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Resultados da Enquete: Você é feliz em seu emprego?

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    33 18,44%
  • Não, meu emprego é um saco

    37 20,67%
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Tópico: Você é feliz em seu emprego?

  1. #401
    Chip Leader Avatar de loserfly
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    16/08/10
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    Citação Postado originalmente por lucasgflush Ver Post
    venho aqui deixar meus agradecimentos atrasados ao @loserfly q me mandou alguns materiais de concurso,ao @ headao q se dispôs a ajudar no meu jogo e alguns outros users q não me lembro o nick no momento(sorry) q me deram alguns conselhos,sou muito grato a vcs.Galera aqui é sensacional.

    Espero q esse tópico não morra,q sempre tenha um depoimento da galera,e q os novatos possam vir aqui prestarem os seus depoimentos tbm.
    Fala Lucas. Cara, precisando é só falar. Se vc realmente entrar numa de prestar concurso, tenho muito material TOP aqui em pdf. Só estudei por alí pra passar. Não tem erro, é só querer muito e se dedicar que tu consegue.
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  2. #402
    World Class Avatar de lucasgflush
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    Vlw loserfly,to fazendo uma especie de supletivo junto com meu primo,assim q eu me formar,vou correr atraz de todos os concursos possíveis,com certeza entrarei em contato.

    Vlw novamente.
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  3. #403
    Chip Leader Avatar de loserfly
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    16/08/10
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    Show @lucasgflush. Mas lembre-se, mira só em um "Tipo" específico de concurso e segue nele até passar. Por exemplo, Não adianta estudar pra INSS, Correios, Auditor Fiscal e TRts. Muita gente faz isso, e fica anos tentando até perceber que dificilmente passará. Foca em 1 e vai até o fim. Quando resolver avisa, não tem que ter pressa mesmo...
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  4. #404
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    21/01/08
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    Citação Postado originalmente por loserfly Ver Post
    Nice @gfujinohara. Ta no TRT de qual Região? Sou servidor no TRT 18ª faz 6 meses (Concurso atual) e assumirei no TRT12ª em breve, lá to em 42º, faltam 5 pra me chamarem. To rezando pra ir logo...

    Agora, eu nunca faria concurso pra magistratura. Adoro trabalhar na Justiça do Trabalho tb, mas não gostaria de ser Juiz. Coisa minha mesmo. Gosto de poder chegar em casa e me desligar do trabalho, como juíz isso não seria possível.

    Espero ouvir boas notícias sobre a sua aprovação logo logo...

    Abraço.
    Trabalho no TRT da 2a Região. Dentre os concursos do TRT que eu passei, o outro foi no da 18a. Prestei em 2008 ai em Goiânia, mas quando fui nomeado ai, já estava como analista aqui em SP. Tenho um amigo que trabalha no Tribunal ai, só não sei em qual Turma...

    TRT 12a deve ser um sonho, hein!!! Cair na VT de BC!!! rsrsrs

    Então, cara... Como você disse, vai muito de perfil mesmo da pessoa. conheço muitos analistas que depois que começaram a trabalhar na JT desencanaram de prestar concurso para magistratura. É muito trabalho mesmo, metas e mais metas. Cobrança da Corregedoria, do CNJ etc...

    Também espero vir com boas notícias em breve! Estou no aguardo do resultado de 2 concursos: sentença aqui de SP e 2a fase do TRT23.

    Abraço!!!
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  5. #405
    Chip Leader Avatar de Ringss
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    23/11/07
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    Bom, vou falar um pouco de mim - apesar de correr o risco de ser trollado por alguém ou muitos que não gostam de mim rs.

    Eu não posso dizer que já fiz de tudo na vida, mas fiz bastante coisa - de faxineiro à trabalhar diretamente com diretores da Microsoft. Acho que sempre fui feliz com o que trabalhei - sei lá, o fato de não fazer nada, ou ficar em casa à toa me da uma depressão muito grande.
    Começei estagiando lá com os meus 17 anos fazendo manutenção nos computadores da faculdade que estudava. O legal que foi lá que eu aprendi que ser honesto em uma entrevista é o melhor caminho.
    Cheguei lá, todo newbie pra entrevista e senta um cara do meu lado puxando assunto sobre computação. Porra, me senti o maior merda da história. Mesmo noob, percebi que ele queria me destruir psicologicamente, e até que conseguiu.
    No fim, quem passou fui eu, porque procurei ser eu mesmo na entrevista. Foi um estágio de meia bolsa, mas que aprendi bastante coisa legal, além de fazer amizade com muita gente do administrativo da facul - ah, isso foi em Ribeirão Preto.

