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Tópico: [Política] - O andamento e as decisões de nossos governantes

  1. #10531
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    Já abordei neste espaço de opinião a curiosa e elucidativa posição dos candidatos à nova etapa de gerência do Brasil colônia, que estará em disputa eleitoral no ano que vem.
    Trata-se na verdade de uma ironia. Brasil colônia é apenas uma forma de mostrar o destino que está reservado ao país, de acordo com as posições defendidas por uma elite econômica e política carcomida, desvinculada de qualquer projeto de natureza popular e de defesa da nossa soberania.
    Dentre os candidatos à gerência do país – outra ironia, afinal presidente é o cargo máximo de países republicanos e independentes – Dilma Rousseff, a atual gerente, pleiteará a sua reeleição. Nesta condição, ela sofre pesada crítica dos demais possíveis candidatos. Para esses, a atual gerente estaria sendo leniente, frágil, na defesa do tripé macroeconômico dos juros altos, câmbio flutuante e superávit primário.

    A crítica ganhou maior força a partir dos resultados fiscais do último mês de setembro. Os números do Banco Central registraram, pelo segundo mês consecutivo, um déficit primário nas contas do governo federal. Este resultado compromete a própria meta do governo para o superávit primário neste ano de 2013, de 2,3% do PIB, para todo o setor público, o que inclui também as contas de estados, municípios e estatais. Até o mês de setembro, o superávit primário de todo o setor público atingiu 1,28% do PIB, distante, portanto, da meta almejada.
    Mas, afinal, qual a importância desse debate? Em que medida esse resultado compromete a economia do país?
    Primeiramente, há de se destacar que, se a referência maior de aferição de uma boa gestão econômica for a nossa Constituição e os deveres do Estado com a cidadania, nossa economia vai de mal a pior. Afinal, se, por exemplo, cotejarmos as responsabilidades do Estado no cumprimento do capítulo referente aos direitos sociais com o que de fato é efetivado verificaremos uma lacuna gigantesca entre o que se determina na chamada Carta Magna e o que é realizado.
    Além disso, são evidentes os problemas de infraestrutura logística do país e a falta de investimentos em áreas vitais ao bem-estar da população, como são os casos dos transportes públicos, da habitação popular, do saneamento ou da segurança pública.
    Entretanto, a relevância desse debate se relaciona à sustentação do modelo econômico que em linhas gerais se desenvolve no país, desde os anos 1990. Desde então, e a partir do objetivo de “se acabar com a inflação”, temos convivido com taxas reais de juros muito elevadas e um custo do dólar bastante reduzido. Por essa razão, o real quando lançado – em julho de 1994 – prometia manter uma paridade com a moeda norte-americana de um para um: um real deveria corresponder a um dólar.
    Foi um truque e tanto.
    Com o dólar barato e com a redução dos impostos sobre os produtos importados, a demanda interna do país por bens passou cada vez mais a ter uma contribuição decisiva, pelo lado da oferta, por produtos finais ou por peças e componentes estrangeiros, com custos muito competitivos, que passavam a ser montados em fábricas instaladas por aqui mesmo.
    É lógico que esse truque tem o seu preço e suas condições para poder ser realizado. A condição essencial é o país dispor de dólares suficientes para garantir essa dita paridade entre o real e o dólar. Juros reais elevados é uma maneira de atrair dólares para o país, especialmente se o nível da remuneração financeira oferecida for muito maior do que em qualquer outra parte do mundo.
    Outra forma de se atrair dólares é a oferta de negócios, de empresas lucrativas, sob ótimas condições de financiamento e com a garantia de mercados cativos. O papel das privatizações de empresas estatais, na era FHC, também obedeceu, portanto, a essas condições para sustentar o truque do “fim da inflação”. A privatização de empresas estatais, de concessionárias de serviços públicos - de empresas distribuidoras de energia elétrica até a área das telecomunicações - ou a venda de ações da Petrobrás na Bolsa de Nova York obedecia a essa funcionalidade do novo modelo de economia que se gestava e que exigia um colchão em dólares, para a garantia de sua sobrevivência. Um preço altíssimo ao país, que nesse processo perdeu instrumentos importantes de atuação do Estado, como foram os casos da Cia. Vale do Rio Doce, da Embratel, da Eletropaulo, entre outras empresas.
