"Prometi que ia falar da minha história, acabei não tendo tempo.
Aí como hoje no Skype falei pro @
Fonteles que daria um jeito de escrever, tô arrumando.
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A vida é uma caixinha de surpresas, não?
Desde que eu estava, acho, na quinta ou sexta série, queria ser professor. Sempre admirei meus professores, e gostava de ensinar meus colegas, e tinha facilidade nisso. Além disso, sempre aprendi tudo o que eu precisava bem sozinho, e sabia passar pros outros.
Professor pareceu ser a escolha certa. Não vou falar sobre minha vida estudantil, porque não é o assunto do tópico (e porque foi uma merda quase tudo), mas no último ano do ensino médio, eu tava morando com meu pai, e resolvi fazer vestibular de Letras.
Ele achava um desperdício, achava que eu poderia fazer outra coisa, que poderia fazer um cursinho depois de direito (era a vontade dele) pra dar aula.
Como ele me encheu o saco para eu não fazer Letras, prestei vestibular para Tradução. Era outra área que me interessava, e desde a oitava série, eu traduzia livros voluntariamente, fazendo parte de um grupo que depois foi pro Portal Detonando.
Aprendi inglês sozinho jogando Pokémon e lendo Harry Potter. A parte da fala, aprendi estudando e depois trabalhando na escola que me formei no EM. Tinha sempre uma média de 3 a 5 intercambiários por ano, e pude errar bastante com eles.
Voltando à faculdade, fiz o vestibular, passei em 9º. Celebramos, raspei a cabeça, etc, etc...
Uma semana depois, recebi uma ligação da faculdade, dizendo que não deu alunos suficientes para abrir o curso de tradução. Eles precisavam de 50, e 35 fizeram o vestibular. Era para estudar na UNIVEM, em Marília. Resultado, eles iam mover todos os alunos de Tradução para Letras. Optei por fazer o matutino, porque a biblioteca daquela universidade é gigantesca, eu queria poder passar minhas tarde explorando-a.
Fomos até lá, fizemos a matrícula. Nesse ínterim, meu pai insistiu tanto que acabei prestando o vestibular para Direito na UNIMEP de Lins (onde eu morava). Era o curso mais concorrido da cidade, vestibular difícil, dois dias de prova. Passei em quarto. Quando chegou o resultado, dei risada, meu pai abriu um sorriso enorme, até eu dizer que não ia fazer.
Uma semana depois que disse pro meu pai que não ia fazer Direito, o pessoal da UNIVEM ligou de novo, e disse que não havia alunos suficientes para fazer de manhã, então eles iam me transferir pra noite. Meu pai ficou puto da vida, armou um barraco pelo telefone, disse que queria o dinheiro de volta, eles disseram que não dava, por uma porrada de coisas.
Isso deu um baita rolo, porque descobrimos que eles não tinham autorização do MEC para dar Tradução nem Letras.
Resultado, eles devolveram o dinheiro para não entrarmos com um processo enorme (meu pai entrou em contato com pelo menos metade de quem passou em Tradução comigo), e eu fui estudar na FAL (que agora é UNISALESIANO), em Lins mesmo.
Se eu tivesse entrado dois anos antes, ou dois depois, eu teria feito as duas línguas, mas minha época de curso caiu naquela em que o MEC inventou os ISEs, que só podiam ter uma licenciatura. Então passei 3 anos estudando só português e suas literaturas.
Nos 3 anos que estudei, trabalhei (entre estágio e trabalho voluntário) na escola em que estudei. Eu era substituto de todas as matérias do Ensino Fundamental e de Gramática, Redação e Literatura no Médio. Quando não substituía aulas, era inspetor de alunos, e à tarde, era o responsável por lançar notas no sistema e pelas aulas de Reforço de Português.
Ao me formar, no fim de 2006, porém, a escola não tinha vaga para mim como professor. Contrataram um cara que estudava comigo para continuar como inspetor, mas a diretora falou que era um desperdício de talento se fizessem o mesmo comigo. Resultado, ao invés de eu "desperdiçar meu talento" ganhando salário, continuei talentoso e desempregado.