    Depois me mudei pra BH, onde continuei a facul de computação. E logo arrumei outro estágio em uma loja de informática. Montávamos os computadores e entregava. Pqp, recem completados 18 anos fui entregar computador por BH inteiro afff. Naquela época nem sabia oq era GPS.
    Mas eu gostei bastante. Depois passei para vendas, e foi super divertido. Adorava ajudar os clientes a fazer a melhor compra possível. Não importava se era o mais caro ou barato.
    Esse foi um período difícil, porque trabalhava demais e ainda estudava a noite. Levei a faculdade nas coxas e acabei quitando.
    Não foi fácil, sofri uma crise de identidade fdp essa época. Estava mal comigo mesmo, porque me vi completamente perdido. Amigos se formando e eu com a faculdade abandonada. Imagino que muitos daqui já passaram ou passam por isso. Quem está preocupado com isso, saiba que não é o fim do mundo. O importante é levantar a cabeça e ir atrás daquilo que voce ama.

    Foi aí que eu mudei de vida totalmente. Fui fazer Economia em Juiz de Fora.
    Sempre soube que computacao não era a minha, não tinha o dom em programar, lidar com aquelas lógicas absurdas. Sempre gostei da área de negócios - e aí fui eu encarar esse desafio. Quando eu iniciei a faculdade, já tinha idade para estar formado - o que me matava por dentro. Sentia, e por muitas vezes tinha a certeza que seria um merda na vida. Foi uma crise existencial absurda.
    Ao contrário do curso de computação, levei o curso de economia bem mais a sério. Gostava tanto de ler sobre economia, de saber sobre conjunturas econômicas, que consegui a bolsa mais requisitada pelos alunos do curso - passando em primeiro.
    Os principais jornais da cidade me ligavam pra dar entrevista, falar de dados econômicos e tudo mais. Fui capa no principal jornal de JF, e sai na Globo também. Acho que pela primeira vez na vida vi meus pais com orgulho de mim. Pq ao contrário da minha irmã, sempre tive dúvidas sobre minha vida.
    Depois eu saí da bolsa e fui trabalhar como estagiário no BB. Foi muito legal, porque a minha agência era diferente, só atendia os órgãos públicos da região - foi onde aprendi bastante sobre bancos. Além de ter a certeza que jamais seria bancário hehe. Infelizmente é um trabalho robótico, que não se encaixa muito com meu perfil.
    E durante esse período, joguei bastante poker, fazendo um trocado e bancando minhas saídas e tudo mais. O poker me deixou tão vislumbrado, que por diversas vezes pensei em seguir jogando depois de me formar. Foi a época que sofri outra pressão por parte dos meus pais. Eles não aceitavam isso de forma alguma, mesmo vendo eu ganhar $$. E por um lado eles tinham razão. Eu vivia stressado, meu humor ia do céu ao inferno em 20 segundos.
    Por mais que eu gostasse daquilo, sabia que no geral não me fazia bem. Engraçado que todo mundo tem a percepção em mim de uma pessoa muito calma, relaxada e difícil de stressar - e de certo modo isso é verdade. Mas no poker, eu não aceitava tomar 15 bads seguidas, eu ficava louco kkkk. Aí vinham as teorias da conspiração, que eu sou azarado pra caralho e bla bla bla. Para mim, no poker todo mundo era burro, e eu o fodão. Então como que o fodão perde dinheiro pra um desgraçado filho da p*** Isso eu não aceitava rs.
    Hoje eu lembro disso e dou risada..enfim...

