Tópico oficial sobre música

[Picinin]

"

Acho que isso ocorre com tudo, nao? Musica, cinema, series de TV, livros. Alguem faz alguma coisa que faz sucesso e um monte de gente vai no embalo tentando fazer parecido. Ai vai ter gente boa e ruim nesse bolo.

O que eh interessante da materia eh mostrar como esse processo de pasteurizacao ocorre na cabeca do produtor, as tecnicas que ele usa, etc.

E tipo, meio idiota o titulo da materia IMO. O cara ta so fazendo o trabalho dele bem feito (MTO bem feito, aparentemente). Se alguem quer "consertar" a musica atual que va la e produza algo melhor e que agrade mais ao publico.

Se você considerar que música é business e não cultura, o trabalho tá bem feito. Se considerar o contrário, ele é horrível

Eh business e cultura ao mesmo tempo, mas o trabalho dele especificamente eh focado no business e nao na cultura.

Fora que nao acho que alguem como ele atrapalhe a musica em si. Hoje em dia nego tem acesso a todo tipo de coisa. Se gosta de ouvir os top hits eh pq gosta mesmo, assim como gosta de novela, de livro de vampiro, etc.

Se nao gosta, eh so ir procurar outras coisas pra ouvir. Nao vejo esse conflito todo.

Pois é, eu discordo bastante. Eu acho que a principal parte do trabalho do produtor é (ou deveria ser) lapidar o som do artista para a gravação. Um bom produtor, IMO, escuta a banda ao vivo e pensa como transpor a identidade da banda pra um álbum, ou como representar o conceito por trás do álbum, e por aí vai.

E pra mim existe um conflito claro. O objetivo desses caras e fazer um som o mais simples e pasteurizado possível pra vender rápido e acabar rápido. Eles querem produzir música descartável porque a rotatividade, em tese, aumentaria as vendas. Mas é bem óbvio que isso vai diminuir consideravelmente a qualidade do que é produzido. Nada do que esse cara produz vai ser lembrado em 10 anos. E como uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons .E nem precisa falar que a galera que escuta isso nunca vai produzir nada que presta, o que faz com que a diversidade na música venha caindo absurdamente nas últimas décadas. É só olhar como a quantidade de "movimentos" musicais caiu absurdamente nas últimas duas décadas.

"

Entao, mas eu acho que ai depende de quem que vc quer colocar a "culpa". Vc mesmo disse que "uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons".

Pra que entao o produtor vai lapidar o som e fazer uma parada top musicalmente se a parcela que vai comprar isso eh reduzida? Alias, essa figura de produtor que vc descreveu provavelmente existe, mas ficam atuando ali nos seus nichos. Esse cara da reportagem ta la pra fazer musica pra agradar a massa, e faz isso mto bem.

IMO vcs tao meio que romantizando a parada. Vc acha que se nao existissem caras assim a musica ia melhorar?

Eu acho que é uma visão míope pra caralho da indústria da música. Não é à toa que ela tá encolhendo há décadas. Se, ao invés de pasteurizar, eles procurassem trazer mais diversidade, é provável que uma boa parte dos zumbis que só escutam o que toca na rádio passassem a realmente conhecer e consumir mais músicas. O moleque de 15 anos pra quem eles tão vendendo sucessos descartáveis provavelmente vai ser o cara que não vai escutar mais música aos 30. E eu não tenho a menor dúvida que esse cara gastaria muito mais com música dos 30 aos 40 do que ele gastou dos 15 aos 30. Só que ele chega aos 30 sem cultura musical e vai só baixar um hit ou outro de vez em quando pra ouvir no carro. Se tivesse tido uma formação musical, teria a discografia inteira dos artistas favoritos, compararia DVD's iria a shows frequentemente.

E essa figura que eu descrevi não só existe, como é a maioria absoluta dos produtores. Existem produtores respeitados pelos músicos e existem os Dr. Luke e Rick Bonadios da vida. O Midani que o humbo citou é um dos que sempre teve uma visão empresarial que não conflitava com a musical. BTW, quem tem NET procura no NOW os programas com ele. Valem a pena.

Eu tenho plena convicção que, se esses caras não existissem, a música seria melhor.

Mas Picinin, isso que vc descreveu serve pra tudo, de musica a cerveja, passando por filmes, series de tv, comida. Praticamente tudo eh assim.

Existe uma segmentacao de mercado e, em geral, o mais simples vende mais.

Da pra usar exatamente o mesmo raciocinio com televisao, por exemplo. Se o publico tivesse mais cultura, a novela das 9 e o zorra total nao seriam lideres disparados de audiencia.

O que eu discordo eh qdo jogam a culpa disso na midia, no produtor ou no artista. Cada um ta la cumprindo seu papel.

Não é questão de ser o mais simples, a música pop sempre foi a música mais simples e não há problema nenhum em ser simples.

Suas analogias tão meio nada a ver, acho que você não entendeu muito bem os expedientes que o cara usa. Não tem nada a ver com Skol vender mais que Westvleteren, ou com a novela ser mais assistida que um filme cult. O que ele faz seria como fazer com que as novelas só pudessem ter um núcleo, cinco personagens e uma única temática. Você poderia até falar que isso é uma questão de gosto, mas quando o faturamento da indústria dele cai a 15, 20 anos seguidos, não dá pra dizer que ele tá lá cumprindo seu papel. A estratégia dele pode até ser boa em um cenário micro e de curto prazo, mas a a longo prazo tá se provando muito ruim.

Você tá querendo me responder com uma defesa genérica da modernidade que não se aplica a esse caso em específico. Sua resposta resumiu tudo que eu falei a um "o mais simples vende mais", quando a minha crítica não tinha NADA a ver com simplicidade ou complexidade.

[petinhu]

Amanha abre a venda pro Rock In Rio... Alguem vai ai? Queria ir no dia do Slipknot e Metallica, mas achei as laneups extremamente ruins... Acho q nem vale a pena ir esse ano.

[ekalil]

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Acho que isso ocorre com tudo, nao? Musica, cinema, series de TV, livros. Alguem faz alguma coisa que faz sucesso e um monte de gente vai no embalo tentando fazer parecido. Ai vai ter gente boa e ruim nesse bolo.

O que eh interessante da materia eh mostrar como esse processo de pasteurizacao ocorre na cabeca do produtor, as tecnicas que ele usa, etc.

E tipo, meio idiota o titulo da materia IMO. O cara ta so fazendo o trabalho dele bem feito (MTO bem feito, aparentemente). Se alguem quer "consertar" a musica atual que va la e produza algo melhor e que agrade mais ao publico.

Se você considerar que música é business e não cultura, o trabalho tá bem feito. Se considerar o contrário, ele é horrível

Eh business e cultura ao mesmo tempo, mas o trabalho dele especificamente eh focado no business e nao na cultura.

Fora que nao acho que alguem como ele atrapalhe a musica em si. Hoje em dia nego tem acesso a todo tipo de coisa. Se gosta de ouvir os top hits eh pq gosta mesmo, assim como gosta de novela, de livro de vampiro, etc.

Se nao gosta, eh so ir procurar outras coisas pra ouvir. Nao vejo esse conflito todo.

Pois é, eu discordo bastante. Eu acho que a principal parte do trabalho do produtor é (ou deveria ser) lapidar o som do artista para a gravação. Um bom produtor, IMO, escuta a banda ao vivo e pensa como transpor a identidade da banda pra um álbum, ou como representar o conceito por trás do álbum, e por aí vai.

E pra mim existe um conflito claro. O objetivo desses caras e fazer um som o mais simples e pasteurizado possível pra vender rápido e acabar rápido. Eles querem produzir música descartável porque a rotatividade, em tese, aumentaria as vendas. Mas é bem óbvio que isso vai diminuir consideravelmente a qualidade do que é produzido. Nada do que esse cara produz vai ser lembrado em 10 anos. E como uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons .E nem precisa falar que a galera que escuta isso nunca vai produzir nada que presta, o que faz com que a diversidade na música venha caindo absurdamente nas últimas décadas. É só olhar como a quantidade de "movimentos" musicais caiu absurdamente nas últimas duas décadas.

