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Tópico: [Política] - O andamento e as decisões de nossos governantes

  1. #46651
    Chip Leader
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    Criticam trump mas o cara tá lá dando emprego, sendo mil vezes melhor que o presidente negrinho da galere. Mas o cara é homofóbico, machista, misógino... A grande preocupação da esquerda é q ele come prostituta... oh céus...

    Olha esses textos querendo defender ao invés de analisar porque chegou nessa situação. Nenhum momento critica a falta de compromisso do PT, nenhum momento analisa o crescimento de bolsonaro,

    pq ele cresceu?
    Pq o pessoal está revoltado?
    Onde o PT errou pra ter este erro?
    Pq o PT está diminuindo?


    Da mesma forma que a galera cansou com FHC e veio Lula, hoje a galera cansou do discurso do PT...

    Simples... Renovação...

    Bolsonaro tem tudo pra apresentar números iguais ao de lula ou até melhor.... Vai ser mais um momento que a esquerda vai passar vergonha. Igualzinho q tá rolando nas américas com trump.
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  2. #46652
    Chip Leader
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    Continua Fonteles postando textões dos seus filósofos parciais da esquerda.

    Um deles dizia que bolsonaro seria um fracasso não pelo que ele é, mas porque no congresso ninguém vai apoiá-lo.

    Agora tem uma vice do PSDB declarando apoio, 30% da bancada parlamentar ruralista 100% apoiando bolsonaro, novas figuras políticas apoiando, aumentou bancada do PSL.

    Vai postando os textos pra passar mais vergonha.


    Foi assim com o mlk da habibs q o pebavermelho ficou bravasso, mas depois q o mlk morreu cheirando lolô e ainda quebrando um JEEP no estacionamento pq tava drogado todo mundo esqueceu...

    Marielle é outra bandida, não tem provas mas quem é que mata assim do nada... Aí vê o passado histórico e começa concluir que andou fazendo merda em favela....

    É sempre assim, vai postando pra passar vergonha.
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  3. #46653
    World Class Avatar de brunoarbo
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    Citação Postado originalmente por Cleber2b Ver Post
    Continua Fonteles postando textões dos seus filósofos parciais da esquerda.

    Um deles dizia que bolsonaro seria um fracasso não pelo que ele é, mas porque no congresso ninguém vai apoiá-lo.

    Agora tem uma vice do PSDB declarando apoio, 30% da bancada parlamentar ruralista 100% apoiando bolsonaro, novas figuras políticas apoiando, aumentou bancada do PSL.

    Vai postando os textos pra passar mais vergonha.


    Foi assim com o mlk da habibs q o pebavermelho ficou bravasso, mas depois q o mlk morreu cheirando lolô e ainda quebrando um JEEP no estacionamento pq tava drogado todo mundo esqueceu...

    Marielle é outra bandida, não tem provas mas quem é que mata assim do nada... Aí vê o passado histórico e começa concluir que andou fazendo merda em favela....

    É sempre assim, vai postando pra passar vergonha.
    Temos um Xeroque Rolmes por aqui.
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  4. #46654
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    O Lula tá preso, BABACA.
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    @Cleber2b,

    estou postando argumentos, meu querido. Apresente fatos contraditórios de maneira organizada e coerente que a gente debate. Vamos aproveitar enquanto a gente ainda pode divergir.

    Pode expressar aí as suas angustias e razões que o induz a votar no Bolsonaro. A gente troca essa ideia, desde que haja respeito mútuo.

    Abraço.
    Última edição por Fonteles; 09-10-2018 às 10:50.
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  5. #46655
    Banido
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    O Lula tá preso, BABACA.
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    Do Dr. Idelber Avelar:

    "Relato de experiências em grupos bolsonaristas de Whatsapp


    Passei as duas últimas semanas da campanha do 1˚ turno infiltrado em grupos bolsonaristas de Whatsapp, tentando roubar-lhe votos, sempre em conversas privadas, fora do grupo, iniciadas com eleitores que me pareciam mais suscetíveis à dúvida. Não sei quanto sucesso tive, mas acredito ter lhe tirado, sim, algumas poucas dezenas de votos. Relatar essa experiência, a quem interessar possa, é o objetivo das linhas que seguem.