    Foi quando terminei a faculdade, quis fazer algo que eu sabia que seria - Agora ou Nunca.
    Então fui eu morar na Inglaterra por 9 meses. Que no fim se tornou 1 ano e 9 meses.
    Lá eu fiz tudo: trabalhei de faxinei, limpei casa de maluco, residencial estudantil, prédios, limpei parede, entreguei panfletos de porta em porta, limpei um supermercado por 24horas seguidas...enfim, fiz a porra toda lá.
    O engraçado é que eu tive isso como uma experiência fantástica de vida. Aprendi a entender os meus limites e olhar tudo por uma ótica diferente.
    Lógico, aproveitei pra conhecer a Europa inteira, bebi pra caralho, fui em muita festa, trabalhei bêbado. Bom, fiz tudo que eu tinha direito. Foi uma das experiência, senão a experiência mais fantástica da minha vida. No fim eu já tava de saco cheio e louco pra voltar pro Brasil. Sei lá, aqui é uma merda, mas eu ainda prefiro aqui. Hoje eu não entendo as pessoas que querem morar pra sempre na Europa. Mas gosto é gosto.

    Voltei pro Brasil desempregado e quebrado. Fiz questão de gastar cada libra e euro antes de voltar ao Brasil. Voltei com 27 anos e preocupado pra caralho com meu futuro. Voltei com Inglês e formado em economia em univ federal, mas mesmo assim foi foda pra caralho arrumar algo. Descobri que emprego de economista só em órgãos públicos - fiquei apavorado.
    Consegui um trabalho como trainee de vendas numa holding. Depois de um tempo fui efetivado.
    Se teve um lugar que não fui feliz, foi lá.
    A empresa tinha dois focos - SP e Brasília. No RJ tinha outro comercial que tem uma conta gigantesca e eu. Cara totalmente júnior, entrando num mercado de tubarões. Detalhe - sem apoio de ninguém, era eu e mais eu. O resultado foi catastrófico, não vendi nada.
    Engraçado que toda sexta-feira tinhamos as reuniões de entrega de resultados - pipeline e forecast. Eu já ia pra lá nervoso, tenso, triste, com vontade de sumir. Era via videoconferência - diversos executivos picas. Meu Diretor por exemplo fazia apenas 40k por mês, fora bônus - e eu lá júnior total e sem ninguém no RJ pra me apoiar.
    O interessante é que eu adorava estar no cliente, e fiz bons relacionamentos com diversos executivos. Mas não vendi nada =/
    Lógico que o resultado foi demissão. Porra, foi a primeira demissão na minha vida. Foi ruim, mas o alívio foi tão grande que hoje eu digo que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

    Fiquei 3 meses desempregado. Em Dezembro do ano passado amigo meu me ligou dizendo que ia arrumar um entrevista com o Diretor dele - da mesma Holding em que trabalhei, mas para uma outra empresa.
    Como eu tava sem emprego, logo aceitei. A entrevista foi ótima, adorei o cara e fechamos em 30 minutos.
    Hoje eu trabalho basicamente com Microsoft. Vendo para grandes corporações.
    Não digo que é fácil, porque não é, a pressão é muito grande. Mas hoje eu digo que sou muito feliz com o que faço. Trabalho MUITO. Ontem por exemplo, deu 18:00hrs e tinha coisa pra fazer. Sem pensar, eu peguei meu laptop e fechei a tampa haha. Porque se eu fosse ficar, iria até as 22hrs fácil.
    Trabalhar com venda consultiva é muito bom. Lidar com altos executivos de grandes corporações, Diretores e executivos Microsoft, além do meu Diretor, não é facil: além da responsabilidade, a pressão é absurda. No entanto, pra quem gosta dessa loucura, no final é tudo muito divertido.
    A exato 1 ano eu estava prestes a ser demitido e muito triste com aquela derrota. Hoje eu sou elogiado dentro da empresa, pela Microsoft e pelos parceiros. Trazendo resultados bem bacanas.

    Acho que é isso, resumidamente da minha vida profissional. Apesar das dificuldades, procuro encarar tudo da melhor maneira possível, procurando olhar tudo por uma ótica positiva.
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  6. #406
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    Nice post @Ringss.