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Entao, mas eu acho que ai depende de quem que vc quer colocar a "culpa". Vc mesmo disse que "uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons".

Pra que entao o produtor vai lapidar o som e fazer uma parada top musicalmente se a parcela que vai comprar isso eh reduzida? Alias, essa figura de produtor que vc descreveu provavelmente existe, mas ficam atuando ali nos seus nichos. Esse cara da reportagem ta la pra fazer musica pra agradar a massa, e faz isso mto bem.

IMO vcs tao meio que romantizando a parada. Vc acha que se nao existissem caras assim a musica ia melhorar?

Eu acho que é uma visão míope pra caralho da indústria da música. Não é à toa que ela tá encolhendo há décadas. Se, ao invés de pasteurizar, eles procurassem trazer mais diversidade, é provável que uma boa parte dos zumbis que só escutam o que toca na rádio passassem a realmente conhecer e consumir mais músicas. O moleque de 15 anos pra quem eles tão vendendo sucessos descartáveis provavelmente vai ser o cara que não vai escutar mais música aos 30. E eu não tenho a menor dúvida que esse cara gastaria muito mais com música dos 30 aos 40 do que ele gastou dos 15 aos 30. Só que ele chega aos 30 sem cultura musical e vai só baixar um hit ou outro de vez em quando pra ouvir no carro. Se tivesse tido uma formação musical, teria a discografia inteira dos artistas favoritos, compararia DVD's iria a shows frequentemente.

E essa figura que eu descrevi não só existe, como é a maioria absoluta dos produtores. Existem produtores respeitados pelos músicos e existem os Dr. Luke e Rick Bonadios da vida. O Midani que o humbo citou é um dos que sempre teve uma visão empresarial que não conflitava com a musical. BTW, quem tem NET procura no NOW os programas com ele. Valem a pena.

Eu tenho plena convicção que, se esses caras não existissem, a música seria melhor.

Mas Picinin, isso que vc descreveu serve pra tudo, de musica a cerveja, passando por filmes, series de tv, comida. Praticamente tudo eh assim.

Existe uma segmentacao de mercado e, em geral, o mais simples vende mais.

Da pra usar exatamente o mesmo raciocinio com televisao, por exemplo. Se o publico tivesse mais cultura, a novela das 9 e o zorra total nao seriam lideres disparados de audiencia.

O que eu discordo eh qdo jogam a culpa disso na midia, no produtor ou no artista. Cada um ta la cumprindo seu papel.

Não é questão de ser o mais simples, a música pop sempre foi a música mais simples e não há problema nenhum em ser simples.

Suas analogias tão meio nada a ver, acho que você não entendeu muito bem os expedientes que o cara usa. Não tem nada a ver com Skol vender mais que Westvleteren, ou com a novela ser mais assistida que um filme cult. O que ele faz seria como fazer com que as novelas só pudessem ter um núcleo, cinco personagens e uma única temática. Você poderia até falar que isso é uma questão de gosto, mas quando o faturamento da indústria dele cai a 15, 20 anos seguidos, não dá pra dizer que ele tá lá cumprindo seu papel. A estratégia dele pode até ser boa em um cenário micro e de curto prazo, mas a a longo prazo tá se provando muito ruim.

Você tá querendo me responder com uma defesa genérica da modernidade que não se aplica a esse caso em específico. Sua resposta resumiu tudo que eu falei a um "o mais simples vende mais", quando a minha crítica não tinha NADA a ver com simplicidade ou complexidade.

Nem sao analogias, eh como o mundo funciona pra tudo. Dei so alguns exemplos, mas pode pegar praticamente qq coisa que vai ver que a dinamica eh parecida.

Eu entendo que nao tenha a ver somente com simplicidade, mas o cara achou uma "formula" que agrada essa nova geracao, so isso.

Nunca que da pra colocar a queda do faturamento da industria na conta dele ( e nem de outros produtores). A forma de consumir musica mudou absurdamente nos ultimos 15/20 anos e isso nao tem nada a ver com a musica em si. Tem a ver com o fato de como ela eh comprada (ou roubada) atualmente. Essas materias explicam um pouco o que aconteceu e o que esta por vir:

"

The Cruel Math Behind Why Streaming Will Never Save The Music Industry - Forbes

A decade of iTunes singles killed the music industry - Apr. 25, 2013

"

O interessante eh que, mesmo com o faturamento caindo, nunca tanta musica foi consumida. Entao a gente (que nao ganha dinheiro com a musica) deveria enxergar isso com bons olhos.

Enfim, vc pode achar uma pena que a nova safra musical nao te agrade, mas ela agrada um numero gigantesco de pessoas e eh isso que interessa pra quem ta produzindo.

[DiegoSestito]

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Acho que isso ocorre com tudo, nao? Musica, cinema, series de TV, livros. Alguem faz alguma coisa que faz sucesso e um monte de gente vai no embalo tentando fazer parecido. Ai vai ter gente boa e ruim nesse bolo.

O que eh interessante da materia eh mostrar como esse processo de pasteurizacao ocorre na cabeca do produtor, as tecnicas que ele usa, etc.

E tipo, meio idiota o titulo da materia IMO. O cara ta so fazendo o trabalho dele bem feito (MTO bem feito, aparentemente). Se alguem quer "consertar" a musica atual que va la e produza algo melhor e que agrade mais ao publico.

Se você considerar que música é business e não cultura, o trabalho tá bem feito. Se considerar o contrário, ele é horrível

Eh business e cultura ao mesmo tempo, mas o trabalho dele especificamente eh focado no business e nao na cultura.

Fora que nao acho que alguem como ele atrapalhe a musica em si. Hoje em dia nego tem acesso a todo tipo de coisa. Se gosta de ouvir os top hits eh pq gosta mesmo, assim como gosta de novela, de livro de vampiro, etc.

Se nao gosta, eh so ir procurar outras coisas pra ouvir. Nao vejo esse conflito todo.

Pois é, eu discordo bastante. Eu acho que a principal parte do trabalho do produtor é (ou deveria ser) lapidar o som do artista para a gravação. Um bom produtor, IMO, escuta a banda ao vivo e pensa como transpor a identidade da banda pra um álbum, ou como representar o conceito por trás do álbum, e por aí vai.

E pra mim existe um conflito claro. O objetivo desses caras e fazer um som o mais simples e pasteurizado possível pra vender rápido e acabar rápido. Eles querem produzir música descartável porque a rotatividade, em tese, aumentaria as vendas. Mas é bem óbvio que isso vai diminuir consideravelmente a qualidade do que é produzido. Nada do que esse cara produz vai ser lembrado em 10 anos. E como uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons .E nem precisa falar que a galera que escuta isso nunca vai produzir nada que presta, o que faz com que a diversidade na música venha caindo absurdamente nas últimas décadas. É só olhar como a quantidade de "movimentos" musicais caiu absurdamente nas últimas duas décadas.

"

Entao, mas eu acho que ai depende de quem que vc quer colocar a "culpa". Vc mesmo disse que "uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons".

Pra que entao o produtor vai lapidar o som e fazer uma parada top musicalmente se a parcela que vai comprar isso eh reduzida? Alias, essa figura de produtor que vc descreveu provavelmente existe, mas ficam atuando ali nos seus nichos. Esse cara da reportagem ta la pra fazer musica pra agradar a massa, e faz isso mto bem.

IMO vcs tao meio que romantizando a parada. Vc acha que se nao existissem caras assim a musica ia melhorar?

