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Tópico: [Política] - O andamento e as decisões de nossos governantes

  1. #51901
    otário Avatar de bueno09
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    @bueno09

    Especialmente o Marcos Lisboa não é um liberal preocupado com valores ou dogmas. Pelo contrário: ele condena esse bla bla bla e está sempre mirando questões objetivas, de forma cientifica, econometrica, muito rigorosa.
    IMO quem aponta o dedo (que é mais fácil inclusive) sao os heterodoxos.
    Enfatizo: apontar o dedo é facil, já construir um estudo, ou modelo, que é dificil.

    A analise desses exemplos (como a Coreia do Sul ou China) como possibilidade para o Brasil já foram superados.
    É simples: o Brasil precisa de capital externo, nao tem educacao, mao de obra, poupanca ...
    Querer industrializar o Brasil na marra, especialmente nas nossas condicoes, é insano.

    Nao lembro se foi o Pedro Menezes ou outro que sigo, apagou imediatamente uma postagem e refez.
    Todo mundo tava tentando entrar no debate da forma mais respeitosa e generosa possivel.
    IMO criou-se um culto ao Silvio Almeida em que se tornou tabu questiona-lo.

    Eu nao estou nem ai pra dogma liberal.
    Só quero saber como aumentar a renda media per capita, diminuindo desigualdades, de forma sustentavel.
    IMO a maioria dessa galera que eu citei pensa assim.
    Os ideologicos estao mais pra galera do Mises que sao motivo de chacota inclusive pra essa turma cientificista.
    Pra mim a frase "A analise desses exemplos (como a Coreia do Sul ou China) como possibilidade para o Brasil já foram superados." é o meu ponto aparecendo denovo.
    Não existe isso como verdade, é claro que eu entendo o papel de poupança interna, mão de obra, industrialização do século XX, educação como elementos que devem dar base a um projeto, mas em nenhum liberal do Brasil (tirando o Marcos Lisboa bem de vez em quando) eu vejo alguma proposição do que o Brasil almeja e qual o caminho pra atacar setores que são nossos pontos fortes. E é óbvio que cada história de desenvolvimento tem suas particularidades e a ideia não é transplantar o caminho todo, mas dizer que esses exemplos foram superados é um absurdo imo até pq recentemente o Brasil tava fazendo isso em algumas áreas.
    Construindo infraestrutura na África por exemplo, pessoal se tocou de que o Brasil é competitivo na construção de estradas, etc, aí abrimos embaixadas, fizemos as conexões políticas e quando vc vê tá lá Empreiteiras Brasileiras construindo infra-estrutura na África.

    Meu ponto é que dirigismo estatal inteligente, que é um dos fatores a se aprender da Coreia do Sul e China não é superado e a naturalidade que os liberais daqui ignoram isso pra propor qualquer coisa na economia de um país continental e ficar só no papo correto de " ah, mas tem subsidio disso, mto imposto, blablabla" é bem limitador.
    Concordo com a questão do dirigismo estatal, mas não acho que o exemplo seja bom.

    Acho que tem muito menos a ver com a competência da nossa indústria de construção do que com a corrupção política de ambos os lados.
    Ah, acho que a corrupção vai embutida, mas é +ev, no fundo é um produto de exportação autenticamente brasileiro, como as igrejas neopentecostais
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  2. #51902
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    Uma das maiores fake news muito em voga hoje em dia é se referir a alguem creditando um titulo de pos-doutorado.
    Um pos-doutor nada mais é do que um doutor que conseguiu arranjar um curso de ferias pra colocar no curriculo.
    Curiosamente nunca vi ninguem se referir a alguem como livre docente.
    Pra quem gosta de dar uma de filósofo, vc fala muita besteira gratuita. Pós-doutorado (de verdade) é com bolsa de pesquisa, que no mundo varia de 2 a 3 vezes o valor da bolsa de doutorado, renovada anualmente, com base na produtividade. Conta pro currículo o número de anos que sua bolsa foi renovada, embora o principal sejam as publicações decorrentes. É um funil, grande parte dos que terminam o doutorado não conseguem uma bolsa de pós-doutorado e os que conseguem por um ano talvez não consigam por dois, ou três...

