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Picinin
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ekalil
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JoseIrineu
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JoseIrineu
Eu entendi o ponto dele e concordo. O que to falando eh que isso vai na mesma linha "otimista" que eu sempre defendi, de que nunca se matou tao pouco, a sociedade nunca foi tao civilizada, nunca houve tao pouco preconceito e assim por diante.
Assiste a entrevista ou leia o texto que vc vai ver que não tem nada a ver com otimismo e sim com realidade.
Haha, parece ate que invertemos de lado na discussao.
O que eu chamei de "otimismo" eh o fato de eu sempre ter defendido que as coisas, de forma geral, melhoraram mto ao longo das ultimas decadas. Eu normalmente usava numeros justamente pra rebater argumentos de pessoas que falam que o mundo ta uma merda. Pode ate estar uma merda, mas ja foi mto pior.
Entao eh isso que eu to falando. A corrupcao provavelmente diminuiu de forma geral no mundo todo pq hoje em dia eh mto mais facil fiscalizar, pq as pessoas evoluiram um pouco moralmente e por ai vai. Nesse sentido, eu concordo com o que ele diz.
O que eu acho ruim eh que esse discurso tenta ir contra a hipocrisia, mas acaba flertando com o conformismo. Descobriram esse escandalo na Petrobras? Grande coisa. Nas decadas passadas roubava-se mto mais. Po, ta tudo ok, entao?
Texto de hoje do Hélio Schwartsman falando de percepção da crise e que tem muito a ver com essa questão do "otimismo" que você está falando. E também tem muito a ver com o tópico:
Percepção e realidade
04/03/2015 02h00
SÃO PAULO - Que há uma crise forte pela frente é indiscutível, mas qual sua real gravidade? Dá para avaliar objetivamente o que virá?
A resposta, infelizmente, é negativa. Não temos informação suficiente para proceder a essa análise e, mesmo que tivéssemos, a economia é uma ciência precária demais para possibilitar previsões confiáveis. A psicologia, entretanto, oferece ferramentas, não para medir o tamanho da crise, mas para pelo menos tentar corrigir nossas percepções e expectativas em relação ao futuro.
Desde que os psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky mostraram nos anos 70 que, na hora de fazer escolhas, o cérebro recorre a truques que nada têm de objetivos, cientistas já identificaram quase 200 vieses cognitivos que afetam significativamente nosso modo de interpretar dados e avaliar situações.
Um dos principais obstáculos ao pensamento claro são nossas preferências políticas. Assim, se você é daqueles que têm restrições ao PT, comece subtraindo alguns pontos da escala de gravidade que atribui à crise. Analogamente, se você é simpático ao governo, pense que as coisas podem estar um pouco piores do que sugerem os comentários de Dilma Rousseff e seus ministros.
Outro ponto a considerar é que lidamos mal com eventos negativos. Nossa tendência natural é supervalorizá-los. Como observou Paul Rozin, basta uma barata para estragar o apelo de uma tigela cheia de deliciosas cerejas. E não há cereja que torne apetitosa uma tigela de baratas.
Acrescente-se a esse viés de negatividade as imperfeições de nossa memória e podemos jurar que a crise presente, pouco importando qual seja a sua gravidade real, é sempre pior do que as passadas.
Não pretendo com essas observações edulcorar as dificuldades econômicas, que são grandes. Meu objetivo aqui é só lembrar que nossa percepção do cenário, seja ela qual for, está muito provavelmente errada.