Eu acho que é uma visão míope pra caralho da indústria da música. Não é à toa que ela tá encolhendo há décadas. Se, ao invés de pasteurizar, eles procurassem trazer mais diversidade, é provável que uma boa parte dos zumbis que só escutam o que toca na rádio passassem a realmente conhecer e consumir mais músicas. O moleque de 15 anos pra quem eles tão vendendo sucessos descartáveis provavelmente vai ser o cara que não vai escutar mais música aos 30. E eu não tenho a menor dúvida que esse cara gastaria muito mais com música dos 30 aos 40 do que ele gastou dos 15 aos 30. Só que ele chega aos 30 sem cultura musical e vai só baixar um hit ou outro de vez em quando pra ouvir no carro. Se tivesse tido uma formação musical, teria a discografia inteira dos artistas favoritos, compararia DVD's iria a shows frequentemente.

E essa figura que eu descrevi não só existe, como é a maioria absoluta dos produtores. Existem produtores respeitados pelos músicos e existem os Dr. Luke e Rick Bonadios da vida. O Midani que o humbo citou é um dos que sempre teve uma visão empresarial que não conflitava com a musical. BTW, quem tem NET procura no NOW os programas com ele. Valem a pena.

Eu tenho plena convicção que, se esses caras não existissem, a música seria melhor.

Mas Picinin, isso que vc descreveu serve pra tudo, de musica a cerveja, passando por filmes, series de tv, comida. Praticamente tudo eh assim.

Existe uma segmentacao de mercado e, em geral, o mais simples vende mais.

Da pra usar exatamente o mesmo raciocinio com televisao, por exemplo. Se o publico tivesse mais cultura, a novela das 9 e o zorra total nao seriam lideres disparados de audiencia.

O que eu discordo eh qdo jogam a culpa disso na midia, no produtor ou no artista. Cada um ta la cumprindo seu papel.

Não é questão de ser o mais simples, a música pop sempre foi a música mais simples e não há problema nenhum em ser simples.

Suas analogias tão meio nada a ver, acho que você não entendeu muito bem os expedientes que o cara usa. Não tem nada a ver com Skol vender mais que Westvleteren, ou com a novela ser mais assistida que um filme cult. O que ele faz seria como fazer com que as novelas só pudessem ter um núcleo, cinco personagens e uma única temática. Você poderia até falar que isso é uma questão de gosto, mas quando o faturamento da indústria dele cai a 15, 20 anos seguidos, não dá pra dizer que ele tá lá cumprindo seu papel. A estratégia dele pode até ser boa em um cenário micro e de curto prazo, mas a a longo prazo tá se provando muito ruim.

Você tá querendo me responder com uma defesa genérica da modernidade que não se aplica a esse caso em específico. Sua resposta resumiu tudo que eu falei a um "o mais simples vende mais", quando a minha crítica não tinha NADA a ver com simplicidade ou complexidade.

Nem sao analogias, eh como o mundo funciona pra tudo. Dei so alguns exemplos, mas pode pegar praticamente qq coisa que vai ver que a dinamica eh parecida.

Eu entendo que nao tenha a ver somente com simplicidade, mas o cara achou uma "formula" que agrada essa nova geracao, so isso.

Nunca que da pra colocar a queda do faturamento da industria na conta dele ( e nem de outros produtores). A forma de consumir musica mudou absurdamente nos ultimos 15/20 anos e isso nao tem nada a ver com a musica em si. Tem a ver com o fato de como ela eh comprada (ou roubada) atualmente. Essas materias explicam um pouco o que aconteceu e o que esta por vir:

"

The Cruel Math Behind Why Streaming Will Never Save The Music Industry - Forbes

A decade of iTunes singles killed the music industry - Apr. 25, 2013

"

O interessante eh que, mesmo com o faturamento caindo, nunca tanta musica foi consumida. Entao a gente (que nao ganha dinheiro com a musica) deveria enxergar isso com bons olhos.

Enfim, vc pode achar uma pena que a nova safra musical nao te agrade, mas ela agrada um numero gigantesco de pessoas e eh isso que interessa pra quem ta produzindo.

Ta ai um problema que esse tipo de formula causa. Ninguem vai comprar a musica da moda, as pessoas vão baixar, escutar enquanto estiver bombando e depois esquecer. Em estilos de nicho, onde existe publico fidelizado, onde existe toda uma cultura musical por trás o prejuízo é menor. O cara que ta introduzido em um nicho mais underground, vai comprar o cd.. Por causa do encarte, por que quer apoiar a banda que ele acompanha a carreira e etc.

A internet abriu um espaço enorme para a democratização da industria. Várias bandas estão rompendo com gravadoras e lançando o material de outras formas. Recentemente o Protest the Hero (Que eu ja postei algumas vezes aqui), fez exatamente isso. Rompeu com a gravadora, fez uma campanha de crowdfunding e arrecadou $341k (estavam pedindo 125k pra gravar). Pra quem interessar: https://www.indiegogo.com/projects/p...o-new-album--3 . No final, a banda lucrou mais dinheiro com esse álbum, do que havia lucrado com qualquer outro cd deles lançado por gravadora.

Voltando ao assunto principal: Eu até concordo que o que importa para quem ta produzindo e pra quem ta vendendo é que mais pessoas consumam. O problema pra mim é a alienação cultural que isso causa. As músicas são cada vez mais parecidas umas com as outras, são genéricas. E a curto prazo. pode até ser bom pra quem quer ganhar dinheiro com a industria, mas ao longo prazo tende a transformar a música em uma espécie de fast food.

E LOL roubo.

[Taleb]

"

Acho que isso ocorre com tudo, nao? Musica, cinema, series de TV, livros. Alguem faz alguma coisa que faz sucesso e um monte de gente vai no embalo tentando fazer parecido. Ai vai ter gente boa e ruim nesse bolo.

O que eh interessante da materia eh mostrar como esse processo de pasteurizacao ocorre na cabeca do produtor, as tecnicas que ele usa, etc.

E tipo, meio idiota o titulo da materia IMO. O cara ta so fazendo o trabalho dele bem feito (MTO bem feito, aparentemente). Se alguem quer "consertar" a musica atual que va la e produza algo melhor e que agrade mais ao publico.

Se você considerar que música é business e não cultura, o trabalho tá bem feito. Se considerar o contrário, ele é horrível

Eh business e cultura ao mesmo tempo, mas o trabalho dele especificamente eh focado no business e nao na cultura.

Fora que nao acho que alguem como ele atrapalhe a musica em si. Hoje em dia nego tem acesso a todo tipo de coisa. Se gosta de ouvir os top hits eh pq gosta mesmo, assim como gosta de novela, de livro de vampiro, etc.

Se nao gosta, eh so ir procurar outras coisas pra ouvir. Nao vejo esse conflito todo.

Pois é, eu discordo bastante. Eu acho que a principal parte do trabalho do produtor é (ou deveria ser) lapidar o som do artista para a gravação. Um bom produtor, IMO, escuta a banda ao vivo e pensa como transpor a identidade da banda pra um álbum, ou como representar o conceito por trás do álbum, e por aí vai.

E pra mim existe um conflito claro. O objetivo desses caras e fazer um som o mais simples e pasteurizado possível pra vender rápido e acabar rápido. Eles querem produzir música descartável porque a rotatividade, em tese, aumentaria as vendas. Mas é bem óbvio que isso vai diminuir consideravelmente a qualidade do que é produzido. Nada do que esse cara produz vai ser lembrado em 10 anos. E como uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons .E nem precisa falar que a galera que escuta isso nunca vai produzir nada que presta, o que faz com que a diversidade na música venha caindo absurdamente nas últimas décadas. É só olhar como a quantidade de "movimentos" musicais caiu absurdamente nas últimas duas décadas.

"

Entao, mas eu acho que ai depende de quem que vc quer colocar a "culpa". Vc mesmo disse que "uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons".

