[Política] - O andamento e as decisões de nossos governantes

[sopro]

Não foi nesse sentido que eu disse e sim que haverá um novo ensino médio, isso terá custos, mas já foi anunciado o corte na educação - ou seja, vai cortar o dinheiro do ensino fundamental e/ou do superior, ou não vai cortar nada e fica pro repasse municipal, que não teve aumento e com a inflação julgo que vai diminuir, que aí a prefeitura terá que tirar de outro lugar..

Não sou contra congelar se for feito de maneira inteligente. Você estabiliza gastos em setores que são mais previsiveis, diminui orçamento de áreas não prioritárias, faz auditoria nas autarquias e aí com um teto você pensa no orçamento. Agora, você não cria um aumento de demanda financeira (novo ensino médio) pra uma área prioritária que já está sucateada (educação), diminui o orçamento dessa área (-10%) e pra cereja do bolo aumenta verba destinada pro supérfluo do supérfluo (exército, foguete e aeroporto) - tudo isso antes de congelar.

[moscow]

@Picinin

Acho que nisto entra o cerne da questão: você pode na marra tentar alterar as estruturas do rentismo e as distorções tributárias ou na marra cortar na seguridade social.

O cálculo pode ser político - quem tem mais condição de fazer barulho - e a resposta é bem óbvia, ou sobre o que de falto é melhor para o país como um todo.

Há uma conta a ser paga, sem dúvida. Nenhum desses ajustes vai sair imune para todos, caso houvesse essa alternativa já teria sido tomada.

Todos são livres para escolher a medida que lhe parece melhor, claro, agora, essa campanha de que nada disso vai afetar ninguém e é uma proposta excelente para todos os segmentos do país é bastante sacana.

[Kleber]

Não foi nesse sentido que eu disse e sim que haverá um novo ensino médio, isso terá custos, mas já foi anunciado o corte na educação - ou seja, vai cortar o dinheiro do ensino fundamental e/ou do superior, ou não vai cortar nada e fica pro repasse municipal, que não teve aumento e com a inflação julgo que vai diminuir, que aí a prefeitura terá que tirar de outro lugar..

Não sou contra congelar se for feito de maneira inteligente. Você estabiliza gastos em setores que são mais previsiveis, diminui orçamento de áreas não prioritárias, faz auditoria nas autarquias e aí com um teto você pensa no orçamento. Agora, você não cria um aumento de demanda financeira (novo ensino médio) pra uma área prioritária que já está sucateada (educação), diminui o orçamento dessa área (-10%) e pra cereja do bolo aumenta verba destinada pro supérfluo do supérfluo (exército, foguete e aeroporto) - tudo isso antes de congelar.

Eu concordo, mas ai acho que a briga tem que ser na LOA.

Btw, esse governo vai até 2018, a PEC é por 20 anos. Não dá pra pensar que ela é uma má ideia apenas por conta da atual LOA.

[Picinin]

@sopro

aí você já tá discutindo outra questão, achei que tava falando da PEC.

@moscow

não é estrutura do rentismo, é estrutura de financiamento do Estado. Se o Brasil começa a vender título da dívida pública a 1% de juro real, vai ser difícil captar a quantidade de dinheiro necessária para fazer a máquina do Estado em funcionamento. Claro que é importante melhorar o perfil da dívida, mas, pra isso, você precisa criar as condições gradativamente. SE baixa a SELIC para 8% na marra, ninguém mais compra. Aí o governo vai ter que se virar pra conseguir dinheiro. E vai ter que fazer tomar empréstimos com instituições financeiras, sabe-se lá a que custo.

A reforma da previdência não visa economizar para agora, ou pra amanhã. Ela visa economizar pro longo prazo. Hoje, a expectativa do brasileiro gira em torno dos 75,mas daqui a 20 anos vai ter subido. E as contas da previdência têm que considerar isso. A turma que tá no governo tem seus 70 e poucos e tá aposentada a 20 anos. Tão há 20 anos recebendo aposentadoria, quando se esperava que eles já estivessem mortos a 10 anos. Não dá pra ignorar a demografia.

Eu não acho a proposta de limitação de gastos é necessária e, se bem feita, benéfica a todos. Resta saber se vão cortar de onde podem e devem (aposentadorias de servidor, aumentando tempo de contribuição dos mais novos, reduzindo os custos de privilégios de servidores e políticos, aumentando a eficiência dos gastos, etc), ou se vão reduzir onde não devem (financiamento do SUS, por exemplo).

[moscow]

Então, se um governo quiser cortar gastos, porque ele não divulga e debate seu programa e quando eleito ele executa?

No caso atual, um governo temporário, em uma situação bastante singular, está executando um programa nunca discutido, passando no bom e velho toma lá da dá de Brasília.

