Concordo que é preciso uma maior eficiência no setor público (e também no privado), mas discordo que aqui o Estado seja "menor" que nos países citados simplesmente por causa do número de funcionários públicos menor. Pra mim, o dado mais importante pra medir o tamanho do Estado é a sua despesa de custeio. Se o Brasil gasta o mesmo tanto que França ou Alemanha para manutenção dos serviços públicos, o tamanho dos estados é semelhante. O maior problema pra gente conseguir pagar mais gente com essa mesma porcentagem do PIB é que os salários terão que ser reduzidos. Pra que isso aconteça, existem empecilhos legais e práticos . Dá pra substituir os auxiliares administrativos da administração por gente disposta a ganhar menos e com capacidades semelhantes, mas e os juízes e médicos?

PS: Provavelmente não voltarei a ver o tópico nesse fds. Abraços

**PebaVermelho** · 17-10-2014, 16:12

Postado originalmente por Nacht

Postado originalmente por PebaVermelho

Postado originalmente por Nacht

Postado originalmente por RRetired

Postado originalmente por brunoarbo

Postado originalmente por PebaVermelho

Postado originalmente por RRetired

Só eu que acho uma merda que ninguém tocou no tema "desburocratização" até agora?
Não é possível que só eu ache que o maior câncer do Brasil é a burocracia absurda.

Desburocratização é um termo genérico usado por demagogos. Se você quer racionalizar procedimentos, eliminar entraves e melhorar a gestão tem que ser mais específico e dizer em que setor da administração fará isso e como. Não é algo fácil de detalhar em uma campanha.

Mas alguém poderia dizer "no meu governo, eu vou liderar pessoalmente um plano de desburocratizaçao do serviço público" =P

Sim po, concordo que seja um tema bem amplo pra discutir em campanha, só acho uma merda que ninguém nem tocou nesse assunto. Nem os políticos e nenhum jornalista fez nenhuma pergunta sobre o tema. No primeiro turno gastaram 200 horas perguntando e debatendo aborto, casamento gay, legalização das drogas um monte de bullshit.

Funcionário público é mais politizado do que o cidadão comum. Falar que vai mexer em direitos de funcionários públicos pode ser extremamente impopular. Qualquer alteração no status quo tem que ser feita pisando em ovos. Neguinho que trabalha em tribunal, por exemplo, quer manter as férias e recesso e licenças e folgas para estudos e por aí vai... Fala pra um desses que o certo seria as férias serem durante o recesso pra ver o que tu vai ouvir.

Jovem, eu vou te dizer uma coisa e você não dirá a ninguém que foi eu que falei, mas você está redondamente equivocado na sua ideia. Existem duas formas de negociar com funcionários públicos que variam se você é o PT ou se você não é o PT:

1) se você é o PT, você chamará o sindicato deles para uma mesa de negociações e esse sindicato entrará em um acordo com você, que nem sempre agradará totalmente a base sindical, que poderá se revoltar a princípio, mas a diretoria fará de tudo para mostrar a todos que o acordo alcançado é o que era o possível de ser feito até que a situação é pacificada;

2) se você não é o PT aí não tem conversa, porque eles não confiam em você e não estão dispostos a negociar, aqui a única alternativa é cortar os pontos e convocar a PMERJ ou a milícia alckmista pra descer o cacete; você naturalmente perderá uns pontos de aprovação no IBOPE e terá de buscar o ferro depois, enquanto espera a justiça do trabalho decretar a ilegalidade da greve e o STF apreciar as vários ações que discutem a constitucionalidade da lei que você aprovou no congresso (isso em caso de você ter conseguido aprovar alguma lei, pois o PT nesse caso será oposição e estará do lado deles contra você).

Não vejo a coisa desse jeito tão maniqueísta.

Pode até ser que o acordo seja alcançado desta forma (ponto 1 do seu post), mas isso não significa que seja a melhor solução política para o governo. Isso gera desgaste para o governo. Ademais, o que mais tem hoje em dia é gente descontente com sindicato. Ontem mesmo conversei com o pessoal de uma categoria profissional aqui da minha cidade. O papo dos caras basicamente foi que o sindicato desta categoria tá na mão dos patrões.

Funcionário público vota como beneficiário do bolsa-família vota. Interesse pessoal único e direto. Deu aumento bom o funcionário segue o governo que concedeu esse aumento. Eu conheço muitos funcionários públicos que votaram na Dilma pq o Lula foi bom para os funcionários públicos (concedeu aumentos que o FHC não deu) e como a Dilma fechou o cofre pra eles agora vão votar no Aécio. Simples. Isso é muito comum e fator decisivo em eleições na maioria das vezes.