Pra que entao o produtor vai lapidar o som e fazer uma parada top musicalmente se a parcela que vai comprar isso eh reduzida? Alias, essa figura de produtor que vc descreveu provavelmente existe, mas ficam atuando ali nos seus nichos. Esse cara da reportagem ta la pra fazer musica pra agradar a massa, e faz isso mto bem.

IMO vcs tao meio que romantizando a parada. Vc acha que se nao existissem caras assim a musica ia melhorar?

Eu acho que é uma visão míope pra caralho da indústria da música. Não é à toa que ela tá encolhendo há décadas. Se, ao invés de pasteurizar, eles procurassem trazer mais diversidade, é provável que uma boa parte dos zumbis que só escutam o que toca na rádio passassem a realmente conhecer e consumir mais músicas. O moleque de 15 anos pra quem eles tão vendendo sucessos descartáveis provavelmente vai ser o cara que não vai escutar mais música aos 30. E eu não tenho a menor dúvida que esse cara gastaria muito mais com música dos 30 aos 40 do que ele gastou dos 15 aos 30. Só que ele chega aos 30 sem cultura musical e vai só baixar um hit ou outro de vez em quando pra ouvir no carro. Se tivesse tido uma formação musical, teria a discografia inteira dos artistas favoritos, compararia DVD's iria a shows frequentemente.

E essa figura que eu descrevi não só existe, como é a maioria absoluta dos produtores. Existem produtores respeitados pelos músicos e existem os Dr. Luke e Rick Bonadios da vida. O Midani que o humbo citou é um dos que sempre teve uma visão empresarial que não conflitava com a musical. BTW, quem tem NET procura no NOW os programas com ele. Valem a pena.

Eu tenho plena convicção que, se esses caras não existissem, a música seria melhor.

Mas Picinin, isso que vc descreveu serve pra tudo, de musica a cerveja, passando por filmes, series de tv, comida. Praticamente tudo eh assim.

Existe uma segmentacao de mercado e, em geral, o mais simples vende mais.

Da pra usar exatamente o mesmo raciocinio com televisao, por exemplo. Se o publico tivesse mais cultura, a novela das 9 e o zorra total nao seriam lideres disparados de audiencia.

O que eu discordo eh qdo jogam a culpa disso na midia, no produtor ou no artista. Cada um ta la cumprindo seu papel.

Não é questão de ser o mais simples, a música pop sempre foi a música mais simples e não há problema nenhum em ser simples.

Suas analogias tão meio nada a ver, acho que você não entendeu muito bem os expedientes que o cara usa. Não tem nada a ver com Skol vender mais que Westvleteren, ou com a novela ser mais assistida que um filme cult. O que ele faz seria como fazer com que as novelas só pudessem ter um núcleo, cinco personagens e uma única temática. Você poderia até falar que isso é uma questão de gosto, mas quando o faturamento da indústria dele cai a 15, 20 anos seguidos, não dá pra dizer que ele tá lá cumprindo seu papel. A estratégia dele pode até ser boa em um cenário micro e de curto prazo, mas a a longo prazo tá se provando muito ruim.

Você tá querendo me responder com uma defesa genérica da modernidade que não se aplica a esse caso em específico. Sua resposta resumiu tudo que eu falei a um "o mais simples vende mais", quando a minha crítica não tinha NADA a ver com simplicidade ou complexidade.

Nem sao analogias, eh como o mundo funciona pra tudo. Dei so alguns exemplos, mas pode pegar praticamente qq coisa que vai ver que a dinamica eh parecida.

Eu entendo que nao tenha a ver somente com simplicidade, mas o cara achou uma "formula" que agrada essa nova geracao, so isso.

Nunca que da pra colocar a queda do faturamento da industria na conta dele ( e nem de outros produtores). A forma de consumir musica mudou absurdamente nos ultimos 15/20 anos e isso nao tem nada a ver com a musica em si. Tem a ver com o fato de como ela eh comprada (ou roubada) atualmente. Essas materias explicam um pouco o que aconteceu e o que esta por vir:

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The Cruel Math Behind Why Streaming Will Never Save The Music Industry - Forbes

A decade of iTunes singles killed the music industry - Apr. 25, 2013

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O interessante eh que, mesmo com o faturamento caindo, nunca tanta musica foi consumida. Entao a gente (que nao ganha dinheiro com a musica) deveria enxergar isso com bons olhos.

Enfim, vc pode achar uma pena que a nova safra musical nao te agrade, mas ela agrada um numero gigantesco de pessoas e eh isso que interessa pra quem ta produzindo.

Ta ai um problema que esse tipo de formula causa. Ninguem vai comprar a musica da moda, as pessoas vão baixar, escutar enquanto estiver bombando e depois esquecer. Em estilos de nicho, onde existe publico fidelizado, onde existe toda uma cultura musical por trás o prejuízo é menor. O cara que ta introduzido em um nicho mais underground, vai comprar o cd.. Por causa do encarte, por que quer apoiar a banda que ele acompanha a carreira e etc.

A internet abriu um espaço enorme para a democratização da industria. Várias bandas estão rompendo com gravadoras e lançando o material de outras formas. Recentemente o Protest the Hero (Que eu ja postei algumas vezes aqui), fez exatamente isso. Rompeu com a gravadora, fez uma campanha de crowdfunding e arrecadou $341k (estavam pedindo 125k pra gravar). Pra quem interessar: https://www.indiegogo.com/projects/p...o-new-album--3 . No final, a banda lucrou mais dinheiro com esse álbum, do que havia lucrado com qualquer outro cd deles lançado por gravadora.

Voltando ao assunto principal: Eu até concordo que o que importa para quem ta produzindo e pra quem ta vendendo é que mais pessoas consumam. O problema pra mim é a alienação cultural que isso causa. As músicas são cada vez mais parecidas umas com as outras, são genéricas. E a curto prazo. pode até ser bom pra quem quer ganhar dinheiro com a industria, mas ao longo prazo tende a transformar a música em uma espécie de fast food.

E LOL roubo.

Então, mas se tem essa possibilidade, não é muito mimimi ficar reclamando de produtor A ou B? Pelo que você mesmo disse existe um mercado que não está sendo atendido por esses produtores e é praticamente uma mina de ouro para os artistas "de verdade".

[ekalil]

"

Acho que isso ocorre com tudo, nao? Musica, cinema, series de TV, livros. Alguem faz alguma coisa que faz sucesso e um monte de gente vai no embalo tentando fazer parecido. Ai vai ter gente boa e ruim nesse bolo.

O que eh interessante da materia eh mostrar como esse processo de pasteurizacao ocorre na cabeca do produtor, as tecnicas que ele usa, etc.

E tipo, meio idiota o titulo da materia IMO. O cara ta so fazendo o trabalho dele bem feito (MTO bem feito, aparentemente). Se alguem quer "consertar" a musica atual que va la e produza algo melhor e que agrade mais ao publico.

Se você considerar que música é business e não cultura, o trabalho tá bem feito. Se considerar o contrário, ele é horrível

Eh business e cultura ao mesmo tempo, mas o trabalho dele especificamente eh focado no business e nao na cultura.

Fora que nao acho que alguem como ele atrapalhe a musica em si. Hoje em dia nego tem acesso a todo tipo de coisa. Se gosta de ouvir os top hits eh pq gosta mesmo, assim como gosta de novela, de livro de vampiro, etc.

Se nao gosta, eh so ir procurar outras coisas pra ouvir. Nao vejo esse conflito todo.

Pois é, eu discordo bastante. Eu acho que a principal parte do trabalho do produtor é (ou deveria ser) lapidar o som do artista para a gravação. Um bom produtor, IMO, escuta a banda ao vivo e pensa como transpor a identidade da banda pra um álbum, ou como representar o conceito por trás do álbum, e por aí vai.

