Provocações Sobre Deus e Religião

[Sam Farha - Spinoza]

A esperança é você preso num trem, que você não consegue parar, e segue um trilho rumo a um penhasco em que você não sabe se tem uma ponte.
Quando você vê a ponte, não é mais esperança o que você sente. Agora é segurança.
Quando você vê que não há ponte. Agora é desespero.
A gente deve buscar fugir da esperança!

[FrAAnKK Jr]

lol confesso que li o post do Spinoza sem nenhuma expectativa, mas ele é muito bom. Essa parte aqui é muito foda e verdadeira:

É perigossissimo e necessario ser feliz.
Para isso precisamos nos conhecer cada vez mais.
Agora se conhecer nao é descobrir uma verdade sublime.
Se conhecer é saber o que voce é capaz de sofrer e agir na multidao.

Imho, isso é auto ajuda elegante. É a retirada da religião e a substituição por pela "teologia do auto-conhecimento". Como mataram Deus como solução, arrumaram a psiquê e suas relações sociais como peça de reposição. Não é ruim, mas está bem longe de não ser uma "religião" - mesmo sendo um sentido ateísta.

O problema é que ninguem sabe lidar com o grande vazio que é a vida. E nunca saberá. Isso é enfadonho, medonho e triste.

[Fidelis]

Ah e btw, é justamente por isso que MUITOS se perdem nesse caminho de auto-conhecimento, porque abraçam o "sublime" e esquece ou rejeita o "sujo".

Mas é sempre bom lembrar que toda árvore só dá frutos pois tem suas raízes profundas.
A dualidade na verdade não é dualidade, é uma coisa só, uma precisa da outra.
Não tem porque temer isso, depois que se coloca seu domínio tanto no seu inferno como no seu céu você enfim reina sobre você.

Você pode estar com sofrimentos físicos, que não irá sofrer (o sofrimento físico acontece e você o vive na sua totalidade, mas o mental não, você não sofre mais do que o necessário, existe serenidade) ao mesmo tempo que você pode estar em uma puta good run e não se envolver (você sente o prazer físico, e você o vive na sua totalidade, mas você não fica entorpecido por esse sentimento, existe serenidade).

[Sam Farha - Spinoza]

Eu fiz uma cagada gigante nesse tópico, isso ficou mais claro ainda pra mim agora ao ler o que você @Sam Farha - Spinoza e você @caofa disseram sobre atingir um certo tipo de estado "inerte".

É MUITO diferente disso do que vocês estão dizendo.
Pra não correr o risco de fazer mais cagada ainda vou utilizar uma expressão muito boa que é dita na Thelema, "eu me mantenho em pé, com minha cabeça acima dos céus e meus pés abaixo do inferno".

Entre o céu e o inferno na vida (ou seja, entre as coisas boas e ruins da vida, a dualidade em geral) eu tenho partes de mim que se mantém inalterada, é como se minha base estivesse estendida no MEU PIOR e ALÉM e no MEU MELHOR e ALÉM, o que está no além não faz parte da dualidade, é o que se mantém sem alteração com as dualidades.

Veja as dualidades como Criação, Destruição e Renovação, isso é tudo que acontece na vida, mas além disso, tanto "ANTES" ou "DEPOIS" de qualquer um desses processos naturais da vida eu me mantenho inalterado, apesar de participar de todo o processo.

Fiz cagada nesse tópico e daqui em diante pensarei melhor na forma como escreverei pra dizer qualquer coisa.
Só digo uma coisa, qualquer ideia sobre mim que interpretaram como algo "sublime ou divino", ou coisa do tipo, esqueçam, não é nada disso.

IMO não existe parte nenhuma no nosso corpo que não seja passivel de alteracao (ou mais propriamente passível de acões e reaçoes, enfim de conexao com outras coisas).
Essa parte inalterada seria a sua unidade corporal que te faz um ser humano vivo?
Tenta ser mais simples.

[Fidelis]

Eu fiz uma cagada gigante nesse tópico, isso ficou mais claro ainda pra mim agora ao ler o que você @Sam Farha - Spinoza e você @caofa disseram sobre atingir um certo tipo de estado "inerte".

É MUITO diferente disso do que vocês estão dizendo.
Pra não correr o risco de fazer mais cagada ainda vou utilizar uma expressão muito boa que é dita na Thelema, "eu me mantenho em pé, com minha cabeça acima dos céus e meus pés abaixo do inferno".

Entre o céu e o inferno na vida (ou seja, entre as coisas boas e ruins da vida, a dualidade em geral) eu tenho partes de mim que se mantém inalterada, é como se minha base estivesse estendida no MEU PIOR e ALÉM e no MEU MELHOR e ALÉM, o que está no além não faz parte da dualidade, é o que se mantém sem alteração com as dualidades.