    É sempre bom ver alguem postando aqui,topico cheio de ótimos relatos.
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  7. #407
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    nice nd, rings sux, qse me fez parar numa cidade catrupe q o point da city era um supermercado que ficava aberto ate as 23... lol se eu tivesse ouvido ele ao inves do meu pai
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  8. #408
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    Hahahahaha ri alto. Seu donkey. Cidade universitária e turística com as minas mais lindas e baladas tops de segunda a segunda.
    Jamais verei uma concentração de mulheres tão perfeitas quanto eu via no verão daquele lugar.
    Se fudeu, perdeu kkkkk 😁
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  9. #409
    World Class Avatar de luigibr
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    Prometi que ia falar da minha história, acabei não tendo tempo.

    Aí como hoje no Skype falei pro @Fonteles que daria um jeito de escrever, tô arrumando.

    -
    A vida é uma caixinha de surpresas, não?

    Desde que eu estava, acho, na quinta ou sexta série, queria ser professor. Sempre admirei meus professores, e gostava de ensinar meus colegas, e tinha facilidade nisso. Além disso, sempre aprendi tudo o que eu precisava bem sozinho, e sabia passar pros outros.

    Professor pareceu ser a escolha certa. Não vou falar sobre minha vida estudantil, porque não é o assunto do tópico (e porque foi uma merda quase tudo), mas no último ano do ensino médio, eu tava morando com meu pai, e resolvi fazer vestibular de Letras.

    Ele achava um desperdício, achava que eu poderia fazer outra coisa, que poderia fazer um cursinho depois de direito (era a vontade dele) pra dar aula.

    Como ele me encheu o saco para eu não fazer Letras, prestei vestibular para Tradução. Era outra área que me interessava, e desde a oitava série, eu traduzia livros voluntariamente, fazendo parte de um grupo que depois foi pro Portal Detonando.

    Aprendi inglês sozinho jogando Pokémon e lendo Harry Potter. A parte da fala, aprendi estudando e depois trabalhando na escola que me formei no EM. Tinha sempre uma média de 3 a 5 intercambiários por ano, e pude errar bastante com eles.

    Voltando à faculdade, fiz o vestibular, passei em 9º. Celebramos, raspei a cabeça, etc, etc...

    Uma semana depois, recebi uma ligação da faculdade, dizendo que não deu alunos suficientes para abrir o curso de tradução. Eles precisavam de 50, e 35 fizeram o vestibular. Era para estudar na UNIVEM, em Marília. Resultado, eles iam mover todos os alunos de Tradução para Letras. Optei por fazer o matutino, porque a biblioteca daquela universidade é gigantesca, eu queria poder passar minhas tarde explorando-a.

    Fomos até lá, fizemos a matrícula. Nesse ínterim, meu pai insistiu tanto que acabei prestando o vestibular para Direito na UNIMEP de Lins (onde eu morava). Era o curso mais concorrido da cidade, vestibular difícil, dois dias de prova. Passei em quarto. Quando chegou o resultado, dei risada, meu pai abriu um sorriso enorme, até eu dizer que não ia fazer.

    Uma semana depois que disse pro meu pai que não ia fazer Direito, o pessoal da UNIVEM ligou de novo, e disse que não havia alunos suficientes para fazer de manhã, então eles iam me transferir pra noite. Meu pai ficou puto da vida, armou um barraco pelo telefone, disse que queria o dinheiro de volta, eles disseram que não dava, por uma porrada de coisas.

    Isso deu um baita rolo, porque descobrimos que eles não tinham autorização do MEC para dar Tradução nem Letras.

    Resultado, eles devolveram o dinheiro para não entrarmos com um processo enorme (meu pai entrou em contato com pelo menos metade de quem passou em Tradução comigo), e eu fui estudar na FAL (que agora é UNISALESIANO), em Lins mesmo.

    Se eu tivesse entrado dois anos antes, ou dois depois, eu teria feito as duas línguas, mas minha época de curso caiu naquela em que o MEC inventou os ISEs, que só podiam ter uma licenciatura. Então passei 3 anos estudando só português e suas literaturas.

    Nos 3 anos que estudei, trabalhei (entre estágio e trabalho voluntário) na escola em que estudei. Eu era substituto de todas as matérias do Ensino Fundamental e de Gramática, Redação e Literatura no Médio. Quando não substituía aulas, era inspetor de alunos, e à tarde, era o responsável por lançar notas no sistema e pelas aulas de Reforço de Português.

