Postado originalmente por
Fonteles
Postado originalmente por
Picinin
*CONSTITUIÇÃO*
- Bolsonaro: respeito e obediência à constituição (pág 6)
- Lula/Haddad: Estabelecer um novo processo constituinte para aumentar o poder do estado (pág 6)
*PRESÍDIOS*
- Bolsonaro: Prender e deixar na cadeia quem tiver cometido crimes (pág 30) e acabar com a progressão de pena e saída temporária (pág 32)
Num item ele fala em respeito à CF e na outra propõe medida já definida como inconstitucional...
Sobre respeito à Constituição, é bom lembrar também que o Bolsonaro já propôs aumentar o número de ministros do STF para 21 (de forma que ele nomearia 10 de uma vez só, medida de cooptação do Judiciário idêntica à tomada pela Hugo Chávez, a quem o "mito" já disse admirar, em 2004). Já o Mourão já falou em autogolpe e Constituição não democrática.
E sobre impostos, o Bolsonaro promete zerar o déficit fiscal em um ano e ainda vai baixar impostos? Vai fazer o quê? Imprimir dinheiro? Ou vender as estatais todas por 50X o valor de mercado?
Isso daí só pode ser bravata. É impossível zerar o déficit fiscal em 4 anos, imagine em 1.
Então, Picinin, o que você acha deste argumento, da revista The Intercept? Apesar de ser um veículo com tendências claras, eu acho que a crítica que o jornalista levantou é verossímil.
"A campanha de Bolsonaro fala, por exemplo, em zerar o déficit primário – o prejuízo nas contas públicas – em 2019 e gerar um superávit no ano seguinte. Ou seja: Em 2017, o déficit primário foi de R$ 124 bilhões. Para 2018, a previsão é que ele chegue a quase R$ 150 bilhões. Isso é muito preocupante.
Como Paulo Guedes fará isso é uma gigantesca incógnita. A única pista é quando ele diz: “Esse processo de redução de dívida será reforçado com a realização de ativos públicos.” Em outras palavras, venda de estatais e privatizações.
Essa é uma afirmação que faz transparecer todo o despreparo da equipe de econômica de Bolsonaro.
Qualquer cidadão brasileiro alfabetizado sabe que, após quase 40 anos de debates em torno da necessidade de privatizações no Brasil (algo que data pelo menos desde o governo Sarney), em apenas um ano de mandato (supondo que ele seja democrático) não é possível privatizar sequer o cafezinho servido nas repartições. Que dirá uma estoque de ativos capaz de gerar caixa da ordem de R$ 150 bilhões. Para se ter uma ideia, a venda de 80% da Embraer, em julho, rendeu apenas 10% desse valor – R$ 15 bilhões.
Trata-se de uma mistura assustadora de inocência e ignorância.
Mas o plano é ainda mais ousado. Fala-se em “reduzir em 20% o volume da dívida por meio de privatizações, concessões, venda de propriedades imobiliárias da União e devolução de recursos em instituições financeiras oficiais que hoje são utilizados sem um benefício claro à população brasileira.”
Pois bem: a dívida pública brasileira é de R$ 3,7 trilhões. Os 20% descritos pelo plano equivalem a R$ 740 bilhões de reais – o dobro do valor da Petrobrás, que costuma ocupar o posto de maior empresa do Brasil, para se ter uma ideia.
Não há possibilidade de se fazer um ajuste de R$ 150 bilhões no espaço de um ano através da venda de ativos da União. Então, como último e mais óbvio recurso, só caberá ao governo Bolsonaro (toc toc toc na madeira) reduzir gastos.
Se assim o fizer, provavelmente produzirá a maior recessão de nossa história.
Em uma economia mal saída da recessão como a nossa, um ajuste fiscal tão abrupto e de tal magnitude, implicaria numa derrubada ainda maior nos níveis de consumo e investimentos, públicos e privados, componentes fundamentais do PIB."
https://theintercept.com/2018/09/20/bolsonaro-economia/