Alguns meses depois, um professor que trabalhava no IAL, essa escola que me formei e trabalhei, me encontrou num torneio de Magic, e falou pra mim que tava em outra escola, como coordenador do curso de inglês. Disse que estava sem trabalho, e ele me chamou com ele. Ele fora meu professor no inglês, e me via conversando com os intercambiários, então sabia meu nível.
Eu comecei lá dando aula pros alunos de inglês básico. Era Yázigi o método. O CENSA foi um lugar ótimo pra mim. Peguei experiência real administrando um grupo, lidando com diários e reuniões de pais.
E como o método de ensino era Dom Bosco, a diretora adorava que eu brincava com os alunos. Ao invés de ficar enfurnado na sala dos professores, um lugar que nunca gostei, eu ficava na quadra jogando futebol, ou jogava pebolim (ou totó) com meus alunos.
À época, eu namorava com uma garota que morava em São Paulo, e tava ficando insuportável vê-la só dois ou três dias, uma vez no mês. Então, no meio do ano, decidi largar tudo em Lins, voltar a morar com minha mãe em Mogi pra poder ficar mais perto dela.
Arrumei um emprego de professor de inglês numa escola de computação em Mogi, e acabou que continuei vendo a menina só umas três vezes por mês, eu ia pra lá no sábado à noite ou domingo de manhã, 2 ou 3 vezes por mês, porque durante a semana não nos víamos.
6 meses depois que eu voltei pra cá, terminamos em definitivo (depois de alguns meses de vai-e-vem). Menos de um mês depois, conheci minha esposa, e estamos juntos desde então.
Em janeiro de 2008, me mandaram embora da escola de informática. No mesmo dia, passei na escola de inglês, método Callan, que ficava do lado, e disse que me lembrava de que tinham me convidado pra trabalhar lá seis meses antes. Fiz a entrevista e fiquei. Em maio, fui com minha esposa (à época ainda namorada) para uma entrevista de emprego de telemarketing. Acabou que nós dois passamos, mas eu fiquei lá mais tempo que ela. Só saí de lá na verdade quando eles pararam de pagar o salário e, para piorar, deram um calote de 800 reais de comissão que eu tinha pra receber.
Me casei em junho de 2008. A situação da falta de pagamento foi em setembro ou outubro. Pra piorar, eu era como autônomo na escola, ganhava só o que dava aula. Em dezembro, não tinha aula quase, com todos os feriados. Resultado, de dezembro pra janeiro, passamos com cerca de 170 reais. Foi um dos piores meses da minha vida.
Por sorte, minha casa, que estava alugada, foi finalmente desocupada, e pegamos um dinheiro emprestado para nos mudarmos de Mogi para Poá. A vida ainda tava apertada, e quando a escola me ofereceu aulas de manhã também, e a empresa de telemarketing tinha voltado a atrasar o salário, aceitei. Como a gente não tinha grana, eu acordava às 4h30 da manhã, montava na bicicleta e ia pra Mogi dar aula. Nos primeiros dias, eu ficava na escola o dia inteiro, dormia por lá.
Eu tinha duas ou três aulas, dependendo do dia, às 7h, e depois só às 16h. Como ficar todo esse tempo na rua significa ter que almoçar fora (ou acabar com os potes de bolacha da escola), não estava compensando mais. Aí eu passei a voltar pra casa depois da minha última aula. Aí eu comia, dormia, acordava às 14h30, e pegava a bike de novo, dando aula até às 22h, e voltando montado nela.
Fiz isso por mais ou menos um mês, até que meu pai me deu a moto dele de presente de casamento. Como tinha começado a pegar aulas de sábado também, passei a ir de moto, e facilitava demais minha vida.
Em março, tive que passar uns 15 dias na casa da minha mãe. Cortaram nossa água, cortaram nossa luz, não tínhamos como fazer acordo pra luz, porque a Bandeirantes pede 40% de entrada, e não tínhamos isso. Resolvi fazer uma entrevista numa imobiliária para ver como faria pra virar corretor de imóveis.
