hahahaha você não deveria pedir o meu comentário aqui, o Kennedy Alencar é o jornalista mais bem informado sobre o petismo.
Mas diante da provocação eu farei um comentário breve e alguns palpites. A primeira coisa é que o povo tá muito sedento por uma renovação nos quadros políticos. O PT demorou bastante a iniciar essa renovação e o PSDB, incompetente como sempre na política, ainda nem começou.
Por incrível que pareça, o Lula ainda me parece o político mais moderno do PT. Digo isso pela clareza da compreensão sobre a política contemporânea e a capacidade de oferecer respostas aos seus desafios. O mesmo acontece com o PSDB cujo político mais moderno é o FHC, um homem já de 80 anos, e o resto é velharia e oportunismo, à exceção do Alckmin que me desperta admiração pelo seu espírito republicano.
Quanto ao PSDB eu acho que dá pra entender a razão de não terem começado a renovação. O PSDB é um partido ideologicamente corrompido e aí sem um consenso programático fica difícil dar a partida. Grande parte da responsabilidade por isso se deve ao Serra. O Serra com seu oportunismo se aliou à direita reacionária e assimilou parte de sua pauta ultraconservadora quando lhe pareceu conveniente para buscar mais votos e ao mesmo tempo rejeitou o programa tradicional do partido para tentar convencer o eleitor que poderia ser mais petista do que o próprio PT caso o elegessem. Eu não sei se você vai lembrar disso, mas na campanha presidencial de 2010 o Serra prometeu ampliar o Bolsa Família para números absurdos naquele momento, muito além das promessas do próprio PT. Até os petistas reconheciam que era inviável a proposta. No desespero ele começou a fazer promessas irrealizáveis, porque o Serra é isso, um homem dominado por uma obsessão (ser presidente), e aí coerência pra ele é lixo sempre e quando preservá-la puder representar um obstáculo para o seu objetivo.
Do lado do PT eu até gosto desses nomes aí, todos tem suas virtudes, mas nenhum deles, à exceção do Lindberg, mostrou ainda capacidade de brilhar com luz própria e andar com as próprias pernas. O Haddad faz um bom governo e eu gosto muito dele, mas os seus maiores desafios foram resolvidos pelo Lula. O Padilha também me agradou na condução política do Mais Médicos, mas tem que provar muita coisa ainda. O Lindberg Farias é um político arrojado pra caramba, sem dúvida o mais "político" entre todos esses nomes, mas a história dos políticos cariocas me deixa com um certo pé atrás, então prefiro os dois primeiros nomes. A Gleise é mais ligada à Dilma, não tenho nada contra ela, mas como não gosto muito da Dilma isso já faz com que eu não seja o maior torcedor da Gleise.
A era dos políticos com grife parece estar ficando para trás. Nego pode achar que não, mas uma mística, um charme pessoal, tem a sua importância. São essas coisas que acendem a esperança, alimentam o debate, envolvem as pessoas e aumentam o interesse na própria política. É a importância da liderança.