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@DiegoSestito
pois é, nós concordamos que todo mundo deveria tentar ser imparcial, mas os professores e pedagogos não. O Paulo Freire, que é incensado pelos nossos professores e pedagogos - apesar de nunca sequer ter tentado abordar a pedagogia de forma científica, apenas fez doutrinação ideológica - diz que "saber que ensinar não é transferir conhecimento é fundamentalmente
pensar certo", e inúmeras vezes repete que "ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra. Não posso estar no mundo de luvas nas mãos constatando apenas. A acomodação em mim é apenas caminho para a inserção, que implica decisão, escolha, intervenção na realidade", e que "não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura".
Nossos professores concordam. Tem uma pesquisa clássica da UNESCO, em que perguntaram aos professores quais as "finalidades mais e menos importantes a serem alçadas pela educação". Formar cidadãos conscientes foi considerado o mais importante por 72% e menos importante por 0,9%. Já proporcionar conhecimentos básicos foi considerado o mais importante por apenas 8,9% e o menos importante por impressionantes 21,4%. Pra mim, é muito claro que é essa a razão de nossos alunos serem tão fracos em matemática e português. E eu duvido muito que nego que é analfabeto funcional e não entende conceitos básicos de matemática vá virar um cidadão consciente algum dia na vida. Vai ser massa de manobra até morrer.
O exemplo da Guerra do Paraguai foi só pra mostrar como o ensino tá impregnado de ideologia. Essa turma que eu citei fez um revisionismo para que a história coubesse na ideologia deles. O Chiavenato chegou ao auge da desonestidade intelectual de botar a culpa da Guerra do Paraguai na Inglaterra (pra caber na ideologia de opressores x oprimidos) sem NENHUM respaldo documental. NADA, ZERO. Pelo contrário, os documentos mostravam que não havia qualquer interferência da Inglaterra.Mas nossos professores compraram a história porque se enquadrava na visão de mundo maniqueísta que eles adotavam. Não se trata de uma interpretação hegemônica ter sido substituída, foi uma visão fictícia, criada, e que foi adotada pelas nossas escolas por questões meramente ideológicas.
Quanto à forma de fazer isso, não é questão de censurar professor (que não deve ter "liberdade completa" pra "dizer o que quiser"; ele tá ali trabalhando e tem que dizer o que tá no currículo). É questão de ter mais critério na seleção dos livros didáticos, nas nomeações para o MEC (que deveriam ser técnicas, e não ideológicas) e na própria orientação dos professores. Como eu te mostrei acima, eles tão cagando pra conteúdo, o negócio é "formar cidadãos".
A falinha sutil é a do aquecimento global? É a ela que eu tô me referindo.
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Parte do texto da PL Escola sem Partido:
Dizer que isso é um combate a Doutrinaçao Ideologica, e nao o inverso numa vertente fascista, é de lascar!"Art. 3º. São vedadas, em sala de aula, a prática de doutrinação política e ideológica bem como a veiculação de conteúdos ou a realização de atividades que possam estar em conflito com as convicções religiosas ou morais dos pais ou responsáveis pelos estudantes."
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É idiota, mas não é doutrinação ideológica.
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Não vejo nenhuma diferenca nesse artigo em relacao a lei de alguns Estados Islamicos.
Outra coisa: voce ironiza uma tal ideologia esquerdista que reduz tudo ao discurso oprimido X opressor.
Voce provavelmente deve discordar da ideia de imperialismo dos EUA.
Acontece que o imperialismo deles é um fato.
Eles zoaram pra caralho a America Latina inteira.
O imperialismo é um fato geopolitico sem contestacao por muitos economistas e historiadores sérios e respeitados.
Basta ver como se reformulou todo o rearranjo geopolitico depois da segunda guerra, atraves da coercao economica realizada pelos EUA no mundo inteiro, mormente a Europa esfacelada.
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Não, eu não discordo de que houve/há imperialismo americano. Não sei de onde você tirou isso. Eu só discordo da ideia infantil e maniqueísta de que todos os problemas da América Latina são culpa dos opressores desenvolvidos, ou de que todos os problemas dos pobres são culpa dos ricos.
Mas entendo que é mais fácil pensar assim, além de simplificar muito um mundo que é altamente complexo, ainda é cômodo.
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O que você falou tem muito fundamento, mas tem vários fatores a serem considerados. A ideia que se tenta vender é a de que o papel da escola, e não do professor, é formar bons cidadãos. O professor funcionaria como uma pequena engrenagem em uma grande máquina... É esse tipo de coisa que se escuta na Faculdade de Educação (FAE).
Espera-se que o professor seja apenas um instrumento e que o conhecimento não venha necessariamente dele. A união entre professor, estudante e conteúdo é que deveria resultar no conhecimento. De certa forma, concordo com isso. O problema é que muita gente que está dando aulas de Didática na universidade nunca trabalhou, de fato, como professor. Nunca teve que preparar estudante para vestibular, nunca teve pressão por resultados, etc.
Você mencionou o problema dos nossos alunos, mas isso não é só um “privilégio” brasileiro. Na Inglaterra existe a mesma crítica ao sistema educacional. Principalmente, porque os resultados britânicos são inferiores aos de outros estudantes europeus. Além disso, existia uma recomendação para que os professores não corrigissem todos os erros em uma redação. A razão para isso: tentar não desestimular o estudante.
No ano passado, a BBC produziu um documentário comparando o sistema educacional chinês com o britânico e é muito interessante ver as diferenças nas abordagens. Particularmente, não acho o sistema chinês bom, pois acho que o papel do professor não deve se restringir somente à transmissão de conteúdo, no entanto, é possível ver como o outro sistema também falha quando se contenta em apenas formar bons cidadãos. Abaixo, o link do primeiro episódio, vale a pena para quem se interessa pelo assunto.
Sobre os livros didáticos, é mais ou menos o que você falou. Tem muita picaretagem envolvida. Tem escola que abandona livros comprovadamente bons porque embarcam em umas teorias lero-lero ou porque recebem algum tipo de incentivo... Isso vale para escolas particulares e públicas.
Enfim, a discussão é longa, mas o meu ponto é que ainda não vi um sistema educacional que realmente consiga combinar as duas coisas de forma eficiente. O fato de ambos apresentarem falhas abre a brecha para que a ideologia entre na história e comece a ter um peso muito maior nas decisões.
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Ta bom, eu até concordo que nao existe uma visao mais holistica por parte dos nossos educadores.
Entretanto essa visao holistica é algo dificilimo de ser executada.
Ela nao existe em educacao de país nenhum no nosso planeta.
Eu concordo que isso nao pode servir de alibi para a continuacao de uma educacao mediocre em qualquer país que busque elevar sua cultura.
Mas eu nao vejo aqui no Brasil um prejuizo tao grande assim como voce diz, mesmo em relacao a educacao de paises mais desenvolvidos.
Mesmo que haja simplicacoes grosseiras, elas nao deturpam tanto a realidade IMHO.
O peso do fator economico nas relacoes sociais é evidente.
Ele é de fato maior e fundante.
Uma visao mais holistica daria uma ideia mais clara das suas especificidades, no entanto nao revolucionaria tanto o que sabemos.
Outra coisa.
Eu acompanho o Karnal e posso dizer tranquilamente que ele nao tem nada de esquerdinha/esquerdopata.
Karnal é murista e tem inclusive enorme influencia de historiadores anglo-saxoes de visao mais liberal que combatem o esquerdismo.
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