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Tópico: [Política] - O andamento e as decisões de nossos governantes

  1. #46711
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    A culpa do JB ter sido eleito foi do PT, eles não deveriam ter lançado nenhum candidato para presidência nessa eleição. Mesmo depois de 16 anos no poder não quiseram largar osso, isso custou caro ao Brasil.

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  2. #46712
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    16/09/10
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    por falar em trump a imprensa aparelhada lacradora me fez sonhar que ele iria começar uma terceira guerra mundial

    eu já não aguento mais ver filmes da segunda guerra
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  3. #46713
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    Se tem um conservador (eu estou falando de conservador, filosoficamente situado, e não de você que é um babaca reacionário que deseja a volta da ditadura) de respeito é o João Pereira Coutinho. Eu leio as colunas desse cara, religiosamente. O próprio Pondé já afirmou que ele é o melhor nome do conservadorismo português. Um dos bons motivos para assinar a Folha de São Paulo, o melhor jornal, de longe, do Brasil.

    https://www1.folha.uol.com.br/coluna...la-manha.shtml

    O cheiro de napalm pela manhã
    O eleitor vota no fanfarrão só para tirar um sarro da cara dos adultos

    Em 2016, pouco antes da eleição de Donald Trump, dizia-me um colega universitário: "Detesto Trump. Mas, se eu fosse americano, teria votado nele".


    Caí da cadeira. Ou quase. Ele explicou melhor: "Votaria nele só pelo prazer de criar confusão". Registrei.


    A partir daquele dia, nunca mais levei a sério as explicações clássicas para o chamado "populismo". Sim, a crise econômica tem a sua importância. O desemprego também. E o medo do crime e da imigração irrestrita ajudam a festa.


    Mas existe algo de infantil, de inconscientemente infantil, no eleitorado que gosta de votar no fanfarrão só para tirar um sarro da cara dos adultos.


    É o momento "Apocalypse Now", em homenagem ao coronel do filme que amava o cheiro de napalm pela manhã. Há muitos eleitores que votam como votam só para sentir esse cheiro de vitória.


    Um simples palpite meu? Longe disso. Li recentemente um estudo publicado no Journal of Social and Political Psychology (ver pormenores técnicos no fim) no qual os pesquisadores avaliaram o impacto do "politicamente correto" na vitória de Trump. Por "politicamente correto", entenda-se: a imposição de restrições comunicacionais para não ofender grupos, minorias etc.


    Os autores concluem que o "politicamente correto" tem um impacto positivo no curto prazo: a "moralização" do discurso faz com que a maioria se adapte às expectativas da sociedade. Exemplo: "Trump? Que horror!" E depois vem a longa lista de vícios do homem (racismo, homofobia, misoginia, mau gosto capilar etc.).


    O problema é que o "politicamente correto" tem resultados desastrosos no longo prazo. Isso se deve a uma reação emocional dos eleitores: cansados das restrições impostas pelos sacerdotes do "politicamente correto", os indivíduos reclamam a sua liberdade e votam no candidato que nunca se submeteu aos ditames da polidez. Mesmo que esse voto seja contrário aos melhores interesses da democracia.


    Por outras palavras: Donald Trump não foi eleito apesar dos seus defeitos. Ele foi eleito por causa deles. Quando o presidente americano afirmava, com típica soberba, que podia matar qualquer pessoa na 5ª Avenida e ser eleito na mesma, ele não exagerava.


    Aliás, podemos dizer mais: quanto maiores os defeitos, maior o apoio. Isso explica o motivo por que Trump, depois de eleito, não adotou uma postura mais "presidencial".


    Essa metamorfose seria o suicídio de uma carreira triunfal. Seria tão absurdo como Coutinho (o jogador de futebol, não eu) dar um tiro no próprio pé.


    Mas não é apenas o "politicamente correto" que leva muitos eleitores a experimentar o cheiro de napalm pela manhã. Desconfio que a "sinalização da virtude" também tem um papel relevante.