Veja as dualidades como Criação, Destruição e Renovação, isso é tudo que acontece na vida, mas além disso, tanto "ANTES" ou "DEPOIS" de qualquer um desses processos naturais da vida eu me mantenho inalterado, apesar de participar de todo o processo.

Fiz cagada nesse tópico e daqui em diante pensarei melhor na forma como escreverei pra dizer qualquer coisa.
Só digo uma coisa, qualquer ideia sobre mim que interpretaram como algo "sublime ou divino", ou coisa do tipo, esqueçam, não é nada disso.

IMO não existe parte nenhuma no nosso corpo que não seja passivel de alteracao (ou mais propriamente passível de acões e reaçoes).
Essa parte inalterada seria a sua unidade corporal que te faz um ser humano vivo?
Tenta ser mais simples.

Vou tentar.

Quando você pega um texto e lê em voz alta existiu um processo por trás que fez com que fosse possível sair sua voz, certo?
Quando você pega um texto e lê em voz baixa (voz mental), também tem um processo por trás dessa voz mental.

Quando você pensa, sempre se escuta sua voz mental pensando. Mas isso é só a voz da sua mente, por trás da voz mental existe a fonte criadora de todos seus pensamentos (esqueça místico, espiritualidade, bla bla bla), é apenas a parte de você que CRIA seus pensamentos que é "lido" pela sua mente e assim você "escuta" sua voz mental.

Se você dá ouvidos a sua voz mental, como se ela fosse a fonte do seu pensamento, você fica envolvido e passa a ter reações dos seus próprios pensamentos. É como se olhar no espelho e não se reconhecer e acabar se assustando.

Acaba que em algum momento você vira escravo dessa voz, da sua própria mente.
Mas se você deixar essa voz de lado e focar na FONTE que CRIA seus pensamentos, você então abandona o espelho e deixa de viver uma vida de REAÇÃO para uma vida de AÇÃO.

Essa fonte é de seu domínio, se você estiver no domínio da sua fonte criadora não importa mais as dualidades da vida, tudo na vida passa a ser apenas lazer, ou melhor, passa a ser um trabalho que você ama, aquele tipo de trabalho que você ama passar o dia todo o fazendo.

Essa parte de você só muda com a dualidade SE VOCÊ QUISER. Mas na verdade ela é inalterada pois não importa a mudança que se faz nela, SEMPRE você pode mudar novamente, ou seja, ela inalterada pois toda mudança nunca fixará em você, passa a ser como roupa e não mais pele, pois enquanto se acredita e na voz mental como fonte as mudanças que ocorrem são como pele, só troca na força ou com muita dor, quando se domina a fonte criadora de si mesmo todas as mudanças são como roupas, se troca sem esforço a qualquer instante que queira, e para cada ocasião se veste a roupa que for melhor adequada.

[Sam Farha - Spinoza]

lol confesso que li o post do Spinoza sem nenhuma expectativa, mas ele é muito bom. Essa parte aqui é muito foda e verdadeira:

É perigossissimo e necessario ser feliz.
Para isso precisamos nos conhecer cada vez mais.
Agora se conhecer nao é descobrir uma verdade sublime.
Se conhecer é saber o que voce é capaz de sofrer e agir na multidao.

Imho, isso é auto ajuda elegante. É a retirada da religião e a substituição por pela "teologia do auto-conhecimento". Como mataram Deus como solução, arrumaram a psiquê e suas relações sociais como peça de reposição. Não é ruim, mas está bem longe de não ser uma "religião" - mesmo sendo um sentido ateísta.

O problema é que ninguem sabe lidar com o grande vazio que é a vida. E nunca saberá. Isso é enfadonho, medonho e triste.

Eu diria que isso eu disse (ou qualquer conteudo que tem a ver com Filosofia) é:

1) A negação de qualquer especie de supersticao (incluindo a ideia de um Deus misteriosamente transcendente que governa tudo);
2) A busca de uma verdade atraves da razao (e nao da revelacao divina);
3) A afirmacao da nossa potencia racional (e nao a sua negacao, admitida pela fé).

[Fidelis]

lol confesso que li o post do Spinoza sem nenhuma expectativa, mas ele é muito bom. Essa parte aqui é muito foda e verdadeira:

É perigossissimo e necessario ser feliz.
Para isso precisamos nos conhecer cada vez mais.
Agora se conhecer nao é descobrir uma verdade sublime.
Se conhecer é saber o que voce é capaz de sofrer e agir na multidao.