Esses funcionários públicos que você está falando não importam, porque não são eles que negociam, quem negocia são os sindicalistas. Se você quer aprovar leis para retirar direitos deles você é obrigado a negociar com os caras do sindicato, pois são eles que mobilizam a categoria e tem a capacidade de convocar greves.

**Picinin** · 17-10-2014, 16:19

Postado originalmente por flessak

Postado originalmente por Floyd

"

Postado originalmente por flessak

Postado originalmente por PebaVermelho

Postado originalmente por flessak

Postado originalmente por PebaVermelho

Btw, eu sinceramente não sei se tem muita diferença entre Dilma e Aécio. A gente chegou num ponto de inflexão onde tá bem claro o que deve ser feito.

A situação é tranquila, anyway. O Brasil tá meio pesado mas é muito estável. Só precisa passar por uma dieta sem muito choque.

Eu tenho uma opinião parecida com essa sua. Justamente por isso, o fato do Aécio defender a redução da maioridade penal é um ponto objetivo que me faz rejeitar qualquer hipótese de votar nele.

Só o fato de constar essa proposta como item relativo à questão da segurança pública seria suficiente para tanto. Mas a proposta em si, para mim, demonstra que o governo dele seria bem suscetível a apoiar, em matéria criminal, projetos de lei destinados a dar respostar imediatas para crimes com repercussão e pressão da sociedade por punição, e criar um Estado policialesco (ainda mais com o perfil do Congresso a ser empossado em janeiro).

Defender a redução sem qualquer base estatística que demostre como isso diminuiria a criminalidade é simples populismo. E defender a redução somente para crimes hediondos é jogar no lixo qualquer coerência em relação à essa matéria. A definição de uma idade para responsabilização penal da pessoa é diretamente ligada à sua capacidade de intelecção da ilicitude do que ela está praticando.

O projeto do Aloysio Nunes Ferreira altera completamente essa lógica, pois parte do pressuposto que o menor de 18 anos (e maior de 16) seria suficientemente capaz de compreender a prática de crimes hediondos (os mais graves previstos na legislação), mas não seria em relação aos crimes menores (uma vez que, na prática desses, permaneceriam inimputáveis). Por outro lado, se é para punir simplesmente pela prática de um crime hediondo, não precisaria ser definida uma idade para tanto, pois a razão seria tão somente o cometimento daquele crime.

Mas não é só isso, se você tirar as poucas aparições do Armínio Fraga, a campanha do Aécio é muito mais populista do que a da Dilma. Isso já não estava claro?

Sim, bem claro! O texto que você postou aí atrás (sobre o Aécio assumir o anti-petismo) demonstra bem isso.

O meu ponto foi apenas levantar uma proposta bem objetiva do Aécio (em meio a uma campanha com pouquíssimas propostas de ambos os lados) que reflete não só esse populismo, mas também o que ele pensa para o país em matéria de segurança.

"

Mas o que a Dilma pretende fazer na questão da segurança? Deixar do jeito que ta, só na mão dos estados não ta dando certo, alguma coisa tem que mudar e eu não vejo nenhuma proposta da Dilma em relação a isso.

Pelo menos eu to vendo o Aecio prometer repassar mais verbas pros presidios e tentar uma estrategia mais integrada de combate a violencia.

E por favor sem falar de legalização das drogas, isso não vai acontecer nos proximos 4 anos não importa quem vença, to perguntando sobre propostas possiveis.

As propostas da Dilma se referem basicamente a destinação orçamentária, incentivo aos Estados para aderirem a programas federais e o projeto de padronização e unificação das informações das Polícias Estaduais.

É o que se pode fazer em razão da distribuição das competências constitucionais em matéria de segurança pública. E não difere muito do que é proposto pelo Aécio, à exceção da questão da maioridade penal.

Sobre a questão da legalização das drogas, deveria sim ser estudada como política de segurança pública a longo prazo, por qualquer governante que fosse eleito. Mas, infelizmente, parece que nenhum dos dois está interessado no tema (rende muito mais votos relacionar políticas públicas de segurança falar que vai construir mais presídios, que vai colocar unidades pacificadoras em áreas violentas, etc.)

Eu gostaria de ver pelo menos UM candidato a presidente que se comprometesse a apoiar uma reforma constitucional reformando nosso sistema policial e unificando as polícias civil e militar. IMO isso é a medida mais importante que o governo federal poderia tomar nessa área,porque umprojeto desses só sai se oPlanalto estiver na frente.

**Nacht** · 17-10-2014, 16:35