    A primeira vez que encontrei essa expressão foi num artigo de James Bartholomew para a revista The Spectator, corria 2015. Argumentava o autor que "ser virtuoso" é diferente de mostrar aos outros que somos virtuosos.


    Pessoas virtuosas nunca publicitam as suas qualidades. E a virtude, nelas, exerce-se por meio de gestos anônimos e até sacrificiais (cuidar de um familiar doente; alienar uma carreira de sucesso para ajudar os mais pobres etc.).


    A "sinalização da virtude" é uma corrupção da verdadeira virtude. É mera exibição de "bons sentimentos" para ganhar aplausos (ou likes).


    Para usar a linguagem da economia, a "sinalização da virtude" procura transformar a virtude em "bem posicional" —algo que nos distingue dos demais e que nos traz vantagens (simbólicas, sociais, econômicas etc.).


    O problema, argumentava Bartholomew, é que os "bens posicionais" despertam a concorrência e levam os outros a tentar suplantar o que era exclusivo em nós.


    Exemplo: aquela estrela milionária de Hollywood não está propriamente aterrorizada com Trump. Mas ela sente necessidade de sinalizar o seu horror pelo presidente, em termos cada vez mais elaborados, para se promover como defensora do "bem".


    Esse moralismo militante, onipresente e sufocante cria a atmosfera perfeita para que o napalm seja jogado na cara do establishment.


    Dizem os eruditos que o século 21 será o século dos populismos. Talvez tenham razão. Mas, para explicar o fenômeno, não bastam as teorias habituais.


    É preciso mergulhar na psicologia das massas para encontrar um velho ditado: na política, como na vida, há momentos em que é preferível perder um amigo a perder a piada.


    P.S.: O estudo citado intitula-se "Donald Trump as a Cultural Revolt Against Perceived Communication Restriction: Priming Political Correctness Norms Causes More Trump Support", de autoria de Lucian Gideon Conway III, Meredith A. Repkea e Shannon C. Houck (Journal of Social and Political Psychology, 2017, Vol. 5 (1), págs. 244-259)



    João Pereira Coutinho
    Escritor, doutor em ciência política pela Universidade Católica Portuguesa.
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  4. #46714
    Chip Leader Avatar de caofa
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    A alternância de poder parece ser bem significativa, ainda mais vide os últimos 16 anos e a nossa atual situação política/econômica. Ying Yang.

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  5. #46715
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    Citação Postado originalmente por caofa Ver Post
    A alternância de poder parece ser bem significativa, ainda mais vide os últimos 16 anos e a nossa atual situação política/econômica. Ying Yang.

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    Por isso que eu votei no Alckimin. Mas, poderia votar em qualquer outro que não o PT. O petismo já cansou, realmente. Já falamos muito sobre isso, nos posts acima.

    Mas, a alternância de um Estado Democrático de Direito para um Estado Autoritário de Direito, ainda mais depois de nossa trágica experiência ao longo de todo o século XX, não me parece ser significativa.

    Até mesmo pq o Bolsonaro já falou, com todas as letras, em seu último pronunciamento, que os "ativismos" vão acabar.
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  6. #46716
    World Class Avatar de gekinganger
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    Citação Postado originalmente por Fonteles Ver Post
    Citação Postado originalmente por caofa Ver Post
    A alternância de poder parece ser bem significativa, ainda mais vide os últimos 16 anos e a nossa atual situação política/econômica. Ying Yang.

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    Por isso que eu votei no Alckimin. Mas, poderia votar em qualquer outro que não o PT. O petismo já cansou, realmente. Já falamos muito sobre isso, nos posts acima.

    Mas, a alternância de um Estado Democrático de Direito para um Estado Autoritário de Direito, ainda mais depois de nossa trágica experiência ao longo de todo o século XX, não me parece ser significativa.

    Até mesmo pq o Bolsonaro já falou, com todas as letras, em seu último pronunciamento, que os "ativismos" vão acabar.
    Vc não tinha votado no Ciro? Ou foi o Spinoza? kkkk
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  7. #46717
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    O Lula tá preso, BABACA.
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    Citação Postado originalmente por Fonteles Ver Post
    Citação Postado originalmente por caofa Ver Post
    A alternância de poder parece ser bem significativa, ainda mais vide os últimos 16 anos e a nossa atual situação política/econômica. Ying Yang.

