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Picinin
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DiegoSestito
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Picinin
Não entendi a zoeira. Qual é o problema de deixar a pessoa decidir se nazismo e escravidão são bons ou ruins?
O problema está no professor ter que abordar material que diga que o Nazismo ou a Escravidão foram bons.O que implica necessariamente em alguém ser obrigado a ler propaganda nazista pra crianças e adolescentes mesmo que ele não queira fazer isso.
E fazer propaganda de outras doutrinas pode? IMO, é perfeitamente possível explicar todos esse assuntos com imparcialidade. Fazer propaganda nazista é tão ruim quanto fazer propaganda antinazista, IMO. Eu não acho que o professor não tá lá para dizer o que é bom ou ruim, e nem pra fazer o que ele quer.
O que ele tem que fazer é contextualizar o surgimento do nazismo, que ganhou popularidade por conseguir superar um longo período de depressão econômica causado pela derrota na 1ª Guerra e pelas condições impostas pela Tratado de Versalhes (e o nazismo teve méritos econômicos). Que era um regime ditatorial, totalitário, e com um forte componente xenófobo. Que surgiu em uma época em que o nacionalismo era exacerbado em toda a Europa em razão dos diversos conflitos étnicos-nacionais que culminaram na primeira guerra. Que se assemelhava a regimes políticos contemporâneos como o fascismo na Itália, o Franquismo na Espanha, o Salazarismo em Portugal, ou o Estado Novo no Brasil. Mas que tinha um componente xenófobo ainda maior, possivelmente potencializado pelo clima de rivalidade causado pelas pesadas sanções impostas pelos aliados à Alemanha, inclusive a invasão do principal parque industrial alemão pelos franceses para assegurar pagamento de dívidas de guerra. Que esse xenofobia chegou a um paroxismo com a criação dos campos de concentração e o genocídio de milhões de judeu. Ou seja, descrevendo os fatos, ao invés de fazer propaganda de qualquer doutrina política, ou de tentar valorar.
Da mesma forma pode-se explicar que o escravagismo é um regime econômico que era comum desde a pré-história até pouco tempo atrás. Que existia na mesopotâmia, no Egito, na Grécia, em Roma e em quase todas as sociedades antigas. Que o escravo era propriedade do seu senhor, e muitas vezes tratado como objeto. Que não tinha o mesmo status social ou direitos dos cidadãos livres. Que perdeu popularidade no ocidente com o início da Idade Média e foi substituído pelo feudalismo, e apontar as diferenças e semelhanças entre os dois. Explicar que ele voltou a fazer parte da cultura ocidental com as grandes navegações, quando os principais impérios africanos começaram a trocar seus escravos com os portugueses. Que isso evoluiu e os portugueses começaram a caçar escravos na África, e que os escravos negros constituíram a principal fonte de mão de obra nas colônias espanholas e portuguesas nas Américas. Explicar que a sociedade ocidental passou a enxergar a escravidão como algo imoral. Que a escravidão foi sendo abandonada, e que o Brasil foi um dos últimos países a proibi-la E por aí vai.
Não é fazer propaganda de nenhum dos lados, é simplesmente mostrar os dois lados e deixar o aluno fazer os julgamentos por conta própria.