    Mas, esse custo também se refletiu na esfera social. O desemprego produzido significava a contrapartida de um modelo que – a pretexto de se combater a inflação – optava cada vez mais em contar com a entrada de produtos finais ou produção estrangeira para a garantia de taxas de inflação reduzidas.
    Mesmo com todos esses artifícios dos primeiros tempos de vigor do Plano Real, em 1998 o país quebrou, com a falta de dólares para dar prosseguimento ao modelo, de interesse e inspiração especialmente dos bancos e das multinacionais. Foi quando o Brasil e seu governo foram bater às portas do FMI, em busca de mais dólares, através de linhas de financiamento especiais.
    Foi nesse momento que, como exigência do FMI, abandonamos o regime de câmbio fixo, atrelado ao dólar. Passamos, assim, a adotar o chamado regime de câmbio flutuante, mas dentro de uma perspectiva de manter o real sobrevalorizado em relação ao dólar, como forma de garantir a competitividade dos importados em relação aos produtos de fabricação nacional, estratégia essencial do truque do “fim da inflação”.
    No plano da política monetária, traduzida pelas elevadas taxas reais de juros, o modelo foi sofisticado, com a adoção das chamadas metas de inflação e, no plano da política fiscal, a novidade foi a exigência do FMI para a adoção das metas de superávit primário, agora, como vemos, objeto de muita polêmica entre o governo e a oposição de direita.
    A ideia das metas de superávit primário é garantir um mínimo de recursos orçamentários do Estado que necessariamente venha a ser utilizado para o pagamento de apenas uma parte do pesado custo financeiro que o modelo econômico impõe ao país. É uma garantia, na verdade, de continuidade do esquema de funcionamento da economia que garante grandes vantagens aos rentistas e a todos os entes econômicos com acesso ao mercado financeiro internacional, especialmente as empresas multinacionais.
    Formalmente, o objetivo do superávit primário – que é o resultado da receita fiscal do Estado, descontada todas as despesas não financeiras – é permitir que tenhamos uma redução do peso da dívida do Estado em relação ao PIB do país. Porém, este é um objetivo meramente formal. Desde janeiro de 1999, quando passamos a cumprir esta exigência, o peso da dívida em títulos do governo saltou de algo equivalente a 35% do PIB (R$ 343 bilhões, dado de dezembro de 1998) para, atualmente, mais de 60% do PIB (mais de R$ 2,5 trilhões).
    Ora! Se anualmente não estamos gastando mais do que arrecadamos, tendo cumprido, entre os anos de 2003 e 2008, metas elevadíssimas de superávits primários, sempre superiores a 3% do PIB, como foi possível que a dívida em títulos do governo federal se elevasse dessa maneira?
    A razão deste verdadeiro descalabro é a forma com que a dívida pública é administrada, com base em elevadas taxas reais de juros, o verdadeiro bezerro de ouro dos setores que, apostando de forma segura nas aplicações em títulos públicos, se beneficiam do lucrativo negócio.
    O prejuízo desta história vai recaindo, como sempre, sobre o povo. Sob o mantra do “rigor fiscal”, hoje quase a metade do orçamento da União é consumido no pagamento de juros e amortizações. Ao mesmo tempo, os defensores do modelo – dentro ou fora do governo – preferem atribuir as dificuldades fiscais do governo às despesas previdenciárias, às despesas de pessoal ou ao custo do seguro-desemprego e do abono salarial, custeados pelo FAT – o Fundo de Amparo ao Trabalhador, conforme a última desculpa apresentada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
    Considerações sobre os custos financeiros da União, nem pensar...Parece que, de fato, o culpado deve ser sempre o mordomo.