    Ao me formar, no fim de 2006, porém, a escola não tinha vaga para mim como professor. Contrataram um cara que estudava comigo para continuar como inspetor, mas a diretora falou que era um desperdício de talento se fizessem o mesmo comigo. Resultado, ao invés de eu "desperdiçar meu talento" ganhando salário, continuei talentoso e desempregado.

    Alguns meses depois, um professor que trabalhava no IAL, essa escola que me formei e trabalhei, me encontrou num torneio de Magic, e falou pra mim que tava em outra escola, como coordenador do curso de inglês. Disse que estava sem trabalho, e ele me chamou com ele. Ele fora meu professor no inglês, e me via conversando com os intercambiários, então sabia meu nível.

    Eu comecei lá dando aula pros alunos de inglês básico. Era Yázigi o método. O CENSA foi um lugar ótimo pra mim. Peguei experiência real administrando um grupo, lidando com diários e reuniões de pais.

    E como o método de ensino era Dom Bosco, a diretora adorava que eu brincava com os alunos. Ao invés de ficar enfurnado na sala dos professores, um lugar que nunca gostei, eu ficava na quadra jogando futebol, ou jogava pebolim (ou totó) com meus alunos.

    À época, eu namorava com uma garota que morava em São Paulo, e tava ficando insuportável vê-la só dois ou três dias, uma vez no mês. Então, no meio do ano, decidi largar tudo em Lins, voltar a morar com minha mãe em Mogi pra poder ficar mais perto dela.

    Arrumei um emprego de professor de inglês numa escola de computação em Mogi, e acabou que continuei vendo a menina só umas três vezes por mês, eu ia pra lá no sábado à noite ou domingo de manhã, 2 ou 3 vezes por mês, porque durante a semana não nos víamos.

    6 meses depois que eu voltei pra cá, terminamos em definitivo (depois de alguns meses de vai-e-vem). Menos de um mês depois, conheci minha esposa, e estamos juntos desde então.

    Em janeiro de 2008, me mandaram embora da escola de informática. No mesmo dia, passei na escola de inglês, método Callan, que ficava do lado, e disse que me lembrava de que tinham me convidado pra trabalhar lá seis meses antes. Fiz a entrevista e fiquei. Em maio, fui com minha esposa (à época ainda namorada) para uma entrevista de emprego de telemarketing. Acabou que nós dois passamos, mas eu fiquei lá mais tempo que ela. Só saí de lá na verdade quando eles pararam de pagar o salário e, para piorar, deram um calote de 800 reais de comissão que eu tinha pra receber.

    Me casei em junho de 2008. A situação da falta de pagamento foi em setembro ou outubro. Pra piorar, eu era como autônomo na escola, ganhava só o que dava aula. Em dezembro, não tinha aula quase, com todos os feriados. Resultado, de dezembro pra janeiro, passamos com cerca de 170 reais. Foi um dos piores meses da minha vida.

    Por sorte, minha casa, que estava alugada, foi finalmente desocupada, e pegamos um dinheiro emprestado para nos mudarmos de Mogi para Poá. A vida ainda tava apertada, e quando a escola me ofereceu aulas de manhã também, e a empresa de telemarketing tinha voltado a atrasar o salário, aceitei. Como a gente não tinha grana, eu acordava às 4h30 da manhã, montava na bicicleta e ia pra Mogi dar aula. Nos primeiros dias, eu ficava na escola o dia inteiro, dormia por lá.

    Eu tinha duas ou três aulas, dependendo do dia, às 7h, e depois só às 16h. Como ficar todo esse tempo na rua significa ter que almoçar fora (ou acabar com os potes de bolacha da escola), não estava compensando mais. Aí eu passei a voltar pra casa depois da minha última aula. Aí eu comia, dormia, acordava às 14h30, e pegava a bike de novo, dando aula até às 22h, e voltando montado nela.

    Fiz isso por mais ou menos um mês, até que meu pai me deu a moto dele de presente de casamento. Como tinha começado a pegar aulas de sábado também, passei a ir de moto, e facilitava demais minha vida.