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    Por isso que eu votei no Alckimin. Mas, poderia votar em qualquer outro que não o PT. O petismo já cansou, realmente. Já falamos muito sobre isso, nos posts acima.

    Mas, a alternância de um Estado Democrático de Direito para um Estado Autoritário de Direito, ainda mais depois de nossa trágica experiência ao longo de todo o século XX, não me parece ser significativa.

    Até mesmo pq o Bolsonaro já falou, com todas as letras, em seu último pronunciamento, que os "ativismos" vão acabar.
    Por isso que eu iria votar no Alckimin. Mas, votei no Ciro para tentar evitar o PT. Ato falho.

    Aproveitando o post, é sério que teve bastante vaia ao Roger Waters quando rolou um belo de um #EleNão no telão? O que a bolsonarada está fazendo num show totalmente antiautoritarismo como o é a turnê TheWall?O.o

    A pesquisa está totalmente correta, mesmo. O brasileiro é o povo mais fora da realidade no mundo.
    Última edição por Fonteles; 10-10-2018 às 02:04.
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  8. #46718
    Table Captain Avatar de Fuut
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    Teve um esquerdinha desqualificado, amante do Luladrão e sua trupe, que andou contando os dias pra um suposto enterro do futuro presidente, mas o seu tiro saiu literalmente pela culatra. Então, a partir de hoje, faço a verdadeira contagem, aquela que certamente irá acontecer, por mais que estejam desesperados e cheios de teorias da conspiração.

    Preparem-se:

    Faltam 18 dias para Jair Messias Bolsonaro ser anunciado o novo presidente do Brasil.
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  9. #46719
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    Citação Postado originalmente por VitorT Ver Post
    Citação Postado originalmente por Fonteles Ver Post
    Por Rafael Azzi:


    Sua tia não é fascista, ela está sendo manipulada


    Você se pergunta como um candidato com tão poucas qualidades e com tantos defeitos pode conseguir o apoio quase que incondicional de grande parte da população?


    Você já tentou argumentar racionalmente com os eleitores deles, mas parece que eles estão absolutamente decididos e te tratam imediatamente como inimigo no mais leve aceno de contrariedade?


    Até sua tia, que sempre foi fofa com você, agora ataca seus posts sobre política no facebook?


    Pois bem, vou contar uma história.


    O principal nome dessa história é um sujeito chamado Steve Bannon. Bannon tinha uma visão de extrema direita nacionalista. Ele tinha um site no qual expressava seus pontos de vista que flertavam com o machismo, com a homofobia, com a xenofobia, etc. Porém, o site tinha pouca visibilidade e seu sonho era que suas ideias se espalhassem com mais força no mundo.


    Para isso, Bannon contratou uma empresa chamada Cambridge Analytica. Essa empresa conseguiu dados do facebook de milhões de contas de perfis por todo mundo. Todo tipo de dado acumulado pelo facebook: curtidas, comentários, mensagens privadas. De posse desses dados e utilizando algoritmos, essa empresa poderia traçar perfis psicológicos detalhados dos indivíduos.


    Tais perfis seriam então utilizados para verificar quais indivíduos estariam mais predispostos a receber as mensagens: aqueles com disposição de acreditar em teorias conspiratórias sobre o governo, por exemplo, ou que apresentavam algum sentimento de contrariedade difuso ao cenário político atual.


    A estratégia seria fazer com que esse indivíduo suscetível a essas mensagens mudasse seu comportamento, se radicalizasse. Como as pessoas passaram a receber as notícias e a perceber o mundo principalmente através das redes sociais, não é difícil manipular essas informações. Se você pode controlar as informações a que uma pessoa tem acesso, você pode controlar a maneira com que ela percebe o mundo e, com isso, pode influenciar a maneira como se comporta e age.


    Posts no facebook podem te fazer mais feliz ou triste, com raiva ou com medo. E os algoritmos sabem identificar as mudanças no seu comportamento pela análise dos padrões das suas postagens, curtidas, comentários.