    Paulo Passarinho, economista.
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  2. #10532
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    Citação Postado originalmente por Fonteles Ver Post
    O que temos visto desde os anos 1990 e particularmente desde 1999 – quando o tripé do câmbio flutuante/metas de inflação/metas inflacionárias passou a ser uma exigência do FMI – é, a rigor, uma política de controle inflacionário, baseada na abertura financeira e comercial. Essa política impõe a perigosa combinação de câmbio valorizado e juros reais elevados. Câmbio valorizado é mortal para um país periférico que tenha alguma pretensão de fortalecer a sua indústria local. Combinado com uma política monetária baseada em juros reais elevados e abertura comercial, o resultado é o que temos assistido: a indústria brasileira, largamente transnacionalizada, regride para um papel de montagem de peças e componentes importados. Como, portanto, defender esse tipo de política e, ao mesmo tempo, o fortalecimento da indústria e de um processo de inovações tecnológicas?

    Não sem razão, o Brasil hoje se defronta com um sério problema de financiamento das suas contas externas. O dito tripé macroeconômico em questão faz com que as despesas com importações, as remessas de lucros, o pagamento de juros e outras despesas de serviços tenham uma trajetória de gastos ascendentes. Frente a esse quadro, as receitas de exportação passam a ser vitais, ao menos para amenizar o desequilíbrio das contas correntes do país (transações de comércio e de serviços).
    Desse modo, o favorecimento e incentivo às atividades do agronegócio e à exportação mineral passam a ser estratégicos e funcionais à manutenção do modelo de economia que temos. Como, portanto, com o setor de commodities agrícolas e minerais assumindo essa importância, poderemos falar em desenvolvimento sustentável? Todos sabemos que o modelo agrícola voltado às exportações, usa e abusa de toneladas de venenos tóxicos, defensivos agrícolas e sementes transgênicas. Sem deixar de lembrar também que a produção mineral, a exploração e exportação de minérios e petróleo, por exemplo, está longe de se constituir em atividades adequadas à defesa do meio-ambiente. Como então defender a compatibilidade do tripé do FMI com o polêmico e demagógico conceito de eco-capitalismo?

    Por fim, não podemos deixar de lembrar o elevado custo financeiro do irresponsável, antinacional e subalterno modelo econômico em curso. O crescimento da dívida bruta em títulos do governo é a melhor tradução para a verdadeira deformação macroeconômica que vivemos. As elevadas taxas reais de juros com que essa dívida é administrada faz com que atualmente quase a metade do Orçamento Geral da União seja consumida com o pagamento de despesas financeiras. A tradução cotidiana desse descalabro é demonstrada especialmente para as condições degradantes das políticas estratégicas para o bem estar do povo. Não sem razão, há uma crise sistêmica na educação pública, no Sistema Único de Saúde, na infraestrutura urbana de transportes de massa, sem falar na infraestrutura de transportes de cargas.

    Dilma Rousseff parece desconhecer por completo essa realidade quando, ao mesmo tempo, faz a sua profecia de fé no tripé ao gosto dos bancos e multinacionais e acena, também, com as ilusões de um hipotético desenvolvimentismo e a promessa de elevar a taxa de investimento na economia. Ela sabe, na verdade, que essas são promessas que não se compatibilizam. E a melhor prova disso foi a patética reunião em que, recentemente, ela implorou, junto a fina flor da especulação internacional, em reunião organizada pelo Goldman Sachs, em Nova York, por investimentos e “capacidade de gestão” dos gringos. Investimentos que, diga-se de passagem, poderão ser financiados pelo sempre generoso BNDES e estimulados por incentivos fiscais.
    É esse dramático quadro que faz, também, com que Dilma rompa com seus compromissos de campanha – quando denunciou José Serra como “privatista” e prometeu que o pré-sal seria o nosso “passaporte para o futuro”. Ela, agora, muda o seu discurso e insiste no propósito de entregar, através de leilão, o campo de Libra, campo de petróleo descoberto pela Petrobrás, com reservas estimadas pela própria ANP entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo, podendo até mesmo ter uma riqueza que supere esse volume.

    em meio a uma conjuntura de muitas incertezas – no plano econômico, mas principalmente no plano político – o único caminho para um verdadeiro passaporte para o futuro, que não seja o do subdesenvolvimento e da dependência externa, é o rompimento com o modelo dos bancos e multinacionais e o seu nefasto tripé.
    Cara... Isso é um discurso panfletário. Olha o tanto de adjetivo que esse "artigo" usa. Tem até figura de linguagem! As conclusões do texto são tiradas do nada, não tem consitência nenhuma. Isso não é produção científica.