    Já a livre-docência sim é um título em desuso, só para professores contratados, e que já foi abolido nas federais.
    Nao tinha pesquisado no wikipedia como voce.
    Quando fiz iniciacao cientifica nao era assim.
    Pos-doutoures quase nao existiam.
    Ninguem se referia a alguem como pos-doutor.
    Descobri mais quando um amigo meu que fez graduacao comigo estava no seu segundo pos-doutorado de 1 ano.
    Você tá certo, não é título.
    Confissao:
    Eu sou indignado com o processo de pos-graduacao no Brasil.
    Nao existe meritocracia.
    Um estudante mediocre que puxe saco de uma patota pode chegar a ser mestre ou até doutor.
    Já vi defesa de dissertacao de mestrado que um dos caras da banca destruiu a dissertacao do candidato para no final aprovar com distincao e louvor.
    Encher seu curriculo lattes virou uma indecencia normal aqui no Brasil.
    Viajar para encontros e simposios apresentar qualquer merda é lei que todos seguem.
    A producao cientifica no Brasil é grande e de mediocre valor e baixa relevancia internacional.

    O Vitor deve achar o Ciro o bam bam bam por ter feito um cursinho lato sensu arranjado em Harvard.
    Eu tive um professor na graduação, que é Doutor por sinal, que tentou implementar um grupo de produção de artigos em massa na nossa universidade. A ideia do cara era juntar alguns outros professores e vários alunos, pegar alguns temas pré estabelecidos e fracionar o tema em vários subtemas. Os alunos iriam produzir vários artigos sob orientação desses professores, cada aluno só precisaria produzir qualquer coisa ou nem produzir que já iria ter o seu nome como co-autor do artigo, além disso os artigos iriam citar um ao outro para aumentar a relevância. Era tipo uma roda da felicidade pra aumentar o currículo Lattes desse picareta. Ele tinha várias ferramentas pra ajudar a agilizar na produção dos artigos e ensinava a galera a copiar e colar de outros e trocar as palavras por sinônimos e ordem das palavras para não ter que fazer citação direta em tudo.

    Eu entrei nesse grupo de pesquisa quando ele foi criado, mas quando eu vi que era essa falcatrua, logo saí. Depois mais pra frente eles me chamaram pra apresentar um trabalho em um simpósio internacional de saúde de um trabalho que minha turma tinha feito mas que tinha sido totalmente modificado pra enviar para o evento, não tinha nenhuma palavra do que a gente escreveu e esse artigo ainda foi parar num livro. Depois ainda fiquei sabendo que meu nome está como co-autor em 2 outros artigos que eu nem participei de nada.
    Eu também acabei ajudando a rodar a análise de dados de um trabalho de uma aluna que tinha bolsa, faltando 3 dias pra ela entregar o artigo da bolsa. A menina era uma burra e a única coisa que ela fez na pesquisa foi a coleta de dados, o restante do artigo o professor escreveu em 3 dias nas coxas só pra entregar. Tanto essa bolsa da aluna quanto as incrições para o simpósio que eu comentei foram pagos com dinheiro do governo, na volta do simpósio a professora responsável por organizar a viagem comentou que foram gastos R$16k em inscrições pra a porcaria do evento.

    Esse é o nível de grande parte da produção acadêmica no Brasil. Tem coisa boa, mas quando a gente compara com as produções gringas da pra ver que estamos muitoooo atrás.
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  3. #51903
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    Uma das maiores fake news muito em voga hoje em dia é se referir a alguem creditando um titulo de pos-doutorado.
    Um pos-doutor nada mais é do que um doutor que conseguiu arranjar um curso de ferias pra colocar no curriculo.
    Curiosamente nunca vi ninguem se referir a alguem como livre docente.
    Pra quem gosta de dar uma de filósofo, vc fala muita besteira gratuita. Pós-doutorado (de verdade) é com bolsa de pesquisa, que no mundo varia de 2 a 3 vezes o valor da bolsa de doutorado, renovada anualmente, com base na produtividade. Conta pro currículo o número de anos que sua bolsa foi renovada, embora o principal sejam as publicações decorrentes. É um funil, grande parte dos que terminam o doutorado não conseguem uma bolsa de pós-doutorado e os que conseguem por um ano talvez não consigam por dois, ou três...