    Assim, indivíduos com perfis de direita e seu tradicional discurso “não gosto de impostos” foram radicalizados para perfis paranóicos em relação ao governo e a determinados grupos sociais. A manipulação poderia ser feita, por exemplo, através do medo: “o governo quer tirar suas armas”. Esse tipo de mensagem estimula um sentimento de impotência e de não ser capaz de se defender. Estimula também um sentimento de “somos nós contra eles”, o que fecha a pessoa para argumentos racionais.


    Sites e blogs foram fabricados com notícias falsas para bombardear diretamente as pessoas influenciáveis a esse tipo de mensagem. Além disso, foi explorado também um sentimento anti-establishment, anti-mídia tradicional e anti “tudo isso que está aí”. Quando as pessoas recebiam várias notícias de forma direta, e não viam essas notícias repercutirem na grande mídia, chegavam à conclusão de que a grande mídia mente e esconde a verdade que eles tem.


    Se antes a mídia tradicional podia manipular a população, a manipulação teria que ser feita abertamente, aos olhos de todos. Agora, todos temos telas privadas que nos mandam mensagens diretamente. Ninguém sabe que tipo de informação a pessoa do lado está recebendo ou quais mensagens estão construindo sua percepção de realidade.


    Com esse poder nas mãos, Bannon conseguiu popularizar a alt right (movimento de extrema direita americana) entre os jovens, que resultou nos protestos “unite de right” no ano passado em Charlottesville, Virgínia que tiveram a participação de supremacistas brancos. Bannon trabalhou na campanha presidencial de Donald Trump e foi estrategista de seu governo. A Cambridge Analytica trabalhou também no referendo do Brexit, que foi vencido principalmente por argumentos originados de fakenews.


    Quando a manipulação veio à tona, Mark Zuckerberg foi chamado ao senado americano para depor. Pra quem entendeu o que houve, ficou claro que a democracia da nação mais importante do mundo havia sido hackeada. Mas os congressistas pouco entendimento tinham de mídia social; e quem estaria disposto a admitir que a democracia pode ser hackeada através da manipulação dos indivíduos?


    Zuckerberg estava apenas pensando em estabelecer um modelo de negócios lucrativo com a venda de anúncios direcionados. A coleta de dados e a avaliação de perfil psicológico das pessoas tinham a intenção “inocente” de fazer as pessoas clicarem em anúncios pagos. Era apenas um modelo de negócios. Mas esse mesmo instrumento pode ser usado com finalidade política.


    Ele se deu conta disso e sabia que as eleições brasileiras podiam estar em risco também. Somos uma das maiores democracias do mundo. O facebook tomou medidas ativas para evitar que as campanhas de desinformação e manipulações ocorressem em sua rede social. Muitas contas fake e páginas que compartilhavam informações falsas foram retiradas do facebook no período que antecede as eleições.


    Mas não contavam com a capilarização e a popularização dos grupos de whatsapp. Whatsapp é um aplicativo de mensagens diretas entre indivíduos; por isso, não pode ser monitorado externamente. Não há como regular as fakenews, portanto. Fazer um perfil fake no whatsapp também é bem mais fácil que em outras redes sociais e mais difícil de ser detectado.


    Lembram do Steve Bannon, que sonhou com o retorno de uma extrema direita nacionalista forte mundialmente? Que tinha ideias que são classificadas como anti minorias, racistas e homofóbicas? E que usou um sentimento difuso anti “tudo que está aí”, e um medo de os homens se sentirem indefesos para conquistar adeptos?


    Pois bem, ele se encontrou em agosto com Eduardo Bolsonaro. Bolsonaro disse que o Bannon apoiaria a campanha do seu pai com suporte e “dicas de internet”, essas coisas. Bannon é agora um “consultor eventual” da campanha. Era o candidato ideal pra ele, por compartilhava suas ideias, no cenário ideal: um país passando por uma grave crise econômica com a população desiludida com a sua classe política.