    O artigo tem uma idéia central: "o modelo atual é ruim, existe um modelo melhor". Tudo bem, ninguém é desprovido de viés, faz parte da ciência.

    Mas com esse norte em mente o papel do articulista seria DESENVOLVER o porquê do modelo ser ruim e mostrar evidências disso e o porquê de outro modelo ser melhor. Ele não faz isso. Ele simplesmente diz e cabe ao leitor acredita ou não.

    Um exemplo:

    (...)Essa política impõe a perigosa combinação de câmbio valorizado e juros reais elevados. Câmbio valorizado é mortal para um país periférico que tenha alguma pretensão de fortalecer a sua indústria local.

    Por que isso é mortal? Por que uma alternativa a isso seria melhor? Se a idéia é muito complexa pra desenvolver no artigo é obrigação do articulista citar pelo menos uma referência que desenvolva a idéia. Por exemplo:

    Essa política impõe a perigosa combinação de câmbio valorizado e juros reais elevados (FONTELES, 2013). Câmbio....

    Mas mesmo uma referência ficaria muito aquém do ideal porque esse é um ponto central do artigo dele. O papel dele seria desenvolver a idéia.

    TODO o texto é assim. Ele não vai a fundo em absolutamente nada.

    Quando o autor usa adjetivos do tipo "irresponsável", "subalterno", "patética" ele tá apelando para os sentimentos do leitor. Ele quer convencer pela indignação. A mesma coisa quando ele faz uso de ironia em "o sempre generoso BNDS..." ou recorre a clichês "usa e abusa de toneladas de venenos tóxicos, defensivos agrícolas e sementes transgênicas"

    Tem post no fórum melhor que esse artigo.

    Btw, tô lendo um artigo aqui melhor, acho...
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  3. #10533
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    Bom, por isso colei outro texto explicando o pq o tripé é ruim.
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  4. #10534
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    E ademais não é um texto acadêmico, é opinativo, mas no outro texto está explicada algumas questões de forma mais sólida. Leiam lá, e façam as questões para gente continuar o debate, por favor.
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  5. #10535
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    Citação Postado originalmente por Fonteles Ver Post
    Bom, por isso colei outro texto explicando o pq o tripé é ruim.
    Isso é um artigo de opnião, um gênero textual jornalístico e não científico... Mas é 30 milhões de vezes melhor que o outro texto. Nada contra, gostei do texto, mas é estranho vc apelar para um texto jornalístico sendo que segundo vc já passaram a régua nesse assunto na acadamia...

    Então, basicamente a questão é a seguinte:

    1) O país enfrentava uma crise de inflação. Certo?

    2) Para contornar esse problema, o governo do FHC estimulou a entrada de produtos estrangeiros para suprir uma demanda sem oferta (demanda sem oferta = inflação). Basicamente foi isso, não é?

    3) A inflação foi controlada, mas a paridade real dólar não pode ser mantida.

    4) Como o país tinha uma baixa reserva de dólares foi necessário elevar as taxas de juros. Taxas de juros alta = entrada de dólar no país.

    5) Porém, taxa de juros alta é também = um entrave ao crescimento interno e aumento da dívida pública.

    É essa a questão?
    Última edição por Ljc; 13-04-2014 às 22:12.
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  6. #10536
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    Entrevista do Procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, Marinus Marsico.

    A compra da refinaria de Pasadena foi o pior negócio da Petrobras nos últimos anos?



    Não há defesa em Pasadena. A coisa foi tão abertamente um escândalo que não há a mínima possibilidade de se defender qualquer coisa na transação. Tudo ocorreu justamente na época em que a administração pública federal atravessava aquela euforia de que tudo era possível, tudo se podia, com índices políticos de popularidade muito altos. Criou-se aquela ilusória sensação de que o mundo pertence a nós. Por conta disso fizeram a transação sem o mínimo cuidado. Fiquei escandalizado com a questão da Petrobras em Pasadena e me senti até ofendido com o negócio porque, como órgão de fiscalização, ofendeu a minha inteligência o fato de se ter feito uma contratação sem o mínimo cuidado. Parece que a Petrobras considera que nós somos idiotas, que a gente não vai ver nada e que nunca vão descobrir nada.







