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Picinin
Só o @
ekalil mesmo pra dar action...
@
Cezar Teixeira
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Cezar Teixeira
Estamos mantendo a discussão dentro do escopo utilitarista e pra eu responder a esse assunto acabaria mudando um pouco o foco dela, mas resumidamente como venho argumentando em vários tópicos sobre diversos temas, coloco por principio ético a liberdade em primeiro plano e intervenções são permitidas a partir do surgimento de algum grande problema que consiga ser sanado pela intervenção.
Pois é, eu acho em equívoco enorme achar que existe uma linha mestra que deve ser tomada em toda situação. Isso é um viés cognitivo humano que é prejudicial. "Intervenção" e "liberdade" são necessárias, a grande questão é achar um equilíbrio.
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Cezar Teixeira
Como eu te disse, tudo que falarmos daqui pra diante será pura especulação, mas vou seguir nesse experimento mental afim de tentar convencê-lo dessa hipótese. Acredito que seu erro seja fixar-se em um único ponto (inovação) deixando a big picture de lado. Suponhamos que você esteja certo sobre a diminuição dos incentivos à inovação, porém algo pequeno que se pudesse ser mensurado não chegasse a uma queda de 5% por exemplo. Entretanto teríamos o benefício de uma redução significativa dos preços dos produtos e serviços devido a um nível muito maior de produtividade e alta concorrência, um benefício que talvez permitisse colocar toda uma camada da população fora da linha de pobreza pelo acesso barato a produtos e serviços, além disso seríamos beneficiados com o fim dos custos que envolvem o lançamento de patentes, departamentos inteiros focados nisso, gasto com advogados, todo custo estatal envolvido (juízes, etc) e tudo isso se refletisse no aumento de produtividade.
Será que os custos altos em vários avanços tecnológicos não acontecem justamente pelo modelo de patentes vigentes? Ou seja, toda inovação precisa dar grandes saltos pra compensar todo gasto envolvido? Será que um sistema assim não permitiria um avanço equivalente, mas distribuído de forma gradual ao invés de ser de tempos em tempos, mas com saltos maiores? (não falo de todos os setores)
Se você é gestor de um negócio e já atingiu o limite máximo de redução de custos em produção, sua única alternativa será lançar um novo produto, pois em tese outros players do mercado irão te alcançar em produtividade, tendo em vista que você não tem nenhum exclusividade. Sua maior vantagem competitiva será lançar novos produtos rapidamente aproveitando-se dos momentos iniciais onde você é detentor do maior expertise no negócio.
Se eu fosse gestor de uma empresa nesse mercado teria provavelmente 3 departamentos de desenvolvimento de produtos, curto, médio e longo prazo, sendo que os produtos de curto prazo são aqueles que eu desenvolvo em um período curto de tempo me possibilitando um retorno rápido, essa classe de produtos iria ajudar a financiar os desenvolvimentos de médio e longo prazo, sendo que os dois últimos proporcionariam um retorno maior pois mesmo que não exista patente, mesmo para copiar, é necessário conhecer todo a tecnologia utilizada, montar fábrica, marketing, etc... Veja como demorou para os players de mercado alcançarem o Iphone devido seu pioneirismo.
Eu fico imaginando um mercado dessa maneira e parece-me que as possibilidades são infinitamente superiores, e eu só apenas um qualquer que não tem capacidade genial que várias pessoas/empresas demonstram ter. Eu acho que as vezes vocês subestimam muito a capacidade humana
Qualquer discussão sobre política/econômica tem que se basear em argumentos lógicos (o que você chamou de experimento mental).
Meu argumento é bastante objetivo: inovar custa caro. Quem investe nisso vai ter um custo maior que quem não investe. Concorda? (as perguntas não são retóricas, gostaria de verdade que você respondesse, assim como voou responder às suas). Logo, quem só copia tem uma vantagem competitiva, concorda?
BTW, nego demorou a alcançar o IPhone porque existe patente. Aí eles tiveram que desenvolver outras soluções que tivessem as mesmas funcionalidades. Se fosse só observar e copiar, qualquer grande indústria de eletrônicos o faria em pouquíssimo tempo. A Samsung e a Motorola tinham tanta expertise e recursos quanto a Apple,.
Você me perguntou se "os custos altos em vários avanços tecnológicos não acontecem justamente pelo modelo de patentes vigentes". Esse é evidentemente um custo, mas não me parece nem de longe o principal. Pra uma indústria farmacêutica criar um remédio, ela tem que manter x pesquisadores trabalhando full time por anos, laboratórios com equipamentos caríssimos. Para uma indústria automobilística construir um veículo, também são anos pagando engenheiros, milhões de km rodados, testes em túneis de vento, etc. OU seja, investimento pesado. Isso vale basicamente para qualquer tipo de indústria mais avançada, que vai produzir mais tecnologia.
Então, não é que toda inovação precise dar grandes saltos pra compensar todo gasto envolvido. Ela precisa de proteção porque o investimento para se inovar é muito alto. O que eu imagino que você está chamando de pequenos saltos já acontece diariamente. Só que quem faz essas pequenas criações e melhorias no processo produtivo normalmente nem se preocupa em patentear, seja porque não se trata de invenção patenteável, seja porque não vale a pena (alguém vai desenvolver uma solução semelhante que não viola seu direito).
E também não concordo que haja um limite e produtividade, e que aí só te resta inovar. O mais normal é haver queda de produtividade de determinado player que não soube se adaptar as contantes alterações de condições. A inovação já é um negócio em si mesmo, porque você precisa testar 'n' protótipos para achar um que vingue.