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sopro
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Picinin
Ou porque jovem é um bicho bobo que acredita em soluções simples para problemas complexos.
De toda forma, o povo protestar não prova que a situação é boa ou ruim, pra isso temos dados concretos, como renda per capita, expectativa de vida, grau de escolaridade, Coeficiente de Gini, e por aí vai.
Quanto à questão do custo de transporte, pelo que me consta, é uma das três principais despesas alto no mundo todo. Em um minuto de Google já vi que é a segunda nos EUA também.
https://www.bls.gov/news.release/cesan.nr0.htm
Jovem pode ser bicho bobo, estúpido, imbecil e tudo mais, mas os protestos não são para apresentarem soluções simples ou complexas, são para demonstrar insatisfação. As proposições podem até vir em consequência dos protestos, mas seria isso, consequência.
Concordo que o povo protestar não prova quase nada sobre a situação, mas é um sintoma, principalmente nas proporções que tiveram. Segundo uma pesquisa de custo de vida feito pela Mercer, Santiago (cerca de 1/3 da população chilena) está na frente de Berlin, Barcelona, Auckland, Toronto, Perth e Madrid. Claro que isso não replica quando a Mercer levanta a qualidade de vida, sendo a capital chilena atrás de todos esses. Se olhar pela renda per capita, ela por exemplo mascara que o Chile embora tenha a maior da nossa região, 80% dos aposentados recebem menos de um salário mínimo por mês, que metade da população trabalhadora ativa ganha 550 USD por mês enquanto a renda per capita do país diluída em 12 meses daria 1278 USD. Já pelo coeficiente de Gini, o Chile é um dos 10 países mais economicamente desiguais do mundo. Muito provavelmente a maioria das pessoas que estavam nos protestos não sabem disso nesse termos, mas sentem/vivem os efeitos no cotidiano.
A questão não é o custo do transporte, é o custo do transporte
público. Esse link que você mandou, por exemplo, fala de gasolina e compra/manutenção de carro. Além do EUA ser uma realidade muito paralela em todos os sentidos. Na própria matéria da BBC há dados sobre o custo médio do ticket em outros lugares, a passagem em Santiago antes do aumento custava 1,18 USD, enquanto em BsAs por exemplo custa 0,33 USD, é nesse contexto que no Chile se gasta mais dinheiro pagando passe de ônibus ou metro do que o aluguel.