    1. A primeira convicção que se instalou em mim, cristalina, é que era necessário despir-se um pouco da arrogância de quem acha que já entendeu tudo. O bolsonarismo é uma articulação inédita da extrema-direita, que não se parece com nada que conhecíamos antes. Sabemos que ele é extremista, autoritário e violento o suficiente para ser perigoso, mas ele é também uma série de outras coisas para muita gente. Não tenho nenhum problema em caracterizar Bolso como fascista, mas essa palavra, com um eleitor, não vai lhe ajudar em nada.


    2. As conversas em que creio ter tido mais sucesso foram aquelas em que falei menos. Ouvir, ouvir, ouvir foi sempre o melhor caminho. Essa escuta me mostrou que os epítetos com que os eleitores de Bolso são rotulados (racistas, machistas, homofóbicos etc.) cumprem um papel bem pequeno na motivação do voto. As preocupações com segurança pública, sim, aparecem com frequência. O horror ao sistema político também tem destaque. A pauta anti-corrupção é constante. E, em primeiríssimo lugar, disparado, o anti-petismo. Esses me parecem ser os motivadores principais do voto em Bolso. As declarações misóginas, racistas e homofóbicas me parecem funcionar muito mais como uma espécie de "grito de torcida", que energizam a base e a mantêm acesa. Isso não as torna menos graves, é óbvio. Apenas tornam-as menos relevantes na hora da persuasão.


    3. Muitos já notaram uma obviedade: o Brasil não tem 49 milhões de fascistas. Mas o Brasil tem, sim, 49 milhões de anti-petistas. Esse fenômeno para você é odioso, inexplicável, inaceitável, coisa de gente burra? Anti-petismo para você é sinônimo de fascismo? É melhor você parar por aqui e desistir de ganhar voto, porque você não vai persuadir ninguém. O anti-petismo é um fenômeno real, enraizado na sociedade, com razões que se remontam ao próprio petismo. "Ah, mas o PT governou sem ameaçar as instituições democráticas! Os bancos ganharam tanto! Empresa nenhuma foi estatizada!" Sim, concordo, mas você não entenderá o anti-petismo olhando apenas a forma como o PT governou. Você terá que olhar também a forma como o PT falou, tagarelou, rotulou, discursou, fez campanha eleitoral como se fosse um partido bolchevique, etiquetando até Marina Silva como "direita fascista". Essa dinâmica entre atos de governo e atos de fala é a necessária para se entender o anti-petismo, porque o jogo duplo começou a cobrar seu preço: as pessoas não são burras e sacaram a contradição entre governar como se fosse Sarney e tagarelar como se fosse Lênin. Em suma: ou Haddad será um candidato supra-partidário, de uma frente democrática, ou não há a menor chance.


    4. Não se chegará a lugar nenhum contra Bolso sem reconhecer que o discurso do golpe foi amplamente derrotado no debate livre que ocorreu na sociedade brasileira. O exemplo perfeito aqui é a campanha de Dilma Rousseff ao Senado em Minas. Toda a sua campanha foi ancorada no discurso do golpe. Tudo o que ela disse ao longo da campanha foi que "as urnas darão uma resposta ao golpe". De nada ela falou, a não ser de gópi gópi gópi. Tendo sido Presidente do Brasil por um mandato e um terço, ela concorreu contra Carlos Viana, jornalista com zero experiência política, Rodrigo Pacheco, do DEM, um partido há tempos inexpressivo em Minas, e Dinis Pinheiro, uma nulidade do minúsculo Solidariedade. Ficou atrás dos três, em quarto lugar, com 15% dos votos em uma eleição de duas vagas. Recebeu um dos mais claros e sonoros NÃO que um eleitorado já enfiou nas fuças de um político conhecido. Falar de gópi com o eleitor, a estas alturas, é pedir para perder.


    5. O bolsonarismo se articula como um rizoma, uma rede descentralizada, um formigueiro em que indivíduos vão produzindo montagens, memes, notícias falsificadas, paródias. Algumas delas (como a falsa notícia de que Haddad teria distribuído mamadeiras em forma de pênis) viralizam para milhões de pessoas. Nesse terreno, a contra-argumentação é inútil. É preciso falar na mesma linguagem. É inacreditável, por exemplo, que até hoje não se tenha feito nada com o vídeo em que Bolso confessa ter estuprado galinhas e cabras.