Comentei com uma professora da escola, isso chegou nos ouvidos da minha diretora, me mandaram embora em abril.
De maio de 2008 a fevereiro de 2009, dei aulas na Wise Up. Peguei 6 meses de seguro-desemprego, porque já tinha valores anteriores. No período de desempregado, peguei algumas aulas de inglês para executivos pela Companhia de Idiomas. Eram aulas longe pra cacete. Uma das empresas era na estação Jurubatuba. A companhia, então, permitia aos professores trabalharem como meio que vendedores de curso, oferecendo bônus. Aí, eles fizeram um projeto que era parecido com telemarketing, que duraria um mês. Esse mês seria o último do meu seguro, decidi arriscar. O projeto acabou com poucos resultados, mas gostaram de mim, me contrataram como Executivo de Contas. O nome era chique, mas o salário era na faixa de 1k. E eu ainda pegava 2h de trem/metrô para ir e mais isso (ou mais, dependendo do dia e horário) para voltar.
Depois de uns 5 ou 6 meses, meu coordenador não conseguia obter resultados, me fez de bode expiatório quando pesaram na dele, e me mandou embora.
Peguei mais três meses de seguro, e, aí fiquei pingando um pouco. Voltei pra empresa de telemarketing, trabalhei em outra escola do método Callan, peguei algumas traduções pra fazer. Ainda tinha uns grupos da Companhia de Idiomas, então mesmo depois que saí de lá como vendedor, ainda continuei dando aulas por um tempo.
Quando meu último grupo acabou, falei que queria um tempo pra conseguir arrumar um emprego full time.
Em julho de 2012, fui fazer um mês de treinamento eliminatório para a Cultura Inglesa. Não era pago, então era um risco a se correr, mas eu confiava no meu taco. As semanas foram passando, eu fui ficando, ficando, e fiquei. Trabalhei um ano e um dia na Cultura Inglesa, dei aula para todos os níveis lá, além de dar aula de teatro.
Saindo de lá, passei cerca de 5 meses numa escola de ensino fundamental, dando aulas de inglês pros alunos do 1º ao 9º ano. Foi a pior experiência da minha vida. O pessoal do 7 ao 9º ano era legal, mas era infernal dar aula pra molecada de 6, 7 anos. Eles mal eram alfabetizados em português, eu estudei pra dar aulas pro Fundamental II e Médio, não conheço técnicas pedagógicas pros menores. É muito diferente. Fui mandado embora de lá depois de discutir com a diretora. Ela queria aprovar uma aluna que repetira 3 vezes o 9º ano (oitava série) porque dizia que ela era um problema, e que ia passar esse problema pra uma escola pública do Ensino Médio. Ela chegou a falar pros pais da menina que ela era burra demais pra uma escola particular. A menina era disléxica, e como minha esposa também é, levei isso pro lado pessoal. As notas da menina melhoraram, apesar de ainda não serem suficientes para ser aprovada, mas eu sentia que mais um ano nesse projeto, ela poderia passar como os outros. A diretora não aceitou, dizia que repetir quatro vezes piorava a imagem da escola e talz, discutimos, ela me mandou embora (outra razão, eu acho, é porque eu me recusava a me levantar e dar as mãos às outras professoras - eu era o único homem - na hora da oração da Reunião de Professores, e também porque critiquei fazerem as crianças da pré-escola orarem antes de comer).
Em todo esse tempo de meu vai-e-vem, eu e minha esposa nos revezávamos trabalhando. Dificilmente teve uma época com os dois trabalhando. Ela entrou pra trabalhar num pedágio logo que saí de lá, o que salvou nosso fim de ano. Como o que ela ganhava, apesar de não ser muito, dava pra sobreviver, eu disse que iria levar o tempo que precisasse para achar um emprego, que não ia aceitar qualquer coisa que viesse. Ela aceitou, e em março comecei a dar aula no CNA Higienópolis.