    Logo depois de manifestações de mulheres nas ruas de todo o Brasil e do mundo contra Bolsonaro, o apoio do candidato subiu, entre o público feminino, de 18 para 24 por cento. Um aumento de 6 pontos depois de grande parte das mulheres se unir para demonstrar sua insatisfação com o candidato.


    Isso acontece porque, de um lado, a grande mídia simplesmente ignorou as manifestações e, por outro, houve um ataque preciso às manifestações através dos grupos de whatsapp pró-Bolsonaro. Vídeos foram editados com cenas de outras manifestações, com mulheres mostrando os seios ou quebrando imagens sacras, mas utilizadas dessa vez para desmoralizar o movimento #elenão entre as mais conservadoras.


    Além disso, Eduardo Bolsonaro veio a público logo após a manifestação e declarou: “As mulheres de direita são mais bonitas que as de esquerda. Elas não mostram os peitos e nem defecam nas ruas. As mulheres de direita têm mais higiene.” Essa declaração pode parece pueril ou simplesmente estúpida mas é feita sob medida para estimular um sentimento de repulsa para com o “outro lado”.


    Isso não é nenhuma novidade. A máquina de propaganda do nazismo alemão associava os judeus a ratos. O discurso era que os judeus estavam infestando as cidades alemãs como os ratos. Esse é um discurso que associa o sentimento de repulsa e nojo a uma determinada população, o que faz com que o indivíduo queira se identificar com o lado “limpo” da história. Daí os 6 por cento das mulheres que passaram a se identificar com o Bolsonaro.


    Agora é possível compreender porque é tão difícil usar argumentos racionais para dialogar com um eleitor do Bolsonaro? Agora você se dá conta do nível de manipulação emocional a que seus amigos e familiares estão expostos? Então a pergunta é: “o que fazer?”


    Não adiante confrontá-los e acusá-los de massa de manobra. Isso só vai fazer com que eles se fechem e classifiquem você como um inimigo “do outro lado”. Ser chamado de manipulado pode ser interpretado como ser chamado de burro, o que só vai gerar uma troca de insultos improdutiva.


    Tenha empatia. Essas pessoas não são tolas ou malvadas; elas estão tendo suas emoções manipuladas e estão submetidas a uma percepção da realidade bastante diferente da sua.


    Tente trazê-las aos poucos para a razão. Não ofereça seus argumentos racionais logo de cara, eles não vão funcionar com essas pessoas. A única maneira de mudar seu pensamento é fazer com que tais pessoas percebam sozinhas que não há argumentos que fundamentem suas crenças e as notícias veiculadas de maneira falsa.


    Isso só pode ser feito com uma grande dose de paciência e de escuta. Peça para que a pessoa defenda racionalmente suas decisões políticas. Esteja aberto para ouvi-la, mas continue sempre perguntando mais e mais, até ela perceber que chegou num ponto em que não tem argumentos para responder.


    Pergunte, por exemplo: “Por que você decidiu por esse candidato? Por que você acha que ele vai mudar as coisas? Você acha que ele está preparado? Você conhece as propostas dele? Conhece o histórico dele como político? Quais realizações ele fez antes que você aprova?”


    Em muitos casos, a pessoa tentará mudar o discurso para falar mal de um outro partido ou do movimento feminista. Tal estratégia é esperada porque eles foram programados para achar que isso representa “o outro lado”, os inimigos a combater.


    Nesse caso, o caminho continua o mesmo: tentar trazer a pessoa para sua própria razão: “Por que você acha que esse partido é tão ruim assim? Sua vida melhorou ou piorou quando esse partido estava no poder? Como você conhece o movimento feminista? Você já participou de alguma reunião feminista ou conhece alguém envolvido nessa luta?”


    Se perceber que a pessoa não está pronta para debater, simplesmente retire-se da discussão. Não agrida ou nem ofenda, comportamento que radicalizaria o pensamento de “somos nós contra eles”. Tenha em mente que os discursos que essa pessoa acredita foram incutidos nela de maneira que houvesse uma verdadeira identificação emocional, se tornando uma espécie de segunda identidade. Não é de uma hora pra outra que se muda algo assim.