    6. Bolso é deputado há 28 anos e nunca fez nada que preste, mas passou a expressar a revolta contra o sistema político. Recebeu doações da JBS, está na lista de Furnas e utilizou de forma pouco ética o auxílio moradia, mas passou a simbolizar a luta contra a corrupção. Está no terceiro casamento, traiu a esposa (coisas que a mim, obviamente, não interessam em absoluto) e terminou um divórcio com ameaças de morte, mas passou a representar a postura "cristã". Foge da briga como um covarde, mas passou a ser o emblema do eleitorado "machão". Sempre votou em favor de um nacionalismo tosco e em defesa de corporações, mas herdou o eleitorado da centro-direita liberal privatizante. Foi explorando esses furos, essas incoerências, que acredito ter puxado alguns votos dele para Daciolo, Amoêdo, Alckmin ou Ciro, dependendo do interesse de cada eleitor.


    De resto, a tarefa é inglória mesmo. Haddad é boa pessoa, mas péssimo candidato. O partido ao qual ele é filiado é detestado por metade do eleitorado. Ele tem se comportado como representante de um líder que é amado por 30% da população, mas está preso e é odiado por outros 50%. O tsunami Bolso parece uma daquelas desgraças cuja hora chegou, mas não nos está dada a possibilidade de não lutar. E o terreno é lá mesmo, no Whatsapp. Todo mundo aqui tem um parente bolsonarista. Todo bolsonarista conhece algum outro bolsonarista em um grupo de Whatsapp, que pode te pôr lá dentro em contato com eleitores volúveis. Os grupos se proliferam como coelhos, e é possível que você seja expulso de algum, mas haverá outros. É a única chance que vejo.


    Como disse uma amiga, chegamos a uma inacreditável situação: o futuro de nossa democracia e dos direitos humanos no Brasil pode estar dependendo de o PT aprender a usar o Whatsapp. É o que tenho a contribuir."
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  6. #46656
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    vem cá. qual seria o lado podre do Amoedo?
    vi umas críticas aqui neste tópico. achei que a forma como ele conduz o partido e o ideal de mudança(extinguindo as imoralidade dos benefícios dos políticos) bem boa. to perdendo algo aqui?
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  7. #46657
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    Citação Postado originalmente por Fonteles Ver Post
    Citação Postado originalmente por Picinin Ver Post
    *CONSTITUIÇÃO*
    - Bolsonaro: respeito e obediência à constituição (pág 6)
    - Lula/Haddad: Estabelecer um novo processo constituinte para aumentar o poder do estado (pág 6)
    *PRESÍDIOS*
    - Bolsonaro: Prender e deixar na cadeia quem tiver cometido crimes (pág 30) e acabar com a progressão de pena e saída temporária (pág 32)

    Num item ele fala em respeito à CF e na outra propõe medida já definida como inconstitucional...

    Sobre respeito à Constituição, é bom lembrar também que o Bolsonaro já propôs aumentar o número de ministros do STF para 21 (de forma que ele nomearia 10 de uma vez só, medida de cooptação do Judiciário idêntica à tomada pela Hugo Chávez, a quem o "mito" já disse admirar, em 2004). Já o Mourão já falou em autogolpe e Constituição não democrática.

    E sobre impostos, o Bolsonaro promete zerar o déficit fiscal em um ano e ainda vai baixar impostos? Vai fazer o quê? Imprimir dinheiro? Ou vender as estatais todas por 50X o valor de mercado?
    Isso daí só pode ser bravata. É impossível zerar o déficit fiscal em 4 anos, imagine em 1.

    Então, Picinin, o que você acha deste argumento, da revista The Intercept? Apesar de ser um veículo com tendências claras, eu acho que a crítica que o jornalista levantou é verossímil.



    "A campanha de Bolsonaro fala, por exemplo, em zerar o déficit primário – o prejuízo nas contas públicas – em 2019 e gerar um superávit no ano seguinte. Ou seja: Em 2017, o déficit primário foi de R$ 124 bilhões. Para 2018, a previsão é que ele chegue a quase R$ 150 bilhões. Isso é muito preocupante.


