Bolsonaro quer recriar imposto nos moldes da CPMF
Paulo Guedes falou sobre o pacote tributário que deve implementar caso o candidato seja eleito
Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e seu assessor econômico Paulo Guedes
Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e seu assessor econômico Paulo Guedes - Reuters
19.set.2018 às 2h01
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O economista Paulo Guedes, que comandará o Ministério da Fazenda caso Jair Bolsonaro (PSL-RJ) seja eleito, anunciou na terça (18), para uma plateia restrita, o pacote tributário que pretende implementar no governo.
CAIXA 2
Guedes quer recriar um imposto nos moldes da CPMF, que incide sobre movimentação financeira, pretende criar uma alíquota única do IR (Imposto de Renda) de 20% para pessoas físicas e jurídicas —e aplicar a mesma taxa na tributação da distribuição de lucros e dividendos.
TAXA ZERO
Por outro lado, estuda eliminar a contribuição patronal para a previdência, que incide sobre a folha de salário —que tem a mesma alíquota, de 20%.
POUCOS
As revelações foram feitas a um grupo reunido pela GPS Investimentos, especialista em gestão de grandes fortunas. O publicitário Roberto Justus era um dos convidados.
AO LADO
Guedes afirmou que está sendo auxiliado pelo economista Marcos Cintra —foi ele que o convenceu, por exemplo, a criar um imposto nos moldes da CPMF.
NO FIM
Cintra confirma o teor das propostas e diz estar finalizando o projeto de reforma tributária. O novo imposto sobre movimentações financeiras se chamaria CP (Contribuição Previdenciária) e seria destinado a financiar o INSS.
BALANÇA
Segundo ele, a equipe defende o modelo de capitalização para a Previdência. O atual, no entanto, seguiria existindo paralelamente. Para garantir a sua solvência, seria criada a contribuição.
NÃO, OBRIGADO
Na conversa na GPS, Guedes contou que Dilma Rousseff o convidou para ser ministro da Fazenda em 2015. Ele não aceitou.
ALÔ?
Guedes afirmou ainda que sempre foi bem tratado pela imprensa. Mas foi só anunciar apoio a Bolsonaro que as coisas mudaram. Disse que recebeu telefonema até de João Roberto Marinho, do Grupo Globo, com ressalvas à sua opção.
IRREAL
O telefonema, segundo interlocutores de Marinho, nunca existiu —nem, muito menos, qualquer crítica.