Não há como falar em urgência, uma vez que as medidas econômicas até agora se limitarem a aumentar a previsão de gastos para o ano e a vigência completa dessa PEC só iniciaria em 2018, isto é, no próximo governo.

A eleição é justamente o momento de haver um debate com a sociedade sobre o tipo de país que se pretende construir.

Não?

[Tche_88]

Essa PEC é uma vitória da direita, dos defensores do Estado menor. Essa PEC diminui o tamanho do Estado. Diminui o Estado de bem-estar social.

A PEC não corta gastos de setores específicos, mas corta os gatos totais e consequentemente vai acabar cortando gastos de todos os setores com o tempo, inclusive saúde e educação. Teoricamente não precisa cortar dessas áreas, mas na prática será cortado.

Os custos aumentam e portanto os serviços prestados serão diminuídos e não congelados.

Uma proposta melhor para a esquerda e que teria o efeito bem parecido seria aprovar uma emenda na lei de responsabilidade proibindo o governo de ter déficit. Muitos achavam que a LRF já fazia isso, mas vimos que não faz. Dessa forma o Estado de bem-estar social poderia continuar crescendo sem causar desequilíbrio nas contas.

[moscow]

@Picinin

Não sou especialista na área, mas no texto que quotei página passada há o seguinte levantamento sobre esse "financiamento":

Os títulos públicos brasileiros são hiperindexados e recebem generosos juros reais. Negociados diariamente, são um ente híbrido, uma dessas jabuticabas que só existem aqui: rendem como se fossem uma poupança premiada, mas têm a mesma liquidez da moeda. Nossa economia funciona, pois, com dois tipos de moeda: a comum, à qual todos têm acesso e que se desvaloriza no ritmo da inflação, e a financeira, que, além de protegida, dá lucro certo, sem passar pelas operações da economia real. Nessas condições, será mesmo que o setor privado financia o governo, ou ocorre justamente o contrário? Quem, afinal, financia quem?


E bem, seja como for, acho que há medidas intermediárias entre cortar 6 pontos da Selic e manter no nível em que está.

[Kleber]

Então, se um governo quiser cortar gastos, porque ele não divulga e debate seu programa e quando eleito ele executa?

No caso atual, um governo temporário, em uma situação bastante singular, está executando um programa nunca discutido, passando no bom e velho toma lá da dá de Brasília.

Não há como falar em urgência, uma vez que as medidas econômicas até agora se limitarem a aumentar a previsão de gastos para o ano e a vigência completa dessa PEC só iniciaria em 2018, isto é, no próximo governo.

A eleição é justamente o momento de haver um debate com a sociedade sobre o tipo de país que se pretende construir.

Não?

Concordo que foi muito rápido e meio ilegítimo. Todavia, não existe muito isso de discutir com a população. A maioria não entende nada de economia ou Direito Financeiro.

[Tche_88]

Então, se um governo quiser cortar gastos, porque ele não divulga e debate seu programa e quando eleito ele executa?

No caso atual, um governo temporário, em uma situação bastante singular, está executando um programa nunca discutido, passando no bom e velho toma lá da dá de Brasília.

Não há como falar em urgência, uma vez que as medidas econômicas até agora se limitarem a aumentar a previsão de gastos para o ano e a vigência completa dessa PEC só iniciaria em 2018, isto é, no próximo governo.

A eleição é justamente o momento de haver um debate com a sociedade sobre o tipo de país que se pretende construir.

Não?

O projeto é do governo, mas quem vota é o legislativo que foi eleito pelo povo.

A PEC tem efeito imediato pois muda as expectativas do mercado, o juro cai, se não me engano já caiu, com isso diminui o quanto se paga para manter a divida, ou seja, ao contrário do que falam, essa medida não beneficia os rentistas.

[moscow]

Então, se um governo quiser cortar gastos, porque ele não divulga e debate seu programa e quando eleito ele executa?

No caso atual, um governo temporário, em uma situação bastante singular, está executando um programa nunca discutido, passando no bom e velho toma lá da dá de Brasília.

Não há como falar em urgência, uma vez que as medidas econômicas até agora se limitarem a aumentar a previsão de gastos para o ano e a vigência completa dessa PEC só iniciaria em 2018, isto é, no próximo governo.

A eleição é justamente o momento de haver um debate com a sociedade sobre o tipo de país que se pretende construir.

Não?

Concordo que foi muito rápido e meio ilegítimo. Todavia, não existe muito isso de discutir com a população. A maioria não entende nada de economia ou Direito Financeiro.

Provavelmente nem os deputados entendem de fato, mas isso nunca impediu ninguém de ter opinião sobre qualquer assunto...