O Presidente só cumpre recomendações médicas quando serve pra fugir de debate eleitoral.
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Você levantou um ponto interessante, e temos que ficar de olho nisso porque aparentemente é algo que o governo federal tá apostando. Deixa o pau quebrar pra tentar minimizar o dano político da recessão, e ao mesmo tempo facilitar a imposição de medidas extremas (estado de sítio, com restrição de liberdades individuais, por exemplo). Eu acho evidente que todo princípio e direito é relativo, e uma crise de saúde pública pode ser um motivo razoável para limitar temporariamente algumas liberdades individuais. Mas o preço da liberdade é a eterna vigilância, então você tá certíssimo em levantar essa questão (inclusive quanto às medidas de governos locais).
E, apesar do argumento estar sendo usado politicamente pelo governo federal, eu me preocupo MUITO com as consequências econômicas da recessão que inevitavelmente virá, e acho pertinente discutir até que ponto uma quarentena prolongada possa ser mais prejudicial do que medidas menos extremas. Por dois fatores. O primeiro é que isolar totalmente a população e zerar o contato não é uma solução. O objetivo não é zerar o contágio, é controlá-lo. Segundo porque as consequências de uma quarentena prolongada podem ser piores do que um contágio descontrolado. E eu não tô minimizando as mortes, com essa desculpa idiota de de que quem morre já tem doença preexistente (quantos porcento da população são hipertensos, diabéticos, ou portadores de doenças respiratórias?). Meu medo é de que morra muito mais gente em função de um possível caos social decorrente de crise econômica e desabastecimento do que em função da pandemia.
Porque não se trata de uma pandemia que pode aniquilar a humanidade, o que justificaria qualquer medida extrema. Estamos lidando com uma pandemia que tem potencial pra causar caos social, mas ele pode vir do desespero decorrente da falência dos sistemas de saúde, ou de uma crise econômica, ou de um desabastecimento. Ou seja, a discussão é sobre saber quão amargo o remédio tem que ser, pra que ele não mate o paciente. Então é lógico que é bizarro minimizar o problema, tratando as mortes como efeito colateral, mas não podemos achar que isso signifique que temos que fazer qualquer sacrifício.
Pelo que eu tenho lido, é evidente que o isolamento é necessário, ao menos por 2 ou 3 semanas, até porque a simples redução do contato social tem um efeito exponencial (inverso?), e permite que os assintomáticos não transmitam a doença enquanto adquirem imunidade. Mas não pode ser visto como solução, ainda mais por tempo indeterminado. Se fosse possível isolar todo mundo e zerar o contágio, ainda assim estaríamos só postergando a solução definitiva do problema. Temos é que olhar para os casos de "sucesso", como Coreia do Sul e Japão, pra que medidas mais ativas e menos traumáticas sejam aplicadas e evitem os "efeitos colaterais" de longo prazo - e as medidas aparentemente são testar extensivamente e isolar os casos positivos e radicalizar nas medidas de higiene, inclusive uso de máscaras filtrantes. E esse prazo de isolamento serviria até para essa avaliação. Mas tem sim que preocupar com os efeitos econômicos, e ignorar isso por questões politico-ideológicas também é prejudicial. Menos que apostar no caos pra ganhar dividendos políticos, mas também errado, IMO.
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Isso não tem nada a ver com capitalismo, Irineu. Se uma aldeia indígena se tranca na oca e para de caçar e coletar, eles vão passar fome em dois ou três dias. O capitalismo atá de dá uma gordura pra lidar com a crise. E os países responsáveis que realmente praticam um estado social, como a Alemanha, que vinha sendo criticada pelo excesso de ortodoxia, hoje têm fôlego pra tomar atitudes anticíclicas muito mais fortes, sem comprometer sua capacidade de honrar com seus compromissos.
Mas essa crise trouxe um certo choque de realidade pros "liberais" de última hora, que acham que o mercado é resposta pra tudo e que o Estado é sempre ruim. Já os liberais históricos, responsáveis, tão mitigando suas crenças em razão da situação excepcional:
https://www.pbs.org/newshour/show/ec...-like-this-one
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Isso é um problema e distorce pros dois lados. O subdiagnóstico aumenta a mortalidade (tá dividindo o número de mortos por um número subdimensionado de casos), mas não considerar que muitos dos que já foram diagnosticados ainda podem morrer diminui esse número. A verdade é que estamos trabalhando em cima de dados pouco confiáveis, o que deixa tudo mais difícil
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EXCLUSIVO: ABIN FALA EM 5,5 MIL MORTES EM 15 DIAS ENQUANTO BOLSONARO CHAMA COVID-19 DE HISTERIA
Pra quem vier com "ain, o Intercept isso ou aquilo", tem o documento da ABIN na íntegra na matéria.
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Sim, de certa forma eu até entendo o subdiagnóstico no número de casos, o melhor é que as pessoas não se dirijam ao hospital para serem testadas se não tiverem em situação que requeira atendimento hospitalar. Mas o subdiagnóstico em número de mortos é inaceitável, não testar pessoas que estão morrendo com sintomas claros de coronavirus é um absurdo, é um descaso tanto com os familiares que nunca saberão a causa real do falecimento quanto com a população que nunca saberá a dimensão real da epidemia.
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