Imho, isso é auto ajuda elegante. É a retirada da religião e a substituição por pela "teologia do auto-conhecimento". Como mataram Deus como solução, arrumaram a psiquê e suas relações sociais como peça de reposição. Não é ruim, mas está bem longe de não ser uma "religião" - mesmo sendo um sentido ateísta.

O problema é que ninguem sabe lidar com o grande vazio que é a vida. E nunca saberá. Isso é enfadonho, medonho e triste.

É que muita gente enfeita demais o que é simples.
Enche de misticismo, de espiritualidade e essas coisas, aí se perde o foco do que importa.

Você é vida, se você souber lidar com VOCÊ você saberá lidar com a vida, é simples.
SÓ ISSO basta.

[Fidelis]

@Sam Farha - Spinoza um complemento sobre essa "fonte criadora de si mesmo".

É inegável que exista essa fonte criadora, afinal, se não existisse você teria que aceitar que sua vida é controlada por algo além, teria que apelar para religião. Afinal quem iria criar seus pensamentos senão você mesmo.

Acontece é que essa fonte criadora é um "sistema" de você mesmo como qualquer outro, que apesar de ser do seu direito estar no comando dessa fonte existe um processo que você precisa passar na vida para ser capaz de estar apto a "reinar" por aqui. Não é por atoa que os contos de iniciados como Walt Disney tinha muito disso, fazendo um paralelo é aquela princesa perseguida que é herdeira do trono e tem uma rainha má que quer impedi-la de conseguir. Entende? apenas fantasia descrevendo algo simples e natural.

É como uma criança que atinge sua maturidade.
Tem sistemas do seu corpo como por exemplo o que contra seu sistema imunológico que por bem não fica no seu domínio, ele funciona de maneira "automática", assim é a fonte criadora de si mesmo, ela começa funcionando de maneira "automática", até você ser capaz de reivindicar seu "direito de reinar em seu reino".

E também não é atoa que em quase todo final desses contos tinham um casamento e o felizes pra sempre, que nada mais é do que a união com sua fonte criadora (os príncipes encantados dos contos, ou seja, a energia masculina), e o felizes para sempre simboliza tudo isso que disse, de saber voltar-se para sua fonte sempre que quiser, assim nada te altera de verdade.

[Sam Farha - Spinoza]

Lembrei qual conceito nietzscheneano você me fazia perceber @Fidelis !
É o de niilismo em relação a ideia de super homem, quando você já disse aqui (acho que mais de uma vez) que nós somos mais reativos do que ativos.
Concordo plenamente com isso.
A gente inconscientemente mais reage, sob uma especie de forma instintiva para se estabilizar, através do efeito que outra coisa tem sobre nós do que do conhecimento da causa dessa outra coisa sobre nós (quando somos ativos).
A gente, a vida inteira, mais tem auto-reflexos, como uma perna que levanta quando batemos no joelho com um martelo, do que agimos mesmo.
Isso é a prova de como nao somos tao livres como pensamos que somos.
A exterioridade nos governa mais do a gente imagina.

[Fidelis]

Lembrei qual conceito nietzscheneano você me fazia perceber @Fidelis !
É o de niilismo em relação a ideia de super homem, quando você já disse aqui (acho que mais de uma vez) que nós somos mais reativos do que ativos.
Concordo plenamente com isso.
A gente inconscientemente mais reage, sob uma especie de forma instintiva para se estabilizar, através do efeito que outra coisa tem sobre nós do que do conhecimento da causa dessa outra coisa sobre nós (quando somos ativos).
A gente, a vida inteira, mais tem auto-reflexos, como uma perna que levanta quando batemos no joelho com um martelo, do que agimos mesmo.
Isso é a prova de como nao somos tao livres como pensamos que somos.
A exterioridade nos governa mais do a gente imagina.

Exato, essa é a prova que todos estamos loucos.
Como não estaria sendo esse tipo de comportamento é causado pelo não reconhecimento de si mesmo?
Que humano não reconhece a si mesmo senão um louco?

E sendo isso a prova que não estamos livres, estamos aprisionados pelas reações automáticas de nossa mente, eu então te digo que VOCÊ tem o domínio para acabar esse ciclo e recomeçar e acabar quando quiser.

PODEMOS SER LIVRES.
Basta se reconhecer (basicamente).

Mas assim como uma criança não consegue ter domínio de determinadas coisas que os adultos tem, para ter essa liberdade é preciso ter um conhecimento de si mesmo que somente a verdadeira maturidade, a maturidade mental, lhe traz.
Ou seja, é preciso ter um processo para seu domínio ser cada vez melhor, mas só o fato de você reconhecer a si mesmo como fonte criadora e não mais voz mental, só isso já te coloca na direção da liberdade total (mental).