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A Lei de Cotas é de 2012... E eu acho que o objetivo da lei não é apenas dar mais diplomas, né? O diploma seria apenas o meio.
Vou falar de orelhada e de experiência própria, mas acho que essa lei aí é de 2012 deve ser uma "uniformização" das cotas e obrigando todas as universidades públicas. Mas existiam cotas antes sim. Em 2007 eu prestei vestibular e tinha cota racial e para quem tinha feito o ensino médio em escola pública.
Em 2009 prestei novamente, para outra universidade e também tinham cotas, inclusive para indígenas - que na minha turma não preencheu e a vaga "caiu" para a cota racial.
E quando eu entrei na universidade já haviam bolsas/programas que visavam a manutenção dos alunos mais pobres como um auxílio em parcela única para instalação e outros mensais de acordo com as finanças familiares - que entram no pacote de "ações afirmativas".
Tinham algumas universidade que adotavam (a primeira é de 205 +ou-),mas em 200 não tinha nenhuma. E "ações afirmativas" em lato sensu assim sempre houve.
De todo jeito, meu ponto não é esse, é como avaliar se cota deu certo ou não. Que vai aumentar número de negros na universidade é óbvio. Mas o objetivo nunca foi essa, isso seria apenas o meio de reduzir as desigualdades econômicas. Nos EUA, os dados que eu já vio não suportam essa tese (depois de mais de 40 anos de cotas).
Além disso, como medir os efeitos colaterais?
É a mesma pergunta de como medir o efeito colateral da legalização da maconha.
É uma pergunta ruim, porque não tem resposta.
O que tem que medir é o efeito colateral atual. O efeito colateral de uma etnia consumidora fora do ensino acadêmico a gente já conhece.
E entrar com cota é um passo, não se sai da universidade com cota, então pera lá.
Meus pontos principais foram ignorados.
Sobre efeito colateral do identitarismo, eu já vejo um atual, comum a Brasil e EUA
Foram ignorados, por isso eu negritei. Foram ignorados porque não respondem a questão principal que eu como ser humano e negro estão levantando. Se a cota não serve, como se resolve o fato de que a sociedade brasileira enxerga o individuo negro como sub humano? Pode destruir qualquer teoria com dados, mas apresenta uma solução concreta. Já temos a certeza que uma etnia que foi escravizada e que na sociedade contemporânea se encontra encurralada, só tem a violência como recurso.
Eu imagino que deva ser difícil entender, mas luta contra o racismo, não tem relação com o identitarismo. Identitarismo é um fenômeno contemporâneo, liderado pela classe média caucasiana.
A luta contra o racismo é só um ser humano pedindo o direito de ser visto como tal.
Não tem solução fácil, não se muda a percepção sem mudar a realidade. E a mudança da realidade definitivamente não passa por separar a sociedade por etnia.
Essa ideia de que, se não há uma solução definitiva, qualquer solução vale, é exatamente o que os bolsonaristas fazem com a cloroquina. Se a cota não funciona, que se acabe com a cota. Especialmente porque ela viola o princípio da igualdade (não, negro não é substancialmente menos capaz que branco, asiático ou whatever, então não tem que ser tratado diferentemente).
Eu lembro que discuti isso aqui com você em 2012 e você falou que era só temporário, que era um paliativo, etc. Hoje em dia não fizeram nada do que é realmente necessário para melhorar o problema (investir mais na educação básica), e ninguém cogita acabar com as cotas.
A sociedade já é separada por etnia. Não entendo qual a dificuldade de entender isso.
Comparar cota com cloroquina me parece bem desonesto. Sim a etnia negra é substancialmente menos capaz em uma sociedade racista, não é menos capaz biologicamente falando, mas se torna menos capaz quando em uma sociedade baseada em competição, uma etnia inteira não tem acesso a mesma educação. Falo educação só pra ficar em uma situação tangível, os efeitos psicológicos do racismo ainda não são completamente compreendidos, mas não é difícil concluir que viver uma vida inteira tendo que provar seu valor como ser humano, não faz bem pra ninguém.
A educação igual na base é a solução, mas não é só isso. Educação necessita de um lar estável, que é em grande parte construído com pais capazes de gerar uma renda suficiente pra que a atenção da criança/adolescente não se volte pra problemas que ela não pode resolver. Eu continuo achando que cota é uma situação paliativa, mas como você mesmo disse, a solução não é fácil. Não da pra meter uma geração de cotas e concluir que não funcionou.
Não sou a favor de lugar de fala, mas também acho pesado alguém que não tem conhecimento ficar falando o que acha tirando do sovaco.
Pra você poder opinar com acuidade nesse assunto, você precisa entender primeiro o que é racismo e principalmente os efeitos que isso causa no ser humano.
A sociedade não é necessariamente dividida por etnias.
A princípio, o ser humano é refratário a estranhos por questões evolutivas, outros grupos humanos que não o nosso clã sempre foram ameaças. Por isso, questões como xenofobia e racismo sempre vão existir, fazem parte do nosso "molde" evolutivo. Mas isso não é determinístico como você sugere. Pelo contrário, via de regra, sociedades em que convivem diferentes povos e etnias tendem a se desenvolver mais, porque historicamente intercâmbio cultural gera riqueza e prosperidade.
Então tem dois caminhos. Fortalecer essas ligações estilo-clã (que é o identitarismo em sentido amplo) ou tratar todos como seres humanos, e portanto, como iguais. Pra mim, a primeira gera atraso e a segunda, desenvolvimento. E acho que a sociedade moderna é prova disso. Você pode falar que o negro hoje sofre muito com racismo, mas, se colocar em perspectiva, não dá pra negar que teve uma evolução absurda no século XX exatamente pela igualdade perante a lei. Tá tudo bem? Não, tem muito que melhorar, mas pra mim é evidente que esse é o caminho certo.
Quanto à parte do lugar de fala, já disse mais uma vez que eu acho uma bobagem completa. Lugar de fala é, em português claro, querer ser juiz de causa própria. E eu não me preocupo nem um pouco com virtue signaling e com aceitação pelo grupo, então não me constranjo com esse tipo de argumento. Quem quiser me achar um babaca, que ache, mas não vou defender uma ideia que eu acho errada por pena (até porque me parece uma falta de respeito), ou pra parecer bonzinho. Agora, pra dizer que eu tô falando pelo sovaco, você tem que me dar argumentos racionais. Argumento sentimentais não me pegam.