E pra mim existe um conflito claro. O objetivo desses caras e fazer um som o mais simples e pasteurizado possível pra vender rápido e acabar rápido. Eles querem produzir música descartável porque a rotatividade, em tese, aumentaria as vendas. Mas é bem óbvio que isso vai diminuir consideravelmente a qualidade do que é produzido. Nada do que esse cara produz vai ser lembrado em 10 anos. E como uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons .E nem precisa falar que a galera que escuta isso nunca vai produzir nada que presta, o que faz com que a diversidade na música venha caindo absurdamente nas últimas décadas. É só olhar como a quantidade de "movimentos" musicais caiu absurdamente nas últimas duas décadas.

"

Entao, mas eu acho que ai depende de quem que vc quer colocar a "culpa". Vc mesmo disse que "uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons".

Pra que entao o produtor vai lapidar o som e fazer uma parada top musicalmente se a parcela que vai comprar isso eh reduzida? Alias, essa figura de produtor que vc descreveu provavelmente existe, mas ficam atuando ali nos seus nichos. Esse cara da reportagem ta la pra fazer musica pra agradar a massa, e faz isso mto bem.

IMO vcs tao meio que romantizando a parada. Vc acha que se nao existissem caras assim a musica ia melhorar?

Eu acho que é uma visão míope pra caralho da indústria da música. Não é à toa que ela tá encolhendo há décadas. Se, ao invés de pasteurizar, eles procurassem trazer mais diversidade, é provável que uma boa parte dos zumbis que só escutam o que toca na rádio passassem a realmente conhecer e consumir mais músicas. O moleque de 15 anos pra quem eles tão vendendo sucessos descartáveis provavelmente vai ser o cara que não vai escutar mais música aos 30. E eu não tenho a menor dúvida que esse cara gastaria muito mais com música dos 30 aos 40 do que ele gastou dos 15 aos 30. Só que ele chega aos 30 sem cultura musical e vai só baixar um hit ou outro de vez em quando pra ouvir no carro. Se tivesse tido uma formação musical, teria a discografia inteira dos artistas favoritos, compararia DVD's iria a shows frequentemente.

E essa figura que eu descrevi não só existe, como é a maioria absoluta dos produtores. Existem produtores respeitados pelos músicos e existem os Dr. Luke e Rick Bonadios da vida. O Midani que o humbo citou é um dos que sempre teve uma visão empresarial que não conflitava com a musical. BTW, quem tem NET procura no NOW os programas com ele. Valem a pena.

Eu tenho plena convicção que, se esses caras não existissem, a música seria melhor.

Mas Picinin, isso que vc descreveu serve pra tudo, de musica a cerveja, passando por filmes, series de tv, comida. Praticamente tudo eh assim.

Existe uma segmentacao de mercado e, em geral, o mais simples vende mais.

Da pra usar exatamente o mesmo raciocinio com televisao, por exemplo. Se o publico tivesse mais cultura, a novela das 9 e o zorra total nao seriam lideres disparados de audiencia.

O que eu discordo eh qdo jogam a culpa disso na midia, no produtor ou no artista. Cada um ta la cumprindo seu papel.

Não é questão de ser o mais simples, a música pop sempre foi a música mais simples e não há problema nenhum em ser simples.

Suas analogias tão meio nada a ver, acho que você não entendeu muito bem os expedientes que o cara usa. Não tem nada a ver com Skol vender mais que Westvleteren, ou com a novela ser mais assistida que um filme cult. O que ele faz seria como fazer com que as novelas só pudessem ter um núcleo, cinco personagens e uma única temática. Você poderia até falar que isso é uma questão de gosto, mas quando o faturamento da indústria dele cai a 15, 20 anos seguidos, não dá pra dizer que ele tá lá cumprindo seu papel. A estratégia dele pode até ser boa em um cenário micro e de curto prazo, mas a a longo prazo tá se provando muito ruim.

Você tá querendo me responder com uma defesa genérica da modernidade que não se aplica a esse caso em específico. Sua resposta resumiu tudo que eu falei a um "o mais simples vende mais", quando a minha crítica não tinha NADA a ver com simplicidade ou complexidade.

Nem sao analogias, eh como o mundo funciona pra tudo. Dei so alguns exemplos, mas pode pegar praticamente qq coisa que vai ver que a dinamica eh parecida.

Eu entendo que nao tenha a ver somente com simplicidade, mas o cara achou uma "formula" que agrada essa nova geracao, so isso.

Nunca que da pra colocar a queda do faturamento da industria na conta dele ( e nem de outros produtores). A forma de consumir musica mudou absurdamente nos ultimos 15/20 anos e isso nao tem nada a ver com a musica em si. Tem a ver com o fato de como ela eh comprada (ou roubada) atualmente. Essas materias explicam um pouco o que aconteceu e o que esta por vir:

"

The Cruel Math Behind Why Streaming Will Never Save The Music Industry - Forbes

A decade of iTunes singles killed the music industry - Apr. 25, 2013

"

O interessante eh que, mesmo com o faturamento caindo, nunca tanta musica foi consumida. Entao a gente (que nao ganha dinheiro com a musica) deveria enxergar isso com bons olhos.

Enfim, vc pode achar uma pena que a nova safra musical nao te agrade, mas ela agrada um numero gigantesco de pessoas e eh isso que interessa pra quem ta produzindo.

Ta ai um problema que esse tipo de formula causa. Ninguem vai comprar a musica da moda, as pessoas vão baixar, escutar enquanto estiver bombando e depois esquecer. Em estilos de nicho, onde existe publico fidelizado, onde existe toda uma cultura musical por trás o prejuízo é menor. O cara que ta introduzido em um nicho mais underground, vai comprar o cd.. Por causa do encarte, por que quer apoiar a banda que ele acompanha a carreira e etc.

A internet abriu um espaço enorme para a democratização da industria. Várias bandas estão rompendo com gravadoras e lançando o material de outras formas. Recentemente o Protest the Hero (Que eu ja postei algumas vezes aqui), fez exatamente isso. Rompeu com a gravadora, fez uma campanha de crowdfunding e arrecadou $341k (estavam pedindo 125k pra gravar). Pra quem interessar: https://www.indiegogo.com/projects/p...o-new-album--3 . No final, a banda lucrou mais dinheiro com esse álbum, do que havia lucrado com qualquer outro cd deles lançado por gravadora.

Voltando ao assunto principal: Eu até concordo que o que importa para quem ta produzindo e pra quem ta vendendo é que mais pessoas consumam. O problema pra mim é a alienação cultural que isso causa. As músicas são cada vez mais parecidas umas com as outras, são genéricas. E a curto prazo. pode até ser bom pra quem quer ganhar dinheiro com a industria, mas ao longo prazo tende a transformar a música em uma espécie de fast food.

E LOL roubo.

Entao po, vc acabou de citar inumeras mudancas no mercado que causaram essa revolucao toda. Hoje em dia vc tem a opcao de comprar o album, de comprar o single ou de baixar de graca (e sim, eh roubar, nao eh?).

Se vc estiver do outro lado e quiser fazer um som, vc tem mto mais independencia hoje em dia, tanto pra produzir como pra divulgar.

O que eu discordo eh colocar a responsabilidade do que vc chamou de alienação cultural nas costas de produtores/artistas. Eles nao tem responsabilidade nenhuma de ensinar ninguem o que eh musica boa e o que nao eh.

Pra mim, pessoalmente, ficou mto melhor pra ouvir musica nesses ultimos anos. Qdo eu era adolescente eu conhecia meia duzia de bandas de uns 2 ou 3 generos musicais ja que, pra ouvir, tinha que comprar o CD ou esperar a radio decidir toca-los. Hoje eu posso com meia duzia de cliques ouvir qualquer coisa que estiver a fim a qualquer momento, experimentar coisas novas, relembrar sons antigos. E, melhor ainda, posso fazer isso de mtas formas diferentes, pagando zero ou bem pouco.