    Em março, tive que passar uns 15 dias na casa da minha mãe. Cortaram nossa água, cortaram nossa luz, não tínhamos como fazer acordo pra luz, porque a Bandeirantes pede 40% de entrada, e não tínhamos isso. Resolvi fazer uma entrevista numa imobiliária para ver como faria pra virar corretor de imóveis.

    Comentei com uma professora da escola, isso chegou nos ouvidos da minha diretora, me mandaram embora em abril.

    De maio de 2008 a fevereiro de 2009, dei aulas na Wise Up. Peguei 6 meses de seguro-desemprego, porque já tinha valores anteriores. No período de desempregado, peguei algumas aulas de inglês para executivos pela Companhia de Idiomas. Eram aulas longe pra cacete. Uma das empresas era na estação Jurubatuba. A companhia, então, permitia aos professores trabalharem como meio que vendedores de curso, oferecendo bônus. Aí, eles fizeram um projeto que era parecido com telemarketing, que duraria um mês. Esse mês seria o último do meu seguro, decidi arriscar. O projeto acabou com poucos resultados, mas gostaram de mim, me contrataram como Executivo de Contas. O nome era chique, mas o salário era na faixa de 1k. E eu ainda pegava 2h de trem/metrô para ir e mais isso (ou mais, dependendo do dia e horário) para voltar.

    Depois de uns 5 ou 6 meses, meu coordenador não conseguia obter resultados, me fez de bode expiatório quando pesaram na dele, e me mandou embora.

    Peguei mais três meses de seguro, e, aí fiquei pingando um pouco. Voltei pra empresa de telemarketing, trabalhei em outra escola do método Callan, peguei algumas traduções pra fazer. Ainda tinha uns grupos da Companhia de Idiomas, então mesmo depois que saí de lá como vendedor, ainda continuei dando aulas por um tempo.

    Quando meu último grupo acabou, falei que queria um tempo pra conseguir arrumar um emprego full time.

    Em julho de 2012, fui fazer um mês de treinamento eliminatório para a Cultura Inglesa. Não era pago, então era um risco a se correr, mas eu confiava no meu taco. As semanas foram passando, eu fui ficando, ficando, e fiquei. Trabalhei um ano e um dia na Cultura Inglesa, dei aula para todos os níveis lá, além de dar aula de teatro.

    Saindo de lá, passei cerca de 5 meses numa escola de ensino fundamental, dando aulas de inglês pros alunos do 1º ao 9º ano. Foi a pior experiência da minha vida. O pessoal do 7 ao 9º ano era legal, mas era infernal dar aula pra molecada de 6, 7 anos. Eles mal eram alfabetizados em português, eu estudei pra dar aulas pro Fundamental II e Médio, não conheço técnicas pedagógicas pros menores. É muito diferente. Fui mandado embora de lá depois de discutir com a diretora. Ela queria aprovar uma aluna que repetira 3 vezes o 9º ano (oitava série) porque dizia que ela era um problema, e que ia passar esse problema pra uma escola pública do Ensino Médio. Ela chegou a falar pros pais da menina que ela era burra demais pra uma escola particular. A menina era disléxica, e como minha esposa também é, levei isso pro lado pessoal. As notas da menina melhoraram, apesar de ainda não serem suficientes para ser aprovada, mas eu sentia que mais um ano nesse projeto, ela poderia passar como os outros. A diretora não aceitou, dizia que repetir quatro vezes piorava a imagem da escola e talz, discutimos, ela me mandou embora (outra razão, eu acho, é porque eu me recusava a me levantar e dar as mãos às outras professoras - eu era o único homem - na hora da oração da Reunião de Professores, e também porque critiquei fazerem as crianças da pré-escola orarem antes de comer).

    Em todo esse tempo de meu vai-e-vem, eu e minha esposa nos revezávamos trabalhando. Dificilmente teve uma época com os dois trabalhando. Ela entrou pra trabalhar num pedágio logo que saí de lá, o que salvou nosso fim de ano. Como o que ela ganhava, apesar de não ser muito, dava pra sobreviver, eu disse que iria levar o tempo que precisasse para achar um emprego, que não ia aceitar qualquer coisa que viesse. Ela aceitou, e em março comecei a dar aula no CNA Higienópolis.