    Como Paulo Guedes fará isso é uma gigantesca incógnita. A única pista é quando ele diz: “Esse processo de redução de dívida será reforçado com a realização de ativos públicos.” Em outras palavras, venda de estatais e privatizações.


    Essa é uma afirmação que faz transparecer todo o despreparo da equipe de econômica de Bolsonaro.


    Qualquer cidadão brasileiro alfabetizado sabe que, após quase 40 anos de debates em torno da necessidade de privatizações no Brasil (algo que data pelo menos desde o governo Sarney), em apenas um ano de mandato (supondo que ele seja democrático) não é possível privatizar sequer o cafezinho servido nas repartições. Que dirá uma estoque de ativos capaz de gerar caixa da ordem de R$ 150 bilhões. Para se ter uma ideia, a venda de 80% da Embraer, em julho, rendeu apenas 10% desse valor – R$ 15 bilhões.


    Trata-se de uma mistura assustadora de inocência e ignorância.


    Mas o plano é ainda mais ousado. Fala-se em “reduzir em 20% o volume da dívida por meio de privatizações, concessões, venda de propriedades imobiliárias da União e devolução de recursos em instituições financeiras oficiais que hoje são utilizados sem um benefício claro à população brasileira.”


    Pois bem: a dívida pública brasileira é de R$ 3,7 trilhões. Os 20% descritos pelo plano equivalem a R$ 740 bilhões de reais – o dobro do valor da Petrobrás, que costuma ocupar o posto de maior empresa do Brasil, para se ter uma ideia.


    Não há possibilidade de se fazer um ajuste de R$ 150 bilhões no espaço de um ano através da venda de ativos da União. Então, como último e mais óbvio recurso, só caberá ao governo Bolsonaro (toc toc toc na madeira) reduzir gastos.


    Se assim o fizer, provavelmente produzirá a maior recessão de nossa história.


    Em uma economia mal saída da recessão como a nossa, um ajuste fiscal tão abrupto e de tal magnitude, implicaria numa derrubada ainda maior nos níveis de consumo e investimentos, públicos e privados, componentes fundamentais do PIB."

    https://theintercept.com/2018/09/20/bolsonaro-economia/
    Em linhas gerais, eu concordo.

    Sobre privatizações, é só olhar o caso da Eletrobras. O governo praticamente arquivou a iniciativa em razão das dificuldades jurídicas e políticas de fazê-lo. Falar em levantar centenas de bilhões com privatizações em um ano é ficção. Além de ser inexequível, o valor mercado de todas elas não chega aos valores falados pelo Guedes.

    Na sabatina do Paulo Guedes na Globonews, ele fala sobre esse assunto durante meia hora e entra em contradição o tempo inteiro. Fora isso, o próprio Bolsonaro rejeita privatizar as estatais mais valiosas, como Petro, BB e Caixa.

    Além disso, ora se fala em usar o dinheiro das privatizações para zerar déficit, ora pra pagar a dívida. Parece que estatal é um supertrunfo, que gera receitas infinitas.

    Em suma, o plano econômico não me parece ter consistência nenhuma.

    Sobre cortar gastos, é bom lembrar que nosso orçamento é completamente engessado com despesas obrigatórias, então não tem muita margem de manobra.

    E além de tudo, ele vai ter perda de arrecadação, já que fala em corte de impostos. A conta não fecha.

    Engraçado é que quando o Pochmann, que é um completo mentecapto, fala em zerar déficit com imposto sobre grandes fortunas com alíquota de 1%, todo mundo ri e aponta que a ideia não tem pé nem cabeça - e não tem mesmo. Mas quando o Guedes propõe zerar déficit em um ano, reduzindo imposto, o "mercado" bate palma e acredita.
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  8. #46658
    Chip Leader Avatar de Taleb
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    Citação Postado originalmente por Picinin Ver Post
    Citação Postado originalmente por Fonteles Ver Post
    Citação Postado originalmente por Picinin Ver Post
    *CONSTITUIÇÃO*
    - Bolsonaro: respeito e obediência à constituição (pág 6)
    - Lula/Haddad: Estabelecer um novo processo constituinte para aumentar o poder do estado (pág 6)
    *PRESÍDIOS*
    - Bolsonaro: Prender e deixar na cadeia quem tiver cometido crimes (pág 30) e acabar com a progressão de pena e saída temporária (pág 32)

    Num item ele fala em respeito à CF e na outra propõe medida já definida como inconstitucional...