    Antes que acusem o rapaz de ser um agente do sistema contra os progressistas, vale lembrar que este cidadão ajudou o governo a reaver R$ 500.000.000,00 roubados pelo ex senador Luiz Estevão.

    Apesar disso alguns aqui continuam dando toda credibilidade ao pior presidente da história da Petrobrás, Sr, Sérgio Gabrielli.

    Segundo a lógica dessa galera:
    A imprensa brasileira, a imprensa belga, o TCU, o Ministério Público, o balanço da Astra, o mercado de petróleo, estão todos errados nos números que divulgaram, mentindo numa conspirata contra o PT.

    O único que fala a verdade é o autor da lambança.
    Última edição por Dellbono; 13-04-2014 às 22:26.
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  7. #10537
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    Bom, por isso colei outro texto explicando o pq o tripé é ruim.
    Isso é um artigo de opnião, um gênero textual jornalístico e não científico... Mas é 30 milhões de vezes melhor que o outro texto. Nada contra, gostei do texto, mas é estranho vc apelar para um texto jornalístico sendo que segundo vc já passaram a régua nesse assunto na acadamia...

    Então, basicamente a questão é a seguinte:

    1) O país enfrentava uma crise de inflação. Certo?

    2) Para contornar esse problema, o governo do FHC estimulou a entrada de produtos estrangeiros para suprir uma demanda sem oferta (demanda sem oferta = inflação). Basicamente foi isso, não é?

    3) A inflação foi controlada, mas a paridade real dólar não pode ser mantida.

    4) Como o país tinha uma baixa reserva de dólares foi necessário elevar as taxas de juros. Taxas de juros alta = entrada de dólar no país.

    5) Porém, taxa de juros alta é também = um entrave ao crescimento interno e aumento da dívida pública.

    É essa a questão?
    Claro que eu não vou colocar um texto científico aqui. Depois de dirimirmos algumas questões nós vamos aprofundar o debate. E eu ressaltei no post seguinte a esse que vc me quotou que o texto é opinativo.

    A questão é que as metas de inflação compromete a capacidade de investimentos da máquina pública porque se baseia numa lógica de endividamento.

    Pq numa lógica de endividamento? Pq a opção de manter uma moeda forte em relação ao dólar acarretou a substituição do fortalecimento da produção nacional pelas vultosas importações, baseando-se na produção de commodities agrícolas e minerais. Isso se deu por recomendação do FMI, afim de se implantar o que o Spinoza chamou de monetarismo (em oposição ao desenvolvimentismo).

    Agora, com a crise de 2008, o ciclo de valorização desses produtos primários exportados pelo país começou a se reverter e o equilíbrio desta precária opção econômica torna-se cada vez mais evidente, especialmente aos olhos de nossos credores.

    Como o governo da Dilma se rende as "recomendações" do mercado financeiro, o chamado rigor fiscal vem a tona. E esse rigor fiscal é para o pagamento de contas de juros e encargos financeiros da União. Pq pagamento de juros? Pq juros altos controla a alta da inflação.
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  8. #10538
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    Além disso, os nossos credores internacionais, afim de que assegurem o pagamento dos juros, que controla a inflação, recomenda a tática de superávit primário, para que o crédito deles esteja garantido, em detrimento de investimentos da Administração Pública.

    Entende a razão da crítica ao tripé macroeconômico?
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  9. #10539
    Ljc
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    Eu acho que entendi mais ou menos o ponto central do problema. Agora só falta a mágica toda: demonstrar que existe um outro modelo seguramente melhor.

    Eu tenho certeza que a Dilma sabe desse problema. Tanto que ela sinalizou a intenção de baixar a taxa básica de juros. Mas ela voltou atrás. Por que? Por que ela recebeu um telefonema do mercado financeiro mandando ela aumentar de novo? Ou simplesmente por que ela se viu entra a cruz e a espada, se abaixa a taxa de juros a inflação volta a crescer, se aumenta o país não desenvolve e endivida?