    Duas das mais importantes democracias do mundo já foram hackeadas utilizando tais técnicas de manipulação. O alvo atual é o nosso país, com uma das mais importantes democracias do mundo. Não vamos deixar que essas forças nos joguem uns contra os outros, rasgando nosso tecido social de uma maneira irrecuperável.


    P.S.: Por favor, pesquise extensamente sobre todo e qualquer assunto que expus aqui, e sobre o qual você esteja em dúvida. Não sou de nenhum partido. Sou filósofo e, como filósofo, me interesso pela verdade, pela ética e pelo verdadeiro debate de ideias.


    Na imagem, o encontro de Bannon com Eduardo Bolsonaro.

    Caralho!! Não sabia que esse fdp do Bannon tava ajudando os Bolsonaro! É, o buraco é mais embaixo...

    Eu, a princípio, só não concordo muito com essa tática de se mostrar forçosamente compressivo com quem pauta suas discussões com base em fake news e argumentos esdrúxulos e sem sentido. Claro que no longo prazo é o caminho, em último grau as pessoas devem ser instruídas. Mas, no curto prazo, como "tratamento de choque", acho que a reação a essas pessoas deve ser a natural: rir se achar que são dignas de riso, desdenhar se achar que são dignas de desdem, etc. As pessoas não podem achar que podem sair por aí falando qualquer tipo de asneira impunemente e serem ouvidas de maneira respeitosa. Nunca foi assim! Quando as pessoas interagiam pessoalmente tinham receio de serem olhadas de lado, ridicularizadas, etc. Isso as fazia muito mais seletivas quanto as suas falas. Num grupo de pessoas, se lhe era dada a palavra, vc tinha alguma responsabilidade. Ou vc aproveitava bem aquele tempo, ou não lhe dariam a palavra novamente tão cedo. Que dirá poder discursar pra algumas centenas ou milhares!

    Com a internet, por N motivos, parece que lentamente as pessoas foram perdendo essa vergonha, perdendo os seus filtros. Não sei se isso tem volta. Mas acredito que eram esses receios/filtros que mantinham, no passado, as pessoas com os "pés no chão", com mais autocrítica. Claro que quando uma pessoa era ridicularizada por alguma besteira dita, pra qual não tinha argumentos, em geral, ela não admitiria seu erro na hora. Mas ficava envergonhada, ia pra casa, refletia, e talvez concluísse que era melhor não continuar repetindo aquelas asneiras.
    Po li seu texto agora, e pior q comentei isso semana passada em um grupo de whatsapp hahaha vou colar aqui uma parte da conversa.



    [15:02, 4/10/2018] Chumbo: tem msm hahaha eu acho q vc fala essas merdas aqui de sacanagem, pessoalmente na roda de geral, de cara, eu acho q vc nao tem coragem nao
    [15:02, 4/10/2018] Chumbo: 😂😂😂
    [15:02, 4/10/2018] Chumbo: eu pago essa cerva pra rir
    [15:02, 4/10/2018] Chumbo: 😂😂😂😂😂😂
    [15:03, 4/10/2018] Chumbo: mas vc tem q falar metade das merdas q vc fala aqui

    [20:29, 8/10/2018] Chumbo: por isso q eu falo tem q falar isso na rodinha do pessoal msm hahaha[20:29, 8/10/2018] Chumbo: 😂😂😂😂
    [20:29, 8/10/2018] Chumbo: essas paradas
    [20:29, 8/10/2018] Chumbo: suas contas pra fazer o pagamento do mês etc eauhaeuuehaae
    [20:29, 8/10/2018] Chumbo: eu pago a carne so se for ouvir essas paradas]
    [20:29, 8/10/2018] Chumbo: 😂😂😂😂
    [20:30, 8/10/2018] Bruno : Cara vai fumar teu baseado e falar merda com os teus amigos desempregados
    [20:30, 8/10/2018] Chumbo: eu quero ouvir isso pessoalmente pq pelo whatsapp eu nao credito que tu fale serio msm hahaha
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  10. #46720
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