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Primeiramente nós temos que entender o que é patrimonialismo.
Na fundamental obra escrita pelo monstro sagrado do Direito, Raymundo Faoro, Os donos do poder - Formação do patronato político brasileiro, percebemos que o Estado não garante aquela ordem jurídica impessoal e universal que permitem aos agentes econômicos avaliarem a melhor forma de desenvolverem livremente suas potencialidades, haja vista a intervenção estatal na economia ser uma constante realidade. Sem o Estado, o capitalismo brasileiro não existiria.
De uma forma bastante acadêmica, Faoro explica como surge historicamente o Estado patrimonialista brasileiro. A wikipedia fez um resumo da obra:
Raimundo Faoro
Indo um pouquinho mais além, o engraçado é que Faoro não distingue a sociedade em classes, mas sim em estamento burocrático (camada não econômica, que Max Weber, O cara da sociologia, estuda com afinco) e o resto, resto este que abrange os proprietários e os não proprietários. Ou seja, nesta visão, a distinção de classes sociais se dá apenas subsidiariamente.
No âmbito da ciência política, patrimonialismo nada mais é do que "a característica do Estado que não possui distinções entre os limites do público e do privado", típico do absolutismo.
Patrimonialismo
Eu escrevi tudo isso pra te tentar passar a noção que a classe alta, na minha visão, não é meritocrática pois ela não possui suas riquezas por questão de "merecimento", mas pq, na experiência brasileira, historicamente se aproveitou da estrutura absolutista trazida por Portugal na época colonial. A Coroa Portuguesa era quem concedia a propriedade individual. E assim ocorreu esse capitalismo politicamente orientado e que explica a origem histórica dessa "classe alta" aí.
tl;dr
Última edição por Fonteles; 12-11-2013 às 01:48.
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Fonteles,
Você não acha que está generalizando bastante?
Hoje o país possui uma elite empresarial pujante que se forjou sem as tetas generosas do Estado.
Empresas como Spoleto, Cacau Show, Ricardo Eletro, Pague Menos, Casas Bahia , SBT e até o banco Bradesco , entre outras foram criadas por pessoas que não são herdeiros deste patrimonialismo.
Acho injusto colocar um rótulo pejorativo genérico em nossa elite como se não houvesse inúmeras empresas e fortunas amealhadas com bastante mérito em nosso país.
Última edição por Dellbono; 12-11-2013 às 02:05.
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Dellbono,
N estou sendo pejorativo com a "nossa elite". E é engraçado ver vc insistir na palavra "mérito". Realmente essas empresas foram muito competentes na gestão de seus negócios. Mas pq elas mereceram ter essas fortunas amealhadas? Pq essas empresas são dignas, ou devem ter o direito para tanto? Se vc buscar a definição de merecer no dicionário, perceberá que não faz sentido utilizar essa palavra para explicar a formação das grandes empresas nacionais.
E da aonde vc tirou a informação que as elites empresarias não se beneficiaram do Estado?
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Não mencionei a elite tradicional, mas a parte que não herdou fortunas e rompeu barreiras sociais em virtude do seu empreendedorismo e competência.
Quanto a sua pergunta, eu a devolvo de forma invertida: Por qual motivo um empreendedor bem sucedido não pode tornar-se rico? Você não acha merecida a fortuna destas pessoas?
O que o Estado deveria fazer com estas riquezas? Confiscar, além dos impostos que cobra, para redistribuir a renda?
Que eu saiba ainda vivemos num regime capitalista e estes empresários, em que pese terem largado nesta corrida em posições bastante desfavoráveis, superaram várias barreiras e geram riquezas e empregos para o país.
Última edição por Dellbono; 12-11-2013 às 03:50.
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Que papo de bêbado esse sobre a meritocracia. Contei uns mil tipos diferentes de definições sendo usadas. Alguns falam sobre limões, outros sobre rabanetes. Ambos são comestíveis, mas ainda assim não são a mesma coisa.
Pensando 'tecnicamente', a meritocracia é um HU disputado entre dois regs de mesmo ROI - ou equivalente - numa amostragem gigante e o melhor vence.
Pensando socialmente, a meritocracia é uma prova eliminatória de subir em árvores feita por um macaco e uma tartaruga.
Os que dizem que a meritocracia é boa, estão pensando no primeiro exemplo. E estão certos, obv.
Os que dizem que a meritocracia é ruim, estão pensando no segundo exemplo. E estão certos, obv.
O problema da meritocracia é que ela é usada como justificativa desonesta e merda pelos detratores das medidas assistencialistas e/ou niveladoras, tais como sistemas de cotas, Bolsa-Família, etc..., para dizer que elas são ruins. Já cansei de ler um monte de gente despejando ignorância dizendo: "...o cara é pobre por que é vagabundo, um monte de gente ralou pra caralho, estudou tanto pra ser médico/eng/astronauta e merece ganhar bem, ter 2 empregados, escola bilíngue pros filhos..."
Assim como é usada da mesma forma pelos detratores do capitalismo para dizer: "...tá vendo só, cheio de nego na miséria por causa dessa meritocracia..."
Um monte de falácias vestidinhas de argumentos e o senso comum se fodendo.
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Havia clicado no texto do Augusto Nunes que alguém linkou aqui (Um texto sobre os programas do PT e sobre o IBGE ter mudado a categoria de alguns lugares de 'Favela' para 'Aglomeração Subnormal' - provavelmente o @Dellbono linkou, sorry se não foi) e tô voltando só pra dizer:
O AN escreve um texto desse por ser extremamente estúpido ou ele é desonesto? A Veja deixa um texto no seu site por ser estúpida ou incompetente?
Eu sempre tento utilizar a Navalha de Hanlon (Nunca atribua à malícia o que pode ser adequadamente explicado pela estupidez.), mas fica difícil pra caralho às vezes, sério.
Que suposições estúpidas que ele faz.
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