Por mais que eu adore ver esses neo-fascistas tomando porrada. A impressão é que esse confronto é tudo que a familícia quer pra ter uma desculpa e implantar um estado de sítio.
Tá com medo de fascista? É assim que uma minoria se impõe a maioria, pela intimidação. O meu medo era que as classes mais baixas tivessem, de alguma forma, sofrido uma lavagem cerebral tão grande que não percebessem qual é a motivação central do fascismo: despossar os que se mostrarem mais desprotegidos e distribuir esses recursos entre as classes mais influentes/dominantes. O fascista (como o comunista) visa o lucro (só que pela via contraria, já que pertence ao espectro oposto).
Finalmente acordaram e felizmente acordaram independentemente dos partidos de esquerda. O meu receio é que aparecessem com bandeiras vermelhas, despertando antipatias.
Se o receio é a intervenção de militares, policiais, milicianos... esse risco era muito maior com o povo se mostrando pacato. Aí poderia rolar uma dominação lenta, progressiva, culminando num estado de sítio, sem reação. Com o povo na rua não vai ter golpe, não vai ter estado de sítio. O máximo que conseguiriam seria uma guerra civil... mas pra isso eles não tem apoio (é péssimo negócio pra todo mundo, inclusive pros financiadores do Bolsonaro).
O gatilho dessa merda toda dos últimos foi o povo ir pra rua em 2013. Tava óbvio que não ia sair nada de bom daquilo. Aliás, via de regra, povo indo pra rua só dá merda. As raras exceções são quando as pessoas têm uma pauta muito clara e comportam-se civilizadamente.
É evidente que quebra-quebra é tudo que os bolsonaristas querem.
Isso mesmo, o povo indo às ruas levou a queda da Dilma/PT e agora vai levar a queda do Bolsonaro. Tudo que o Bolsonaro quer é intimidar os seus opositores, mantê-los passivos em casa, enquanto põe o seu gado pra desfilar nas ruas, gerando a ilusão de que são mais numerosos ou no mínimo mais engajados - e portanto politicamente mais influentes.
Enquanto isso vai ganhando tempo, tentando arrastar-se até 2022, com alguma chance de reeleição, ou conseguir o aparelhamento suficiente das instituições para dar o golpe.
Era improvável que conseguisse mesmo se contasse com a passividade da população, mas era um risco bem maior do que com a população manifestando-se de forma contrária.
O povo indo às ruas em 2013 levou à queda da Dilma? Mas como, se a Dilma foi reeleita em 2014?...
Hein ?? É séria essa pergunta? A Dilma reelegeu-se em 2014 por um fio, se a eleição fosse poucos meses depois teria perdido. E foi durante os protestos que a popularidade dela começou a cair rapidamente. No fim, apesar de eleita, não conseguiu governar, pq a oposição e os movimentos, surgidos na manifestação, sabiam que tava muito fácil colocar milhares de pessoas protestando na rua. E os protestos nem eram contra ela, imagine se fossem...
Sim, foi séria. Você disse que as manifestações de junho de 2013 levaram à queda da Dilma, sendo que a Dilma se reelegeu em outubro de 2014. A popularidade dela e de todos os políticos caiu rapidamente, mas ainda assim foi o suficiente para ela se reeleger.
Ou você tem 20 anos de idade e não lembra do que aconteceu à época ou ainda não entendeu o que aconteceu até hoje. Eu chutaria que as duas opções são corretas.
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Acredito que o VitorT que as manifestações que começaram em 2013 levaram a queda da Dilma, ali que começou a ser orquestrado esse movimento pró direita se utilizando de inteligencia artificial pra classificar cada pessoa e manipulá-las conforme o perfil de cada um. E isso não aconteceu de um dia para o outro. Por exemplo conheço uma pessoa próxima que deixou de gostar do PT depois de 2013, mas só se assumiu de fato em 2016. Até lá a pessoa quase não falava de politica nas redes sociais, mas em 2016 danou a odiar o PT com todas as forças. Então nesse caso o Vitor está certo.
Então os protestos derrubaram a Dilma porque a Cambridge Analytica começou a atuar em 2014? Então tá.
Não deve ter nada a ver com ela ter passado a campanha inteira defendendo a Nova Matriz, e depois ter nomeado o Levy, pra poucos meses depois começar a boicotar o Levy e demiti-lo com menos de um ano no cargo. Enquanto na área política, nomeava um amigo sem nenhum traquejo pra articulação e demitia-o poucos meses depois pra entregar a articulação ao vice e depois descumprir o que o vice tinha articulado.
Se não tivesse os protestos de 2013 em diante pq ela iria colocar o Levy? O Levy foi uma forma de agradar o outro lado.
Não estou dizendo que a Dilma foi uma maravilha e tal, mas se não tivesse os protestos ela passaria os 4 anos em crise mas passaria, mesmo pq depois que ela saiu nem o Temer e muito menos o Bolsonaro resolveram o problema.
