Eu não ouvi tudo, mas não gostei das explicações sobre os grafites nos arcos. A resposta do Haddad foi simplesmente dizer que um castelo qualquer na Escócia foi inteiramente grafitado, como se o fato de não ser uma iniciativa inédita a tornasse correta. De todo jeito, esse é um assunto de menor importância.
De resto, achei que o Haddad foi muito bem, e o Marco Antônio Villa foi vergonhosamente mal.
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Então Kalil, o modelo de transporte de qualquer cidade evoluída é bem amarrado entre os modais. Não se pensa ônibus, bicicleta, carro, metrô isoladamente. Pensam neles se complementando.
Quando qualquer um desses modais está isolado ele não funciona 100%.
É o que está acontecendo com as ciclovias, ele é isolado porque ainda não funciona em conjunto com metrô, ônibus e as próprias ciclovias não estão 100% conectadas. Além de ser algo muito recente, então pouca gente se dispôs a usar no dia-a-dia e falta estrutura da sociedade em geral (bicicletários, chuveiros no trabalho, esse tipo de coisa)
Por isso qualquer análise de como tão as ciclovias agora sempre vai ser tosca.
Óbvio que SP é uma cidade mto complexa (mas não se esqueça que Londres, Paris, Tokyo também são cidades gigantescas que usam mto bicicleta).
SP tem um relevo que não é dos mais favoráveis (o que não impede a pessoa de subir num ônibus numa ladeira mto grande e usar bicicleta no resto do percurso)
Sobre construir ciclofaixa e tirar espaço de carro/ônibus , essa é parte da idéia. É meio bizarro o conceito, mas na Europa se faz mto isso, vc dificulta meio que propositadamente a vida de quem tem carro (que é um meio de transporte caro demais pra cidade em espaço, poluição, manutenção de vias) e isso automaticamente faz que comece a ficar +ev as outras formas de transporte. A merda é que ainda vai um tempo pra termos linhas de ônibus inteligentes, ônibus de mais qualidade, bons, mais metrô.
Só que foder os carros não faz o transporte como um todo piorar, faz melhorar pra maior parte da população (que é quem usa transporte coletivo) e piora num primeiro momento pra quem tem carro.
O que acontece mais pra frente depois de processo é que os investimentos em transporte coletivo se aceleram quando mais gente está os usando, já que tem mais pressão pra isso, então são mais linhas de metrô, melhores ônibus, e ai com transporte coletivo melhor ainda, as vias começam a ficar mais vazias e acaba ficando um pouco melhor pra quem usa carro.
Eu acho que SP tem um futuro bem promissor no transporte público , o Metrô tá expandindo (teve umas cagadas aí na Linha Amarela e as burocracias de licenças ambientais e justiça lenta que atrapalham demais) mas a coisa tá andando, tem muita linha pra sair nos próximos 10 anos e era 100% necessário essa mudança na chave que o Haddad fez, mudança pela qual ele arriscou mto capital político, fugindo dos padrões dos politicos daqui que não tomam medidas impopulares ainda que sejam necessárias. Pra cada cara que nem eu que sou fã dele tem uns 4 putos pq veem uma ciclofaixa vazia enquanto está preso no trânsito (embora os dados sejam o que o Haddad passou na entrevista, trânsito cresceu menos nos últimos 2 anos)
Sobre estimativa de % da população nunca li, mas se mais gente tiver usando um negócio que melhora a saúde, ocupa menos espaço, não polui, consome menos recursos já é um sonho. E acredito de verdade que com o tempo mais estrutura vai ser criada e mais gente vai usar bicicleta sim.
Pra não falar que eu só elogiei, acho que ele tá atrasado em coisas que ajudariam demais essa situação toda, como um sistema mais inteligente de gerir as linhas de ônibus por exemplo.
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Entao, sobre essa parada do grafite, a historia nem eh essa. A ideia inicial era de fazer o grafite durante uma reforma, que duraria 3 anos. Mas ai a parada ficou legal e fez sucesso, resolveram deixar.Postado originalmente por Picinin
Castelo grafitado por brasileiros é alvo de controvérsia na Escócia | Arte & Arquitetura | DW.DE | 12.09.2011
Mesmo assim eu achei a explicacao dele ok pq os tais arcos nao sao um puta patrimonio cultural (eu nunca tinha ouvido falar, pra ser sincero) e provavelmente eh verdade o que ele falou eh verdade, foi sempre sujo e pixado. Obvio que a reposta pra isso nao precisaria ser grafitar a parada, mas tb nao eh o fim do mundo. Fora que, como ele falou, em alguns meses, eh so pintar de cinza de novo e gg.
O problema eh que todos os entrevistadores foram mto mal em todos os sentidos. O cara citou a CET, falando que eh a melhor do Brasil no que faz (o que eh meio obvio, ja que o transito de SP eh o mais complicado, de longe) e o cara me solta uma falinha tipoi "nossa, imagina a pior entao". Porra, parece crianca debatendo.
Outro momento contransgedor foi quando ele falou que tem mais gente cruzando o deserto do Sahara do que nas ciclofaixas. Porra, faz a pergunta que nem gente e para de usar esses sarcasmos ridiculos.