    Foi minha melhor experiência profissional. O método é uma delícia para se dar aula, o ambiente de trabalho era legal, os alunos, fora de série, o lugar era sensacional, poder almoçar no Shopping Higienópolis, pegar uma peça no SENAC, tudo de bom.

    Como minha agenda estava totalmente livre pra escola, eu pegava aulas em diversos horários, e ficava com vários espaços vagos no meu dia. À mesma época, o @Airton_Neto perguntou num BBV se tinha alguém que trabalhava com inglês que queria mexer com traduções, e alguém me indicou. Não me lembro de quem foi, mas lembro de ter visto a menção e mandado uma MP pra ele. Lembro que fiquei meio impaciente, porque ele demorou uns dois dias pra responder, perguntei se não precisava mais e talz. Ele me passou um endereço de e-mail.

    Mandei lá, e depois de um tempo, comecei a trabalhar como Revisor de Traduções da Demand Media. Era a primeira vez na vida desde que me formara (fora um ou outro curso de 40 dias que dei aula) que eu usava meu português pra algo. Já estava até enferrujado.

    No CNA, eu passava o dia todo, e me ofereceram o cargo de Assistente de Coordenação Pedagógica. Na época que me ofereceram, estava chegando o fim do ano, e eu sabia que, como professor, não pegaria férias, nem nada. Eles me ofereceram um salário 200 reais acima da média que eu tirava como professor de lá, e sendo fixo, pra mim compensava mais.

    O tempo foi passando, e eu notei que estava tendo cada vez menos tempo pras revisões, por causa das minhas atribuições como assistente de coordenação. Pra piorar, na época o serviço de trem estava ficando pior, especialmente aos sábados de manhã, que eu tinha que estar na escola às 8h30. Teve dia que saí de casa às 5h, e não consegui chegar em tempo.

    Atrasos foram ficando frequentes, e comecei a ter crise de ansiedade, meu Bipolar começou a ficar descontrolado de novo (tava controlado sem remédios desde 2007). Meu nível de estresse foi subindo, e isso tava me fazendo muito mal. Um dia, sentei pra fazer um cálculo de tempo que eu gastava na rua e tempo que eu gastava com as revisões, fazendo uma análise de custo x benefício, e decidi que ia arriscar não ter mais patrão. O que eu ganhava com 12 horas semanais, mais ou menos, de revisão era mais que 2/3 do que o líquido que eu tirava na escola, com 44 horas.

    Conversei com a direção da escola, elas foram super gente fina comigo, me deixaram cumprir o aviso-prévio trabalhando, eu teria um mês a mais pra me planejar. Coincidentemente, dois dias depois ao meu último dia na escola, recebi um e-mail avisando que tinha passado no teste pra tradutor em outra empresa, a wikiHow.

    O pagamento ainda não era muito, comparado ao mercado, mas seria o suficiente para compensar e ser maior do que o que eu tinha com a escola, somando as duas empresas.

    23 de outubro de 2013 foi meu último dia com patrão.

    Em janeiro deste ano, me foi oferecida a oportunidade de trabalhar como Revisor Sênior na Demand. Isso aumentaria meus limites, e me garantiria um bônus ao fim do mês, se uma meta maior fosse atingida.

    Pra tudo ficar melhor, em março deste ano passei num teste para trabalhar com um estúdio de legendagem e tradução de scripts que presta serviços ao Netflix, e desde junho, trabalho direto com o estúdio, não só com trabalhos terceirizados.

    Hoje, tenho as análises de qualidade de vídeos e tradução das legendas (bem como formatação e talz) como meu primeiro trabalho, as revisões como renda secundária, mas importante também, e as traduções da wikiHow como terceira via. Quando faltam textos e vídeos, eu faço os textos da wikiHow para compensar minhas metas financeiras diárias.

    Só com aulas, eu nunca tirei mais que 2.5k ao mês, mas na época que decidi largar, nem 1.5 eu tirava. Hoje em dia, trabalhando bem e com metas batidas, consigo bem mais que isso. Mês passado, tirei mais de 6k líquidos. É algo que achei que nunca conseguiria, e isso sem patrão.

