Para onde vamos quando perdemos a consciência?
O cérebro é um dispositivo computacional que executa um processo eletroquímico. Sua consciência é uma propriedade fruto desse processo. Em outras palavras: você é um processo eletroquímico.
Fundamentalmente, temos uma experiência de uma existência contínua. O mesmo “você” que foi no passado, com a projeção da morte desta continuidade ao vislumbrar o futuro.
Às vezes o cérebro pode sofrer um traumatismo, o que acarreta em uma descontinuidade no processo eletroquímico, como quando nocauteiam um boxeador. Quando isso ocorre o cérebro não executa seu processo eletroquímico gerador da consciência. Você a perde. Naquele momento temporal, sua consciência, tudo que você é, a continuidade do seu ser, já deixou de existir no mundo físico. Momentos depois o processo eletroquímico pode começar novamente, permitindo que a consciência surja a partir de informações armazenadas no cérebro. Mas eu me pergunto: onde você está enquanto isso?
Não podemos supor que, no momento em que se perde a consciência a pessoa morre? Se aparecer ou não uma nova consciência no mesmo cérebro é totalmente inconsequente para a consciência morta. A nova consciência é simplesmente uma nova pessoa. Como surge no mesmo cérebro, tem acesso a todas as memórias e estruturas cognitivas da consciência morta, por isso pensa que é a mesma pessoa. Mas na verdade é um impostor. Herda o corpo e o cérebro do habitante anterior, que agora está morto.
Somos máquinas biológicas, nada mais e nada menos. A alma não é mais do que um conceito absurdo imaginado por religiosos e gente fantasiosa. Todos os fenômenos do mundo físico seguem a lei de causa e efeito. Seu cérebro não é exceção à essa lei. Se conhece as causas, pode predizer os efeitos. O mesmo vale para todo o resto.