[Picinin]

Ninguém tá fazendo mimimi, a galera tá simplesmente falando que esses caras são uns bostas e que tão fazendo merda. Vocês é que tão tomando uma crítica a uma indústria específica como uma crítica genérica ao capitalismo.

E @ekalil, a queda no faturamento é anterior à era dos downloads, mas posterior ao início da pasteurização da música pop americana. Se for comparar participação da indústria na economia então...

edit: o acesso à música não tem NADA a ver com o objeto da discussão

[DiegoSestito]

"

Acho que isso ocorre com tudo, nao? Musica, cinema, series de TV, livros. Alguem faz alguma coisa que faz sucesso e um monte de gente vai no embalo tentando fazer parecido. Ai vai ter gente boa e ruim nesse bolo.

O que eh interessante da materia eh mostrar como esse processo de pasteurizacao ocorre na cabeca do produtor, as tecnicas que ele usa, etc.

E tipo, meio idiota o titulo da materia IMO. O cara ta so fazendo o trabalho dele bem feito (MTO bem feito, aparentemente). Se alguem quer "consertar" a musica atual que va la e produza algo melhor e que agrade mais ao publico.

Se você considerar que música é business e não cultura, o trabalho tá bem feito. Se considerar o contrário, ele é horrível

Eh business e cultura ao mesmo tempo, mas o trabalho dele especificamente eh focado no business e nao na cultura.

Fora que nao acho que alguem como ele atrapalhe a musica em si. Hoje em dia nego tem acesso a todo tipo de coisa. Se gosta de ouvir os top hits eh pq gosta mesmo, assim como gosta de novela, de livro de vampiro, etc.

Se nao gosta, eh so ir procurar outras coisas pra ouvir. Nao vejo esse conflito todo.

Pois é, eu discordo bastante. Eu acho que a principal parte do trabalho do produtor é (ou deveria ser) lapidar o som do artista para a gravação. Um bom produtor, IMO, escuta a banda ao vivo e pensa como transpor a identidade da banda pra um álbum, ou como representar o conceito por trás do álbum, e por aí vai.

E pra mim existe um conflito claro. O objetivo desses caras e fazer um som o mais simples e pasteurizado possível pra vender rápido e acabar rápido. Eles querem produzir música descartável porque a rotatividade, em tese, aumentaria as vendas. Mas é bem óbvio que isso vai diminuir consideravelmente a qualidade do que é produzido. Nada do que esse cara produz vai ser lembrado em 10 anos. E como uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons .E nem precisa falar que a galera que escuta isso nunca vai produzir nada que presta, o que faz com que a diversidade na música venha caindo absurdamente nas últimas décadas. É só olhar como a quantidade de "movimentos" musicais caiu absurdamente nas últimas duas décadas.

"

Entao, mas eu acho que ai depende de quem que vc quer colocar a "culpa". Vc mesmo disse que "uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons".

Pra que entao o produtor vai lapidar o som e fazer uma parada top musicalmente se a parcela que vai comprar isso eh reduzida? Alias, essa figura de produtor que vc descreveu provavelmente existe, mas ficam atuando ali nos seus nichos. Esse cara da reportagem ta la pra fazer musica pra agradar a massa, e faz isso mto bem.

IMO vcs tao meio que romantizando a parada. Vc acha que se nao existissem caras assim a musica ia melhorar?

Eu acho que é uma visão míope pra caralho da indústria da música. Não é à toa que ela tá encolhendo há décadas. Se, ao invés de pasteurizar, eles procurassem trazer mais diversidade, é provável que uma boa parte dos zumbis que só escutam o que toca na rádio passassem a realmente conhecer e consumir mais músicas. O moleque de 15 anos pra quem eles tão vendendo sucessos descartáveis provavelmente vai ser o cara que não vai escutar mais música aos 30. E eu não tenho a menor dúvida que esse cara gastaria muito mais com música dos 30 aos 40 do que ele gastou dos 15 aos 30. Só que ele chega aos 30 sem cultura musical e vai só baixar um hit ou outro de vez em quando pra ouvir no carro. Se tivesse tido uma formação musical, teria a discografia inteira dos artistas favoritos, compararia DVD's iria a shows frequentemente.

E essa figura que eu descrevi não só existe, como é a maioria absoluta dos produtores. Existem produtores respeitados pelos músicos e existem os Dr. Luke e Rick Bonadios da vida. O Midani que o humbo citou é um dos que sempre teve uma visão empresarial que não conflitava com a musical. BTW, quem tem NET procura no NOW os programas com ele. Valem a pena.

Eu tenho plena convicção que, se esses caras não existissem, a música seria melhor.

Mas Picinin, isso que vc descreveu serve pra tudo, de musica a cerveja, passando por filmes, series de tv, comida. Praticamente tudo eh assim.

Existe uma segmentacao de mercado e, em geral, o mais simples vende mais.

Da pra usar exatamente o mesmo raciocinio com televisao, por exemplo. Se o publico tivesse mais cultura, a novela das 9 e o zorra total nao seriam lideres disparados de audiencia.

O que eu discordo eh qdo jogam a culpa disso na midia, no produtor ou no artista. Cada um ta la cumprindo seu papel.

Não é questão de ser o mais simples, a música pop sempre foi a música mais simples e não há problema nenhum em ser simples.

Suas analogias tão meio nada a ver, acho que você não entendeu muito bem os expedientes que o cara usa. Não tem nada a ver com Skol vender mais que Westvleteren, ou com a novela ser mais assistida que um filme cult. O que ele faz seria como fazer com que as novelas só pudessem ter um núcleo, cinco personagens e uma única temática. Você poderia até falar que isso é uma questão de gosto, mas quando o faturamento da indústria dele cai a 15, 20 anos seguidos, não dá pra dizer que ele tá lá cumprindo seu papel. A estratégia dele pode até ser boa em um cenário micro e de curto prazo, mas a a longo prazo tá se provando muito ruim.

Você tá querendo me responder com uma defesa genérica da modernidade que não se aplica a esse caso em específico. Sua resposta resumiu tudo que eu falei a um "o mais simples vende mais", quando a minha crítica não tinha NADA a ver com simplicidade ou complexidade.

Nem sao analogias, eh como o mundo funciona pra tudo. Dei so alguns exemplos, mas pode pegar praticamente qq coisa que vai ver que a dinamica eh parecida.

Eu entendo que nao tenha a ver somente com simplicidade, mas o cara achou uma "formula" que agrada essa nova geracao, so isso.

Nunca que da pra colocar a queda do faturamento da industria na conta dele ( e nem de outros produtores). A forma de consumir musica mudou absurdamente nos ultimos 15/20 anos e isso nao tem nada a ver com a musica em si. Tem a ver com o fato de como ela eh comprada (ou roubada) atualmente. Essas materias explicam um pouco o que aconteceu e o que esta por vir:

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The Cruel Math Behind Why Streaming Will Never Save The Music Industry - Forbes

A decade of iTunes singles killed the music industry - Apr. 25, 2013

"

O interessante eh que, mesmo com o faturamento caindo, nunca tanta musica foi consumida. Entao a gente (que nao ganha dinheiro com a musica) deveria enxergar isso com bons olhos.

Enfim, vc pode achar uma pena que a nova safra musical nao te agrade, mas ela agrada um numero gigantesco de pessoas e eh isso que interessa pra quem ta produzindo.

Ta ai um problema que esse tipo de formula causa. Ninguem vai comprar a musica da moda, as pessoas vão baixar, escutar enquanto estiver bombando e depois esquecer. Em estilos de nicho, onde existe publico fidelizado, onde existe toda uma cultura musical por trás o prejuízo é menor. O cara que ta introduzido em um nicho mais underground, vai comprar o cd.. Por causa do encarte, por que quer apoiar a banda que ele acompanha a carreira e etc.