    Sobre respeito à Constituição, é bom lembrar também que o Bolsonaro já propôs aumentar o número de ministros do STF para 21 (de forma que ele nomearia 10 de uma vez só, medida de cooptação do Judiciário idêntica à tomada pela Hugo Chávez, a quem o "mito" já disse admirar, em 2004). Já o Mourão já falou em autogolpe e Constituição não democrática.

    E sobre impostos, o Bolsonaro promete zerar o déficit fiscal em um ano e ainda vai baixar impostos? Vai fazer o quê? Imprimir dinheiro? Ou vender as estatais todas por 50X o valor de mercado?
    Isso daí só pode ser bravata. É impossível zerar o déficit fiscal em 4 anos, imagine em 1.

    Então, Picinin, o que você acha deste argumento, da revista The Intercept? Apesar de ser um veículo com tendências claras, eu acho que a crítica que o jornalista levantou é verossímil.



    "A campanha de Bolsonaro fala, por exemplo, em zerar o déficit primário – o prejuízo nas contas públicas – em 2019 e gerar um superávit no ano seguinte. Ou seja: Em 2017, o déficit primário foi de R$ 124 bilhões. Para 2018, a previsão é que ele chegue a quase R$ 150 bilhões. Isso é muito preocupante.


    Como Paulo Guedes fará isso é uma gigantesca incógnita. A única pista é quando ele diz: “Esse processo de redução de dívida será reforçado com a realização de ativos públicos.” Em outras palavras, venda de estatais e privatizações.


    Essa é uma afirmação que faz transparecer todo o despreparo da equipe de econômica de Bolsonaro.


    Qualquer cidadão brasileiro alfabetizado sabe que, após quase 40 anos de debates em torno da necessidade de privatizações no Brasil (algo que data pelo menos desde o governo Sarney), em apenas um ano de mandato (supondo que ele seja democrático) não é possível privatizar sequer o cafezinho servido nas repartições. Que dirá uma estoque de ativos capaz de gerar caixa da ordem de R$ 150 bilhões. Para se ter uma ideia, a venda de 80% da Embraer, em julho, rendeu apenas 10% desse valor – R$ 15 bilhões.


    Trata-se de uma mistura assustadora de inocência e ignorância.


    Mas o plano é ainda mais ousado. Fala-se em “reduzir em 20% o volume da dívida por meio de privatizações, concessões, venda de propriedades imobiliárias da União e devolução de recursos em instituições financeiras oficiais que hoje são utilizados sem um benefício claro à população brasileira.”


    Pois bem: a dívida pública brasileira é de R$ 3,7 trilhões. Os 20% descritos pelo plano equivalem a R$ 740 bilhões de reais – o dobro do valor da Petrobrás, que costuma ocupar o posto de maior empresa do Brasil, para se ter uma ideia.


    Não há possibilidade de se fazer um ajuste de R$ 150 bilhões no espaço de um ano através da venda de ativos da União. Então, como último e mais óbvio recurso, só caberá ao governo Bolsonaro (toc toc toc na madeira) reduzir gastos.


    Se assim o fizer, provavelmente produzirá a maior recessão de nossa história.


    Em uma economia mal saída da recessão como a nossa, um ajuste fiscal tão abrupto e de tal magnitude, implicaria numa derrubada ainda maior nos níveis de consumo e investimentos, públicos e privados, componentes fundamentais do PIB."

    https://theintercept.com/2018/09/20/bolsonaro-economia/
    Em linhas gerais, eu concordo.

    Sobre privatizações, é só olhar o caso da Eletrobras. O governo praticamente arquivou a iniciativa em razão das dificuldades jurídicas e políticas de fazê-lo. Falar em levantar centenas de bilhões com privatizações em um ano é ficção. Além de ser inexequível, o valor mercado de todas elas não chega aos valores falados pelo Guedes.

