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João Grandão
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JHM
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João Grandão
vcs já viram aquele filme Zeitgeist ne?
é muita viagem aquilo?
Não é muita viagem, mas é esperar que, dentre todas as possibilidades, dê tudo errado. O que deve ser tido como uma ameaça presente e muito grave é a questão do desenvolvimento não sustentável. Sem dúvidas, se a produção e a noção de eficiência não começarem a levar a sério a degradação ambiental, o futuro será bem obscuro.
MAS, não adianta ficar pensando isso em escala global meu caro. Feliz ou infelizmente, não temos como controlar isso. Se informe, mas não fica se afundando muito nas teorias conspiratórias nem apocalípticas, isso só vai te fazer mal e não vai ajudar o mundo.
Se quiser ter contato com ideias inovadoras e construtivas, de gente que já se mobilizar em busca de uma construção social diferente, eis minha sugestão:
Coolmeia Ideias em Cooperação | Uma incubadora de ideias e soluções altruístas
Participa desse forum e dá uma lida nas ideias. O caminho do desenvolvimento socioeconomico sustentável, a meu ver, segue esse parâmetro.
Esse é o ponto amigo!
Mesmo se o mundo abraçasse a bandeira da sustentabilidade e do uso da tecnologia será que os recursos com o sistema atual seriam melhores divididos?
Nessa hora eu gostaria muito de saber mais sobre economia e politica financeira do estado para tentar saber onde está o ´´golpe´´
Bilhões de pessoas no mundo, muitas pessoas inteligentes e não conseguimos bolar um sistema melhor que parece pra mim ser meio parecido desde os tempos do império romano.
@
João Grandão
Meu caro, existem alguns pontos a serem estabelecidos.
Primeiro no que diz respeito a ideologias. Os posicionamentos do @
Bzerro, @
Tche_88 e os meus, até certo ponto, são ideológicos. O que isso quer dizer? São interpretações dos fatos históricos/sociais/econômicos que se baseiam em certas crenças que não são fatos. Ou seja, os fatos que conhecemos e podem ser provador vão até certo limite, a partir desse limite o que se cria é uma interpretação dos fatos, que não é provada (e talvez nunca seja). É depois desse limite que a discussão a respeito da "fatalidade do ser humano", dos "direitos mais importantes", da "evolução de sistemas", entre alguns outros temas que são complexos demais e que não possuem verdades preestabelecidas, apenas crenças, apenas interpretações baseadas em ideologias.
Isto posto, vejamos o seguinte:
Pelo que vejo, a ideologia dos outros dois colegas é libertária (não sei exatamente a corrente, mas arrisco dizer que é a escola de Chicago), ou seja, eles interpretam os fatos por algumas preconcepções (crenças baseadas em certas experiências), as quais podemos citar:
- a propriedade privada como bem mais importante a ser preservado (tanto pela ordem jurídica, quanto pela ordem social e econômica),
- mercado como entidade autoregulante e que praticamente não necessita de atuação estatal,
- a produtividade como objetivo maior a ser alcançado
- certo fatalismo em relação à humanidade (o homem é o lobo do homem).
Eu, de maneira diferente, acredito em outras preconcepções. Não possuo uma ideologia bem definida, mas sou influenciado, principalmente, por ideologias cooperativistas, constitucionais-democráticas, sustentáveis e de direitos humanos (apesar de ter influência libertária também).
Sendo assim, eu acredito em algumas preconcepções diferentes dos dois colegas.
- Acredito que o homem não seja o lobo do homem. Para mim, o homem é fruto do meio e pode ser tão construtivo quanto destrutivo, dependendo do que o meio oferecer para sua formação enquanto pessoa.
- Acredito também que a propriedade é uma invenção, não um direito natural. A propriedade não existia antes do homem e ela sequer existia, enquanto instituto definido, antes do Estado. Por isso não é o direito mais importante de todos, apesar de ter extrema importância enquanto direito fundamental na nossa sociedade.
- Acredito que pessoas são as coisas mais importantes. Que nós, enquanto seres humanos, somos quem temos que ser preservados mais do que qualquer outra coisa.
- Por isso, acredito também que o meio-ambiente seja outro fator de extrema importância, pois quanto mais degradado o meio-ambiente, mais sofre a humanidade.
- Por fim, não acredito que o mercado seja autoregulante. Acho que é por meio da regulação do Estado que o mercado pode alcançar os objetivos traçados pela sociedade (e que são expressos, na nossa sociedade, em nossa Constituição). Até mesmo porque o mercado não é democrático, mas a Constituição sim. Vale ressaltar, nesse ponto, que também acredito que a regulação estatal não pode ser arbitrária e que deve estimular a produção ao máximo, desde que essa produção não seja contrária aos objetivos estabelecidos pela Constituição.
Isso é para tentar organizar melhor as ideias que estão sendo colocadas a você. Pra tentar deixar mais coerente a discussão e para que você entenda que, em grande parte, não estamos expondo fatos cientificamente verificados e infalíveis. Muitas das opiniões expostas são de cunho ideológico e não são dogmas irrecusáveis.
Agora vamos às questões que você pontuou, que responderei mais uma vez baseado em minhas ideologias e conhecimentos.
A sociedade é dinâmica (e isso é um fato). Isso faz com que contextos sociais e economicos inteiros mudem muito em determinados períodos de tempo. Essas mudanças, muitas vezes, exigem modificações estruturais e estas modificações nunca são 100% precisas. Elas contêm falhas. São dessas falhas que surgem crises, arbitrariedades entre outras mazelas. Portanto, não fique perplexo com tudo isso, pois são consequências de mudanças.
No que se refere a guerras e injustiças, isso tem diversos motivos, mas o capitalismo não é o criador. Novamente, guerras costumam ser frutos de grandes mudanças, nas quais a incongruência do passado com o presente são tão grandes, que rompem em guerras.
O mesmo serve para as injustiças, que em grande parte das vezes ocorre pela dificuldade de assimilação de mudanças, sendo pouquíssimos os casos de delinquência por uma pretensa "maldade" do indivíduo (como no caso dos psicopatas). Uma prova disso é o fato de sociedades mais estáveis serem menos violentas.
Sobre seu questionamento da modificação do sistema, mais uma vez: relaxe. As modificações do sistema acontecem com o tempo. O capitalismo, enquanto sistema, mudou muito do que era a 500 anos atrás e ele vai continuar mudando, e a história tem demonstrado que a mudança vem sendo pra melhor, IMO. Se um novo sistema romper com o atual, o mais provável é que ocorra de modo gradual e que a possível mudança da sociedade monetária, abordada pelo Zeitgeist, aconteça não por uma revolução ou quebra repentina, mas por obsolescência dos pilares que sustentam o sistema atual.
No mais, eu posso te dizer que, hoje em dia, vejo o progresso humano acontecer, e isso inclui nosso país. Nossa sociedade está com a democracia mais estável e com as instituições mais sólidas de sua história (e para que os partidaristas não se inflamem, esse período a que me refiro começa em 1988). Estamos desenvolvendo econômica e socialmente e isso tudo em números extremamente expressivos nos últimos 35 anos. O mundo também segue essa trilha, apesar da desigualdade ser um fator preocupante, assim como a degradação ambiental.
:)