O governo Dilma2 começou com praticamente nenhum respeito seja do congresso, seja da impressa e de boa parte da população. Muito por causa dos protestos que eram incentivado pelos governos locais.
Por exemplo aqui em Vitória eles abriam a 3ª ponte pros protestos contra a Dilma* na maior facilidade.
A policia chegava a amarrar seu tênis se tivesse desamarrado.
Eu mesmo cheguei a ir, só pra passar pela ponte pq é uma oportunidade rara passar por ela a pé.
1º. O Temer resolveu sim. Tirou o Brasil da crise rapidinho. E tendo muito menos popularidade que a Dilma.
2º. Ela colocou o Levy porque sabia que tudo que ela falou na campanha era mentira, e que a NME era um engodo.
3º. O PT acertou no Lula 1 e foi elogiado por isso. Depois só cagou. Qual a dificuldade de entender? Vai vir com o argumento bolsonarista que só é possível articular com fisiologismo?
Não estou dizendo que a Dilma foi uma maravilha e tal, mas se não tivesse os protestos ela passaria os 4 anos em crise mas passaria, mesmo pq depois que ela saiu nem o Temer e muito menos o Bolsonaro resolveram o problema.
Vc não diz que o governo Dilma2 foi uma maravilha pq não dá pra dizer isso né, ele foi um desastre. Já o Temer deu uma estancada hard no problema. Eticamente o governo Temer foi uma desgraça, mas tecnicamente ele foi excelente.
Schwartsman continua sendo o melhor colunista nacional, IMO. E o exército brasileiro continua sendo a instituição patética que sempre foi.
Militares e a democracia
A Costa Rica decidiu livrar-se das Forças Armadas e vive muito bem sem elas
15.jun.2020 às 23h15
EDIÇÃO IMPRESSA
Declarações e notas da elite castrense divulgadas nos últimos dias mostram que alguns de nossos generais ainda não entenderam o que é democracia e menos ainda o papel das Forças Armadas em uma.
Primeiro foi o general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, que, em entrevista à revista Veja, afirmou que não há risco de as Forças Armadas desferirem um golpe, mas alertou que o “outro lado” não pode “esticar a corda”. Queixou-se especificamente de comparações de Bolsonaro a Hitler.
Receio que Ramos esteja desatualizado quanto ao nível de liberdades democráticas em vigor no país. Até onde vai a teoria, a oposição sempre pode esticar a corda (o fato de poder não quer dizer que deva), e todo cidadão sempre pode comparar qualquer um a Hitler (também não quer dizer que deva). Aliás, Bolsonaro não fez outra coisa que não esticar a corda desde que assumiu o poder.
Logo em seguida, o presidente Jair Bolsonaro e os generais Hamilton Mourão (vice-presidente) e Fernando Azevedo (ministro da Defesa) soltaram uma nota em que dizem que as Forças Armadas não aceitam tentativas de tomada de poder decorrentes de “julgamentos políticos”. Da última vez que abri a Constituição, vi que todos os cidadãos brasileiros estão obrigados a acatar decisões da Justiça, quer as considerem políticas, apolíticas, justas ou injustas. Pode-se discuti-las, lamentá-las, mas não desobedecer a elas.
Eu esperaria que, a essa altura, os militares tivessem aprendido mais sobre as virtudes da democracia. Seu valor, é oportuno lembrar, não está nas figuras que elege —Collor, Dilma e Bolsonaro não me deixam mentir—, mas nos meios não violentos que ela oferece para que nos livremos de maus governantes. Eles são o voto, processos penais e eleitorais e o impeachment, todos perfeitamente legais.
Em tempo, a Costa Rica decidiu livrar-se das Forças Armadas e vive muito bem sem elas.
Ah, e é bom lembrar que a tática de esconder epidemias para ver se eles desaparecem não é nova. Os nossos milicos testaram várias vezes (sem sucesso, como de costume) na época da ditadura:
Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso em Atibaia, interior de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (18).
O mandado de prisão preventiva - sem prazo para acabar - foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, num desdobramento da investigação que apura esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do estado (Alerj). No esquema, segundo a investigação, funcionários de Flávio, então deputado estadual, devolviam parte do salário, e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolate e através do investimento em imóveis.
Queiroz foi preso quando estava em um imóvel de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro. Na quarta-feira, Wassef estava no Palácio do Planalto, na cerimônia de posse do ministro das Comunicações.
Em Brasília, nesta manhã, o presidente deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial, em um comboio em alta velocidade, e não parou para falar com apoiadores, como faz há meses.
Segundo um delegado que participou da operação, foi preciso arrombar o portão e a porta da casa onde Queiroz estava. Ele não resistiu e só disse que estava muito doente. Na casa, em uma parede sobre a lareira, havia um cartaz do AI-5, ato institucional de 1968 que endureceu a ditadura militar. [reparem nos bonequinhos... são todos do Tony Montana, o poderoso narcotraficante protagonista de Scarface]