    Já a livre-docência sim é um título em desuso, só para professores contratados, e que já foi abolido nas federais.
    Nao tinha pesquisado no wikipedia como voce.
    Quando fiz iniciacao cientifica nao era assim.
    Pos-doutoures quase nao existiam.
    Ninguem se referia a alguem como pos-doutor.
    Descobri mais quando um amigo meu que fez graduacao comigo estava no seu segundo pos-doutorado de 1 ano.
    Você tá certo, não é título.
    Confissao:
    Eu sou indignado com o processo de pos-graduacao no Brasil.
    Nao existe meritocracia.
    Um estudante mediocre que puxe saco de uma patota pode chegar a ser mestre ou até doutor.
    Já vi defesa de dissertacao de mestrado que um dos caras da banca destruiu a dissertacao do candidato para no final aprovar com distincao e louvor.
    Encher seu curriculo lattes virou uma indecencia normal aqui no Brasil.
    Viajar para encontros e simposios apresentar qualquer merda é lei que todos seguem.
    A producao cientifica no Brasil é grande e de mediocre valor e baixa relevancia internacional.

    O Vitor deve achar o Ciro o bam bam bam por ter feito um cursinho lato sensu arranjado em Harvard.
    Eu tive um professor na graduação, que é Doutor por sinal, que tentou implementar um grupo de produção de artigos em massa na nossa universidade. A ideia do cara era juntar alguns outros professores e vários alunos, pegar alguns temas pré estabelecidos e fracionar o tema em vários subtemas. Os alunos iriam produzir vários artigos sob orientação desses professores, cada aluno só precisaria produzir qualquer coisa ou nem produzir que já iria ter o seu nome como co-autor do artigo, além disso os artigos iriam citar um ao outro para aumentar a relevância. Era tipo uma roda da felicidade pra aumentar o currículo Lattes desse picareta. Ele tinha várias ferramentas pra ajudar a agilizar na produção dos artigos e ensinava a galera a copiar e colar de outros e trocar as palavras por sinônimos e ordem das palavras para não ter que fazer citação direta em tudo.

    Eu entrei nesse grupo de pesquisa quando ele foi criado, mas quando eu vi que era essa falcatrua, logo saí. Depois mais pra frente eles me chamaram pra apresentar um trabalho em um simpósio internacional de saúde de um trabalho que minha turma tinha feito mas que tinha sido totalmente modificado pra enviar para o evento, não tinha nenhuma palavra do que a gente escreveu e esse artigo ainda foi parar num livro. Depois ainda fiquei sabendo que meu nome está como co-autor em 2 outros artigos que eu nem participei de nada.
    Eu também acabei ajudando a rodar a análise de dados de um trabalho de uma aluna que tinha bolsa, faltando 3 dias pra ela entregar o artigo da bolsa. A menina era uma burra e a única coisa que ela fez na pesquisa foi a coleta de dados, o restante do artigo o professor escreveu em 3 dias nas coxas só pra entregar. Tanto essa bolsa da aluna quanto as incrições para o simpósio que eu comentei foram pagos com dinheiro do governo, na volta do simpósio a professora responsável por organizar a viagem comentou que foram gastos R$16k em inscrições pra a porcaria do evento.

    Esse é o nível de grande parte da produção acadêmica no Brasil. Tem coisa boa, mas quando a gente compara com as produções gringas da pra ver que estamos muitoooo atrás.
    A lá vc querendo tirar o seu da reta qdo descobrirem sua falcatrua hauahaua zoeira mano

    Eh assim msm, se não me engano o caipira ou o sopro a mto tempo atrás comentou como era o esquema desses artigos, q geral punha o nome de geral pra parecer q a pessoa escreveu uns 400 artigos qdo na vdd fez meia dúzia... Rola isso direto mesmo, por isso nem dou MTA bola pra esses títulos todos msm