A internet abriu um espaço enorme para a democratização da industria. Várias bandas estão rompendo com gravadoras e lançando o material de outras formas. Recentemente o Protest the Hero (Que eu ja postei algumas vezes aqui), fez exatamente isso. Rompeu com a gravadora, fez uma campanha de crowdfunding e arrecadou $341k (estavam pedindo 125k pra gravar). Pra quem interessar: https://www.indiegogo.com/projects/p...o-new-album--3 . No final, a banda lucrou mais dinheiro com esse álbum, do que havia lucrado com qualquer outro cd deles lançado por gravadora.

Voltando ao assunto principal: Eu até concordo que o que importa para quem ta produzindo e pra quem ta vendendo é que mais pessoas consumam. O problema pra mim é a alienação cultural que isso causa. As músicas são cada vez mais parecidas umas com as outras, são genéricas. E a curto prazo. pode até ser bom pra quem quer ganhar dinheiro com a industria, mas ao longo prazo tende a transformar a música em uma espécie de fast food.

E LOL roubo.

Entao po, vc acabou de citar inumeras mudancas no mercado que causaram essa revolucao toda. Hoje em dia vc tem a opcao de comprar o album, de comprar o single ou de baixar de graca (e sim, eh roubar, nao eh?).

Se vc estiver do outro lado e quiser fazer um som, vc tem mto mais independencia hoje em dia, tanto pra produzir como pra divulgar.

O que eu discordo eh colocar a responsabilidade do que vc chamou de alienação cultural nas costas de produtores/artistas. Eles nao tem responsabilidade nenhuma de ensinar ninguem o que eh musica boa e o que nao eh.

Pra mim, pessoalmente, ficou mto melhor pra ouvir musica nesses ultimos anos. Qdo eu era adolescente eu conhecia meia duzia de bandas de uns 2 ou 3 generos musicais ja que, pra ouvir, tinha que comprar o CD ou esperar a radio decidir toca-los. Hoje eu posso com meia duzia de cliques ouvir qualquer coisa que estiver a fim a qualquer momento, experimentar coisas novas, relembrar sons antigos. E, melhor ainda, posso fazer isso de mtas formas diferentes, pagando zero ou bem pouco.

Não to colocando a culpa em ninguem. Estou dizendo que acontece X se Y ocorrer. O que talvez a gente discorde é seguinte: Talvez você ache que o mercado está la, pega quem for melhor e gg. Eu acredito que a demanda é criada quando existe uma pressão para que isso ocorra. Se tocar toda hora na rádio, TV e etc, você aliena (e não estou fazendo juízo de valor, você pode alienar alguém com um conteúdo bom ou ruim) o publico a só consumir isso. Ele ta fazendo o dele, que é o publico consumir o que ele produz. Eles não tem que ensinar nada pra ninguém, só não da pra negar que isso no longo prazo é terrível para a música.

E não, não é roubo.
Roubo: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.

Se você baixa uma música você não ta subtraindo nada, a música continua sendo de quem tem propriedade. É a mesma coisa de você fazer um bolo, eu copiar o bolo e comer. Você ainda tem o seu bolo. E eu não to falando que não é ilegal, ou anti-ético, até cabe uma discussão nesse sentido, só que ROUBO não é.

[ekalil]

Ninguém tá fazendo mimimi, a galera tá simplesmente falando que esses caras são uns bostas e que tão fazendo merda. Vocês é que tão tomando uma crítica a uma indústria específica como uma crítica genérica ao capitalismo.

E @ekalil, a queda no faturamento é anterior à era dos downloads, mas posterior ao início da pasteurização da música pop americana. Se for comparar participação da indústria na economia então...

edit: o acesso à música não tem NADA a ver com o objeto da discussão

Entao vc acha que a queda de faturamento teve mais influencia da tal pasteurizacao do que da era dos downloads?

E IMO o acesso a musica faz sim parte da discussao. A pasteurizacao funcionaria mto melhor se vc so ouvisse jovem pan e assistisse MTV. Se por um lado tem um produtor como esse martelando musicas iguais, do outro lado tem n maneiras de acessar conteudo musical que seja diferente disso.

[ekalil]

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Acho que isso ocorre com tudo, nao? Musica, cinema, series de TV, livros. Alguem faz alguma coisa que faz sucesso e um monte de gente vai no embalo tentando fazer parecido. Ai vai ter gente boa e ruim nesse bolo.

O que eh interessante da materia eh mostrar como esse processo de pasteurizacao ocorre na cabeca do produtor, as tecnicas que ele usa, etc.

E tipo, meio idiota o titulo da materia IMO. O cara ta so fazendo o trabalho dele bem feito (MTO bem feito, aparentemente). Se alguem quer "consertar" a musica atual que va la e produza algo melhor e que agrade mais ao publico.

Se você considerar que música é business e não cultura, o trabalho tá bem feito. Se considerar o contrário, ele é horrível

Eh business e cultura ao mesmo tempo, mas o trabalho dele especificamente eh focado no business e nao na cultura.

Fora que nao acho que alguem como ele atrapalhe a musica em si. Hoje em dia nego tem acesso a todo tipo de coisa. Se gosta de ouvir os top hits eh pq gosta mesmo, assim como gosta de novela, de livro de vampiro, etc.

Se nao gosta, eh so ir procurar outras coisas pra ouvir. Nao vejo esse conflito todo.

Pois é, eu discordo bastante. Eu acho que a principal parte do trabalho do produtor é (ou deveria ser) lapidar o som do artista para a gravação. Um bom produtor, IMO, escuta a banda ao vivo e pensa como transpor a identidade da banda pra um álbum, ou como representar o conceito por trás do álbum, e por aí vai.

E pra mim existe um conflito claro. O objetivo desses caras e fazer um som o mais simples e pasteurizado possível pra vender rápido e acabar rápido. Eles querem produzir música descartável porque a rotatividade, em tese, aumentaria as vendas. Mas é bem óbvio que isso vai diminuir consideravelmente a qualidade do que é produzido. Nada do que esse cara produz vai ser lembrado em 10 anos. E como uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons .E nem precisa falar que a galera que escuta isso nunca vai produzir nada que presta, o que faz com que a diversidade na música venha caindo absurdamente nas últimas décadas. É só olhar como a quantidade de "movimentos" musicais caiu absurdamente nas últimas duas décadas.

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Entao, mas eu acho que ai depende de quem que vc quer colocar a "culpa". Vc mesmo disse que "uma parcela grande da população só escuta essas merdas que tocam na rádio, eles sequer conhecem algo diferente. Falta cultura básica pra que eles possam procurar novos sons".

Pra que entao o produtor vai lapidar o som e fazer uma parada top musicalmente se a parcela que vai comprar isso eh reduzida? Alias, essa figura de produtor que vc descreveu provavelmente existe, mas ficam atuando ali nos seus nichos. Esse cara da reportagem ta la pra fazer musica pra agradar a massa, e faz isso mto bem.

IMO vcs tao meio que romantizando a parada. Vc acha que se nao existissem caras assim a musica ia melhorar?

Eu acho que é uma visão míope pra caralho da indústria da música. Não é à toa que ela tá encolhendo há décadas. Se, ao invés de pasteurizar, eles procurassem trazer mais diversidade, é provável que uma boa parte dos zumbis que só escutam o que toca na rádio passassem a realmente conhecer e consumir mais músicas. O moleque de 15 anos pra quem eles tão vendendo sucessos descartáveis provavelmente vai ser o cara que não vai escutar mais música aos 30. E eu não tenho a menor dúvida que esse cara gastaria muito mais com música dos 30 aos 40 do que ele gastou dos 15 aos 30. Só que ele chega aos 30 sem cultura musical e vai só baixar um hit ou outro de vez em quando pra ouvir no carro. Se tivesse tido uma formação musical, teria a discografia inteira dos artistas favoritos, compararia DVD's iria a shows frequentemente.

