"Estamos vivendo atualmente na internet o 2º Reinado dos Gifs. Depois de anos nas trevas, eles voltaram para alegrar a web repaginados: mais pesados, complexos, normalmente mostrando cenas de vídeos em loop e montagens nonsense bem simples de fazer. Por isso, qualquer um pode fazer um gif bacana e eles se tornaram uma forma de expressão na internet. Mas será só por isso que nós adoramos ver gifs? Deve ter mais coisa por trás disso. Tem que ver isso aí!
Pra responder a essa pergunta, entrevistamos uma galera que sabe tudo de web pra fazer uma reflexão sobre o assunto e descobrir mais motivos pelos quais os gifs estão tão em alta. Olha o resultado!
// NOSTALGIA
Lembra do tempo que os gifs eram um recurso super usado em blogs e sites por aí para deixar a página mais dinâmica e animada? Hoje ninguém mais faz isso mas, para o editor do Link, Alexandre Matias, o fato de a gente usar gifs hoje tem a ver com a nostalgia do início da internet.
“É um recurso pré-histórico da internet que ganhou um ar nostálgico em tempos de banda larga”, comenta.
“Hoje um gif pode ter 8 megas e tudo bem assisti-lo”. Jean Boechat, o @Jampa. Ele tem a mesma opinião:
“O surgimento do gif animado foi uma alegria revolucionária assim como o renascimento, naqueles tempos de trevas. Gif é a internet moleque, de raíz”.
Como a gente falou aqui, tá rolando essa tendência na web de atualizar o passado, mas não é exclusividade da internet. Segundo Janara Lopes, do Ideia Fixa, essa volta dos gifs tem tudo a ver
“com o revival das décadas de 80/90. Faz parte da onda”.
// RAPIDEZ
Se tempo é dinheiro e não tá fácil pra ninguém, quem vai perder cinco minutos de um vídeo para ver o momento que interessa e que dura menos de cinco segundos? Para o CEO do Não Intendo, o Daniel, esse é o motivo do sucesso dos gifs.
“Os gifs são, na realidade, vídeos curtos. Isso é bom pra quem não tem tempo e quer ver várias vezes aquilo”, explica. Ele também acha que os gifs são como uma piada rápida: se não for boa, ninguém vai lembrar ou repercutir ela por aí.
// REPETIÇÃO
Como o Daniel disse, pra quem quer ficar vendo a mesma coisa over 9 thousand vezes, gifs são a ~mídia~ ideal. O Cid, do Não Salvo, explica melhor isso:
“A minha teoria é que as pessoas gostam de gifs por causa da sindrome de Teletubbie, de ficar repetindo e repetindo a mesma coisa mil vezes”. Além disso, para ele, o excesso de informação no dia a dia é outro causador do sucesso dos gifs: eles sintetizam em alguns segundos uma mensagem, o que faz com que ela seja absorvida de um jeito mais simples e rápido. O Jampa resumiu essa ideia:
“É a síntese visual da informação”.
A Janara não vê toda essa ~intelectualidade~ nos gifs.
“Isso é função de sei lá, do infográfico! A melhor parte do gif é a diversão”. Aliás, ela nos contou que descobriu esses dias num vídeo gringo de tutorial que o jeito certo de se falar é DJEEF e não GUIF. Diferente, né?
// FUN FUN FUN
Mas se os gifs fossem simplesmente fofinhos, bonitinhos e whatever, talvez não fizessem tanto sucesso assim, apesar das outras partes boas. O Phelipe Cruz, do Papel Pop, chama atenção pra isso:
“antes, eles enchiam o saco de tão feios, com bonequinhas animadas e glitter. Hoje, retratam pedaços da cultura pop, memes e afins, são legais porque ficaram bem-humorados”. O Phelipe sempre usa gifs no Papel Pop pra ~expressar algum sentimento~ nos posts e também no telão da PostIt, que é a festa do blog.
“Nos telões da festa, fica rolando vídeo com mais de quatro horas de GIF”.
// BELEZA
Outro ponto levantado pelos nossos entrevistados foi a “evolução” dos gifs durante seu período de reclusão espiritual. Deixaram de ser animações pobrinhas para serem bonitos, caprichados, bem feitos! A maior prova disso são os gifs da fotógrafa Jamie Beck ou os do fotógrafo Ignacio Torres. E a gente gosta de ver coisa bonitas."