    Se formos pegar aqui no fórum msm deve estar cheio de doutores que não são grande coisa TB 😂😂😂
    O próprio donkey do @Caipira eh phd em alguma viadice bucal e eh donk pra kralho 😂😂😂
    Ps, sobre o caipira eu tô só zoando até pq ele fez doc fora do país , imagino que seja bem mais sério lá, mas ele continua donkey anyway 😁
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  4. #51904
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    eu não lembro exatamente se fui eu ou ele, mas provavelmente tenha sido ele, os caras trabalham no mesmo lab, possuem alguma afinidade na pesquisa e aí rola isso

    na minha área o recorrente é o salame, que é vc fazer um grande trabalho de pesquisa, tudo bonitinho, certo e tudo mais... mas publicar ele fracionado pra gerar mais número de publicações... e também agilizar o processo porque vc não pode ser publicado por duas revistas, então o cara pra não correr o risco de ser aceite em dois+ lugares e ter que abrir mão (edit: porque o processo é demorado, então imagina que ele mande um artigo por vez, mesmo no sistema salame, levariam anos pra ele ter publicado tudo OU que ele mande um único trabalho, o "integral", ele ficará zerado de publicação até essa acontecer; enquanto no salame pode ser que daqui uns meses uma publicação saia, no fim do ano saia outra e etc e ele vai aumentando o número de publicações razoavelmente mais rápido do que os que publicam integralmente ou em sequência), fraciona tudo e envia para revistas diferentes

    quanto aos exemplos que vcs tão relatando aí, não vou dizer que são exceções, mas generalizar desse jeito também é errado, pra cada exemplo negativo que eu vi teve pelo menos o quíntuplo de positivos... é claro que tem muita cunha, muito dinossauro encostado, muita bolsa com desvio de finalidade, muito plágio que passa batido porque o orientador ou o comitê faz as coisas nas coxas, mas reforço, embora errado, isso é uma minoria... também tem muito cara que não conhece ninguém e detona no processo de seleção, muito pesquisador tirando dinheiro do próprio bolso pra pesquisa porque a bolsa/financiamento não cobre, muito orientador pegando orientando pela mão e ficando até além do expediente nas orientações, muito comitê barrando com a melhor das intenções e etc

    isso de eventos e lattes é normal e não é errado, se feito dentro do que se espera... eventos não costumam ser para vc apresentar seu trabalho A+ finalizado, mas sim em desenvolvimento... é um lugar para ouvir feedback de pares, ver in loco o que os pesquisadores de outros lugares estão fazendo, como o tema que vc trabalha está sendo desenvolvido em outros lugares e etc

    com exceção de um ou dois eventos por área, que são os tops e ali sim em determinadas categorias já é a presença do trabalho mais robusto porque rola premiação de melhor tese e coisas do gênero e/ou estão todos os picas da área, inclusive na minha área no Brasil, um desses eventos tops tem uma espécie de preliminar... são 5 eventos regionais (sul, sudeste, norte, nordeste e centro-oeste) e os melhores desses regionais recebem o direito de apresentar o trabalho no evento nacional (edit: mesmo esses eventos regionais possuem processo seletivo, vc submete o trabalho e um comitê julga, nem todo mundo que queira participar do evento e mandar trabalho será aceito; claro que quanto menor o porte/relevância do evento, é mais fácil ser aceite)

    feio é o camarada ir no cineclube da cidade e colocar no lattes que participou de um evento sobre cinema ou qualquer coisa parecida, apresentar trabalho em evento, por menor que seja o porte dele, já te coloca num espaço de debate e intercâmbio de pesquisas e isso é muito válido sim e precisa ir pro lattes sim

    ****sempre que eu falo de evento é enquanto apresentador de trabalho, ir como espectador é legal também, interessante e tudo mais, mas tem peso zero no currículo... talvez e só talvez numa disputa de bolsa em que os currículos sejam zerados e a única diferença é um deles ter ido nuns eventos, isso possa ser um diferencial

    sobre a banca, é normal/recorrente ela ser super crítica e ainda sim o aluno ter uma avaliação boa... primeiro porque o trabalho antes de ir pra defesa pública é submetido para um comitê científico que faz uma avaliação preliminar, se eles julgarem que o trabalho não está em condições, o orientador volta e pede para o orientando ajustar os problemas - em suma, podemos fizer que qualquer trabalho que vai pra defesa pública já está aprovado, ele é bom suficiente para tal, só não se sabe o nível exato porque a banca é diferente do comitê