    Ainda mando currículos pra todo lado, pra tentar pegar projetos maiores, estúdios maiores, e sei que uma hora vou ter que deixar de lado um ou outro projeto, ou ficarei louco tentando equilibrar todos, mas será um upgrade bem-vindo.

    Há um ano, eu me estressava no trem, metrô, correria, tinha que me preocupar em agradar aos três públicos, pais, alunos e direção da escola, sem me perder, passava a maior parte da minha semana fora de casa, não podia viajar de fim de semana, e morria de sono às sextas e terças, porque tinha aula de manhã, e acordava cedo depois de ter visto um jogo da NFL no dia anterior. Tudo isso pra ganhar um líquido inferior a dois salários mínimos.

    Hoje, trabalho em casa, vejo minha esposa o dia todo, quando ela volta do técnico dela, passo o dia com minha gata no colo, sentado na sala ou na cozinha da minha casa. Se minha esposa quiser viajar, como aconteceu semana passada, que ela queria ir pra casa do meu pai, boto o notebook na mochila, e trabalho de lá. Tô reformando minha casa pra finalmente sair daqui e ir pra São Paulo. Minha TV quebrou, pude comprar uma nova, comprei um celular novo, posso comprar roupa e tênis novo quando quero.

    Pude dizer, pela primeira vez em anos, pra minha esposa largar o emprego pra se focar no curso técnico dela, porque ela estava se desgastando demais. Não tenho chefes, tiro folga quando quero, durmo e acordo a hora que quero.

    Pra melhorar, todas as empresas às quais trabalho pagam em dólar. Isso significa que posso especular com a moeda, esperando um momento de alta pra vender pra doleiro, ou mesmo mandar direto pro banco pelo Paypal.

    Tracei vários degraus financeiros para mim. Meu primeiro objetivo era não ser mais isento de IR, e, talvez, ganhar 30k ao ano. Com meus pagamentos de agosto, só em uma das empresas com as quais trabalho, bati essa marca, faltando 4 meses pro fim do ano.

    Sei que ainda posso evoluir muito, e tenho certeza de que ainda posso evoluir muito. Assim que minha esposa estiver trabalhando na área dela, vou fazer uma pós em tradução, pra melhorar meu currículo, e depois outra em Interpretação de Conferências. Tive que parar de estudar japonês, mas vou voltar, porque tradutores do idioma ganham valores absurdamente mais altos que os outros, e poder ser intérprete de relações comerciais de empresas japonesas será uma experiência cultural sensacional.

    Tenho quase 28 anos, e ganho mais do que meu pai ganhava ao se aposentar como funcionário público.

    Meu próximo patamar é de 50k. Acho que este ano, não vai rolar, mas pro ano que vem, quem sabe?

    O patamar seguinte é o de 100k ao ano. Esse é um pouco mais distante, mas eu tenho certeza de que um dia eu consigo.

    Naquele mês que passei, sem luz, comendo arroz e ovo à luz de velas, tomando banho de canequinha, ou no mês que eu e minha esposa passamos com menos de 170 reais... Teve um mês que eu estava tão desesperado sem dinheiro, que mandei MP pra dois membros do fórum, perguntando se eles tinham como me emprestar $100 pra eu pagar 5 dias depois, porque não dava pra esperar meu pagamento, ou ficaríamos sem comida. Como não tive resposta, chorei pro meu pai. Ele veio em casa com uma cesta básica, mais 500 reais. Nunca me deixou devolver. Eu nunca imaginei que um dia iria conseguir ganhar o que ganho hoje.

    Bem, é isso, sorry pela wall, mas eu disse que minha história era meio surreal, tá aí.

    Sei que teve gente que passou por bem mais que isso, e muita gente que ganha bem mais que eu... Mas quer saber? Minha vida hoje é tão perfeita que não ligo. Só quero continuar progredindo. =)
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  10. #410
    Table Captain Avatar de fbomfa
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    Parabéns pela história cara, li o texto todo. Legal ver que o casal continuou firme. Difícil o relacionamento manter-se com essa dificuldade toda.
    luigibr likes this.
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