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@ekalil, seus questionamentos sobre as ciclofaixas são interessantes, principalmente a questão sobre o clima e o relevo (e não vou correr atrás de dados sobre as cidades com alto uso de bicicletas, pois minha intenção não é refutar nada...).Eu gostaria apenas de adicionar um pensamento:Acredito que este tipo de projeto é obrigatoriamente de longo prazo, pois não é simplesmente colocando uma ciclofaixa e todo mundo irá aderir. É uma mudança de paradigma muito grande.Primeiro é educar as pessoas e mostrar que sim, é possível fazer o trajeto, seja uma parte ou o todo, de bicicleta. E sabemos que esse tipo de mudança é mais fácil nos jovens, pois pessoas mais velhas, em sua maioria, não gostam de mudanças em suas rotinas.Quando o primeiro moleque do prédio começar a ir para a facul de bike, ele estará mostrando pros amigos que é possível. Vai falar dos benefícios a saúde, da economia de dinheiro e tal.Esse prédio irá adicionar um bicicletário decente por lá e outras pessoas talvez se encorajem, pois talvez a última desculpa delas "não tenho onde guardar a bike" irá sumir.A prefeitura irá entender quais são os principais trajetos que precisam integrar as ciclofaixas com as estações de metrô e demais terminais, e assim facilitar a vida do ciclista, colocando bicicletários de maior capacidade e fácil acesso.Os últimos resistentes agora se sentirão mais encorajados a andar na magrela, pois agora têm lugar a pampa para guardá-la e está bem sussa de andar do ponto A ao B.-----------É um cenário otimista, claro, mas que dificilmente possa ser previsto com algum tipo levantamento/pesquisa. Você só consegue alcançá-lo seguindo modelos que já obtiveram sucesso e/ou começando e "ver no que vai dar" na esperança que dê certo. É um primeiro passo e ele foi dado, apesar de eu achar que foi meio nas coxas, mas já é um avanço e não se pode dizer que o Haddad não está se esforçando.
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Então Kalil, se vc ler quem é o Villa e o que ele tem feito vai ver pq é 0% de chance dele ir preparado ou não ser criança debatendo.
Sobre os grafites, SP tem uma vocação pra ser a capital mundial do grafite, tem que ser muito incentivado isso. E a 23 de maio é um caminho que quase todo gringo passa quando vem pra SP, tava demorando pra fazerem algo assim lá mesmo, mas ai nego transforma a discussão em pixação, Hugo Chavéz , etc. Mto mal intencionado.
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A formatação do meu post não entrou e não to conseguindo editar, mas relevem, pls.
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Entao, eu concordo com vc em linhas gerais. Eu so acho que essa integracao toda que eh necessaria eh mto complicada de fazer, principalmente pq o metro eh do estado (alias, pq diabos isso eh do estado e nao da prefeitura?).
Eu entendo esse conceito de forcas as pessoas a parar de usar o carro, mas ai tem que ter outra opcao, ne? Eu sei que esse eh o plano, mas o timing disso eh importante pra caralho, pq se vc fuder os carros antes do resto estar funcionando de maneira ok a coisa desanda.
Sobre Toquio e Londres, eles ja tem um metro absurdamente maior que SP e tem densidade populacional menor. SP tem 7.7k/km2, Londres tem 5.3 (45% a menos) e Toquio tem (30% a menos).
Outra coisa eh que essa parte de que a bicicleta ocupa menos espaco eh um mito. Obvio que ela ocupa menos espaco numa analise simplista, mas ela transporta menos pessoas/tempo, que eh o que importa no final das contas. Enfim, eu acho do caralho a ideia de usar bicicleta, mas vejo isso como a cereja do bolo numa cidade ja bem resolvida com o transporte publico de massa e nao como uma das principais solucoes. IMO ele ta botando mta ficha nisso ai, contando que vai conseguir integrar tudo e que a ideia vai vingar.
Mas de forma geral gostei bastante das coisas que ele disse e da postura dele (ouvi outras entrevistas tb). So to com medo que ele se perca no processo, mesmo como boas intencoes.
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Qdo eu fiz meu post aqui eu nem sabia quem eram os entrevistadores po. Eu so vi que tinha sido na Jovem Pan.
Sobre os grafites, acho legal, mas porra, isso ta mto mto longe de ser prioridade ne? Eu nao sei qto tempo o Haddad perde com esse assunto, mas espero que nao seja mto.
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Sim, eu concordo com o que vc falou, mas mesmo pensando no longo prazo eh dificil imaginar. Pra ficar sussa de ir do ponto A pro ponto B, como vc falou, MTA coisa tem que mudar. E nao eh so a mentalidade nao. Metro/onibus tem que estarem preparados pra receber uma grande quantidade de pessoas de bicicleta. Em cidades com densidade populacional menores, isso eh bem tranquilo. Vc poe aquele rack na frente dos onibus e quem ta de bike coloca a bike la. So que em cidades assim vc sempre ve uma ou duas bicicletas ali. E em SP teria que ser numa escala maior.
Mesma coisa pro metro. Hoje em dia ele ja eh lotada PRA CARALHO. Desincentivando o uso de carros, essa lotacao iria aumentar. Se vc pensar que boa parte desse pessoal vai estar levando uma bicicleta junto, fica impossivel.
Enfim, meu principal ponto eh que bicicleta nao eh transporte de massa. Eh so um alternativa pra cidades que ja tem uma boa malha de transporte de massa.
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'Se temos o maior espetáculo do planeta, agradeça à contravenção', diz Neguinho - Agência Estado - UOL Notícias
Neguinho da Beija Flor nos dando uma bela explicação.
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