    Eu tenho a impressão que o problema é esse. É muito complexo e de difícil resolução. Se tivesse essa tal mágica "amplamente debatida pela academia" ela optaria por ela, sem dúvidas...
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  10. #10540
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    Eu me considero um cara "de esquerda", mas pra mim é muito óbvio que o discurso da maioria dos políticos de esquerda é totalmente surreal. Seria uma catástrofe um cara desses ser eleito presidente. Ainda bem que as chances são praticamente nulas.
    Sim, mas o que me irrita é que os caras ficam nesse discurso exatamente pq sabem que nunca vai ser eleitos. Aí fica fácil propor um monte de coisa maluca e garantir que daria certo.

    Nessas eles levam os votos de uns ingênuos e ganham uns carguinhos na câmara e no senado.
    A questão é que eles acreditam nisso. Não acho que seja de má fé...

    Minha mãe uma vez coordenou um projeto social junto com um departamento da UFMG. O projeto foi tocado um tempo até que a prefeitura assumiu e colocou um político do PT no meio, "coordenando"... O cara simplesmente acreditava na revolução comunista no Brasil ainda. Acreditava piamente! Era um cooperativa o projeto e ele queria ensinar sobre a revolução para as cooperadas e queria que parte do lucro da cooperativa financiasse "a revolução". Era tipo 2010 isso e o cara nessa onda ainda...
    Acho que é uma mistura de tudo. Tem cars que acredita por ser ingênuo, cara que acredita por ser burro e os aproveitadores.
    Vc fica com esse PRÉ-conceito, daí fica difícil argumentar.

    Tenho certeza que vc nem se deu o trabalho de ler os links que eu passei.
    Faz tempo que deixei de ler esse tipo de trabalho. A beleza (e maldição) da economia é que ela tem centenas, se não milhares, de variáveis, o que torna tudo muito complexo.

    Do mesmo jeito que tem esses textos falando que o tripé não funciona, vão ter outros dizendo que funciona. Vão ter outros defendendo outras linhas. E todos eles podem estar muito bem fundamentados, mesmo que digam o contrário.

    O problema é que, quando vamos pra prática, as coisas são sempre muito diferentes do que a teoria previa.

    Dado isso, eu prefiro olhar para os resultados práticos. O tal do tripe foi o que estabilizou a economia brasileira (e eu canso de dizer que vcs não tem noção do valor disso). É claro que nem tudo são flores e que o modelo tem pontos negativos, mas nesse momento eu não vejo como poderíamos mudar o modelo sem consequências graves. A Dilma tentou dar uma mexidinha nos juros na marra e já teve que voltar atrás, com medo da inflação.

    Sinceramente eu imagino que se um cara desses do psol assume o poder e tenta fazer tudo o que prega, as coisas desandariam em questão de semanas (ou mesmo antes do cara assumir, numa crise de confiança).

    Sobre a reforma agrária, eu não tenho uma opinião formada. Por um lado, é uma merda ver terra improdutiva. Por outro lado, não vejo muito fundamento no argumento de que "existem 12 milhões de trabalhadores rurais sem terra no Brasil". Isso por si só não me diz muita coisa. Daria pra usar o mesmo argumento dizendo que existem 50 milhões de trabalhadores urbanos sem empresa. Ou seja, não é pq o cara não tem terra que ele automaticamente merece ter uma.

    O governo tem que trabalhar de forma a tornar essa divisão mais justa (o que já faz), mas a saída não é simplesmente distribuir terra a rodo.

    Fora isso ainda tem o lance que já citaram, de que as grandes propriedades vão sempre ser mais eficientes que um carinha trabalhando sozinho. Isso faz com que sua idéia de desapropriar até terras produtivas me soe como um absurdo.

    Enfim, meu ponto contra a esquerda sempre foi o mesmo. É muito fácil criticar quando não se está no poder. O PT foi o psol dos anos 80/90 e, quando finalmente chegou ao poder, não fez nada do que sempre pregou em termos de política econômica. Simplesmente pq sabia que na prática, a teoria é outra.
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