Foi minha melhor experiência profissional. O método é uma delícia para se dar aula, o ambiente de trabalho era legal, os alunos, fora de série, o lugar era sensacional, poder almoçar no Shopping Higienópolis, pegar uma peça no SENAC, tudo de bom.
Como minha agenda estava totalmente livre pra escola, eu pegava aulas em diversos horários, e ficava com vários espaços vagos no meu dia. À mesma época, o @
Airton_Neto perguntou num BBV se tinha alguém que trabalhava com inglês que queria mexer com traduções, e alguém me indicou. Não me lembro de quem foi, mas lembro de ter visto a menção e mandado uma MP pra ele. Lembro que fiquei meio impaciente, porque ele demorou uns dois dias pra responder, perguntei se não precisava mais e talz. Ele me passou um endereço de e-mail.
Mandei lá, e depois de um tempo, comecei a trabalhar como Revisor de Traduções da Demand Media. Era a primeira vez na vida desde que me formara (fora um ou outro curso de 40 dias que dei aula) que eu usava meu português pra algo. Já estava até enferrujado.
No CNA, eu passava o dia todo, e me ofereceram o cargo de Assistente de Coordenação Pedagógica. Na época que me ofereceram, estava chegando o fim do ano, e eu sabia que, como professor, não pegaria férias, nem nada. Eles me ofereceram um salário 200 reais acima da média que eu tirava como professor de lá, e sendo fixo, pra mim compensava mais.
O tempo foi passando, e eu notei que estava tendo cada vez menos tempo pras revisões, por causa das minhas atribuições como assistente de coordenação. Pra piorar, na época o serviço de trem estava ficando pior, especialmente aos sábados de manhã, que eu tinha que estar na escola às 8h30. Teve dia que saí de casa às 5h, e não consegui chegar em tempo.
Atrasos foram ficando frequentes, e comecei a ter crise de ansiedade, meu Bipolar começou a ficar descontrolado de novo (tava controlado sem remédios desde 2007). Meu nível de estresse foi subindo, e isso tava me fazendo muito mal. Um dia, sentei pra fazer um cálculo de tempo que eu gastava na rua e tempo que eu gastava com as revisões, fazendo uma análise de custo x benefício, e decidi que ia arriscar não ter mais patrão. O que eu ganhava com 12 horas semanais, mais ou menos, de revisão era mais que 2/3 do que o líquido que eu tirava na escola, com 44 horas.
Conversei com a direção da escola, elas foram super gente fina comigo, me deixaram cumprir o aviso-prévio trabalhando, eu teria um mês a mais pra me planejar. Coincidentemente, dois dias depois ao meu último dia na escola, recebi um e-mail avisando que tinha passado no teste pra tradutor em outra empresa, a wikiHow.
O pagamento ainda não era muito, comparado ao mercado, mas seria o suficiente para compensar e ser maior do que o que eu tinha com a escola, somando as duas empresas.
23 de outubro de 2013 foi meu último dia com patrão.
Em janeiro deste ano, me foi oferecida a oportunidade de trabalhar como Revisor Sênior na Demand. Isso aumentaria meus limites, e me garantiria um bônus ao fim do mês, se uma meta maior fosse atingida.
Pra tudo ficar melhor, em março deste ano passei num teste para trabalhar com um estúdio de legendagem e tradução de scripts que presta serviços ao Netflix, e desde junho, trabalho direto com o estúdio, não só com trabalhos terceirizados.
Hoje, tenho as análises de qualidade de vídeos e tradução das legendas (bem como formatação e talz) como meu primeiro trabalho, as revisões como renda secundária, mas importante também, e as traduções da wikiHow como terceira via. Quando faltam textos e vídeos, eu faço os textos da wikiHow para compensar minhas metas financeiras diárias.