    a parte crítica da banca também é normal, estamos falando de uma pessoa que se fez tudo em sequência e no tempo certo, entre o dia 1 na graduação e a defesa da dissertação passou 6 anos, enquanto na banca terão pessoas que estudam o tema ou autores daquela dissertação há uns 20 anos, então eles sempre vão achar coisas erradas, mal interpretadas e etc, e vão apontar, mas isso não quer dizer que o trabalho esteja ruim, por mais críticos que eles sejam - como o tempo é apertado, os que forem mais "cusão" nem vão elogiar, vão usar o tempo todo pra isso porque sabem que alguém da banca ficará elogiando os pontos fortes do trabalho

    não sei exatamente o que aconteceu na banca que o sam relatou, mas isso que eu falei eu vi desde banca de TCC até defesa de tese

    cada universidade/faculdade/departamento/grupo é um caso e um microcosmo próprio, não dá pra assumir que baseado na sua experiência pessoal em um desses lugares todos os outros sejam assim, até dois grupos de pesquisa dentro do mesmo departamento podem ter situações totalmente opostas

    e não, pós-doutorado não dá título, é estágio acadêmico-científico certificado e sim, tem peso, especialmente se for feito em uma instituição de renome e/ou sob a supervisão de um respeitado pesquisador/professor

    (se alguma coisa ficou confusa, me perdoem, fui escrevendo em fluxo e conforme lembrei do que foi levantado no tópico)
    Última edição por sopro; 01-07-2020 às 14:35.
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  5. #51905
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  6. #51906
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    Pra quem gosta de dar uma de filósofo, vc fala muita besteira gratuita. Pós-doutorado (de verdade) é com bolsa de pesquisa, que no mundo varia de 2 a 3 vezes o valor da bolsa de doutorado, renovada anualmente, com base na produtividade. Conta pro currículo o número de anos que sua bolsa foi renovada, embora o principal sejam as publicações decorrentes. É um funil, grande parte dos que terminam o doutorado não conseguem uma bolsa de pós-doutorado e os que conseguem por um ano talvez não consigam por dois, ou três...

    Já a livre-docência sim é um título em desuso, só para professores contratados, e que já foi abolido nas federais.
    Nao tinha pesquisado no wikipedia como voce.
    Quando fiz iniciacao cientifica nao era assim.
    Pos-doutoures quase nao existiam.
    Ninguem se referia a alguem como pos-doutor.
    Descobri mais quando um amigo meu que fez graduacao comigo estava no seu segundo pos-doutorado de 1 ano.
    Você tá certo, não é título.
    Confissao:
    Eu sou indignado com o processo de pos-graduacao no Brasil.
    Nao existe meritocracia.
    Um estudante mediocre que puxe saco de uma patota pode chegar a ser mestre ou até doutor.
    Já vi defesa de dissertacao de mestrado que um dos caras da banca destruiu a dissertacao do candidato para no final aprovar com distincao e louvor.
    Encher seu curriculo lattes virou uma indecencia normal aqui no Brasil.
    Viajar para encontros e simposios apresentar qualquer merda é lei que todos seguem.
    A producao cientifica no Brasil é grande e de mediocre valor e baixa relevancia internacional.

    O Vitor deve achar o Ciro o bam bam bam por ter feito um cursinho lato sensu arranjado em Harvard.
    Eu tive um professor na graduação, que é Doutor por sinal, que tentou implementar um grupo de produção de artigos em massa na nossa universidade. A ideia do cara era juntar alguns outros professores e vários alunos, pegar alguns temas pré estabelecidos e fracionar o tema em vários subtemas. Os alunos iriam produzir vários artigos sob orientação desses professores, cada aluno só precisaria produzir qualquer coisa ou nem produzir que já iria ter o seu nome como co-autor do artigo, além disso os artigos iriam citar um ao outro para aumentar a relevância. Era tipo uma roda da felicidade pra aumentar o currículo Lattes desse picareta. Ele tinha várias ferramentas pra ajudar a agilizar na produção dos artigos e ensinava a galera a copiar e colar de outros e trocar as palavras por sinônimos e ordem das palavras para não ter que fazer citação direta em tudo.

