A porta é muito pesada. Os séculos que ela ficou fechada também não ajuda. Demora muito, muito, muito, muito tempo mesmo, com o esforço conjunto dos três, para que ela comece a se mexer, com um grunhido bem alto.
Prestando atenção o tempo todo às possíveis saídas de gás, Torv fica de olho, enquanto apenas aguarda.
Arcturus faz muita força, um suor esbranquiçado escorre pelo seu corpo, e uma baba esbranquiçada sai pela boca. Cervantes, que não é tão forte quanto os outros, sente seus músculos arderem e queimarem. Orlando tem as veias do pescoço saltadas, e quase desmaiou duas vezes.
Por fim, os três conseguem empurrar a porta o suficiente para passarem. Torv entra primeiro no próximo cômodo, usando sua visão melhorada para procurar qualquer problema. Ao seu sinal, os outros três entram.
A próxima sala é grande, retangular e... completamente vazia. O martelo de Arcturus mostra que os desenhos estranhos dos guerreiros e dos monstros continuam nas paredes, de encontro a uma porta. Outra porta, que é a única saída possível dessa sala, fora a que vocês usaram para entrar.
"Quem fez este lugar adorava portas, não?"
Arcturus se dirigia à porta quando foi alertado por Torv para não fazê-lo.
O pequeno simplesmente sentiu que havia algo de errado. Foi procurar, e encontrou o que buscava. A porta estava fechada, escondendo um dispositivo que, ao ser liberado, soltaria uma labareda de fogo em quem estivesse sob a porta. Pedindo ao minotauro sua caixa de ferramentas, o pequeno se debruçou sob o pedestal da porta e se pôs a trabalhar. Alguns segundos depois, ele voou um pouco para trás, soprou um pequeno jato de fogo e num VUSH muito grande, as labaredas de fogo dispararam, enegrecendo a porta, aquecendo o cômodo e fazendo subir um cheiro de madeira queimada.
Alguns minutos depois, com a porta de madeira destruída pelas chamas, e em brasas, ele se deu por satisfeito e disse que o caminho estava livre.
Agradecido pelo dano evitado, Arcturus foi à frente, iluminando o caminho com seu martelo. Seguido de perto por Orlando, Cervantes e, por fim, Torv, vocês entram no que parece ser a câmara principal da Tumba. No exato instante em que vocês quatro estão no cômodo, o medalhão de Orlando brilha muito forte, indicando que a próxima parte do disco está próxima.
Movendo o martelo de um lado para o outro, Arcturus exclama:
"Rá! Mais portas."
De fato. A câmara onde vocês entraram é enorme. Tem cerca de 18 x 15 metros, e de cada um dos dois lados, há duas portas, de pedra como a primeira que encontraram na entrada, não de madeira, como a última. As quatro portas estão equidistantes entre si e em relação às paredes, dando uma sensação perfeita de harmonia. Cada uma delas só comporta uma pessoa passando por vez, tendo o tamanho normal de uma porta.
Mas não é a única coisa que vocês veem. Os desenhos continuam a pintar as paredes, mas não é isso que chama a atenção de vocês. Mais ou menos no meio da sala, a cerca de metros de onde vocês estão agora, há uma estátua de pedra. As inscrições no pedestal, que brilham sob a iluminação do martelo e do medalhão, dizem que ela pertence ao paladino que descansa neste local.
Ele é majestoso, altivo, com uma espada longa e um escudo grande e pesado. Seja lá quem foi, foi um grande e importante guerreiro.
O que vocês fazem?