    Na sabatina do Paulo Guedes na Globonews, ele fala sobre esse assunto durante meia hora e entra em contradição o tempo inteiro. Fora isso, o próprio Bolsonaro rejeita privatizar as estatais mais valiosas, como Petro, BB e Caixa.

    Além disso, ora se fala em usar o dinheiro das privatizações para zerar déficit, ora pra pagar a dívida. Parece que estatal é um supertrunfo, que gera receitas infinitas.

    Em suma, o plano econômico não me parece ter consistência nenhuma.

    Sobre cortar gastos, é bom lembrar que nosso orçamento é completamente engessado com despesas obrigatórias, então não tem muita margem de manobra.

    E além de tudo, ele vai ter perda de arrecadação, já que fala em corte de impostos. A conta não fecha.

    Engraçado é que quando o Pochmann, que é um completo mentecapto, fala em zerar déficit com imposto sobre grandes fortunas com alíquota de 1%, todo mundo ri e aponta que a ideia não tem pé nem cabeça - e não tem mesmo. Mas quando o Guedes propõe zerar déficit em um ano, reduzindo imposto, o "mercado" bate palma e acredita.
    Pelo que entendi do que li e assisti até agora do Paulo Guedes e outros que estão envolvidos na equipe econômica:

    - A venda de estatais será para pagamento da dívida e não para zerar deficit. Ele tem consciência de que não privatizará tudo que quer nem no tempo que gostaria, ele exagera ao máximo pra puxar a régua pro lado dele
    - Redução de impostos virá ao longo dos 4 anos de governo, não será a primeira medida, primeiro corrige o déficit e depois reduz impostos. A própria reforma tributária será aplicada de maneira gradual;
    - Dará prioridade pra Reforma da Previdência, e fará um corte geral de gastos do governo (redução de ministérios e tal)
    - Fim da maioria das desonerações

    Também não consegui chegar no valor necessário pra eliminar o déficit em um ano, nesse caso tenho duas hipóteses, a primeira é que ele faz como no item 1 e fala que vai acabar em um ano, pra forçar zerar o déficit no menor prazo possível, ou então ele espera que as medidas acima (fim das desonerações, corte de gastos, reforma da previdência) tragam confiança, aumentando a atividade econômica e consequentemente a arrecadação, mas nessa segunda hipótese ele está contando com o ovo no cu da galinha.

    Do ponto de vista econômico o que mais me preocupa é aquele sistema tributário baseado no sistema bancário (parecido com cpmf), mas ao que tudo indica estão trabalhando com a hipótese do IVA também. Tomara que mudem de ideia.
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  9. #46659
    Chip Leader Avatar de Taleb
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    Aliás, uma das coisas que mais me irrita no nosso sistema político é essa perseguição pra tentar encontrar falhas e distorcer as propostas econômicas dos adversários.

    Aí os dois lados não dão detalhes do que pretendem fazer com medo que seus opositores utilizem alguma brecha pra criticar e a gente fica as cegas sem saber detalhes de nenhum dos dois candidatos justamente pq é politicamente melhor não detalhar.
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  10. #46660
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    Citação Postado originalmente por Cezar Teixeira Ver Post
    Aliás, uma das coisas que mais me irrita no nosso sistema político é essa perseguição pra tentar encontrar falhas e distorcer as propostas econômicas dos adversários.

    Aí os dois lados não dão detalhes do que pretendem fazer com medo que seus opositores utilizem alguma brecha pra criticar e a gente fica as cegas sem saber detalhes de nenhum dos dois candidatos justamente pq é politicamente melhor não detalhar.
    Muitas vezes nem precisa distorcer, os planos são tão frágeis que são derrubados com mera aritmética. Foi o caso do Pochmann co o IGF. Mas, sinceramente, eu acho que não apresentam plano detalhado porque realmente não têm. No caso do segundo turno, esse parece ser o caso das suas equipes.

    BTW, me falaram que o Bolsonaro defendeu, na live que ele fez domingo à noite, as desonerações. Quero ver como vai ser o embate entre o Dilmo e o Paulo Guedes, que já foi desautorizado diversas vezes na campanha, num eventual mandato.
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