    Eu entrei nesse grupo de pesquisa quando ele foi criado, mas quando eu vi que era essa falcatrua, logo saí. Depois mais pra frente eles me chamaram pra apresentar um trabalho em um simpósio internacional de saúde de um trabalho que minha turma tinha feito mas que tinha sido totalmente modificado pra enviar para o evento, não tinha nenhuma palavra do que a gente escreveu e esse artigo ainda foi parar num livro. Depois ainda fiquei sabendo que meu nome está como co-autor em 2 outros artigos que eu nem participei de nada.
    Eu também acabei ajudando a rodar a análise de dados de um trabalho de uma aluna que tinha bolsa, faltando 3 dias pra ela entregar o artigo da bolsa. A menina era uma burra e a única coisa que ela fez na pesquisa foi a coleta de dados, o restante do artigo o professor escreveu em 3 dias nas coxas só pra entregar. Tanto essa bolsa da aluna quanto as incrições para o simpósio que eu comentei foram pagos com dinheiro do governo, na volta do simpósio a professora responsável por organizar a viagem comentou que foram gastos R$16k em inscrições pra a porcaria do evento.

    Esse é o nível de grande parte da produção acadêmica no Brasil. Tem coisa boa, mas quando a gente compara com as produções gringas da pra ver que estamos muitoooo atrás.
    Muito interessante seu relato.
    Assim que eu postei minha "confissão" eu pensei que merda, vai parecer ressentimento ou recalque, mas eu juro que vivenciei isso.
    Meu orientador doutor, traduzia textos para o francês que depois viravam livro.
    O frances dele era básico, ou talvez intermediario.
    Ele nao fez nada fora do Brasil.
    Textos de filosofia do seculo XVII.
    Ele tambem arrebanhava pessoas para produzir qualquer coisa que pudesse aumentar o Lattes dele.

    Lembro de já ter visto Scarlett Marton (a maior autoridade brasileira em Nietzsche) se queixando de que a modinha em Nietzsche está produzindo um mar de publicacoes que segundo ela "arrombam portas abertas". Mais do mesmo.

    Tem tambem a questao da criacao de revistas.
    Muitas sao só pra inflar o Lattes.
    Seria dificil ver um artigo dessas pessoas numa revista respeitada com alta indexacao.

    Enfim, aqui no Brasil é foda.
    Nosso nivel academico é baixo.
    Mais uma razao pro nosso subdesenvolvimento e dificil possibilidade de alçar voo como uma Coreia do Sul.
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  7. #51907
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    O caso do mestrado muito criticado e aprovado com distincao e louvor.
    O candidato defendia uma relacao forte Marx-Foucault.
    O cara da banca era doutor e especialista em Foucault.
    Ainda lembro do cara da banca ironizar pedindo que o candidato escrevesse um tratado que ainda sim nao conseguiria o que indicava.
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  8. #51908
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    No posto anterior eu disse traduzindo para o frances, mas o correto é traduzindo do frances um texto originalmente escrito em latim ou holandes do seculo XVII. Fora as traducoes do espanhol...

    Revendo aqui, os posts ficaram muito exagerados em relacao ao tom e talvez até generalizacoes ...
    O feedback do sopro é o mais legitimo.
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  9. #51909
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    Analise fecunda sobre os aspectos referentes a sindicalizao e discussao sobre a greve dos entregadoores de delivery:

    https://twitter.com/goescarlos/statu...30335106412544
    Última edição por Sam Farha - Spinoza; 02-07-2020 às 03:37.
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  10. #51910
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    Posso estar enganado, mas acho que vi em algum lugar alguem falar sobre algo positivo nessa pandemia.
    Se tratava da geracao de dados sobre o comportamento da economia com o advento de uma renda emergencial em grande escala.
    A partir daí os estudos sobre a renda basica universal de fato poderia ganhar maior robustez.
    Última edição por Sam Farha - Spinoza; 02-07-2020 às 04:05.
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