Só com aulas, eu nunca tirei mais que 2.5k ao mês, mas na época que decidi largar, nem 1.5 eu tirava. Hoje em dia, trabalhando bem e com metas batidas, consigo bem mais que isso. Mês passado, tirei mais de 6k líquidos. É algo que achei que nunca conseguiria, e isso sem patrão.
Ainda mando currículos pra todo lado, pra tentar pegar projetos maiores, estúdios maiores, e sei que uma hora vou ter que deixar de lado um ou outro projeto, ou ficarei louco tentando equilibrar todos, mas será um upgrade bem-vindo.
Há um ano, eu me estressava no trem, metrô, correria, tinha que me preocupar em agradar aos três públicos, pais, alunos e direção da escola, sem me perder, passava a maior parte da minha semana fora de casa, não podia viajar de fim de semana, e morria de sono às sextas e terças, porque tinha aula de manhã, e acordava cedo depois de ter visto um jogo da NFL no dia anterior. Tudo isso pra ganhar um líquido inferior a dois salários mínimos.
Hoje, trabalho em casa, vejo minha esposa o dia todo, quando ela volta do técnico dela, passo o dia com minha gata no colo, sentado na sala ou na cozinha da minha casa. Se minha esposa quiser viajar, como aconteceu semana passada, que ela queria ir pra casa do meu pai, boto o notebook na mochila, e trabalho de lá. Tô reformando minha casa pra finalmente sair daqui e ir pra São Paulo. Minha TV quebrou, pude comprar uma nova, comprei um celular novo, posso comprar roupa e tênis novo quando quero.
Pude dizer, pela primeira vez em anos, pra minha esposa largar o emprego pra se focar no curso técnico dela, porque ela estava se desgastando demais. Não tenho chefes, tiro folga quando quero, durmo e acordo a hora que quero.
Pra melhorar, todas as empresas às quais trabalho pagam em dólar. Isso significa que posso especular com a moeda, esperando um momento de alta pra vender pra doleiro, ou mesmo mandar direto pro banco pelo Paypal.
Tracei vários degraus financeiros para mim. Meu primeiro objetivo era não ser mais isento de IR, e, talvez, ganhar 30k ao ano. Com meus pagamentos de agosto, só em uma das empresas com as quais trabalho, bati essa marca, faltando 4 meses pro fim do ano.
Sei que ainda posso evoluir muito, e tenho certeza de que ainda posso evoluir muito. Assim que minha esposa estiver trabalhando na área dela, vou fazer uma pós em tradução, pra melhorar meu currículo, e depois outra em Interpretação de Conferências. Tive que parar de estudar japonês, mas vou voltar, porque tradutores do idioma ganham valores absurdamente mais altos que os outros, e poder ser intérprete de relações comerciais de empresas japonesas será uma experiência cultural sensacional.
Tenho quase 28 anos, e ganho mais do que meu pai ganhava ao se aposentar como funcionário público.
Meu próximo patamar é de 50k. Acho que este ano, não vai rolar, mas pro ano que vem, quem sabe?
O patamar seguinte é o de 100k ao ano. Esse é um pouco mais distante, mas eu tenho certeza de que um dia eu consigo.
Naquele mês que passei, sem luz, comendo arroz e ovo à luz de velas, tomando banho de canequinha, ou no mês que eu e minha esposa passamos com menos de 170 reais... Teve um mês que eu estava tão desesperado sem dinheiro, que mandei MP pra dois membros do fórum, perguntando se eles tinham como me emprestar $100 pra eu pagar 5 dias depois, porque não dava pra esperar meu pagamento, ou ficaríamos sem comida. Como não tive resposta, chorei pro meu pai. Ele veio em casa com uma cesta básica, mais 500 reais. Nunca me deixou devolver. Eu nunca imaginei que um dia iria conseguir ganhar o que ganho hoje.
Bem, é isso, sorry pela wall, mas eu disse que minha história era meio surreal, tá aí.
Sei que teve gente que passou por bem mais que isso, e muita gente que ganha bem mais que eu... Mas quer saber? Minha vida hoje é tão perfeita que não ligo. Só quero continuar progredindo. =)"