E essa figura que eu descrevi não só existe, como é a maioria absoluta dos produtores. Existem produtores respeitados pelos músicos e existem os Dr. Luke e Rick Bonadios da vida. O Midani que o humbo citou é um dos que sempre teve uma visão empresarial que não conflitava com a musical. BTW, quem tem NET procura no NOW os programas com ele. Valem a pena.

Eu tenho plena convicção que, se esses caras não existissem, a música seria melhor.

Mas Picinin, isso que vc descreveu serve pra tudo, de musica a cerveja, passando por filmes, series de tv, comida. Praticamente tudo eh assim.

Existe uma segmentacao de mercado e, em geral, o mais simples vende mais.

Da pra usar exatamente o mesmo raciocinio com televisao, por exemplo. Se o publico tivesse mais cultura, a novela das 9 e o zorra total nao seriam lideres disparados de audiencia.

O que eu discordo eh qdo jogam a culpa disso na midia, no produtor ou no artista. Cada um ta la cumprindo seu papel.

Não é questão de ser o mais simples, a música pop sempre foi a música mais simples e não há problema nenhum em ser simples.

Suas analogias tão meio nada a ver, acho que você não entendeu muito bem os expedientes que o cara usa. Não tem nada a ver com Skol vender mais que Westvleteren, ou com a novela ser mais assistida que um filme cult. O que ele faz seria como fazer com que as novelas só pudessem ter um núcleo, cinco personagens e uma única temática. Você poderia até falar que isso é uma questão de gosto, mas quando o faturamento da indústria dele cai a 15, 20 anos seguidos, não dá pra dizer que ele tá lá cumprindo seu papel. A estratégia dele pode até ser boa em um cenário micro e de curto prazo, mas a a longo prazo tá se provando muito ruim.

Você tá querendo me responder com uma defesa genérica da modernidade que não se aplica a esse caso em específico. Sua resposta resumiu tudo que eu falei a um "o mais simples vende mais", quando a minha crítica não tinha NADA a ver com simplicidade ou complexidade.

Nem sao analogias, eh como o mundo funciona pra tudo. Dei so alguns exemplos, mas pode pegar praticamente qq coisa que vai ver que a dinamica eh parecida.

Eu entendo que nao tenha a ver somente com simplicidade, mas o cara achou uma "formula" que agrada essa nova geracao, so isso.

Nunca que da pra colocar a queda do faturamento da industria na conta dele ( e nem de outros produtores). A forma de consumir musica mudou absurdamente nos ultimos 15/20 anos e isso nao tem nada a ver com a musica em si. Tem a ver com o fato de como ela eh comprada (ou roubada) atualmente. Essas materias explicam um pouco o que aconteceu e o que esta por vir:

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The Cruel Math Behind Why Streaming Will Never Save The Music Industry - Forbes

A decade of iTunes singles killed the music industry - Apr. 25, 2013

"

O interessante eh que, mesmo com o faturamento caindo, nunca tanta musica foi consumida. Entao a gente (que nao ganha dinheiro com a musica) deveria enxergar isso com bons olhos.

Enfim, vc pode achar uma pena que a nova safra musical nao te agrade, mas ela agrada um numero gigantesco de pessoas e eh isso que interessa pra quem ta produzindo.

Ta ai um problema que esse tipo de formula causa. Ninguem vai comprar a musica da moda, as pessoas vão baixar, escutar enquanto estiver bombando e depois esquecer. Em estilos de nicho, onde existe publico fidelizado, onde existe toda uma cultura musical por trás o prejuízo é menor. O cara que ta introduzido em um nicho mais underground, vai comprar o cd.. Por causa do encarte, por que quer apoiar a banda que ele acompanha a carreira e etc.

A internet abriu um espaço enorme para a democratização da industria. Várias bandas estão rompendo com gravadoras e lançando o material de outras formas. Recentemente o Protest the Hero (Que eu ja postei algumas vezes aqui), fez exatamente isso. Rompeu com a gravadora, fez uma campanha de crowdfunding e arrecadou $341k (estavam pedindo 125k pra gravar). Pra quem interessar: https://www.indiegogo.com/projects/p...o-new-album--3 . No final, a banda lucrou mais dinheiro com esse álbum, do que havia lucrado com qualquer outro cd deles lançado por gravadora.

Voltando ao assunto principal: Eu até concordo que o que importa para quem ta produzindo e pra quem ta vendendo é que mais pessoas consumam. O problema pra mim é a alienação cultural que isso causa. As músicas são cada vez mais parecidas umas com as outras, são genéricas. E a curto prazo. pode até ser bom pra quem quer ganhar dinheiro com a industria, mas ao longo prazo tende a transformar a música em uma espécie de fast food.

E LOL roubo.

Entao po, vc acabou de citar inumeras mudancas no mercado que causaram essa revolucao toda. Hoje em dia vc tem a opcao de comprar o album, de comprar o single ou de baixar de graca (e sim, eh roubar, nao eh?).

Se vc estiver do outro lado e quiser fazer um som, vc tem mto mais independencia hoje em dia, tanto pra produzir como pra divulgar.

O que eu discordo eh colocar a responsabilidade do que vc chamou de alienação cultural nas costas de produtores/artistas. Eles nao tem responsabilidade nenhuma de ensinar ninguem o que eh musica boa e o que nao eh.

Pra mim, pessoalmente, ficou mto melhor pra ouvir musica nesses ultimos anos. Qdo eu era adolescente eu conhecia meia duzia de bandas de uns 2 ou 3 generos musicais ja que, pra ouvir, tinha que comprar o CD ou esperar a radio decidir toca-los. Hoje eu posso com meia duzia de cliques ouvir qualquer coisa que estiver a fim a qualquer momento, experimentar coisas novas, relembrar sons antigos. E, melhor ainda, posso fazer isso de mtas formas diferentes, pagando zero ou bem pouco.

"

Não to colocando a culpa em ninguem. Estou dizendo que acontece X se Y ocorrer. O que talvez a gente discorde é seguinte: Talvez você ache que o mercado está la, pega quem for melhor e gg. Eu acredito que a demanda é criada quando existe uma pressão para que isso ocorra. Se tocar toda hora na rádio, TV e etc, você aliena (e não estou fazendo juízo de valor, você pode alienar alguém com um conteúdo bom ou ruim) o publico a só consumir isso. Ele ta fazendo o dele, que é o publico consumir o que ele produz. Eles não tem que ensinar nada pra ninguém, só não da pra negar que isso no longo prazo é terrível para a música.

Mas o que seria "ser terrivel pra musica"? Nao eh vc mesmo que diz que a qualidade de qualquer musica "popular" eh ruim de forma praticamente identica? Eh engracado esse argumento pq o cara da materia nao inventou uma formula que faz sucesso entre os jovens. Ele descobriu essa formula. Ou seja, os jovens ja gostavam disso. O que ele faz eh usar isso a favor dele pra criar hits.

Eu ate acho que caras como ele prejudicam um pouco o cenario musical sim, mas acho estranho vc achar isso e, como ja falei (e vc concordou nisso), ele nao eh responsavel pelo "bom gosto" de quem ouve.

E não, não é roubo.
Roubo: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.

Se você baixa uma música você não ta subtraindo nada, a música continua sendo de quem tem propriedade. É a mesma coisa de você fazer um bolo, eu copiar o bolo e comer. Você ainda tem o seu bolo. E eu não to falando que não é ilegal, ou anti-ético, até cabe uma discussão nesse sentido, só que ROUBO não é.

Usei roubo como um termo generico, nao sei qual o termo juridico correto. Eu quis dizer qhe eu ilegal, mas isso tb foi so uma trolladinha, nao eh o foco principal da discussao.